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Curso: Letras

Disciplina: Literatura de Língua Portuguesa IV

Semestre: 2017/1 – 2º Bim

Memória de Elefante

António Lobo Antunes nasceu em Benfica, freguesia de Lisboa, a 1 de


Setembro de 1942, licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da
Universidade de Lisboa.Foi médico militar durante a guerra colonial entre 1971
e 1973 e após o cumprimento do serviço militar, Lobo Antunes especializou-se
em psiquiatria, tendo exercido a especialidade durante alguns anos no Hospital
Miguel Bombarda até a abandonar por completo em favor da literatura.

Em 1979 publicou seu primeiro livro, Memória de Elefante que narra


um dia da vida de um médico psiquiatra desde a manhã de até a madrugada
do dia seguinte. Sente-se solitário e carreaga muita mágoa e saudade de sua
mulher e suas duas filhas , de quem está separado. O que não deixa de repatir
ao longo do livro.

Mesmo sendo narrado em somente um dia, o psiquiatra , graças a sua


memoria de elefante, volta constantemente ao seu passado, nos tempos de
guerra, e na sua infância. Passado que deixou muitas marcas em sua mente,
que perturbam seu presente.o psiquiatra questiona-se por algumas vezes
durante o livro: “Quando é que me fodi?”. Não se sente capaz de tratar os
doentes, pois diz que também é um doente, a solidão e a imcompreenssão de
seu presente o incomodam.Numa constante busca de sentido para a própria
vida, ele afoga-se em suas inúmeras duvidas, ficando deprimido e não
encontrando respostas.

Um livro muito denso, onde por inúmeras vezes o narrador se faz o


personagem e vice-versa, necessita de muita concentração e se necessário
idas e vindas no enredo para que haja uma melhor compreensão. Trata de um
assunto muito comum aos enredos e aos dias de hoje, a crise
existencial,embora escrito de maneira bem única o tema não é inédito mas
bem relevante, afinal, inúmeras são as pessoas que sofrem com este
problema, que ao buscarem um sentido para a própria existência, seja voltando
ao seu passado ou no seu presente,acabam não o encontrando e afogando-se
em suas mágoas. Investem tudo que podem naquilo que acreditam que lhes
trará respostas, há os que não perdem as esperanças vivem numa constante
luta, mas há também aqueles que desistem e vivem essa solidão.

No livro o psiquiatra julga-se egoísta e covarde, pois mesmo sofrendo e


querendo mudar a situação, não consegue entregar-se e demonstrar seu amor
aqueles a quem ama. Ao final do livro ele continua nessa busca pelo sentido de
sua existência.
Referências:

-ANTUNES, António Lobo. Memória de elefante. Rio de Janeiro:


Objetiva, 2006.

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