R: O que levou a ACADIR trabalhar no AC é o por causa da fraca
produtividades registada nos campos dos agricultores nos últimos anos, fortalecer as comunidades na conservação e gestão dos recursos naturais; as constantes mudanças climáticas que se registam na região do C. Cubango, o crescente número áreas devastadas para abrir novas lavras ou campos agrícolas, a constante perturbação dos solos, a fraca produtividade nos campos, o conflito entre homem e animal, ocupação de corredores de vida selvagem e assoreamento dos rios. Em suma as valências chaves que motivaram a ACADIR para optar no trabalho de AC é que:
Dá permanência da fertilidade do solo;
Protege o solo das erosões. Melhora a eficiência do solo. Permite usar o mesmo terreno em muito tempo. Ajuda o camponês produzir mais numa parcela mínima. Ajuda preservar a natureza, porque não haverá necessidade de abrir grandes lavras. Ajuda preservar a capacidade física do próprio camponês.
2- Qual é o problema que o trabalho com AC tenta resolver?
R: Sendo Agricultura de Conservação é a distribuição mínima do solo,
minimizar a perturbação do solo e manter a sustentabilidade do sistema seguro na agricultura.
A ACADIR achou que o trabalho de AC juntos das comunidades vai resolver os
problemas relacionados com a fome e melhorar a renda família, evitar abrir novas lavras como é habitual no seio das comunidades 3 a 3 ano, uma vez que praticando o AC o agricultor pode permanecer mais de 12 anos no mesmo espaço, evitar o conflito homem e animal (abandonar os corredores de animais selvagens), a perturbação dos solos e o abate anárquico das árvores causando a desflorestação.
3- Qual é o impacto que o AC já teve?
R: Até ao momento o AC já teve os seguintes impactos:
Organizar as comunidades em 10 Cooperativas, 18 Comités de Gestão
Comunitários, 3 Fóruns Transfronteiriços e 3 CBOs; Garantir a segurança alimentar e aumento da renda familiar; Exp: onde colhiam 700 kg em 2015 hoje já se colhe mais de 3.500 kg principalmente as culturas de milho, feijão-frade e Massambala; 388 Agregados familiares nas comunidades locais nos Parques Nacionais de Mavinga e Luengue Luiana apostam no uso do estrume orgânico; Resiliência aos efeitos das mudanças climáticas; Melhoria da qualidade do solo como por exemplo o uso do mulching, rotatividades de semente, uso de plantas com poder de dar fertilidade dos solos e a mucuna; Ingresso de novos membros nas Cooperativas Agrícolas e adaptação das práticas de AC nas lavras individuais; Solicitações por parte das administrações locais e entidades tradicionais para expandir o modelo de AC nas suas localidades devido ao impacto que as comunidades seleccionadas pelos projectos.
4- Porque é importante o envolvimento das mulheres no trabalho de AC
mencionado no poste? Que impacto elas tem tido?
R: É importantes envolver as mulheres na prática de AC porque acabam de ser
as pessoas que menos imigram, incluir as mulheres nas actividades de geradora de rende familiar, equilíbrio do género na tomada de decisões e incluir as mulheres na participação cívica, enquadrar as mulheres todos nas actividades de Fóruns Comunitários e Cooperativas (isto porque, temos homens com mais de uma mulher, e sendo chefe de família pode prejudicar outro lar e haver conflitos. Por tanto optamos em enquadrar mais mulheres facilitando assim o processo de resolução de conflito comunitários).
A inclusão das mulheres em actividades de AC tem o seguinte impacto:
Crescentes números de mulheres nas actividades de AC;
Os comités com maior número de senhoras são mais intactos, porque existe poucas mudanças do pessoal; Melhor participação nas actividades de campo; Registo do cumprimento das actividades de AC não só aos associados mais também nas famílias porque tem maior poder de controlo com relação aos homens (elas ficam mais tempo com os filhos que os homens) 5- As cercas eléctricas são utilizadas apenas à volta dos campos de AC ou também em outros locais? Tem exemplos de campos de AC sem cercas? Qual é a situação em termos de conflito com a vida selvagem em casos: a) cultivo normal; AC com cercas eléctricas; c) AC sem cerca eléctrica? R: Numa primeira fase as cercas eléctricas são utilizadas apenas a volta dos campos de AC na Jamba/Luiana e Licua (297 hectares vedados), portando, no Mucusso, Mbambangandu e outras aldeias ao longo do Rio Kwandu ( Menguela, Karao, Kataha, Rungamabue e Ngambua) temos sim lavras de AC mais sem cercas eléctricas, e os estragos são fatais como em lavras dispersas, uma vez que regista-se o crescimento da população animal diariamente e como exemplo prático, em 2022 foram destruídas mais de 353 lavras.
6- Quais são as semelhanças entre as práticas de AC e as práticas
utilizadas pelas comunidades antigamente? Como é que os conhecimentos das comunidades em termos de cultivo foram utilizados para informar as abordagens da ACADIR?
R: As semelhanças mais notáveis são:
O período de preparação dos campos ou lavras é o mesmo;
A preparação das bacias são semelhantes apesar das diferenças com relação as medições das mesmas; A selecção de sementes antes de lançar; Os métodos de combater as pragas são semelhantes porque usam matérias orgânicas e árvores medicinais; Uso do estrume orgânico apesar de aplicarem de uma forma exagerada.
Os conhecimentos das comunidades em termos de cultivo têm sido utilizados
da seguinte forma: A selecção das sementes é boa porem a maneira de conservar foi melhorada uma vez que eles colocam as sementes expostas ao sol e ao fumo; igualmente utilizamos os métodos de combate as pragas que achamos estável, seguro e com poucos custos financeiros e melhorar forma de aplicação do estrume orgânico.
7- Como os conhecimentos sobre o clima das comunidades têm sido
utilizados?
Os conhecimentos locais sobre o clima têm sido utilizados para questões de
calendarização local de AC; uma vez que a calendarização nacional estima a fase inicial de lançamento das sementes nos meses de Setembro e Outubro de cada ano e ao nível local (PNLL e Mavinga) só em Novembro, quando registam sinais de estiagem, as comunidades migram ao longo dos maiores cursos de água para o consumo humano e animal;
E como alternativa praticam hortas nas zonas húmidas que também são menos produtivas causando fome, em vez das zonas altas e por norma as mais produtivas;
Optam na recolha de frutas silvestres, comercialização de carvão devastando
as florestas, Comercialização de carne de caça e do pescado.