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Flávio de Carvalho:

Antropófago Ideal

João Victor Silva Lima de Souza Lapenta, 4°Sem. De Artes Visuais, FAAP.
Flávio de Rezende Carvalho

• Nascido dia 10 de agosto de 1899 em Amparo da


Barra Mansa

• Filho de Raul de Rezende Carvalho e Ophélia


Crissiuma

• Família ascendente da aristocracia brasileira,


incluindo barão de Cajuru e conde dos Arcos
• Em 1900 se muda com sua família para São Paulo

• 1911 vai estudar seus anos de colegial em Paris

• 1918 se muda para Newcastle, Inglaterra, para iniciar o curso de


engenharia civil no Armstrong College da Universidade de Durham.

• Ingressa no curso noturno de artes da King Edward the Seventh


School Fine Arts ao mesmo tempo

• Conclui o curso de engenharia em 1922 e volta para São Paulo logo


após a Semana de 22
A partir daí começa a desenvolver projetos em áreas artísticas e
intelectuais, sempre com um viés inovador e provocativo.
Participa de concursos públicos e eventos de arquitetura, como:

• Palácio do Governo do Estado de São Paulo em 1927, com o projeto


“Eficácia”

• Competição Internacional da República Dominicana para o Farol de


Colombo em 1928, ano em que se junta ao Antropofagismo

• Quarto Congresso Pan-Americano de Arquitetos em 1930, onde se


apresenta como delegado do movimento Antropofágico com o projeto
“A Cidade do Homem Nu”, onde põe em questão a o desenvolvimento
civilizatório tendo em vista a crise espiritual da tradição cristã
ocidental
Eficácia, 1927 Farol do Colombo, 1928
• Começa a ficar reconhecido na década de 30 como pintor, quase
exclusivamente devoto a retratos e nus, com um toque
expressionista e surrealista

• Na década de 30, Flávio de Carvalho convive com Benjamin Péret e


Elzie Houston. O artista começa a explorar a simbologia de
filiação onírica e psicanalítica

• Suas pinturas, tanto retratos, nus ou não, começam a carregar


conflitos entre formas orgânicas e geométricas.

• Existe uma tensão não resolvida entre as formas, não é pacifico.


A inferioridade de deus
1931
Óleo sobre tela
54 x 73,5 cm
CAM: Clube dos Artistas Modernos

• Em 1932, Flávio de Carvalho abre um ateliê e funda o CAM, 1 dia


depois da fundação do SPAM – Sociedade Pró – Arte Moderna

• Artistas que participaram junto com ele foram Antonio Gomide


(1895-1967), Di Cavalcanti (1897-1976) e Carlos Prado (1908-1922)

• Diferente do SPAM, que focava nos organizadores da Semana de 22, o


CAM havia um tom de autonomia, irreverente e “menos elitista”

• Sua sede era social era localizada no primeiro andar do edifício


da rua Pedro Lessa, 2 na Santa Ifigênia.
• Em 1933 o artista encena no CAM o “Bailado do deus morto”, primeiro
espetáculo vinculado ao seu Teatro da Experiência

• O espetáculo seguia de um cenário simples, que junto com um pano


transparente se fazia jogos de luzes, uma situação moderna e
primitiva ao mesmo tempo.

• Os dançarinos usavam máscaras de alumínio inspiradas em máscaras


tradicionais africanas.

• Os movimentos eram dinâmicos e ritualistas.

• “Um combate anticlerical que visava a destruição dos valores


burgueses”, OSORIO, Luiz Camillo. “Flávio de Carvalho”, P.21
Bailado do deus morto
1933
Clube dos Artistas
Modernos
• Dia 28 de junho de 1934, Flávio de Carvalho abre sua primeira
individual

• A exposição e consequentemente fechada pela polícia no dia 12 de


julho, com um mandato de um juiz, alegando que sua exposição era
um atentado ao pudor.

• 5 pinturas do artista são apreendidas pela polícia.

• Porém, o artista a partir de uma ordem judicial, consegue reabrir


sua exposição no dia 26 de julho.
Casal
Óleo sobre tela
59 x 55 cm, 1932
Produção Coleção João Marino

• desenvolveu uma produção multidisciplinar:


pintor, arquiteto, performer, escultor,
cenógrafo, designer, arquiteto, jornalista,
escritor e dramaturgo

• inovador e provocativo

• estudos sobre antropologia e psicanálise

• Pinturas com aspectos expressionista e


surrealistas
Fotografia do Laart
Fotografia de Nelson Kon

Projetos importantes

• Arquitetura: Casas da Al. Lorena (1938), Casa da


Fazenda Capuava (1939)

• Performance: Experiência #2 (1931), Experiência #3


(1956), Experiência #4 (1958)

Revista Rosa
Site Outra Palavra

• Dramaturgia: Teatro da Experiência; O


Bailado do Deus Morto (1933)

• Pintura: Retrato de Oswald de Andrade e


Julieta Bárbara (1939), Retrato de Mário de
Andrade (1939)

• Desenho: Série Trágica (1947)

Escritório de Arte

Escritório de Arte
Cenografia: Cenário para
Bailado de Dorinha Costa,
1951

Flávio de Carvalho e a volúpia da forma


Obra escolhida

• Experiência #2 (1931), performance

Blog da BBM
A Experiência #2
• Foi realizada em 1931, segundo momento do Modernismo

• Feita para expandir seus estudos de psicologia e psicanálise

• Realizada sobre uma procissão de Corpus Christi

• Queria testar a resistência da força das leis civis, ou determinar


se a força da crença é maior do que a força da lei e do respeito à
vida humana

• Anda de boné verde em direção contrária ao fluxo da procissão


• No começo as pessoas apenas o olhavam de canto, fazendo
comentários

• Depois de um tempo andando contra o fluxo, a procissão começa a


ficar agressiva

• Um menino arranca seu boné verde de sua cabeça e logo após o


devolve

• “Lincha! Lincha!” começam a gritar as pessoas após isso

• Flávio de Carvalho é perseguido até uma lanchonete, e teve de ser


escoltado pela polícia para ser protegido

• A experiência é transformada em um livro ilustrado onde o artista


disserta sobre
Blog da BBM
O Modernismo e a pesquisa

• Caráter Social: Flávio de Carvalho usava seus projetos e obras


como forma de exploração social-psicológica

• Havia um pensamento de passado no passado, inovador, pensando a


frente.

• Explorava sempre o cotidiano, o homem no meio e sua capacidade de


ser
Modernismo e a pesquisa

• Flávio de Carvalho havia o desejo de representar a realidade, nua


e crua, como ela realmente é, sem óculos coloridos.

• O artista o tempo todo havia a ideia da crítica, de arrancar as


máscaras da face da sociedade.
Conclusão

• Flávio de Carvalho foi um artista muita à frente de seu tempo

• Ele vai além do modernismo, reformando-o para encaixe de sua


visão

• Transgressor de regras sociais

• Se encaixa em discussões contemporâneas com facilidade


Bibliografia
PATRICIA CRUZ, Elaine. Semana De Arte Moderna É Considerada marco, Mas Não Iniciou Movimento. Agência Brasil. Disponível em:
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-02/semana-de-arte-moderna-e-considerada-marco-mas-nao-iniciou-movimento>. Acesso em:
4 out. 2023.

ITAÚ CULTURAL, Editores Da Encolpédia. Exposição De Pintura Moderna - Anita Malfatti. Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em:
<https://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento238102/exposicao-de-pintura-moderna-anita-malfatti>.

ARTE, Escritório de. Flavio De Carvalho - Obras, Biografia E Vida. Escritório De Arte. Disponível em:
<https://www.escritoriodearte.com/artista/flavio-de-carvalho>.

LEITE, Rui Moreira. Flávio de Carvalho: Media Artist Avant la Lettre. Leonardo, v. 37, n. 2, p. 150–158, 2004.

LUIZ CARLOS DAHER. Flávio de Carvalho e a volúpia da forma. [s.l.: s.n.], 1984.

LUIZ CAMILLO OSORIO. Flávio de Carvalho. [s.l.]: Cosac e Naify Edições, 2000.

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