Você está na página 1de 41

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E

CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS
ENGENHARIA QUÍMICA
CÁLCULO DE REACTORES II

Análise de Projecto de Reactores. Balanços de


massa, energia e quantidade de Movimento

Prof.ª Sara Epalanga


Outubro de 2017
1. Fundamentos da Modelagem do Reactor

Em análise, o reactor de leito fixo

 Modelos são baseados na equação de


conservação de Massa, energia e momento
(quantidade de movimento)

 Para um elemento diferencial de volume (dV):

Mecanismo de Transporte: Convecção +


Dispersão (+Radiação)
1. Fundamentos da Modelagem do Reactor

Em análise, o reactor de leito fixo

 Para um elemento diferencial de volume (dV):


1.1 Balanço de Massa das Espécies

1) Gradiente de concentração ao longo do Tempo


2) Transporte convectivo
3) Difusão molecular
4) Taxa de reação
1.2 Balanço de Energia

1) Gradiente de calor ao longo do tempo


2) Transporte por advecção
3) Transporte por condução
4) Calor gerado (consumido) pelas reacções
5) Fluxo de radiação de calor
1.3 Balanço de Momento

 Não depende da reacção


 Deve ser resolvido simultaneamente
 Pode geralmente ser simplificado para a equação de Ergun
para o fluxo através dos canais dos poros

 Equação de Ergun
1.3 Balanço de Momento

Equação de Ergun (outros formatos)

 dP G  1     150(1   ) g 
  3   1.75G 
dz  g DP     Dp 

G  bus
us  u.
1. Fundamentos da Modelagem do Reactor

Matematicamente um modelo continuo consiste


na resolução de equações não lineares,
ordinárias ou diferenciais parciais. Há por isso a
necessidade de encontrar soluções numéricas.
Apenas casos simples podem ser resolvidos
analítica ou graficamente.
2. Modelo Pseudo - homogêneo

2.1 Modelo de Fluxo pistão (Plug Flow)

 Sem dispersão axial


 Reacção única
 Reactor tubular cilíndrico
 Fluxo unidimensional na direcção z
2. Modelo Pseudo - homogêneo
2. Modelo Pseudo - homogêneo

Condições de contorno:

Modelo para o estado estacionário,

Modelo dinâmico:

Para todo z

Para z=0
2. Modelo Pseudo - homogêneo

Taxa de consumo do componente A

Massa específica da fase bulk (por unidade


de volume do reactor)

Coeficiente global de Transferência de Calor

Diâmetro do Tubo
Temperatura Ambiente (fora dos tubos)
2. Modelo Pseudo - homogêneo

Integração numérica para o sistema de Equações Diferenciais


Ordinárias (EDO ou inglês ODE), pode ser levada a cabo pelo uso
dos métodos numéricos:

 Método de Runge-Kutta explícito (ODE45 no Matlab)


 Método de Runge-Kutta implícito
 Outros
2. Modelo Pseudo - homogêneo

2.2 Modelo unidimensional com dispersão axial

Balanço de Massa
2. Modelo Pseudo - homogêneo

2.2 Modelo unidimensional com dispersão axial

Balanço de Energia
2. Modelo Pseudo - homogêneo

Condições de Contorno
Modelo para o estado estacionário

Modelo dinâmico:

Para todo z
2. Modelo Pseudo - homogêneo

A Integração numérica para o sistema de Equações Diferenciais


Ordinárias (EDO ou inglês ODE), pode ser levada a cabo pelo uso
dos métodos numéricos:

 Método de diferenças finitas (método do volume finito)


 Colocação
2. Modelo Pseudo - homogêneo

2.3 Modelo Bidimensional

a) Com dispersão radial e axial


2. Modelo Pseudo - homogêneo

2.3 Modelo Bidimensional


a) Com dispersão radial e axial

Condições de contorno:

Modelo para o estado estacionário,

Para todo z
2. Modelo Pseudo - homogêneo

2.3 Modelo Bidimensional


a) Com dispersão radial e axial
Condições de contorno:

Modelo dinâmico:

Para todo z e r
2. Modelo Pseudo - homogêneo

A Integração numérica para este Sistema de Equações


Diferenciais Parciais Não lineares de 2ª ordem (PDE), pode ser
levada a cabo pelo uso dos métodos numéricos:

 Método de diferenças finitas (método do volume finito)


 Colocação
2. Modelo Pseudo - homogêneo

2.3 Modelo Bidimensional

a) Sem dispersão axial

(Baseando-se no modelo com dispersão axial, simplificamos o


termo difusivo na direcção z)
2. Modelo Pseudo - homogêneo

2.3 Modelo Bidimensional

a) Sem dispersão axial

(Baseando-se no modelo com dispersão axial, simplificamos o


termo difusivo na direcção z)
2. Modelo Pseudo - homogêneo

Condições de Contorno

Modelo para o estado estacionário

Em z=0 0 ≤ r ≤ Rt

Em r=0 e r=Rt para todo z

Em r=0 para todo z

Em r=Rt para todo z


2. Modelo Pseudo - homogêneo

Condições de Contorno
Modelo para o estado dinâmico:

Para todo z e r

Em z=0 0 ≤ r ≤ Rt

Em r=0 e r=Rt para todo z

Em r=0 para todo z

Em r=Rt para todo z


2. Modelo Pseudo - homogêneo

A Integração numérica para este Sistema de Equações Diferenciais


Parciais (PDE) de 2ª ordem, pode ser levada a cabo pelo uso dos
métodos numéricos:

 Método de diferenças finitas (método do volume finito)


 Colocação

Routinas do Matlab:
 Discretização explícita dos termos da dispersão na direcção radial
usando “dss020/dss042”
 Integração explicita dos termos convectivos usando “ODE45”
 Integração implícita dos termos da dispersão (iteração) pelo uso do
“dss020/dss042” em combinação com um solucionador de equação
como o “fsolve” ou “broyden”
 Integração implícita dos termos convectivos usando “ODE15s”
(dss020 ou dss042)
3. Modelo Heterogêneo

Para reacções muito rápidas com relevante


efeito de calor, faz-se necessário distinguir as
condições no fluido das condições na
superfície do catalisador ou até mesmo no
interior do catalisador
3. Modelo Heterogêneo

3.1 Modelo unidimensional com gradientes interfaciais

 Modelo de fluxo pistão


 Sem gradientes no interior do catalisador
Partícula esférica

Para a fase fluida:


3. Modelo Heterogêneo

3.1 Modelo unidimensional com gradientes interfaciais

Para o catalisador sólido:


3. Modelo Heterogêneo

3.1 Modelo unidimensional com gradientes interfaciais


Condições de contorno:

Modelo para o estado estacionário,

Em z = 0

Modelo dinâmico

Para todo z

Para z = 0
3. Modelo Heterogêneo

Coeficiente de transferência de massa


Área superficial do catalisador por
unidade de volume do reactor

Concentração do componente A na
superfície do catalisador
Coeficiente de transferência de calor
3. Modelo Heterogêneo

3.2 Modelo unidimensional com gradientes interfaciais e


“intraparticula”

 Modelo de fluxo pistonado


 Com gradientes no interior do catalisador
Partícula esférica

Modelo usado quando a resistência às transferências de massa e


calor no interior do catalisador são importantes, a taxa de reacção
não é uniforme ao longo da partícula
3. Modelo Heterogêneo

3.2 Modelo unidimensional com gradientes interfaciais e


“intraparticula”

Para a fase fluida:


3. Modelo Heterogêneo

3.2 Modelo unidimensional com gradientes interfaciais e


“intraparticula”

Para o sólido:

C A Deff   2 C As 
 2 r    s .rA (C As , Ts )
t r r  r 
T c   2 Ts 
gCp  2 r    s (H r )rA (C As , Ts )
t r r  r 

Note que apenas uma partícula é considerada e não a fase sólida


como um todo, quando considera-se os perfis do interior da
partícula
3. Modelo Heterogêneo

3.2 Modelo unidimensional com gradientes interfaciais e


“intraparticula”
Condições de contorno:

Modelo para o estado estacionário,


Em z = 0 para o fluido

Em r = 0

Em r = dp/2

Em r = dp/2
3. Modelo Heterogêneo

3.2 Modelo unidimensional com gradientes interfaciais e


“intraparticula”
Condições de contorno:
Modelo dinâmico

Em z = 0 para o fluido

Em r = 0

Em r = dp/2

Em r = dp/2
3. Modelo Heterogêneo

Difusividade efectiva no interior da


partícula de catalisador

Posição no raio da partícula esférica (r)

Condutividade efectiva no interior da


partícula de catalisador
2. Modelo Pseudo - homogêneo

O sistema de equações diferenciais não-lineares de 2ª ordem deve ser integrado


para a fase sólida (BVP) em cada nó da grelha computacional usado na integração
das equações da fase fluida (IVP).

A Integração numérica para este Sistema de equações diferenciais não-lineares de


2ª ordem, pode ser levada a cabo pelo uso dos métodos numéricos:

 Método de diferenças finitas (método do volume finito)


 Colocação

Matlab: Soluciona a fase fluida como um Problema de Valor Inicial (PVI ou IVP) por
“ode45” ou “ode15s” e as equações da partícula como um Problema de Valor de
Contorno (BVP) em todos os passos da integração da fase fluida. Para a fase sólida
pode-se usar a integração implícita por “dss020/dss042” em combinação com
“Broyden”.
Símbolos
Temperatura [K]

Diâmetro do tubo [m]

Comprimento do tubo [m]

Fração de vazios no leito catalítico (porosidade)

Diâmetro da partícula de catalisador [m]

Massa específica da partícula [kg cat/m³]

Entalpia de reacção [J/mol]

Conductividade térmica radial [J/(kg.K)]

Viscosidade do fluido [kg/(m.s)]

Coeficiente de transferência de calor [J/(m².s.K)]

Velocidade de escoamento [Kg/m².s]


Símbolos
Concentração da espécie i [mol/m³]

Coeficiente de dispersão axial [m²/s]

Calor específico [J/(kg.K)]

= P Pressão total [Pa]

Velocidade superficial do fluido, us = ɛ.u [m/s]

Energia de activação da reacção [J/mol]

Constante dos gases [J/(mol.K)]

Concentração do reagente A na alimentação [mol/m³]

Densidade do gás [kg/m³]

Factor de fricção [adimensional]

Ordem da reacção
Referências Bibliográficas

JAKOBSEN, H., Fixed Bed Reactors, Department of Chemical Engineering


Norwegian University of Science and Technology, NTNU, 2011

FOGLER, H. S. 2009. Elementos de Engenharia das Reacções Químicas.


Tradução Verônica Calado, Evaristo Biscaia Jr. 4ª Ed. Editora LTC. 2009.
Rio de Janeiro

GHOUSE, J. & ADAMS II, T., A multi-scale dynamic two-dimensional


heterogeneous model for catalytic steam methane reforming reactors,
Department of Chemical Engineering, McMaster University, 1280 Main
Street West, Hamilton, Ontario L8S 4L7, Canada, international journal of
hydrogen energy 38(2013)9984e9999

Você também pode gostar