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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

SAMUEL CRISPIM VALERIANO DE LIMA

Recife
2022
A priori, ao analisar os capítulos da modernidade, nota-se que a fixação do
capitalismo pós revolução industrial acarretou uma série de mudanças nos campos
sociais, políticos e econômicos. A busca pelo lucro exacerbado e
consequentemente a busca por novos mercados consumidores fez gerar uma
procura incessante por territórios inéditos, vistos de maneira oportuna por vários
países europeus da época. Porém, é válido destacar que essas visões
expansionistas não surgiram na modernidade, existiram antes disso, grandes
impérios que marcaram épocas.
Antes de qualquer reflexão acerca de determinado assunto, é importante
entender os conceitos que o cercam. Dessa maneira, o primeiro seria o conceito de
império que a depender do contexto pode significar mais de uma coisa. Em primeiro
plano, entende-se império como uma forma governamental, como visto durante o
reinado de D. Pedro I e posteriormente D. Pedro II no Brasil. Mas, além disso, a
palavra império pode significar um território de grande extensão territorial.
No sentido governamental, o império tem como figura central o imperador, um
monarca dotado de uma autoridade total, cujo poder assegura o controle social,
político, econômico e até militar. Cabe reforçar que os impérios em sua maioria
investiram pesado em seus exércitos, uma vez que se alinhavam a essa política
expansionista e necessitavam de exércitos cada vez mais preparados para o
combate. Somado a isso, uma outra forte característica desse tipo de Estado é a
imposição da sua cultura às nações dominadas. A esse expansionismo dá-se o
nome de imperialismo, que apesar de ser um conceito da modernidade, é utilizado
para analisar tais movimentações que ocorreram na antiguidade.
Como já descrito anteriormente, inúmeros impérios surgiram ao logo do
tempo, como por exemplo o Império Mongol que é reconhecido como o maior
império em questão territorial, cuja fundação e liderança atribui-se ao imperador
Gengis Khan. Ou o Império Romano que se destacou com um exército poderoso e
dotado de uma organização excepcional, tanto militarmente quanto politicamente.
Porém, nosso foco se fará na noção imperialista entre os gregos.
Dessa forma, ao analisar o período clássico da Grécia Antiga, nota-se que
movimentos imperialistas começaram a florescer em território grego, haja vista que
estamos falando de um período no qual as cidades-estados gregas estavam
sofrendo com as investidas persas. Dentre as pólis, Atenas e Esparta
representavam uma resistência mais expressiva. Essa guerra Greco-Persa foi um
reflexo da política expansionista dos persas com o fito de dominar territórios gregos
a fim de alcançar o controle comercial do Mar Egeu. Um ponto importante a
destacar é que mesmo havendo uma aliança entre Atenas e Esparta, sua aliança
tinha como principal objetivo a defesa territorial e não disseminar e impor a sua
cultura a outras nações.

Já no período helenistico, a civilização grega passou por uma série de


mudanças significativas. Na obra " Os limites da Helenização" elaborada por
Momigliano, o autor foca sua análise justamente nesse período, haja vista que
nessa época os movimentos imperialistas no mundo grego se intensificaram.
O período helenistico diz respeito à época entre os séculos III e II a.C. Foi
durante essa época que os Macedônios desenvolveram uma investida militar para
dominar o território Grego. Os Macedônios não eram bem vistos pelas pólis gregas,
não os consideravam nem como povo grego.
Uma importante figura desse período foi Alexandre Magno, ou popularmente
chamado de Alexandre, o Grande. Como o próprio nome sugere, Alexandre
alcançou lugar de destaque, seus feitos foram responsáveis por anexar diversos
territórios, constituindo o maior império do período antigo. É importante destacar que
durante esse período a cultura grega foi expandida para os territórios de seu
domínio, como por exemplo pelo Egito, Pérsia e Mesopotâmia.

"A importância perene de Alexandre está mais no campo do debate


moral e filosófico do que na política prática (...). O debate acerca da
legitimidade durou apenas uma geração. Depois disso, Alexandre foi um
símbolo e nada mais. Durante as eras seguintes, ele tipificou o conquistador
do mundo, e suas aquisições territoriais foram uma inspiração duradoura e
um desafio para os soberanos que o sucederam." (A. B. Bosworth)

Por fim, atualmente em um contexto totalmente diferente do da Grécia antiga, o


imperialismo atual se "camufla" diante do cenário globalizado e democrático atual,
no entanto esse tal imperialismo está em constante atuação, de forma ainda mais
estratégica. Ao analisar a história dos Países que atualmente são conhecidos como
sendo de primeiro mundo, nota-se que parte da sua estabilidade econômica atual se
construiu em cima de países subdesenvolvidos. Prova disso, é os Estados Unidos
que intervém em diversas nações que apesar de tidas como independentes estão
sujeitas à vontade estadunidense. Vale ressaltar que essa política dos países mais
desenvolvidos passa despercebido por constituições e órgãos internacionais, nota-
se que é algo preocupante e que por muitas vezes passa despercebido pela massa.

Referências bibliográficas

GREEN, Peter. Alexandre, o Grande e o período helenístico. 1° edição. Editora


Objetiva. Setembro de 2014.

MOMIGLIANO, ARNALDO. Os limites da Helenização: A interação cultural das


civilizações grega, romana, céltica, judaica e persa. 1 Edição. Jorge Zahar.
1991.

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