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Trabalho de comunicação

Professora: Mariana Nepomuceno Curso: Medicina


Turma 2 - 3º horário - manhã

Artigo de referência: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/790/808

Grupo:
● Ana Myllena Freitas Campos (nº de matrícula: 2022101164)
● Ana Victoria Muratori Pitombeira (nº de matrícula: 2022101168)
● Diogo Almeida Silva (nº de matrícula:2022101174)
● Monise Ingrid Silva Andrade (nº de matrícula: 2022101171)

Sobre a profissional entrevistada:


Mayara Nunes de Melo é fisioterapeuta e especialista em Gestão Pública em Saúde.
Atualmente, atua como coordenadora de atenção primária à saúde, no município de
Pentecoste, Ceará.

1ª. De que maneira o contexto da pandemia alterou a relação médico-paciente?


R. Acredito que a pandemia aproximou ainda mais o cuidado médico ao paciente, não tratando
somente o paciente, mas fazendo todo o acompanhamento, não se limitando apenas a uma
consulta. Principalmente, os médicos da atenção primária, que precisaram acompanhar seus
pacientes por 10 a 15 dias, seja por ligações, chamadas de vídeo etc.

2ª. Analisando o papel da Internet na informação sobre o novo coronavírus, como ela afetou,
positiva e/ou negativamente, a confiança da sociedade na ciência?
R. A Internet teve seus prós e contras. Percebemos o negacionismo de algumas pessoas,
principalmente por causa do governo. Assim, notei que a política causou a disseminação de
informações falsas. Por outro lado, a internet também foi fundamental para trazer estudos que
também realmente eram verdadeiros. Então, ela também foi usada para fortalecer o conhecimento e
confiança da sociedade em relação à ciência.

3ª. Qual sua opinião sobre a telemedicina? Você acha que foi um grande avanço e veio para
ficar?
R. Aqui no Ceará, os médicos já tinham acesso à telemedicina antes da pandemia. Porém, não era
tão utilizado, apenas para dúvidas em algumas especialidades. Acredito que viabilizou o acesso de
muitos pacientes às consultas, ajudando a evitar a disseminação dos vírus, pois no início, as
unidades de saúde estavam muito lotadas. Creio que veio para ficar e se fortaleceu muito na
pandemia.

4ª. Há uma diferença muito grande da telemedicina para consulta presencial? Como foi a
adesão dos pacientes quanto a esse novo modelo?
R. Notei um pouco de rejeição, a princípio, pois muitos pacientes estranharam a ausência da
presença física do médico. No início, alguns pacientes não gostaram, pois preferem o “olho a olho” e
acreditam que a consulta não vai ser tão efetiva sem essa presença. De modo geral, os pacientes
ainda preferem o contato presencial.

5ª. Como passar confiabilidade para o paciente durante a consulta on-line? Que estratégias
comunicativas tomar?
R. A escuta é o principal, pois é o que traz confiança em relação ao profissional. O diálogo é o que
traz a confiabilidade, junto à análise criteriosa dos exames.

6ª. Com toda essa cobrança e responsabilidade diante da realidade excepcional na pandemia,
o que você pensa a respeito da pressão e das cargas exaustivas as quais os profissionais da
saúde foram expostos? Percebeu alguma mudança na relação entre profissional da saúde e
paciente?
R. Foi muito difícil. Muitas pessoas trabalharam de forma ininterrupta, levando à exaustão. Plantões
de 24h, 48h, 72h.. Acho que ninguém esperava que fosse ter tanto tempo de pandemia. Em relação
à mudança entre profissional e paciente, acredito que muitos profissionais não ouviam, faziam
consultas rápidas, porque a demanda era muito grande. Devido à sobrecarga, não tínhamos tempo.
Alguns pacientes também não colaboravam com o tratamento, o que dificultava ainda mais.

7ª. No contexto pandêmico, tanto o distanciamento físico médico-paciente, como também a


divulgação através das redes sociais de remédios e de forma terapêuticas ineficazes
contribuíram para um ambiente de medo e insegurança. Uma das formas de driblar essa
barreira entre a população e os profissionais de saúde são as estratégias comunicativas.
Quais as melhores estratégias tomadas para transmitir diagnósticos e notícias ruins a
familiares de enfermos?
R. Foi bem complicada a parte de comunicação para os familiares de enfermos. O que driblava essa
insegurança e medo eram notícias diárias do paciente, chamadas de vídeo para gerar confiança ao
estado de saúde do paciente. Vi que isso ajudou muito. Também fazíamos boletins diários. A falta
de notícias era o que mais afligia os familiares.

Recife, 26 de abril de 2022

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