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A DIDÁTICA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Odila Braga de Oliveira

OBJETIVO:
Dar um suporte técnico para o professor da E.B.D., apresentando alguns recursos e
algumas técnicas e métodos de ensino, que deverão propiciar um aprendizado mais eficiente e
agradável.

TEXTO: 2 Tm 2:24

DIDÁTICA:
 arte de ensinar = jeito de ensinar, vocação, dom
 ciência do ensino = leis que regem o ensino
 como melhor ensinar = metodologia do ensino (métodos e técnicas)

TEXTO ÁUREO DA DIDÁTICA CRISTÃ


"o que ensina, esmere-se no fazê-lo."
(Rm 12:7b)
Ciclo docente
Planejamento           Execução             Avaliação
 
RECURSOS FUNDAMENTAIS PARA UM ENSINO ESMERADO
1. Para um ensino bíblico eficiente o professor precisa:
2. Orar pedindo a Deus compreensão e iluminação no preparo da lição.
3. Estudar a lição na revista do professor e aluno.
4. Estudar o texto básico da lição. Consultar várias traduções da Bíblia.
5. Meditar no texto, deixando que Deus fale ao coração.
6. Consultar todas as fontes possíveis: comentários, dicionários, mapas, revistas.
7. Determinar a aplicação da lição para a vida prática do aluno.
8. Escolher a estratégia pedagógica mais conveniente: método, técnica e recursos.
9. Fazer um esboço da lição (codificação).
10.Orar pedindo a unção de Deus na apresentação da lição.
11.Apresentar a lição com toda segurança, entusiasmo e convicção (decodificação).
12.Avaliar a aprendizagem.
13.Providenciar uma aplicação prática da aprendizagem
A DIDÁTICA, OS MÉTODOS E AS TÉCNICAS DE ENSINO NA IGREJA
Pr. Elinaldo Renovato de Lima

1. MÉTODOS DE ENSINO

A palavra método vem do grego, méthodos, com o significado de "caminho para chegar a um fim"; ...
"processo ou técnica de ensino" ; "modo de proceder; maneira de agir" . (Dic. Aurélio) . Na prática, os
métodos envolvem as técnicas, como forma de operacionalizá-los.

Nas igrejas, de modo geral, os métodos de ensino da Palavra de Deus continuam sendo os mais tradicionais,
predominando do MÉTODO EXPOSITIVO. Este, com a unção de Deus, tem efeitos extraordinários no
aprendizado. Contudo, outros métodos e técnicas podem ser utilizados nas igrejas, desde que haja condições
para isso (pessoal qualificado, recursos materiais, espaço , etc..).

De acordo com a Didática, podemos resumir os métodos de ensino em três tipos:

1.Métodos de ensino individualizado:

"A ênfase está na necessidade de se atender às diferenças individuais, como por exemplo ritmo de trabalho,
interesses, necessidades, aptidões, etc.". Predominam as atividades individuais (de estudo e pesquisa).

Como exemplo, temos as seguintes técnicas:

• Instrução programada (precisa de objetivos definidos, apresentação em pequenas etapas e em


seqüência lógica, participação ativa do aluno, o aluno estuda em seu próprio ritmo; bom para um curso
bíblico básico.

• O estudo dirigido : leva o aluno a aprender a estudar, Ter bons hábitos de estudo, explora o
pensamento reflexivo; bom método para estudo da lição da EBD, quando o professor pode trabalhar
com a turma, passando exercícios para o Domingo seguinte.

• O ensino por fichas : exige muito trabalho, pois há pelo menos 5 (cinco) tipos de fichas (Ficha de
informação, ficha de exercício, ficha de controle, ficha de recuperação e ficha de desenvolvimento) .
Na EBD pode ser simplificado, com a distribuição de fichas, com tópicos da lição, numa classe
pequena: ficha de informação, com o assunto a ser estudado, ficha de exercício e ficha de avaliação
(exige mais trabalho do professor), ou uma ficha única, com informação, exercício e avaliação ;

• O ensino por módulos: nesse método são definidos três elementos; 1) Objetivos educacionais; 2)
ensino individualizado e 3) avaliação baseada nos objetivos definidos.

2.Métodos de ensino socializado.

Fundamentam-se na chamada "Dinâmica de Grupos". Visa fortalecer a personalidade do aluno, no trabalho


em grupo, dando-lhe capacidade para se integrar na comunidade, na vida coletiva. Os grupos não devem ser
muito grandes. (4 a 7 alunos). Os alunos recebem uma tarefa de estudo, e o professor exerce o papel de
orientador e supervisor.

- Técnicas de trabalho em grupo:


Algumas técnicas grupais podem ser bem aproveitadas nas classes da EBD:

1. Discussão em pequenos grupos: troca de idéias e opiniões sobre um tema em função da doutrina
bíblica: ex. o pecado é o mesmo em todos os países? ; o aborto é justificável em algum caso? (de
estupro, por exemplo?).
2. Discussão dirigida: um problema pode ser apresentado pelo professor e todos os alunos o
discutem, sob sua orientação. Ex. Qual o papel das obras para em relação à salvação? Os usos e
costumes devem ser preservados? A participação do crente na política, etc.

3. Dramatização. Tem grande efeito na EBD. Uma classe pode preparar uma dramatização sobre o
assunto da lição. Por ex. O clamor dos povos não-alcançados (missões); o valor do perdão; o bom
Samaritano, etc.

4. Seminário. Uma vez a cada período, para jovens e adultos, ao invés de haver classes separadas,
pode haver um seminário para o grupo maior, permitindo-se exposição, seguida de perguntas e
respostas sobre o assunto da lição;

5. Painel de debates. Um assunto polêmico pode ser apresentado por pessoas que conheçam bem o
tema, e , depois, os alunos podem emitir suas opiniões, sob a coordenação do superintendente da EBD
ou de outra pessoa apta para o uso dessa técnica.

Nas igrejas, é comum o ensino tradicional, embora já existam iniciativas e práticas do ensino moderno.
Interessante é notar que JESUS usava métodos e técnicas avançados de ensino. Ele levava o discípulo a
aprender a resolver problemas. Na multiplicação dos pães, Ele disse: "Dai-lhes vós de comer..." (Mt 14.16b).
Ele não trabalhava só. Valorizava o GRUPO. Formou um grupo de 12 discípulos para fazer o trabalho com
Ele. Incentivava os discípulos a praticar o aprendizado. Enviou 12, de dois em dois; depois, enviou 70, de
dois em dois (Lc 10.1).

3. Métodos de ensino sócio-individualizado

Os estudiosos entenderam que o método individualizado e o socializado, utilizados com freqüência,


poderiam levar à monotonia. Os métodos sócio-individualizados procuram usar com equilíbrio o ensino
individualizado e o socializado, visando "balancear a ação grupal e o esforço individual no sentido de
promover a adaptação do ensino ao educando e o ajustamento desta ao meio social" (Vilarinho, p. 79).

As técnicas desse método são, basicamente: a) Método de projetos; b) método de problemas; c) unidades
didáticas; d) unidades de experiências e) a pesquisa como atividade discente.

Na EBD, os métodos de problemas e pesquisa como atividade discente são os mais aplicáveis.

Vale salientar que há diversas técnicas de ensino que podem ser utilizadas, na EBD, sem que sejam
necessários gastos excessivos. O mais importante é a "DEDICAÇÃO AO ENSINO" (Rm 12.7b) sob a unção
do Espírito Santo. As carências e deficiências podem ser compensadas com a graça de Deus.
Aulas Teológicas ou práticas na EBD?

Um erro freqüente que vivenciamos na escola bíblica é a dicotomia entre teoria e prática. Por muito tempo
se tem dito (incoerentemente, é verdade) que nossos professores falham porque desenvolvem aulas
"teóricas", significando com isso que os alunos da EBD não se engajam em atividades práticas. Será?
Convém apresentar neste artigo, para esclarecermos a situação-problema de nossas atividades educativas na
EBD, (1) o significado de aula teórica (ou melhor, o processo de teorização); (2) o significado de aula
prática (que não é somente o momento de aplicar o que foi aprendido previamente pela aula teórica) e (3)
mostrar a relação orgânica teoria-prática que deve reger nossos empreendimentos educacionais na escola
bíblica dominical.

O processo de teorização na EBD


Uma aula teórica na EBD é aquela em que todos os alunos são convidados a uma reflexão própria sobre um
problema comum, com ajuda das ferramentas da pesquisa científica. Para subsidiar este conhecimento
advindo das ciências bíblicas como a hermenêutica (ciência da interpretação), a história (principalmente, a
do povo de Israel – AT e do primeiro século – NT), a lingüística (que esclarece para o estudioso da Bíblia o
significado das palavras originais: em hebraico e grego), por exemplo, a Escola Bíblica Dominical faz uso
de uma revista, que por sua vez é um comentário de um texto bíblico.
A revista deve ser instrumento de auxílio e não o instrumento de ensino. A aula teórica deve partir da
situação-problema enfocada no estudo em pauta. É o caso, por exemplo, na lição de 4 de janeiro da revista
Atitude, destinada aos jovens, que tem por título UMA DIFÍCIL CHAMADA. Em vez de ensinar de modo
descritivo sobre a chamada do profeta Oséias, o professor deveria levar o aluno a encarar as seguintes
questões (situações-problema): O que dá legitimidade à minha relação com Deus? Como devo melhorar a
qualidade de minha relação com Deus? Ao fazer isto, o professor instiga a curiosidade dos alunos, leva-os a
pensar e a buscar soluções.
É interessante notar, a esta altura, que o processo de teorização não elimina necessariamente a possibilidade
do trabalho prático. A aula teórica deve ser planejada para conseguir a participação ativa dos alunos. A fim
de exemplificar esta afirmação, por que não pedir aos alunos que formulem um questionário, contendo
possíveis respostas às questões principais da reflexão teórica proposta? Há muitas outras técnicas de
pesquisa que podem servir a este propósito: biblioteca, dados estatísticos, correspondência, debates,
discussões etc.
O próximo passo seria pedir que eles apresentem os resultados, comparando-os com a LIÇÃO EM FOCO
(seção da revista em que o aluno se vê diante da aplicação prática do estudo). É nesse momento que os
alunos organizam suas descobertas e demonstram o domínio dos conteúdos propostos pela aula. Os
resultados, porém, devem levar a classe de volta ao processo de teorização, num ciclo educativo, pela
formulação de novas questões (situações-problema).

Planejando a aula prática


O conceito de aula prática que se tem difundido envolve dois aspectos: fazer coisas e aplicar o que foi
aprendido. Pode-se afirmar, entretanto, que estes aspectos acabam por reduzir a abrangência proposta por
este processo de ensino.
Uma aula pode ser chamada ‘prática’ quando os alunos são levados ao contato direto com a realidade.
Infere-se daí que ela não tem fundamentalmente que vir após a problematização (reflexão, teorização),
podendo antecipá-la.
Para servir de exemplo, usemos a lição 2, de 11 de janeiro, da revista Atitude, UMA CONTENDA COM
DEUS, que apresenta o texto bíblico de Oséias 4 a 6. O tema do estudo focaliza a indignação divina contra o
pecado do povo, especificamente, pela desobediência aos mandamentos divinos contra a prática da idolatria.
O professor poderia começar com a seguinte atividade: Dividir a turma em equipes. Entregar a cada equipe
massa de modelar e pedir que construam um ídolo. O professor, então, organizaria sua aula teórica para
mostrar os resultados da prática da idolatria na vida da nação. Seria importante, também, perguntar aos
alunos por que deram aquele formato específico ao seu ídolo? O que esperavam dele? Na aplicação, toda a
classe chegaria à conclusão que há necessidades espirituais a serem preenchidas na vida de cada ser humano
e, não oferecendo a Deus a oportunidade de preencher este vazio, surge a ocasião para o ídolo, o substituto
para Deus.
A relação orgânica teoria-prática
Teoria e prática são partes do mesmo processo de ensino-aprendizagem. Não devemos teorizar sem levar os
alunos a viver experiências práticas que modifiquem sua percepção de mundo. Devemos fazer com que os
contatos dos alunos com a realidade provoquem questionamentos que devem ser respondidos no processo de
teorização.
Não seria fantástico fazer com que nossas escolas bíblicas superassem a dicotomia teoria x prática e
tivéssemos aulas que promovessem a interação destes elementos essenciais da aprendizagem?
Então, mãos à obra!

Davi Freitas de Carvalho


é pastor da PIB da Fazenda Botafogo, RJ,
e membro do corpo editorial da Juerp
3 dicas para uma classe mais participativa

2007/07/12 51 Comentários

3 dicas para uma classe mais participativa

Adelaide Marques

Revista Profissão Mestre

Algumas vezes, as aulas parecem se arrastar. Você tenta de tudo para conseguir a participação dos
estudantes, mas nada. Uma das causas da apatia pode estar em seus alunos. Se eles não encontram nenhum
ponto de contado entre si e com você e sua aula, se não sabem porque estão ali, bem, ninguém vai participar
mesmo.

Imagine-se, leitor, caindo no meio de um seminário sobre neurocirurgia. Ou sobre técnicas avançadas de
construção de pontes. Ou treinamento de um time de rúgbi. Bem, muitos de seus alunos também se sentem
assim. Não é seu conhecimento que importa, mas o que eles sabem sobre aquele assunto.

1 – Use o conhecimento dos alunos. melhorar a precisão do chute para ensinar física, gastos com roupas e
comidas para lecionar matemática e os grupos étnicos da cidade para falar sobre história e geografia.

2 – Inclua uma meta. O que os alunos vão receber ao final daquela matéria? A resposta “passar de ano” não
vale muito. Procure dar-lhes motivos práticos. Português, por exemplo, é uma das coisas mais úteis para
uma banda de garagem fazer letras decentes. Matemática e física os ajudam a organizar melhor o dia-a-dia e
a ganhar tempo.

3 – Participar não é brigar nem concordar. Mostre a eles, desde cedo, que podem ter opiniões diferentes
entre si (e até divergir do professor) e se expressar sem cair nos ataques pessoais e brigas. Isso vai estimular
o debate uma vez que alguns alunos pensam que devem engolir tudo o que o professor diz. Com isso,
preferem não dizer o que pensam (pois estão pensando “errado”), e não participam. Estimule o debate
civilizado

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