Fichamento do texto ´´As novas abordagens teórico-metodológicas no estudo do Brasil
colonial: a distância entre o debate acadêmico e o livro didático.``
FICHAMENTO SILVA, Karla Maria da & PEREIRA, Lupércio Antônio. As novas abordagens teórico- metodológicas no estudo do Brasil colonial: a distância entre o debate acadêmico e o livro didático. Vozes, Pretérito & Devir, Ano VIII, Vol. XII, No I (2021). O artigo indica a existência de duas correntes de pensamento historiográfico diferentes, se tratando do estudo do Brasil Colonial: a clássica, da Escola Paulista; e a mais recente, Antigo Regime nos Trópicos (ART), que se concentrou principalmente no Rio de Janeiro. A partir dessas correntes, a autora analisa se há predominância da corrente mais recente, do Antigo Regime nos Trópicos (ART), no ensino escolar, por uma ferramenta muito utilizada nesse meio: o livro didático. O texto se divide em dois subtítulos. O primeiro, nomeado O Brasil Colonial nas antigas e nas novas abordagens, explica as formulações teóricas da Escola Paulista e do Antigo Regime nos Trópicos e aponta os principais historiadores que ajudaram na disseminação das ideias e críticas a cada corrente. A Escola Paulista, composta principalmente por Caio Prado Júnior e Fernando Novais, coloca como centralidade do estudo a relação de exploração e a única finalidade da colônia sendo a produção para mercado externo, além do enfoque na dualidade Metrópole x Colônia. Já o Antigo Regime nos Trópicos, analisa a colonização pela relação interna, concentrando seus esforços em demonstrar que a colônia não vivia em função apenas dos interesses econômicos metropolitanos, mas possuía sua economia interna e que a dependência econômica da relação Colônia-Metrópole era relativa, já que haviam elites de alto poder econômico e social na sociedade colonial. É uma abordagem trabalhada por diversos autores, e atualmente muito presente nas discussões do meio acadêmico. Alguns deles são João Fragoso, Ciro Flamarion Cardoso, Maria Fernanda Bicalho e Antônio Carlos Jucá de Sampaio.
No segundo subtítulo, O Brasil do período colonial nos livros didáticos, a autora
apresenta sua tese, de que nos livros didáticos de História não é muito presente o novo modelo teórico-metodológico de análise do Brasil colonial, ou seja, as ideias do Antigo Regime nos Trópicos. Ao longo do subtítulo, a autora comprova essa tese com a descrição de suas fontes, sua análise conjunta e particular dos livros selecionados, e exemplos práticos. Um livro exemplificado é o livro Radix: História, que assim como todos os outros cinco livros analisados, é muito mais centralizado no pensamento da Escola Paulista, embora existam avanços. Apesar de existirem seções que apresentam um esforço dos autores do livro em tentar inserir as ideias do Antigo Regime nos Trópicos, são apenas acréscimos que não alteram significativamente o sentido da obra, mantendo a centralidade das ideias na relação externa e mercantil da colônia e metrópole, a interpretação da Escola Paulista. A autora conclui o texto considerando que existe um distanciamento entre o que, em se tratando do ensino do Brasil Colonial, predomina no meio acadêmico e no escolar, e que esse distanciamento ocorre devido à dificuldade de ruptura com o modelo teórico metodológico de Caio Prado Júnior e Fernando Novais.
Palavras-chave: Livro didático; historiografia; Brasil Colonial; Escola Paulista;
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