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ESCOLA MUNICIPAL LIDIMANHA AUGUSTA MAIA – 2009 – 9º ANO – 3º BIMESTRE

ATIVIDADE DE PORTUGUÊS – Prof.ª Lucinéa Mendes


Texto e interpretação
Leia o texto abaixo com atenção.
Piscina
Fernando Sabino
Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, cercada de jardins e
tendo ao lado uma bela piscina. Pena que a favela, com seus barracos grotescos se
alastrando pela encosta do morro, comprometesse tanto a paisagem.
Diariamente desfilavam diante do portão aquelas mulheres silenciosas e magras, lata
d´água na cabeça. De vez em quando, surgia sobre a grade a carinha de uma criança, olhos
grandes e atentos, espiando o jardim. Outras vezes eram as próprias mulheres que se
detinham e ficavam olhando.
Naquela manhã de sábado, ele tomava seu gim-tônica no terraço, e a mulher um
banho de sol, estirada de maiô à beira da piscina, quando perceberam que alguém os
observava pelo portão entreaberto.
Era um ser encardido, cujos molambos em forma de saia não bastavam para defini-la
como mulher. Segurava uma lata na mão, e estava parada, à espreita, silenciosa como um
bicho. Por um instante as duas se olharam, separadas pela piscina.
De súbito, pareceu à dona da casa que a estranha criatura se esgueirava, portão
adentro, sem tirar dela os olhos. Ergueu-se um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com
terror que ela se aproximava lentamente: já transpusera o gramado, atingia a piscina,
agachava-se junto à borda de azulejos, sempre a olhá-la em desafio, e agora colhia água
com a lata. Depois, sem uma palavra, iniciou uma cautelosa retirada, meio de lado,
equilibrando a lata na cabeça – e em pouco tempo sumia-se pelo portão.
Lá no terraço, o marido, fascinado, assistiu a toda a cena. Não durou mais de um ou
dois minutos, mas lhe pareceu sinistra como os instantes tensos de silêncio e de paz que
antecedem um combate.
Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa.
1. O objetivo principal do texto é mostrar o contraste entre
a) a riqueza de uns e a pobreza dos outros.
b) a esplêndida residência do casal e os barracos grotescos da favela.
c) a abundância de água na piscina e a falta de água na favela.
d) o uso da água para a diversão e o uso da água para as necessidades básicas.
e) a preocupação dos moradores e a tranqüilidade da mulher da favela.
Resolução
A alternativa a é a mais abrangente de todas. Cada uma das outras alternativas aponta apenas um
aspecto: b (aspecto moradia), c (disponibilidade de água), d (o uso da água) e e (estado
psicológico).
Resp. A
2. “Pena que a favela, com seus barracos grotescos se alastrando pela encosta do morro,
comprometesse tanto a paisagem”.
O trecho acima sugere que os barracos da favela eram
a) perigosos e tornavam a paisagem pitoresca.
b) ridículos e enfeiavam a paisagem.
c) grandes e se confundiam com a paisagem.
d) horríveis e escondiam as partes belas da paisagem.
e) mal construídos e passavam despercebidos na paisagem.
Resolução
O termo “barracos grotescos” sugere algo que não é belo, algo ridículo, representando um
grande contraste com a esplêndida residência. Resp. B
3. “Naquela manhã de sábado, ele tomava seu gim-tônica no terraço (...)”
O verbo em destaque exprime um fato
a) inacabado no momento em que é narrado. d) incerto, duvidoso.
b) concluído. e) supostamente concluído no passado.
c) passado anterior a outro fato também
passado.
Resolução
O verbo em destaque, no imperfeito do indicativo, exprime um fato em realização, inacabado no
momento em que é narrado. Resp. A
4. “De súbito, pareceu à dona da casa que a estranha criatura se esgueirava, portão adentro, sem
tirar dela os olhos”.
No trecho acima, a palavra em destaque significa
a) introduzir-se sem pedir licença. d) andar ruidosamente.
b) esconder-se silenciosamente. e) entrar cautelosamente.
c) pular disfarçadamente.
Resolução
A palavra em destaque sugere que a mulher da favela entrava, na residência do casal, com muito
cuidado, tentando não ser notada. Resp. E
5. “Ergueu-se um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com terror que ela se aproximava
lentamente (...)”
O trecho acima sugere que a dona da casa
a) imaginou que seria agredida pela mulher.
b) achou que a mulher ia pedir-lhe alguma coisa.
c) sentiu repugnância pelas roupas da mulher.
d) ficou revoltada com a sujeira da mulher.
e) ficou contrariada por ter sido interrompida em um momento de lazer.
Resolução
A dona da casa ficou aterrorizada por pensar que seria agredida pela mulher da favela. Resp. A
6. “Lá no terraço, o marido, fascinado, assistiu a toda a cena”.
Com esta frase, o autor indica que a cena, no momento em que ocorreu, provocou no marido
a) resignação. d) atração irresistível.
b) revolta profunda. e) medo
c) indignação.
Resolução
O autor não atribuiu ao marido resignação, revolta, indignação nem medo no momento em que a
cena ocorreu. O medo provavelmente veio depois, fazendo com que decidisse vender a casa.
Resp.D
7. “Não durou mais do que um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinistra como os instantes tensos
de silêncio e de paz que antecedem um combate”.
Sem alteração de sentido, o conectivo em destaque pode ser substituído por
a) e. c) todavia. e) porque.
b) ou. d) pois.
Resolução
No período apresentado, a conjunção “mas” exprime oposição, adversidade. Temos em a – adição,
em b – alternância, em d e e – explicação. Resp. C
8. Assinale a alternativa que apresenta a palavra que define a reação da dona de casa e a palavra
que define a reação da favelada, respectivamente.
a) Indiferença; amabilidade. d) Generosidade; egoísmo.
b) Medo; provocação. e) Cordialidade; agressividade.
c) Paciência; impaciência.

Resolução
Durante o “confronto”, a dona de casa revelou-se amedrontada com a situação, já a favelada foi
desafiadora, provocadora.
R: B
9. “Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa”.
A atitude tomada revela que o proprietário
a) temeu que a água da piscina ficasse contaminada.
b) achou mais justo a piscina ser usada para abastecer os favelados de água.
c) previu que a piscina ficaria vazia depois de abastecer a favela de água.
d) temeu um confronto mais direto e sério com os favelados.
e) intimidou-se com a exigência dos favelados para entrarem sem permissão na casa.

Resolução
A atitude do proprietário indica que, após a invasão da mulher, ele ficou temeroso, achando que os
favelados pudessem seguir o exemplo e também decidirem invadir a sua residência. Resp. D

10. A vírgula foi usada para separar o mesmo termo sintático em todos os períodos, EXCETO em
a) “Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, cercada de jardins e tendo ao
lado uma bela piscina”.
b) “De vez em quando, surgia sobre a grade a carinha de uma criança (...)”
c) “(...) já transpusera o gramado, atingia a piscina, agachava-se junto à borda de azulejos (...)”
d) “(...) iniciou-se uma cautelosa retirada, meio de lado, equilibrando a lata na cabeça (...)”
e) “Lá no terraço, o marido (...)”

Resolução
Em a, b, d e e, a vírgula foi usada para separar o adjunto adverbial de outros termos da oração. Em
c, foi usada para enumerar as ações da favelada. Resp. C

Texto 2 - Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de de alma


calma Eu sei, a vida não para (a vida não para não)
Até quando o corpo pede um pouco mais de
alma Será que é tempo que me falta pra perceber
A vida não para Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
Enquanto o tempo acelera e pede pressa A vida é tão rara (tão rara)
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara Mesmo quando tudo pede um pouco mais de
calma
Enquanto todo mundo espera a cura do mal Até quando o corpo pede um pouco mais de
E a loucura finge que isso tudo é normal alma
Eu finjo ter paciência Eu sei,a vida não para (a vida não para não...
O mundo vai girando cada vez mais veloz a vida não para)
A gente espera do mundo e o mundo espera
de nós

Um pouco mais de paciência


Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de


calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais

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