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Ritmo

É através do ritmo de uma peça que podemos defini-la como chata, devagar e sem
energia. Os atores precisam ter um ritmo e uma dinâmica para conduzir o espetáculo
fazendo com que não fique chato e cansativo. O ritmo traz a energia necessária para
manter o público interessado. Esquecer texto, não saber objetivo de cena e não ter um
jogo de cena com o parceiro são um dos motivos que fazem o ritmo ficar ruim.

O Ritmo depende do tempo. É necessário saber trabalhar o tempo da comédia, da


tragédia ou do drama para ter um ritmo bom. O ritmo não depende somente dos atores,
mas da troca de cenário, da iluminação, do áudio e assim por diante.

O artista pode articular o uso de configurações rítmicas para o seu trabalho de


apropriação das circunstâncias dadas e construção das ações, fazendo com que as ações
tenham um ritmo que prende a atenção do espectador.

EXERCÍCIO: 1) Texto: Decorar texto e manter o ritmo da cena. É um jogo de ping e


pong. Uso de ações serão necessárias.

ATOR 1: - Onde você vai?

ATOR 2: - Sair um pouco.

ATOR 1: - Vai de carro?

ATOR 2: - Sim.

ATOR 1: - Tem gasolina?

ATOR 2: - Sim… coloquei.

ATOR 1: - Vai demorar?

ATOR 2: - Não… coisa de uma hora.

ATOR 1: - Vai em algum lugar específico?

ATOR 2: - Não… só rodar por aí.

ATOR 1: - Traz sorvete para mim?

ATOR 2: - Claro. Que sabor você quer?

ATOR 1: - Manga.

ATOR 2: - Ok. Na volta eu passo e compro.

ATOR 1: - Na volta? Ah, eu quero agora.

ATOR 2: - Mas eu vou rapidinho e já volto.


ATOR 1: - Ah.

ATOR 2: - Na volta eu compro e tomo junto com você.

ATOR 1: - Mas você nem gosta de manga

ATOR 2: - Eu compro de outro sabor para mim.

ATOR 1:- Ah não. Vai ficar muito caro.

ATOR 2: - Então…

ATOR 1: - Já sei. Compra chocolate! Nós dois gostamos.

ATOR 2: - Então ta. Já volto.

ATOR 1: - Ei!

ATOR 2: - O que?

ATOR 1: - Chocolate não. Flocos!

ATOR 2: - Mas eu não gosto de flocos. Você sabe disso.

ATOR 1: - Faz o seguinte, compra de manga para mim e qualquer sabor para você.

ATOR 2: - Mas eu já tinha sugerido isso antes.

ATOR 1: - Está sendo irônico?

ATOR 2: - Não. Não estou não. Estou indo!

ATOR 1: - Me dá um beijo de despedida.

ATOR 2: - Agora? Eu volto daqui a pouco.

ATOR 1: - Quero agora.

ATOR 2: - Ok. (Beijo). Fui!

ATOR 1: - Vai com seu carro ou com o meu?

ATOR 2: - Meu!

ATOR 1: - Vai com o meu, é bem melhor. Tem CD player.

ATOR 2: - Mas eu não quero ouvir música. Eu quero espairecer.

ATOR 1: - Está precisando?

ATOR 2: - Só vou saber quando eu sair. Tchau!


ATOR 1: - Ei!

ATOR 2: - Que foi agora hein?

ATOR 1: - Caramba que grosso! Não quero mais sorvete também.

ATOR 2: - Mas eu estou tentando sair e não consigo!

ATOR 1: - Leva o celular.

ATOR 2: - Pra quê? Pra ficar me ligando? Enchendo meu saco?

ATOR 1: - E se acontecer alguma coisa?

ATOR 2: - Eu volto daqui a pouco! Não vai acontecer nada!

ATOR 1: - Leva o seu celular se não eu vou mexer.

ATOR 2: - Fazer o que nele?

ATOR 1: - Jogar joguinho.

ATOR 2: - Joga no computador.

ATOR 1: - Naquela lata velha? Nem quero!

ATOR 2: - Eu arrumei o computador semana passada, ta? Agora eu estou indo!

ATOR 1: - Ei…

ATOR 2: - O que é caralho?

ATOR 1: - Não quero mais sorvete nenhum!

ATOR 2: - Eu já sei que você não quer!

ATOR 1: - Estúpido.

ATOR 2: - Quer saber? Não mais em lugar nenhum, que saco!

ATOR 1: - Vai ficar aqui em casa?

ATOR 2: - Vou ficar no meu quarto! Isso sim! Vou descansar sozinho sem ninguém para
encher a minha paciência.

ATOR 1: - Nossa… Está nervoso?

ATOR 2: - Claro!

ATOR 1: - Então por que você não vai dar uma volta para espairecer?

ATOR 2: - Ah, vai pra merda!

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