Cálculo II

Aula 22
Primitivização
Raibel Arias
BICT
UFMA (Campus-Balsas)
08/06/2022

Problema 1: calcular o conjunto de todas as primitivas da função f ( x )= p 1 2 . Ou seja,

R 1 x
obter f ( x ) dx, 8 x 2 ( 1, 1). De fato, tem sentido se fazer tal pergunta ?
(-1-11)
https://www.geogebra.org/m/qwx7dmyv
•

f- yy
↳
É-É ←

Dica da solução: inverta à função x 7! sin x. Logo, derive à função inversa. mmm
De fato,
a Thurman
derivada da inversa da função será uma primitiva da f .

https://www.geogebra.org/m/txfdg4kw

INVERSA DE UMA FUNÇ~

AO: OUTRA FORMA DE CONSTRUIR NOVAS FUNÇ~
OES ATRAVÉS DE
FUNÇ~
OES DADAS.
suponha que é dada uma função f : Dom f ! R, tal que para cada y 2 Imagem f
^ R
×
pond
HMMMM

Dom
q É Ez ∅Imagem ∅ e IR
◦ ⇐ KY lo
No
✗
olhe IR
 } :
Imagem OI D Dom ∅
Y | 7H ) := × com
✗ o Único elemento Dom
,
em ∅ . : ∅⑦ =
Y .

há um ÚNICO x 2 Dom f com y = f( x ). Então, se define à função

y : Imagem ! Dom f,
do
como sendo a função que, associa a cada y⇤ 2 Imagem, o único x⇤ , no domı́nio de
f, tal que f( x ) = y. Ou seja,
* *
y(y⇤ ):= x⇤ comf( x⇤ ) = y⇤ .
Tal função y = f Oé a inversa de f.
1

há um critério geométrico para decidir se uma função dada é invertı́vel ? Sim !
GEOMETRIA: se
grafico f={( x, y) | x 2 Dom f, y = f( x )}
for cortado por alguma linha horizontal y = k, com k 2 R, em mais de um ponto,
então f não é invertı́vel. Ou seja, se #( Lk \ grafico f) 2, para alguma linha Lk
de equação y = k, k 2 R, então f não é invertı́vel.

Domf =/R
Explique qual das funç~
oes abaixo mostradas tem inversa, a saber:

1. f ( x ) = x2 . 1- • < Ê 1-
https://www.geogebra.org/m/u5jbpyav
2. f ( x ) = x3 . →
• FÉ .

https://www.geogebra.org/m/az2bbptz ^
p
3. f ( x ) = 1 x2 . Imagemf- [Oito)

f-É-E é ¥42
II
•
a inversa de si .

DIFERENCIABILIDADE DE INVERSAS DE FUNÇ~

OES:

Raciocı́nio para f ( x ) = x2 : a função f = f |[0,•] é derivável em [0, •). De fato,

f 0 ( x ) = 2x 8 x 2 [0, •), com f 0 (0) a derivada à direita de x = 0.
^
frutão
µ
no 2
A FÃ

https://www.geogebra.org/m/uhfyut45 ^
TA
-1 1

É Joe f- Hqs ]
815-1,0)
.

→ 1-
 1- À = 3×2
, "

of
_

• em ✗
,
f- não

- é derivánel .

Indiquemos por g a inversa de f . Geometricamente, é claro que, g é p derivável

0
só em (0, •), pois g (0) não se define (por que ?). De fato, já que g( x ) = x, então
1
g0 ( x ) = p , 8 x 2 (0, •).
2 x

Raciocı́nio para f ( x ) = x3 : a função f ( x ) é derivável em R. De fato, f 0 ( x ) =

3x2 8 x 2 R.

Indiquemos por g a inversa de f . Geometricamente, é claro que, g é derivável

só em ( •, 0) [ (0, •). Em x = 0, g0 (0) não se define (por que ?). De fato, já que
g( x ) = x1/3 , então
'
inúteis g0 ( x ) =
1
, 8 x 2 R \ {0}. g não se
3x2/3
define .

https://www.geogebra.org/m/u6wmf9mj

p
O que pode ser dito sobre a diferenciabilidade de f ( x ) = 1 x2 e da sua inversa ?
Explique.

https://www.geogebra.org/m/qnhqu5wc

& é crescente ∅ é decrescente em I

qq
>
em I
Teorema ⇤ [A derivada da inversa de uma função ] sejam I ⇢ R um intervalo e
f : I ! R uma função contı́nua e monótona (estrita) em I. Seja y : Imagem f ! I
a inversa de f. Se f é derivável em c 2 I e f0 (c) 6= 0, então y é derivável em

;=§•ᵈ
d=f(c) e
" ← 1 1
∅" y0 (d) = 0 = 0 .
f (c) f (y(d))
existe DR

ÉSTA d
-7s
àY=∅
Imagem ∅
3
4
• EI

Há
'
∅
↳ ÓCC ) -1-0 .
 VOLTANDO AO PROBLEMA 1:

* .

DEFININDO UMA INVERSA DO sin x: um ramo da função f ( x ) = sin x é qualquer

- -
restrição de f que seja monótona (estrita) no seu intervalo de definição. Clara-
mente, qualquer ramo de f tem inversa. Para fixar uma ideia de como inverter
um ramo de f , iremos inverter à função g = f |[ p/2,p/2] . Mais precisamente,
sejam
.

g : [ p/2, p/2] ! Imagem g = [ 1, 1]; x 7! y = g( x ) = sin x,

e
g⇤ : Imagem g ! [ p/2, p/2]
a inversa de g. Assim,
/
Dom
G
g⇤ (y):= x, sendo x ) g( x ) = y.
- -

É comum indicar à inversa de g pelo simbolo Arco sin x.

[ :
 sim
g. ( ) X = + ✗ e- [-142,11-12]
/
g⑦ =

'
COSX + ✗ e- [-1172,11-12]
%
Note
§ Não % ✗=
que ✗= ou
-

FATO
Z
1
É(✗*)=Gs×
p dx = Arco sin x + k 8k 2 R.
1 x2

Demonstração. A função g : [ p/2, p/2] é contı́nua e monótona em [ p/2, p/2].

Mais ainda, g0 NUNCA é zero em ( p/2, p/2). Com efeito, g0 ( x ) = cos x > 0
para todo x 2 ( p/2, p/2). Assim1 , g⇤ é derivável em todo ponto y 2 ( 1, 1).
-
Fixemos qualquer y⇤ 2 ( 1, 1), então

d ⇤ 1 1
g (y) = = (0.1)
dy y⇤ g0 ( x⇤ ) cos( x⇤ )

Usando a identidade pitagórica sin2 x + cos2 x = 1 para todo x 2 R, temos

que Coi ✗ = 1- 1in ✗ .

2 2
cos ( x⇤ ) = 1 sin x⇤ (0.2)
☐ tt ✗ C-
(-11-12,11-12)

÷
Extraindo raı́zes ambos lados de (0.2) temos que
q q
2
2
cos ( x⇤ ) = | cos ( x⇤ )| = cos( x⇤ ) = 1 sin2 x⇤ ,
1 Consequencia do teorema ⇤.
cosx > o
para todo ✗ e- ¢-172,1172)
5
 J,→# dx Aresinxte,
= + ✗ e- c- 1,1) .

sin
Y# = ✗*

e substituindo em (0.2), tem-se

d ⇤ 1 1 1
g (y) .
↓
= =p =p
dy g0 ( x
as y2⇤
⇤) 2 1
y⇤ 1 sin x⇤
Já que y⇤ é qualquer ponto em ( 1, 1), descobriu-se que, a inversa de g tem

O
derivada p 1 2 para todo y 2 ( 1, 1). Por tanto, trocando os papeis de y e x
1 y
-
como é costume, temos que,

d 1
Arc sin x = p , 8 x 2 ( 1, 1).
dx 1 x2

f-yarcsiny-f-y~v-YEH.is
.

Problema 2: prove que,

Z
1
dx = Arco tan x + k, k 2 R.
1 + x2

Dica: inverta à função x 7! tan x. Logo, derive à função inversa. A derivada de tal função
é uma primitiva de 1+1x2 .

https://www.geogebra.org/m/hvcjtdtk
Demonstração. Indiquemos por g : ( p/2, p/2) ! ( •, •) o ramo de tan x
monótono em ( p/2, p/2), e por g⇤ : ( •, •) ! ( p/2, p/2) a inversa de
g em ( p/2, p/2). Note que, g0 NÃO é nula em ( p/2, p/2). Com efeito,
g0 ( x ) = cos12 x > 0 para todo x 2 ( p/2, p/2). Então, g⇤ é derivável em todo
ponto y 2 ( •, •). Fixemos qualquer y⇤ 2 ( •, •), então

d ⇤ 1 1 1
g (y) = = = . (0.3)
dy y⇤ g0 ( x ⇤)
1 sec2 x⇤
cos2 ( x⇤ )

Usando a identidade2 1 + tan2 x = sec2 x, tem-se que em (0.3), tem-se

d ⇤ 1 1 1 1
g (y) = = 2
= 2
= .
dy y⇤ g0 ( x ⇤) sec x⇤ 1 + tan x⇤ 1 + y2⇤
Já que y⇤ é qualquer ponto em ( •, •), descobriu-se que, a inversa de g tem
derivada 1+1y2 para todo y 2 ( •, •). Por tanto, trocando os papeis de y e x como
é costume, temos que,

d 1
Arc tan x = p , 8 x 2 ( •, •).
dx 1 + x2

E XERC ÍCIOS C ASA

2 Para quais x 2 R ela é valida ?

7
 R
Exercı́cio 1: calcule Arc sin x dx.
Dica Faça g( x )= x e f ( x )= Arc sin x, logo use a fórmula de integração por partes.

Exercı́cio 2: Calcular Z
1
p dx
1 9x2

Exercı́cio 3 Calcular Z
1
dx
1 + 25x2

Exercı́cio 4 dado a 2 R qualquer3 real, calcular

Z
1
dx.
a2 + x2

3 Porém, fixado.