Material Digital do Professor

Ciências – 6º ano
3º bimestre – Sequência didática 2

Viagem ao centro da Terra

Duração: 4 aulas
Referência do Livro do Estudante: Unidade 2, Capítulos 7 e 8

Relevância para a aprendizagem

O tema desta sequência didática é uma referência a Viagem ao Centro da Terra, obra literária
homônima de Julio Verne, precursor da literatura moderna do gênero de ficção científica. Essa obra inclui
dados sobre geologia, mineralogia e paleontologia, temas abordados por esta sequência. A sequência
didática propõe o desenvolvimento do pensamento científico, de maneira crítica e interdisciplinar. A
riqueza de descrições que o autor Julio Verne utiliza em sua obra permite ampliar o repertório cultural
do aluno, além de aprofundar seus conhecimentos relacionados à estrutura da Terra.

Objetivos de aprendizagem
• Estudar as camadas que estruturam a Terra e identificar suas características.
• Explorar o estudo de Ciências de modo interdisciplinar por meio de uma obra literária.

Competências gerais e específicas (BNCC)

Competências
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes
áreas.
Gerais 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da
produção artístico-cultural.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano e o
conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos

Específicas relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também
as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer
perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das Ciências da Natureza.
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Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Objeto de conhecimento Habilidade
Forma, estrutura e movimentos da (EF06CI11) Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da
Terra estrutura interna à atmosfera) e suas principais características.

Desenvolvimento
Aula 1 – Compreendendo as camadas que estruturam a Terra
Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos)
Local: sala de aula
Organização dos estudantes: cada estudante deverá permanecer em sua carteira.
Recursos e/ou material necessário: quadro de giz, giz colorido, caderno e canetas coloridas para anotação.

Proponha aos estudantes que façam um levantamento dos elementos que compõe o planeta
Terra. Espera-se que eles respondam “rios”, “montanhas”, “ar”, “animais”, ou muitos outros exemplos.
No quadro de giz, faça uma lista das palavras ditas por eles, organizando-as em quatro espaços que
deverão corresponder a: biosfera, atmosfera, hidrosfera e litosfera. Contudo, para o início dessa aula,
sugere-se não escrever no quadro esses nomes. Escreva as palavras mencionadas pelos estudantes
nesta lista, de acordo com as classificações.

Pode ser que o repertório dos estudantes se esgote cabendo a você instigá-los com algumas
perguntas, por exemplo: “Onde colocaríamos os vulcões na nossa lista?”. Outros questionamentos válidos:
“Onde podemos colocar a areia do mar?”, “E a água dos rios?”, “E a água das chuvas?”, “E as plantas?”.

Finalize o levantamento colocando no topo de cada coluna, com giz colorido e letra maiúscula,
títulos que classificam em qual camada da Terra os itens listados se encontram: “rios” = HIDROSFERA;
“montanhas” = CROSTA; “ar” = ATMOSFERA; “animais” = BIOSFERA. Peça aos estudantes para
anotarem em seus cadernos as classificações listadas e aproveite a oportunidade para definir essas
camadas que compõe a Terra a partir da formação das palavras: “HIDRO” = água (grego), “CROSTA”
(do latim crustan), “BIO” = vida (grego), “ATMOS” = vapos/ar (grego) e “ESFERA” = sphaîra = globo
(grego). Explore as pricipais características essenciais de cada uma delas. Vale a oportunidade para
informar que a parte inferior da crosta e a parte superior do manto, formam a litosfera, onde se
encontram as placas tectônicas.

Ao falar de hidrosfera comente com os estudantes os percentuais de água doce e salgada do

planeta. Sobre a crosta, comente que se trata do revestimento sólido da Terra. Se considerar oportuno,
apresente para os estudantes um esquema que mostra as camadas que compõem o planeta Terra,
disponível em: <http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1719&event
o=6#menu-galeria> (acesso em: set. 2018).
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Além de avaliar o conhecimento prévio dos estudantes, esta atividade permite que os
estudantes exponham suas ideias e troquem informações com seus pares. Além disso, destaca-se a
importância do significado e da etimologia das palavras usadas no vocabulário das Ciências.

Esta primeira aula da sequência didática fornece subsídios conceituais, procedimentais e

atitudinais aos estudantes para a realização da próxima etapa.

Aulas 2 e 3 – Quebra-cabeça de leitura

Duração: 2 aulas (cerca de 90 minutos)
Local: sala de aula
Organização dos estudantes: agrupados em trios, com as carteiras organizadas nas laterais da sala de aula, de frente para
o quadro de giz ou ou para a mesa do professor (caso o número de estudantes da classe não for compatível para a formação
em trios, podem ser agrupados em duplas).
Recursos e/ou material necessário: papel cartolinas ou folhas de cortiças, canetas hidrográficas coloridas ou giz de cera,
marca-texto, régua ou tesoura com pontas arredondadas, fita dupla-face, livro Viagem ao centro da Terra, folha de controle
da numeração dos parágrafos selecionados para a atividade, saco plástico ou de pano.

Atividade 1: Distribuição e leitura das peças do quebra-cabeça (45 minutos)

Sugerimos que, se possível, faça a leitura prévia da obra Viagem ao centro da Terra, do escritor
francês Julio Verne. Essa obra, considerada um clássico da literatura mundial, é um conto de ficção
científica lançado em 1864. A seguir, confira trechos transcritos da obra, que deverão ser preparados
em pedaços de papel para montagem de um quebra-cabeças.

Os pedaços de papel contendo os trechos selecionados deverão ser numerados em sequência

(1, 2, 3, etc.), dobrados, colocados em um saco (plástico ou de pano), em que cada grupo deverá
sortear um papel. Abaixo, um exemplo de trecho selecionado:

(1) Apesar dos defeitos de meu tio, eu nunca deixarei de afirmar que ele era
um sábio. Apesar de muitas vezes partir as suas amostras e fazer as
experiências com bastante força, ele juntava ao gênio do geólogo a visão
do mineralogista. Com o seu martelo, a sua talhadeira de aço, a sua agulha
com ímã, o seu maçarico de sopro e o seu frasco de ácido nítrico, era de
fato um homem muito forte. Pela resistência à fragmentação, aspecto,
dureza, som, cheiro e gosto de um mineral qualquer, ele o classificava sem
hesitar entre as seiscentas espécies conhecidas pela ciência.
Capítulo 1 – Tradução do autor.

O trecho acima recebe a numeração sorteada (1), sendo a primeira peça do quebra-cabeça.

Essa codificação sugerida é um guia para a sequência que será montada nas cartolinas (ou
cortiças) que estarão posicionadas, primeiro no quadro de giz, depois na parede da sala.
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O trecho acima foi selecionado porque permite diferenciar a geologia da mineralogia. Por meio
dele é possível fazer alguns questionamentos para turma: “O que um geólogo faz?”; “Qual é a função
de um mineralogista?”; “Uma agulha é um ímã?”; “Quais as características podem ser analisadas em
uma rocha?”.

A seguir, outro trecho para ilustrar mais uma opção de abordagem:

(2) A Islândia não contém terreno sedimentar, é composta unicamente de

porção vulcânica, um aglomerado de pedras e de rochas de textura
porosa. Antes da existência dos vulcões, era feita de um maciço
subterrâneo, lentamente erguido acima das ondas pelo impulso das forças
centrais. Os fogos interiores ainda não tinham provocado erupções.
Capítulo 15 – Tradução do autor.

Esse segundo trecho foi selecionado, na sequência da montagem das cartolinas, por
possibilitar a discussão dos seguintes temas: diferenciação entre um terreno sedimentar e vulcânico;
diferenciação de lavas e magma. Para tratar sobre esses temas podem ser propostos os seguintes
questionamentos: “O que são as forças centrais que originaram um maciço subterrâneo de terreno
sedimentar?”; “O que são os fogos interiores que provocam as erupções vulcânicas? Como esses fogos
foram formados?”.

Para finalizar, sugere-se o seguinte trecho:

(3) – Sim – respondeu o professor, continuando as suas observações – e você

vê que estes peixes fósseis não têm qualquer identidade com as espécies
atuais. Ora, apanhar um desses seres vivos é uma verdadeira felicidade para o
naturalista! [...]

– Gênero dos Pterychitis, iria jurar! Mas este tem uma particularidade que se
encontra entre os peixes das águas subterrâneas.

– Qual?

– É cego!
Capítulo 31 – Tradução do autor.

O último trecho foi selecionado para a montagem da sequência em cartolina devido a

importância dos fósseis e da ocorrência das abissais. Questionamentos sugeridos: “O que é um fóssil?”;
“O estudo dos fósseis está ligado à astronomia ou à paleontologia?”; “O que falta em águas
subterrâneas para que um peixe fique cego?”.

É importante que os trechos selecionados tenham uma sequência narrativa e abordem

temáticas já conhecidas pelos estudantes. A sequência narrativa fará com que os estudantes, mesmo
sem terem lido o livro, possam ter contato com a obra e, por meio do quebra-cabeças, elaborar um
produto final: um relato de expedição.
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Aplicação: Todos os grupos devem sortear um único trecho para todos os seus participantes. Peça aos
grupos que leiam o trecho sorteado somente para eles mesmos, de modo a se apropiar do vocabulário.
Como a obra foi escrita no século XIX, os estudantes entrarão em contato com um vocabulário mais
elaborado, próprio da época em que a obra foi escrita. Em seguida, convide-os para que um
representante do grupo leia em voz alta o trecho sorteado. Neste momento, a oralidade ganhará espaço.

Atividade 2: Montando o quebra-cabeça (45 minutos)

Comece a montagem do quebra-cabeça assim que for sorteado o primeiro código da

sequência. Peça a um aluno de cada grupo para fixar, com o auxílio de clipes, seu trecho em uma
cartolina/cortiça seguindo a ordem dos capítulos do livro. Assim que o último grupo colocar a sua parte
nas cartolinas/cortiças peça silêncio e faça a leitura, em voz alta, de todos os trechos, de forma
sequencial, com entonação de voz adequada a cada passagem. Ao completar a atividade com os
estudantes, faça um resumo da história do livro e reforce a importância da leitura completa da obra
para o estímulo do estudo das Ciências.

Assim que as cartolinas estiverem completas e identificadas peça aos estudantes que ajudem
a transferir a sequência montada nas cartolinas/cortiças na parede escolhida para a exposição do
painel. Os grupos devem completar o painel, elaborando pequenos tópicos referentes a cada trecho
do texto com o conteúdo científico correspondente já estudado.

Após a confecção do painel de leitura, se possível, exponha o material em outros locais da

escola para que toda a comunidade possa realizar a leitura dos trechos de estudo.

Aula 4 – Relato de expedição

Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos)
Local: sala de aula
Organização dos estudantes: em trios.
Recursos e/ou material necessário: quadro de giz, giz colorido, caderno e canetas para anotação e escrita do relato.

Após esse contato dos estudantes com trechos da obra Viagem ao centro da Terra e a
apresentação do relato sobre o resumo da obra, deixe à disposição dos estudantes o esquema das
camadas que compõem o planeta Terra apresentado na aula 1. Organize os estudantes novamente em
trios e proponha que façam, em forma de um relato de expedição, as suas próprias versões de Viagem
ao centro da Terra. Antes da elaboração do texto, oriente-os a refletir e discutir, em conjunto, sobre
as seguintes questões que devem ser contempladas:

• Qual será o nome e objetivo dessa expedição ao centro da Terra?

• Por onde e como a expedição vai iniciar a sua jornada?
• Que camadas da Terra serão exploradas?
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• Que dados serão coletados pela expedição ao longo dessa jornada, como temperatura nas
camadas, presença de materiais líquidos ou sólidos, entre outros?
Após a decisão sobre as questões acima, os estudantes devem elaborar juntos a melhor forma
de explicar essa expedição em um relato e apresentá-lo para o resto da turma.

A própria elaboração do relato pode ser utilizada como ferramenta de avaliação da

compreensão dos conteúdos conceituais e do desenvolvimento da expressão por linguagem escrita de
forma criativa.

Aferição do objetivo de aprendizagem

A aferição da aprendizagem pode ser realizada durante a atividade coletiva da aula 1, de
acordo com a organização das informações citadas pelos estudantes nas colunas que representam as
camadas da Terra, para verificar a compreensão sobre essa temática. Complementarmente, podem-
se avaliar as correlações que os estudantes fazem entre os trechos do texto da obra analisada com os
conteúdos científicos estudados. Por fim, a aferição da aprendizagem pode ser realizada por meio da
análise da coerência dos relatos produzidos pelos estudantes.

Sugerimos, ainda, que seja solicitado aos estudantes que escrevam uma autoavaliação,
atribuindo a eles mesmos um conceito (ABCDE) ou nota (0-10) que contemple os seguintes quesitos:
o que gostaram e o que não gostaram da atividade feita em sala; participação; pontos que precisam
melhorar; interação com o grupo durante a atividade; e outros pontos que você achar relevante. A
autoavaliação será útil para os estudantes (sua percepção de conhecimento, avanços e onde precisam
melhorar), bem como para você (rever sua prática, adequação da atividade à sua realidade, verificação
de atitudes e procedimentos seus e dos estudantes).

Questões para auxiliar na aferição

1. Veja o título da matéria publicada em um site de notícias brasileiro:

No Havaí, lava do vulcão Kilauea engole floresta, estradas e carros

Portal G1. No Havaí, lava do vulcão Kilauea engole floresta, estradas e carros. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2018/05/no-havai-lava-do-vulcao-kilauea-engole-floresta-estradas-e-carros.html>. Acesso em: 11 set. 2018.

• Muitas pessoas confundem lava e magma. Explique, brevemente, a principal diferença entre
eles.
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2. Em nossas aulas tivemos a chance de conhecer a obra Viagem ao centro da Terra, de Julio Verne.
Conhecemos algumas informações novas e reforçamos muitas informações que já sabíamos. Sobre
a obra, o autor e o que foi estudado, foram feitas as seguintes afirmações por um aluno:

I. A obra, escrita no século XX, relata uma viagem de férias feita por um tio e um sobrinho ao
centro da Terra.

II. Na viagem, o tio e o sobrinho exploram uma cratera que está localizada na Islândia.

III. Durante a exploração, o tio encontra fósseis. Os fósseis são estudados por astrônomos.

IV. Os personagens encontram peixes cegos, chamados de abissais. São cegos por estarem em
grandes profundidades, onde a luz não penetra.

V. O sobrinho, em determinada passagem, já dentro da cratera e a uma grande profundidade,

sentia um “calor tórrido”, mas percebia que não vinha do Sol. Concluiu que o calor vinha do
interior da Terra, pois estavam se dirigindo a uma região próxima do núcleo.

Sobre as afirmações feitas pelo aluno, quais estão corretas?

a) I, III e V.
b) I, II e V.
c) II, IV e V.
d) III, IV e V.

Gabarito das questões

1. Magma é o material rochoso que se encontra fluido, pastoso e incandescente pelas altas
temperaturas do manto. Ao ser expelido, o magma entra em contato com as baixas temperaturas
no exterior, perdendo seus componentes voláteis e se transformando em lava.

2. Alternativa c. A afirmativa I está incorreta – a obra foi escrita no século XIX e não há como chegar
ao centro da Terra; a afirmativa III está incorreta – fósseis são estudados por paleontologistas.