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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE ECONOMIA

DANIEL DA SILVA CITELLI PEREIRA

OS IMPACTOS CAUSADOS PELO ESTOURO DA BOLHA IMOBILIÁRIA


NORTE-AMERICANA NO SETOR DE EXPORTAÇÃO BRASILEIRO EM
2008.

JUIZ DE FORA - MG
2022
DANIEL DA SILVA CITELLI PEREIRA

OS IMPACTOS CAUSADOS PELO ESTOURO DA BOLHA IMOBILIÁRIA


NORTE-AMERICANA NO SETOR DE EXPORTAÇÃO BRASILEIRO EM
2008.

Projeto de pesquisa apresentado ao curso


de Ciências Econômicas da
Universidade Federal de Juiz de Fora,
como requisito parcial à obtenção do
título de bacharel em Ciências
Econômicas.

Orientador:
Co-orientador:
JUIZ DE FORA – MG
2022

1 INTRODUÇÃO

A globalização teve um papel fundamental para que as trocas internacionais fossem


possíveis, uma vez que, junto da abertura e da integração comercial, facilitou o acesso a
novos mercados, as mais diversas ofertas de produtos e, principalmente, ao
conhecimento e ao intercâmbio de novas ideias (SARQUIS, 2011 ). A crise financeira e
econômica de 2008 afetou substancialmente estas trocas internacionais e os países
sofreram com um déficit enorme em seus setores de alta dependência de importações e,
em setores com ofertas valiosas de exportações. Entre 2000 e 2010 o mercado
imobiliário americano crescia de forma exponencial, com taxas de juros registradas a
0,25% a.a. (FED - Federal Reserve) chegando a patamares históricos, e pela lei da oferta
e demanda (Smith), essas taxas incentivaram a demanda e o setor tornou-se atrativo.
Após alguns anos de expansão, o aumento dos juros na economia dos Estados Unidos
fez com que os preços dos imóveis começassem a cair, trazendo inadimplência e
desaceleração do mercado americano, prejuízos aos fundos e bancos, além de atrasos na
quitação de dívidas por parte dos envolvidos no setor imobiliário (PATU, 2008). Numa
rede global de comercializações, esta situação influenciou grandes e pequenos mercados
em todo o mundo. No Brasil, os anos que antecederam à crise de 2008-2009 foram
positivos para as grandes empresas, com o aumento de ativos e queda no endividamento
(GRUPO DE CONJUNTURA DA FUNDAP, 2009). Um dos setores da economia
brasileira que mais sofreu com a crise de 2008-2009 foi o industrial, sua produção caiu
30,4% de setembro de 2008 a março de 2009, segundo relatório do grupo de estudos do
setor elétrico (GESEL) para o mês de junho de 2009. Para o Brasil, além de dizimar as
exportações, a crise também impactou sobre a taxa de câmbio, que sofreu uma grande
desvalorização. De acordo com Lopes et al. (2016, p. 107): “O Brasil também foi
afetado pela crise, presenciando queda significativa na cotação de suas empresas, no
consumo do país e redução no volume de empréstimos adquiridos.” Com isso, o país foi
classificado como investimento de alto risco, gerando assim, uma considerável fuga do
capital estrangeiro (recurso), em consequência, a queda da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
Mediante a essas afirmações, o trabalho, busca analisar os reflexos da crise imobiliária
dos EUA nas exportações brasileiras, e como isso afetou nossa economia em 2008.
Além disso, expor as políticas comerciais e cambiais adotadas pelos governos da época
e, apresentar as expansões e retrações do comércio exportador e importador.

O quadro econômico em que o Brasil se encontra é fruto de negociações ocorridas sobre


condições, internas (economia de proteção – relações sociais de produção, circulação e
distribuição de bens materiais que visam atender as necessidades humanas, além disso,
aspectos estruturais e macroeconômicos) e externas (negociações multilaterais ou
regionais que o Brasil esteja envolvido), desde o início das implementações de políticas
comerciais, que tiveram início na década de 90, no Governo Collor, passou por FHC e
se manteve em Lula (ABREU, 2001). Em uma ótica progressiva, temos
respectivamente, pelos governos destacados acima, a iniciação, a ampliação (com
estímulos às importações) e por fim, as políticas comerciais e cambiais que visavam os
incentivos às exportações. Esta, que foi intensificada pós-crise.

As análises que surgiram após a crise econômica de 2008 avaliam a perda da economia
mundial em 2,2 trilhões de dólares em ativos já no ano seguinte ao estouro da bolha
imobiliária. Isto faria dela a maior crise do capitalismo globalizado. As mudanças
ocasionadas pelo estouro da bolha norte-americana tiveram influências sobre a
economia internacional como um todo, porém, em uma primeira ótica, não afetou
diretamente e de forma rígida a economia brasileira. Essa, que só veio a sentir abalos
meses depois (Kotz e Angeli) para o Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão
(SIEPE). Com isso, é de interesse analisar, como as exportadoras de comodities
brasileiras lidaram com a crise? Houve aumento ou declínio nas exportações? As
exportações influenciaram a economia como um todo?

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Pretende-se, ao longo da pesquisa, analisar os impactos que o estouro da bolha norte-


americana produziu nas exportações brasileiras em 2008.

2.2 Objetivos específicos


a O estudo persiste em verificar se alterações criadas nas políticas adotadas pelos seus
respectivos governos alteraram de forma positiva ou prejudicial para a economia do
país.
b Comparar os governos e políticas vigentes da época entre os anos que se passaram a
crise;
c Apresentar as expansões e retrações do comércio exportado e importado.
d Analisar a política cambial, pois ela influência de forma direta, o fluxo de comércio
internacional, uma vez que o câmbio interfere diretamente nas exportações e
importações.

3 JUSTIFICATIVA

A crise econômica e financeira de 2008 impactou diretamente no comércio


internacional, e o mundo sofreu uma redução significativa nos fluxos de exportação e
importação. Atualmente ainda há incertezas sobre as consequências dessa crise para o
mundo em diversos aspectos. Apesar de ainda ser difícil quantificar seus frutos, já é
possível identificar os efeitos em termos de abertura comercial e movimentos de
liberalização no mundo. A importância do estudo realizado tem como foco, demonstrar
de maneira geral, os caminhos que os governos da época utilizaram para solucionar os
déficits nos setores de exportações e importações. Além de elucidar os procedimentos e
os modelos aplicados para amenizar os impactos financeiros originário do baixo nível
de comércio brasileiro. O estudo ajuda a compreender o grau de abertura comercial do
Brasil no período da crise e assim, auxilia em futuras tomadas de decisões frente a
novas recessões econômicas.

4 METODOLOGIA

Atualmente, com o mundo interligado em diferentes ramos de setores e atuações, a


abertura comercial pode ser um indicador de grande potencial de determinada
economia. Durante este trabalho o modelo usado para medir o grau de abertura do país
no período da crise será a participação dos fluxos de comércio (importação +
exportação) no PIB. O cenário do país, os impactos da crise e as medidas adotadas será
analisado, muita das vezes, pelo resultado das exportações menos as importações
(balança comercial). Assim, conclusões históricas e teóricas serão explicitadas frente ao
resultado da balança (superávit e déficit) em determinados momentos.
Na primeira seção serão analisados os principais motivos que levaram ao
desdobramento da crise americana, com explicação sobre a modalidade de crédito de
risco concedida a tomadores que não apresentam garantias suficientes para comprovar
sua adimplência – “subprime”.

Na segunda seção será abordada a participação do Brasil no comércio mundial,


analisando os fluxos comerciais brasileiros no período da crise de 2008.

Na terceira seção serão destacados os principais instrumentos de políticas comerciais e


seus efeitos, assim como as principais práticas adotadas no comércio internacional.
Além de explicitar a política cambial e suas taxas de câmbio que ajudam no constante
crescimento econômico, de forma sustentável e equilibrada.

Na quarta e última seção será feita uma comparação entre as políticas comerciais
adotadas pelo Brasil e o grau de abertura da economia do país no período de crise. Com
esta comparação espera-se concluir se os efeitos da crise de 2008 geraram mudanças nas
políticas comerciais adotadas no Brasil.

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