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A proposta neste artigo é trazer uma sequência (em tópicos) do roteiro básico para
elaborar projetos elétricos de residências, com explicações relativas a cada etapa de
projeto.
O conteúdo abordado aqui, é sugestão para orientar iniciantes. Cada tópico será
conduzido de forma sucinta, quando necessário farei indicações de material
complementar.
As informações tem foco em projetos prediais habitacionais, mas boa parte se
aplica também em projetos comerciais, bastando adaptar e desconsiderar
informação explicita para o residencial.
Coloquei os tópicos numerados sequencialmente, um ou outro passo pode ser
reordenado conforme o estilo do projetista, mas há uma sequência lógica do
projeto. Portanto, a quem está iniciando agora os estudos, a recomendação é que
siga a leitura na sequencia apresentada no índice.
Índice:
1. Elementos do projeto elétrico residencial
2. Desenhe utilizando softwares
3. Use a NBR 5410
4. Analise a arquitetura
5. Necessidades do projeto
6. Previsão de cargas
7. Separar circuitos elétricos
8. Distribuir tomadas e luminárias nos ambientes
9. Localizar o quadro de distribuição
10. Traçar eletrodutos e fiações
11. Localizar o medidor de energia (padrão)
12. Quadro de cargas e dimensionamentos
13. Diagrama Unifilar
14. Dimensionar eletrodutos
15. Legenda de Símbolos
16. Lista de materiais elétricos
17. Material de apoio para elaborar projetos
A prancha (folha) do projeto, deve ser montada de acordo com o padrão da série A
(A0, A1, A2, A3, A4), definidos na NBR 10068. Também deve ter a legenda (carimbo
ou selo) com informações do projeto, anotações técnicas, data de projeto, escalas
utilizadas, proprietário, autor do projeto etc.
Já faz muito tempo que a entrega de projetos feitos manualmente não tem boa
aceitação no mercado.
Outro tipo de recurso que irá te ajudar bastante, são as planilhas. Portanto aprender
MS Excel é algo que vai melhorar a qualidade de seu projeto e proporcionar mais
velocidade.
No item final deste artigo há um material pra baixar, onde constam links para vários
materiais de apoio, como uma versão da NBR 5410 interpretada que pode baixar
gratuitamente, além de algumas apostilas e planilhas prontas pra auxiliar em
cálculos de projeto.
4. Analise a arquitetura
Esta análise é importante para que consiga manter a compatibilização do projeto
elétrico com demais instalações e sem interferencias estruturais.
Antes de começar o projeto, avalie a planta baixa (arquitetura) preferencialmente
com o mobiliário (Layout). Conhecer o Layout é de suma importância para que
consiga locar os pontos de tomadas e iluminação adequados.
5. Necessidades do projeto
Verificar se há necessidades do projeto, no que diz respeito a equipamentos
comuns e especiais.
Equipamentos comuns que me refiro aqui são tomadas TUG (Tomadas de Uso
Geral), aquelas cuja corrente não ultrapassa 10A.
Já os especiais são as tomadas do tipo TUE (Tomadas de Uso Específico), aquelas
cuja corrente é acima de 10A, sendo estas colocadas em circuitos separados para
cada aparelho.
Para determinar estes pontos (TUG e TUE), toma-se como base o proprio projeto e
recomendações específicas do cliente proprietário (quando houver). Uma boa prática
é criar um checklist de aparelhos de uso provável e marcar o que será utilizado.
6. Previsão de cargas
Este é o passo inicial relativo aos primeiros calculos no roteiro do projeto elétrico.
A tabela com esta previsão pode ser incluida no projeto final (na prancha).
A previsão de cargas que deve seguir a NBR 5410, serve para que consiga estabelecer
o número mínimo de tomadas e a carga de iluminação de cada ambiente.
O critério da norma estabelece um numero mínimo de tomadas, mas no decorrer do
projeto é comum perceber necessidade de uma quantidade maior. Principalmente
em ambientes como salas e cozinhas esta necessidade é mais perceptível, visto o
maior acesso das familias a equipamentos eletroeletronicos.
Saiba que não há problema algum em colocar mais pontos que o cálculo pede. O
que não deve fazer é colocar menos que o mínimo exigido.
Ao fazer esta previsão de cargas, você já pode considerar pontos adicionais que serão
necessários e ir marcando em cada ambiente no proprio projeto, ou em uma planilha
a parte.
Projetistas mais experientes muitas vezes pulam esta etapa da previsão de carga,
sobretudo em projetos residenciais onde há grandes semelhanças entre projetos já
feitos anteriormente. Com a experiência você acaba aprendendo as questões de
números de pontos baseado no tamanho de ambientes.
Em alguns casos você não conseguirá manter este limite de 10A, ocorre muito em
ambientes como cozinhas e lavanderias onde encontramos equipamentos de
consumo mais alto. Não há problemas quanto a isto, só lembre-se de separar TUE
de TUG, além de colocar a proteção adequada a corrente do circuito.
Lembre-se que qualquer equipamento individual que exceda a corrente de 10A, deve
estar em um circuito separado e exclusivo. Exemplos disto são o chuveiro elétrico e
aquecedor por acumulação.
Observações:
De 7 a 12 circuitos: 3 reservas
De 13 a 30 circuitos: 4 reservas
Acima de 30 circuitos: 15% do total de circuitos.
Estas reservas devem estar previstas no número de elementos físicos do quadro de
distribuição. Portanto seu quadro deve ter elementos para atender todos os circuitos
em uso somados com as reservas.
Atualmente* não existe mais no Brasil uma norma vigente de símbolos para projetos
elétricos. Era utilizada é a NBR 5444, que carecia de atualização, mas acabou sendo
abandonada.
A ABNT acabou deixando como sugestão normas internacionais que não tem
tradução para nossa língua (IEC 60617 e 60417), o que acabou não sendo bem aceito
no mercado. O fato é que se trata de mera sugestão.
Nem sempre é possível instalar no ponto exato de maior carga, pois deve-se
considerar também a intervenção na arquitetura e a facilidade de acesso ao quadro.
Não existe uma regra exata de ordem para este traçado. Neste estágio você já deve
saber os circuitos de cada tomada e luminária incluida no projeto, então comece por
cada ambiente ligando tubulações para tomadas, luminárias e interruptores, insira
também as fiações indicando nelas o circuito. Posteriormente faça a ligação dos
circuitos até o quadro de distribuição.
No projeto feito em CAD você pode desenhar linhas, arcos e polilinhas para
representar as tubulações/eletrodutos.
A fiação deve ser inserida em cima do eletroduto. Em casos onde não houver espaço
no desenho, pode-se indicar uma linha guia com as fiações, indicando o eletroduto.
Uma informação importante relativa as fiações, a NBR 5410 exige que todos os
circuitos devem possuir aterramento (fio terra).
Outra questão diz respeito ao número de fios dentro de cada eletroduto. Como
sugestão, para circuitos compostos de fase+neutro+terra, em um eletroduto de até
25mm procure não exceder três circuitos (9 fios) de #2,5mm². Para eletrodutos de
diâmetro 20mm, até dois circuitos de #2,5mm² (6 fios).
Se você optou por fazer seu projeto no CAD com o uso do plugin de elétrica
AditivoCAD, o quadro é gerado automático. Caso contrário, você pode facilitar as
coisas elaborando uma planilha Excel para calcular valores como somatórias de
cargas por circuitos.
Nesta mesma fase de projeto você vai estabelecer finalmente o medidor (dimensões
de cabos, disjuntor etc.). Alguns projetistas também fazem esta escolha na fase inicial
do projeto, assim que se tem a previsão de cargas, o único problema de fazer na fase
inicial é se houver grandes alterações no decorrer do projeto você acaba tendo que
refazer.
Importante:
Não esqueça de colocar o DR nos circuitos que precisam te-lo.
No material de apoio você também pode baixar modelos de diagramas para analisar.
Estabelecer o diâmetro de cada tubulação, deve ser feito após ter conhecimento das
bitolas de fiações.
Tubulações que passam vários circuitos precisam ter um diametro capaz de receber
estas fiações. Estes eletrodutos especiais devem ter a indicação no projeto de sua
bitola.
O critério da NBR 5410 estabelece uma taxa de ocupação das fiações dentro desta
tubulação. Nesta taxa, a área do diametro interno do eletroduto pode ter no máximo
os seguintes percentuais de ocupação dos fios: 53% para um condutor; 31% para
dois condutores; 40% para três ou mais condutores.
Uma opção rápida para se estabelecer o diametro do eletroduto é a consulta de
tabela pronta. Confira o material de apoio logo ao final.
Para começar a lista, crie uma tabela e quantifique todos os pontos de tomadas,
interruptores, interfones, campainhas, caixas de passagem, luminárias, quadro de
distribuição e demais itens de símbolos na planta baixa.
Para tubulações e fiações, é preciso medir o trecho percorrido (comprimento)
considerando subidas/descidas, por exemplo, de pontos em teto e parede (exemplo
luminária no teto e interruptor/tomada na parede). Esta medição pode ser feita no
CAD mesmo, medindo a distância entre os dois pontos e acrescentando descida (a
descida é a altura do pé direito diminuida da altura do ponto na parede em relação
ao piso).
Medidas as distancias, anote-as no próprio projeto ou um rascunho, separe por
diâmetro dos eletrodutos, acrescente uma margem de segurança (sugerida 10%) e
salve as quantidades em uma planilha ou tabela no CAD mesmo.
Para as fiações, tendo em mãos estes trechos das tubulações, verifique as fiações que
passam dentro deste eletroduto e veja no quadro de cargas ou unifilar a bitola da
mesma para relaciona-la na sua lista de materiais, então acrescente uma margem de
segurança (sugerida 10%).
Outros itens que devem ser lembrados na lista de materiais, pois não tem
representação gráfica na planta baixa elétrica, é o disjuntor termomagnético (DTM)
e Dispositivo DR.
Fios precisam ser identificados no projeto quanto ao tipo (fase, neutro, terra). Esta
identificação é feita normalmente pela cor, e neste caso a norma indica um padrão
de cores para fiação elétrica. Faça a lista destes fios seguindo este padrão de cores:
Neutro: Azul claro;
Proteção (fio terra): Verde (ou verde e amarelo);
Fase: Vermelho, preto ou marrom;