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Atividade do documentário Absorvendo o Tabu

Professora: Emanuelle das Dores Figueiredo Socorro


Estudante: Milene Francisca Coelho Sobreira Matrícula: 22021

1) No texto “a autonomia possível”, Guattari aponta que a autonomia apenas é


possível ser pensada a partir da ruptura com as significações dominantes. A
partir do documentário “Absorvendo o Tabu”, é possível pensar a
autonomia no grupo? Justifique.

Sim. Na medida que as mulheres do documentário tiveram a oportunidade de


problematizar o tabu da menstruação a partir do acesso ao conhecimento elas
puderam tecer rachaduras nas significações dominantes. A formação do grupo, a
fabricação dos absorventes possibilitaram aquelas mulheres construírem novas
significações sobre seus corpos, ampliarem suas possiblidades de trabalho (antes
reduzida ao trabalho doméstico) e almejar outros lugares como a jovem que queria
ser policial e sua manifestação do desejo não de se casar. Ao terem a possibilidade
de refletirem sobre a menstruação podemos perceber duas rachaduras nas
significações dominantes: a compreensão do corpo da mulher e dos lugares sociais
que elas podem ocupar. Esse movimento potencializa a autonomia das mulheres do
grupo e que ao saírem para divulgar e vender seus produtos puderam compartilhar e
levar outras possiblidades paras mulheres da comunidade local. O grupo também
possibilitou que alguns homens também problematizassem as significações
dominantes.

2) Guattari coloca que acabamos sempre voltando aos três cercos


fundamentais, quando tratamos da questão grupal: o da repressão social, o da
segmentariedade dos grupelhos e o sobreinvestimento inconsciente do “ideal de
grupo”. Com isso, pensar a autonomia requer combater os aspectos mencionados.
O sobreinvestimento inconscientes do ideal de grupo significa as exigências que
eles impõem para que as pessoas sejam aceitas. Analise estes três aspectos no
documentário refletindo como eles atravessam o funcionamento do grupo.

A repressão social, pode ser visualizada no grupo (aqui a comunidade na qual


aquelas mulheres estão inserida) na visão limitada do corpo da mulher, a visão da
menstruação como algo impuro essa repressão não se dá somente no corpo, mas
também se configura no lugar social atribuído as essas mulheres.
Segmentariedade dos grupelhos: pode ser visualizado de como clara e
excludente a divisão entre homens e mulheres. No acesso a informação (os homens
sabiam o que era a menstruação e a maioria das mulheres não podiam e não sabiam o
que acontecia com elas), também essa segmentação pode ser visualizada na questão do
trabalho.
Sobreinvestimento inconsciente do ideal do grupo: o casamento como única
possiblidade da mulher, o não falar sobre algo que é natural do funcionamento do corpo
da mulher, o tabu sobre essa assunto, a submissão as normas de não entrar no templo no
período do ciclo menstrual.

3) - Um dos grandes desafios para o trabalho com grupos ou quando se fala de


grupos é conseguir desconstruir a lógica da identidade, da unidade para a
da multiplicidade, heterogeneidade. Quais são os atravessadores
(composição de forças que dificultam) e quais são as transversalidades
(composição de forças que impulsionam) que operam para a construção do
grupo sujeito?
Compreendo que os alguns dos atravessadores são: a tradição os
costumes arraigados e cristalizados. O receio do conflito, do questionamento e
da mudança. O hábito, a repressão, o desejo de pertença (o que pode impedir a
subjugar as determinações do pensamento geral). Já as transversalidades (forças
que impulsionam) compreendo que seja o acesso ao conhecimento, a
oportunidade de problematizar o que está posto, acolhida ao conflito, as ideias
diferentes, o respeito ao diverso e contraditório, alternâncias das lideranças –
lideranças compartilhadas.

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