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Computação em nuvem.

Contribuição para o desenvolvimento de


ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

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Biblioteca Felipe Herrera do mas e não garante que essas obras derivadas não infrinjam direitos de
Banco Interamericano de Desenvolvimento terceiros. Qualquer disputa relacionada ao uso das obras do BID que
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de ecossistemas digitais nos países do Cone Sul / Agustina de acordo com as regras da CNUDMI (UNCITRAL). O uso do nome do
Schijman, Paolo Valenti, Carlos Pimenta, Aitor Cubo Contreras, BID para qualquer fim distinto do crédito respectivo e o uso do logotipo
do BID não estão autorizados por esta licença CC-IGO e requerem um
Fabiano Rodrigues Bastos.
acordo de licença adicional.
p. cm. — (Monografia do BID ; 826)
1. Cloud computing-Government policy-Southern Cone of Sou- Note que o link URL inclui termos e condições adicionais desta licença.
th America. 2. Cloud computing-Security measures-Southern
Cone of South America. 3. Computer security-Government poli- As opiniões expressas nesta publicação são dos autores e não neces-
cy-Southern Cone of South America. 4. Internet in public admi- sariamente refletem o ponto de vista do Banco Interamericano de Des-
nistration-Southern Cone of South America. I. Schijman, Agus- envolvimento, de sua Diretoria Executiva ou dos países que representa.
tina. II. Valenti, Paolo. III. Pimenta, Carlos. IV. Cubo Contreras,
Aitor. V. Bastos, Fabiano Rodrigues. VI. Banco Interamericano Ícones e Vetores www.freepik.es
de Desenvolvimento. Departamento de Países do Cone Sul. VII. Agustina Schijman
Banco Interamericano de Desenvolvimento. Divisão de Gestão Desenho editorial, belenolivares.contacto@gmail.com
Economista Sênior, VPC/CSC, aschijman@iadb.org
Fiscal. VIII. Banco Interamericano de Desenvolvimento. Divisão
de Inovação para Servir ao Cidadão. IX. Série.
IDB-MG-826 Paolo Valenti Os autores agradecem a José Luis Lupo, Gerente do
Coordenador Digital, CSC/CAR, pablova@iadb.org Departamento de Países do Cone Sul, a Emilio Pineda, chefe
CLASSIFICAÇÕES JEL: O32, H70, H83
Banco Interamericano de Desenvolvimento
da Divisão de Gestão Fiscal e Municipal, e a Lea Giménez,
Palavras chave: Computação em nuvem, governo digital, ciberse- 1300 New York Avenue, N.W.
gurança, infraestrutura como serviço, plataforma como serviço, sof- Washington, D.C. 20577
Carlos Pimenta chefe da Divisão de Inovação para Servir o Cidadão, por seu
tware como serviço, nuvem híbrida, nuvem privada, nuvem pública Especialista Principal, IFD/FMM, carloscp@iadb.org apoio no desenvolvimento deste produto de conhecimento.
www.iadb.org
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(“BID”). Esta obra está sujeita a uma licença Creative Commons IGO
3.0 Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual (CC-IGO 3.0 BY-NC-
Aitor Cubo Contreras Também oferecemos nosso agradecimento a Miguel Angel
SA) (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/igo/legal- (anteriormente) Especialista Sênior, IFD/ICS Porrua, Daniel Hernaiz, Ben Roseth e Janina Borges de Pauda
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ceda os créditos devidos ao BID e que as obras derivadas estejam Fabiano Rodrigues Bastos também querem agradecer à BlueNote Management, cujo
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que a licença aplicável à obra original. O BID não é responsável por
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Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

01 07
SEÇÃO SEÇÃO SEÇÃO SEÇÃO

COMPUTAÇÃO EM NUVEM
E A NOVA GERAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS
03
DESAFIOS PARA A
IMPLEMENTAÇÃO
05
EXPERIÊNCIA DO CONE SUL
NA MIGRAÇÃO PARA A
LINHAS DE TRABALHO
NOS PAÍSES DO CONE SUL
PÁG. 23 COMPUTAÇÃO EM NUVEM PÁG. 85
PÁG. 09 PÁG. 35

02 06
SEÇÃO SEÇÃO NOTAS

04
SEÇÃO
PÁG. 107

MODELOS DE CUSTOS
DE QUE ESTAMOS FALANDO
EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL PARA O CONE SUL
QUANDO FALAMOS EM
COMPUTAÇÃO EM NUVEM? NA MIGRAÇÃO PARA A PÁG. 77
COMPUTAÇÃO EM NUVEM
PÁG. 15
PÁG. 29
Computação em nuvem.
ACRÓNIMOS
Contribuição para o desenvolvimento de
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AGESIC. Agencia de Gobierno Electrónico y ETICE. Empresa de Tecnologia da PaaS. Plataforma como Servicio
Sociedad de la Información y del Conocimiento Informação do Ceará
SaaS. Software como Servicio
ANATEL. Agência Nacional de FaaS. Funciones como Servicio
Telecomunicações SEAF. Subsecretaría de Estado de
GDE. Gestión Documental Electrónica Administración Financiera
ANTEL. Administración Nacional de
Telecomunicaciones GDL. Gestión de Documentos en Línea SECaaS. Seguridad como Servicio

ANS. Acuerdos de Niveles de Servicio GSI-PR. Gabinete de Segurança Institucional SENATIC. Secretaría Nacional de Tecnologías
da Presidência da República de la Información y Comunicación
ASI. Agencia de Sistemas de Información
HCEN. Historia Clínica Electrónica Nacional SERPRO. Serviço Federal de Processamento
AWS. Amazon Web Services de Dados
IA. Inteligencia Artificial
CaaS. Contenedor como Servicio SGD-ME. Secretaria de Governo Digital do
IaaS. Infraestructura como servicio Ministério da Economia
CAPEX. Inversiones de Capital
INE. Iniciativa de la Nube Europea STaaS. Almacenamiento como servicio
CERTuy. Centro Nacional de Respuesta a
Incidentes de Seguridad Informática ISKE. Estandard de Sistemas de Seguridad TCU. Tribunal de Contas da União
de Tecnologías de la Información
CMF. Comisión del Mercado Financiero TI. Tecnologías de la Información
LAI. Lei de Acesso a Informação
CN. Computación en la Nube TIC. Tecnologías de la Información y las
LEATD. Law Enforcement Access to Data Comunicaciones
DaaS. Escritorio como Servicio
LGPD. Lei Geral de Proteção de Dados TOCAF. Texto Ordenado de Contabilidad y
DATAPREV. Empresa de Tecnologia e Pessoais Administración Financiera
Informações da Previdência Social
MITIC. Ministerio
de Tecnologías de
la URCDP. Unidad Regulatoria y de Control de
DBaaS. Base de Datos como Servicio Información y Comunicación Datos Personales

EGD. Estrategia de Governança Digital ONTI. Oficina Nacional de Tecnologías de la VDC. Virtual Datacenter
Información
ETAP. Estándares Tecnológicos para la
Administración Pública OPEX. Gastos en Operaciones
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Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

COMPUTAÇÃO EM NUVEM Computação em nuvem (CN) é a entrega, por nologias da informação (TI), por meio da in-

01
provedores de serviços tecnológicos, de ser- ternet ou redes privadas, com um sistema de
SEÇÃO
E A NOVA GERAÇÃO DE viços sob demanda de capacidade de com- preços baseado no consumo, que permite re-

POLÍTICAS PÚBLICAS
putação, bancos de dados, armazenamento duzir os tempos de inovação e obter acesso
digital, aplicações e outros recursos de tec- a recursos flexíveis e economias de escala.

AS TECNOLOGIAS COVID - 19
DIGITAIS PAGAR IMPOSTOS

estão mudando a própria


natureza das relações entre Sem precisar ir mais longe,
CIDADÃOS, EMPRESAS E no momento mesmo
O ESTADO. em que finalizamos este
CANDIDATAR-SE A
VAGAS EM ESCOLAS relatório as medidas
OU TRABALHO
para enfrentar a crise
da COVID-19 estão
Praticamente todos os aspectos de nossa vida cotidiana estão se transforman- acelerando ainda mais a
do, desde como interagimos com outras pessoas e fazemos compras até como transformação tecnológica
administramos nossas finanças e expandimos nossos contatos de trabalho. A
REALIZAR PROCEDI- e testando a capacidade
tecnologia digital também está permitindo que as empresas e escritórios ofere- MENTOS DE REGISTRO
CIVIL SÃO ATIVIDADES
do setor público e privado
çam melhores serviços e o façam de uma forma mais produtiva e eficiente em
termos de custos, conhecendo melhor seus usuários, dialogando com eles em
QUE PODEM SER FEITAS
ON-LINE
de operar por meio de
alguns casos, habilitando novos espaços de participação cidadã e transforman- serviços em nuvem.
do significativamente todos os processos e modos de trabalho.

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Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

COVID-19

AS MEDIDAS DE A aceleração da
DISTANCIAMENTO adoção tecnológica em
SOCIAL tempos de COVID-19
para conter o risco
A infraestrutura subjacente permitiu um movimen- Nestes dias, o uso da nuvem no setor de saúde (a oferece uma janela
to maciço em direção ao trabalho remoto, a edu- telemedicina) está no centro do palco, por permitir
de contágio do novo de oportunidade para
cação à distância e o entretenimento virtual em armazenar, acessar e processar enormes volumes
coronavírus fizeram escala mundial, um fenômeno inimaginável uma de dados em tempo real, à distância, e diagnosti-
potencializar o uso de
com que as interações década atrás. As ferramentas para detectar con- car alguns tipos de condições em pacientes que, serviços em nuvem e
de trabalho, educacionais tágios e acompanhar sua expansão também se de outro modo, não receberiam atendimento médi- avançar para uma nova
e sociais dependessem
apoiam em uma infraestrutura digital. co oportuno. De modo mais geral, a experiência de geração de políticas
alguns países europeus e asiáticos também sugere
fortemente de uma públicas mais eficientes
O processamento de imagens médicas pelo uso que a nuvem permite um manejo mais eficiente e
infraestrutura digital. de inteligência artificial e a análise de big data de transparente de informações públicas na adminis-
e efetivas.
aplicações para acompanhar a expansão epide- tração da crise, aproximando governo e cidadãos.
miológica, por exemplo, fazem uso de uma infraes- Além disso, em um nível agregado, a tecnologia de
trutura digital. Além disso, a eficiência de muitas nuvem contribui para uma proporção cada vez maior
medidas adotadas pelos governos para conter o do PIB dos países e permite economias no setor pú-
impacto econômico da crise da COVID-19 também blico e privado.
depende da tecnologia digital subjacente.

CN 80%
A capacidade dos governos de integrar múltiplos bancos de dados e sistemas de di-
ferentes órgãos públicos (e privados) para identificar os potenciais beneficiários de Estima-se que, em países desenvolvidos, a migração para a nuvem reduz os
programas de apoio a famílias e empresas vulneráveis e assegurar uma destinação de custos de manutenção de infraestrutura de TI em até 80%. A isso devem se
recursos transparente e adequada depende, em grande medida, de uma infraestrutura somar as economias derivadas de melhoras em processos e do menor uso
digital apropriada. Especificamente, a tecnologia em que se apoiam esses exemplos é de energia, com impactos ambientais positivos.
o que se conhece como computação em nuvem.
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Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Nos países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), a migração para a nuvem ainda está
em fase inicial e apresenta diferenças entre os países, entre o setor público e o setor privado e entre indús-
BID
trias dentro do setor privado. Como é indicado neste relatório:
Este relatório é um resumo da análise que conduzimos sobre o avanço e desenvolvimen-
to da computação em nuvem (CN) no setor público dos países do Cone Sul e oferece
recomendações e um possível roteiro para a implantação. No Banco Interamericano de
As BARREIRAS mais 1 DEFICIÊNCIAS DE CONECTIVIDADE
E INFRAESTRUTURA DE REDES
Desenvolvimento (BID), estamos observando um interesse e investimento crescentes
comuns para a adoção nesse tipo de soluções na região, o que nos motivou a fazer um estudo exaustivo para

de serviços em nuvem os países do Cone Sul, ou seja, Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

em nossos países estão


2 MARCOS REGULATÓRIOS

Este relatório sintetiza os principais achados de uma análise mais completa sobre o
relacionadas a: estado de avanço e desenvolvimento dos serviços de CN no setor público do Cone Sul,
RESISTÊNCIA À MUDANÇA
3 E DÉFICIT DE CAPACITAÇÃO
PROFISSIONAL
feita pelo Departamento de Países do Cone Sul, a Divisão de Gestão Fiscal e Municipal
e a Divisão de Inovação e Serviços ao Cidadão, com apoio da empresa de consultoria
Blue Note.

Olhando para o A TELETRABALHO


Nesta síntese, focalizaremos os aspectos conceituais mais relevantes da computação e
os principais resultados dos estudos realizados em cada país sobre o marco regulatório,
mundo PÓS-COVID, a oferta e a demanda de serviços de CN, com base em trabalho de campo conduzido
as discussões sobre o
futuro do: B FORMATOS EDUCACIONAIS DIGITAIS no final de 2019. O relatório oferece informações novas e úteis tanto para as equipes do
BID que trabalham na formulação de projetos que requerem a administração de grandes
quantidades de dados, como para agentes públicos e privados, tomadores de decisões

C PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
DE SAÚDE REMOTOS
e interessados em conhecer melhor o ecossistema digital e a realidade desse grupo de
países em relação ao desenvolvimento e oportunidades de CN.

D PRESTAÇÃO DE CONTAS
O documento completo pode ser solicitado a
Agustina Schijman pelo e-mail aschijman@iadb.org.

entre outros aspectos, terão em seu centro a neces-


sidade de aprofundar a adoção tecnológica nos paí-
ses do Cone Sul.
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DE QUE ESTAMOS FALANDO A CN possibilita que os clientes acessem os


serviços e recursos contratados1, propor-
necessária, a plataforma de programação e/
ou as capacidades de desenvolvimento para

02
SEÇÃO
QUANDO FALAMOS EM cionando flexibilidade de dimensionamento
e acesso. Dessa forma, o cliente, seja um
poder usar um determinado aplicativo, pla-
taforma ou hardware, precisando apenas de

COMPUTAÇÃO EM NUVEM? órgão governamental, uma empresa ou uma


pessoa física, dispensa-se de possuir, se-
um navegador da web com conexão com a
internet para ter acesso.
gundo o caso, a infraestrutura tecnológica

OS SERVIÇOS DE
CN CLASSIFICAM- IAAS PAAS SAAS
SE EM 3 MODELOS Infraestrutura como serviço, Plataforma como serviço, Software como serviço,

PRINCIPAIS2 o modelo mais simples um modelo um pouco mais complexo o modelo mais completo

Fornece a capacidade para processamento, arma- Fornece a capacidade de implantar na infraestru- É a capacidade de uso de aplicativos ou sistemas
Cada um desses modelos zenamento, redes e outros recursos de computação tura de nuvem os aplicativos criados ou adqui- que são executados em uma infraestrutura de nu-
de serviço incorpora fundamentais. Destina-se principalmente a adminis- ridos pelo cliente. O cliente não administra nem vem. É possível acessar os aplicativos a partir de
camadas de usos e tradores de TI, uma vez que proporciona máquinas controla a infraestrutura de nuvem subjacente, vários dispositivos por meio de uma interface de
aplicações que permitem virtuais, servidores, armazenamento digital, balan- mas tem controle sobre os aplicativos implemen- cliente leve, como um navegador da web ou uma in-
ceadores de carga, equipamentos de comunicações tados e, possivelmente, sobre os ajustes de confi- terface de programa. O cliente não administra nem
tornar virtuais funções
e firewalls. guração do ambiente que hospeda os aplicativos. controla a infraestrutura de nuvem subjacente nem
originalmente oferecidas É utilizado principalmente para atividades de de- é responsável pelo desenvolvimento dos aplicativos
“on-premises”*. senvolvimento ou de implantação de aplicativos nem por suas atualizações. Destina-se principal-
e sistemas, como servidores web, ferramentas de mente a usuários finais. Alguns exemplos podem ser
*On-premises é quando uma empresa, entidade ou indivíduo é dono de uma infraestrutura de TI própria, com um Centro de Dados desenvolvimento, bancos de dados ou big data, sistemas como software de gerenciamento de rela-
por exemplo, diferente de contratar serviços para usar a infraestrutura tecnológica de terceiros.
para citar alguns exemplos. cionamento com cliente, software de planejamento
de recursos da organização ou correio eletrônico.
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Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Ilustração 1. Modelos de serviço de CN. Fonte: Análise própria com base em Gartner.

Como se vê na figura, na transição de IaaS a PaaS e, por fim, a SaaS,


aumenta o nível de integração e de serviços do provedor, diminuin-
do, de forma correspondente, o nível de administração e controle por
parte do cliente.
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Contribución al desarrollo de ecosistemas digitales
en países del Cono Sur.

IAAS PAAS SAAS


CADA UM DOS
3 MODELOS DE Evita investimentos de capital (CAPEX) em hardware
e instalações, migrando para custos de operação
Consome infraestrutura na nuvem Menor custo inicial
Pagamento por uso Reduz custos de manutenção de hardware e software e,
SERVIÇOS EM NUVEM (OPEX)
Não é preciso manter, atualizar ou substituir consequentemente, de recursos humanos

TEM VANTAGENS E Reduz o risco do Retorno do Investimento em


comparação com uma solução on-premises
sistemas e software; obtém-se a tecnologia mais
recente para utilização
Não requer necessariamente recursos humanos especializados

DESVANTAGENS.
Evita a necessidade de utilização de recursos na infraestrutura
Custos de infraestrutura compartilhados e, portanto, Teste e implementação de aplicações de forma subjacente
inferiores (menor ociosidade) mais ágil Minimização dos atrasos na implementação de software
Reduz despesas com recursos humanos Equipes de desenvolvimento contam com a tradicional
Baixa barreira de entrada capacidade para testar várias configurações de Atualizações de hardware e software feitas pelo provedor
Escala otimizada e automatizada uma aplicação em diferentes ambientes, podendo
otimizá-la mais rapidamente Possibilidade de oferecimento de serviços digitais avançados
Geralmente independente da plataforma por organizações que não têm capacidades de TIC, já que estes
Geralmente utiliza Acordos de Nível de Serviço podem ser prestados totalmente a partir da nuvem

Pagamento por uso Acessibilidade por meio de navegador da web e uma conexão
com a internet ou rede privada
Auto escalável
Escalabilidade de acordo com as opções da assinatura
e flexibilidade para alterar as assinaturas por parte dos
provedores

A eficiência e a produtividade do negócio dependem Nem todas as aplicações foram necessariamente Controle da aplicação de software por um terceiro (suas
em grande medida das capacidades do provedor desenvolvidas para a nuvem e isso implica modificar funcionalidades, atualizações, etc.)
Requer capacidades de recursos humanos internas aplicações para se integrarem completamente ou Limitação na quantidade e diversidade de aplicações
para sua gestão e administração deixar algumas fora da nuvem
Exigência de conectividade: o modelo SaaS baseia-se na
O custo agregado pode ser potencialmente maior É preciso que o provedor ofereça bons níveis de entrega pela web; em caso de falha no serviço de internet,
a longo prazo (no caso de não ter controle sobre o velocidade, confiabilidade e suporte para justificar o perde-se o acesso a seu software ou dados
consumo) uso de PaaS
Um SaaS pode ter uma velocidade de execução um pouco
Requer um conjunto de medidas de segurança que Risco de lock-in por parte do provedor (cliente mais lenta do que as aplicações do cliente/servidor em
diferem das tradicionais depende muito de um ou poucos provedores) instalações próprias (depende da conectividade)
O fato de dados sensíveis de uma organização Risco de lock-in por parte do provedor (cliente depende
serem armazenados em hardware de um terceiro muito de um ou poucos provedores)
pode ser percebido como uma desvantagem por
Ilustração 2. Vantagens e desvanta-
gens dos modelos de serviço de CN. algumas organizações
Risco de lock-in por parte do provedor (cliente 19
depende muito de um ou poucos provedores)
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NUVEM PÚBLICA NUVEM PRIVADA NUVEM HÍBRIDA

OS MODELOS DE Neste modelo de implantação, o provedor oferece o Neste modelo de implantação, mais fechado, os É a combinação dos modelos de nuvem privada e pú-

IMPLANTAÇÃO3 serviço a vários clientes a partir do mesmo centro de recursos são entregues de forma exclusiva e pri- blica, mas com uma administração única, ou seja, ge-
computação, de forma que os clientes compartilham vada ao cliente (seja um cliente do setor público ridos no mesmo painel. Também podem ser integra-
Os modelos de implantação são definidos
recursos de armazenamento, processamento, etc. Pro- ou do setor privado), e este tem o controle sobre o dos serviços de centros de computação próprios em
com base em função da especificidade e ní-
porciona grande escalabilidade, eficiência e redução de serviço que contrata. Os clientes continuam tendo escritórios do cliente (on-premises). Com este esque-
vel de ajuste das soluções às necessidades
custos. É o modelo mais aberto ao público, e pode ser a flexibilidade de escalar o serviço se precisarem ma, consegue-se redução de custos em relação ao
dos usuários, e eles não dependem de quem
propriedade ou não da organização, ou contratada, ou de mais recursos e o provedor garante a separa- modelo de nuvem privada e pode-se dispor de nuvens
é o proprietário da nuvem, mas de seu uso.
uma combinação. ção dos recursos em relação aos outros clientes. integradas por padrões, com portabilidade de dados
Dessa forma, o cliente terá maior controle sobre a e de aplicações, para o balanceamento de carga entre
segurança e privacidade dos dados, mas o custo eles. Por exemplo, manter dados sensíveis em uma
é maior do que no modelo de nuvem pública. O nuvem privada, conectada a uma nuvem pública para
cliente pode ser uma organização do setor públi- escalabilidade e picos de demanda.
co e, neste caso, seria uma nuvem de uso privado
para uma organização pública.

A análise a seguir oferece uma visão com-


parada dos diferentes atributos de cada
modelo em relação a escalabilidade, se-
gurança, rendimento, confiabilidade, cus-
tos e latência, indicando em cinza qual é o
modelo que se destaca em cada atributo:

Ilustração 3. Análise comparativa dos


modelos de implantação de CN.
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Contribuição para o desenvolvimento de
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DESAFIOS PARA A A gestão de dados, seu armazenamento e e classificar os dados, atribuindo respon-

03
fluxo com o uso de CN implica uma relação sabilidades nessas novas cadeias de valor
IMPLEMENTAÇÃO
SEÇÃO
de confiança entre provedores, administra- transacional, será essencial para gerir efi-
dores e usuários, que enfrenta vários desa- cientemente as possíveis soluções para as
fios de cibersegurança. Entender os riscos e, vulnerabilidades.
fundamentalmente, diferenciar, segmentar

As responsabilidades de classificação de dados variarão conforme o mo-

CIBERSEGURANÇA delo de serviço em nuvem, como é mostrado na ilustração a seguir.

E CLASSIFICAÇÃO Ilustração 4. Responsabilidades de classificação de dado.

DE DADOS
IAAS PAAS SAAS
A classificação de dados Por exemplo, os dados considerados “restritos” de-

envolve identificar o tipo de vem ser tratados com um padrão de atenção mais
alto que os dados “sem restrições” consumidos pelo
informação, a sensibilidade público em geral. A classificação de dados ajuda a
para o usuário e os possíveis organização a avaliar os riscos associados a diferen-
impactos de ocorrer uma tes tipos de dados. As organizações de padroniza-
perda ou vazamento no ção, como a Organização Internacional de Normali-

momento de processar e zação e o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia,


recomendam esquemas de classificação de dados
armazenar em um sistema para que as informações possam ser administradas
de informações próprio ou e protegidas de maneira mais eficaz de acordo com
operado por um terceiro. seu risco e importância relativa, desaconselhando
práticas que tratem todos os dados como iguais.

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23
Computación en la Nube.
Contribución al desarrollo de ecosistemas digitales
en países del Cono Sur.

PROTEÇÃO DE
DADOS DE ACORDO
COM OS 3 MODELOS
Embora os clientes sejam responsáveis por
classificar seus dados, os provedores da nuvem
devem assumir compromissos por escrito com
os clientes sobre como protegerão e manterão
a privacidade de seus dados armazenados na PROVEDORES DE IAAS PROVEDORES DE PAAS PROVEDORES DE SAAS
nuvem. Esses compromissos devem incluir
informações sobre práticas de privacidade e
Por uma perspectiva de classificação de dados, os As responsabilidades podem ser mistas, porque Com frequência serão considerados como parte
segurança, limitações de uso de dados e cum-
requisitos do provedor de IaaS se limitam a garantir a plataforma pode ser usada em uma abordagem de uma cadeia de autorização e deverão assegurar
primento de exigências legais. Além disso, os
que o ambiente virtual possa acomodar as capa- por camadas para proporcionar segurança a uma que os dados armazenados na aplicação SaaS pos-
provedores da nuvem devem apresentar certi-
cidades de classificação de dados e os requisitos ferramenta de classificação. Os provedores de sam ser controlados por tipo de classificação. As
ficações e relatórios de auditoria que demons-
de conformidade do cliente. Os provedores de IaaS PaaS podem ser responsáveis pela autenticação aplicações SaaS podem ser usadas para aplicações
trem o cumprimento de padrões para que os
têm um papel menor na classificação de dados, e, possivelmente, por algumas regras de autoriza- linha de negócio e, por sua própria natureza, devem
clientes possam conferir a efetividade das
porque precisam apenas garantir que os dados ção, e devem proporcionar capacidades de segu- proporcionar os meios para autenticar e autorizar os
práticas de seu provedor de nuvem. Ter essas
do cliente estejam de acordo com os requisitos de rança e classificação de dados a sua camada de dados que são usados e armazenados.
informações ajudará os clientes a entender se
conformidade. No entanto, os provedores devem aplicações. Assim como os provedores de IaaS,
o provedor da nuvem cumpre os requisitos de
assegurar que seus ambientes virtuais atendam os provedores de PaaS devem assegurar que sua
proteção de dados exigidos pela sua classifica-
aos requisitos de classificação de dados além de plataforma cumpra os requisitos de classificação
ção de dados.
proteger seus datacenters. de dados relevantes.

Para uma implantação e operação bem-sucedidas de CN, é importante planejar


uma gestão de riscos e adotar medidas preventivas antes e durante esses pro-
cessos, mitigando as possibilidades de eventuais problemas, conforme mostra-
do na tabela a seguir.

25
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.
Ilustração 5. Matriz de riscos para a implementação de serviços de CN.

RISCO DESCRIÇÃO RECOMENDAÇÕES


VENDOR LOCK-IN, INTERRUPÇÃO • Os clientes são, em última instancia, • Os provedores de serviços de CN devem se

DE SERVIÇOS, DADOS: responsáveis pela segurança e integridade de


seus dados, embora estes se encontrem fora
submeter a controles e auditorias, privadas e de
entes públicos, do mesmo modo a que estão
das instalações e geridos por um provedor de sujeitos os provedores tradicionais do Estado.
Descumprimento de serviços na nuvem.
RISCO DESCRIÇÃO RECOMENDAÇÕES exigências legais

• Entende-se por “vendor lock-in” o uso restrito • Estabelecer política de priorização de


ou proprietário de uma tecnologia, solução ou desenvolvimentos baseados preferencialmente em
• Law enforcement access to data (LEATD). • Deve-se verificar com os provedores qual é o
serviço desenvolvido por um provedor. Essa código aberto. A contratação de desenvolvimentos
Risco de perda de controle das informações marco regulatório aplicável ao armazenamento e
situação costuma ter altos custos associados proprietários deve ter autorização expressa
se estas forem transferidas para outra processamento de dados, sendo uma boa prática
se o cliente quiser mudar de provedor (pela ou justificativa por falta de disponibilidade de
jurisdição legal ou, inclusive, se forem negociar acordos para que o tratamento dos
dificuldade e recursos necessários para fazer alternativas abertas que satisfaçam os requisitos.
processadas localmente, mas por um dados fique sujeito ao marco jurídico do país do
a mudança). Adicionalmente, analisar estrategicamente
provedor de serviços que esteja sujeito à contratante do serviço4.
a forma de contratação de serviços de CN,
• Um provedor pode tentar criar dependência jurisdição de tribunais estrangeiros. Esta é
evitando concentrar tudo em um único provedor
de seus serviços para os clientes, o que se uma preocupação de alta relevância, uma vez
e tentando distribuir os contratos para minimizar
consegue pelo desenvolvimento de soluções que os principais provedores de IaaS, e muitos
Impossibilidade de saída a dependência de apenas uma empresa ou
que dependam da plataforma com software, Perda de controle devido dos principais provedores de PaaS e SaaS,
do serviço e de mudança organização.
aplicativos, hardware ou equipamentos à localização dos dados são empresas com sede nos EUA.
de provedor proprietários, ou contratos exclusivos de
(“vendor lock-in”) serviços.

• Os dados nos ambientes de nuvem • O provedor de CN deve garantir o isolamento


compartilham infraestrutura com dados de dos dados dos respectivos clientes e que os
• No caso de órgãos governamentais, pode • Criar um fundo de emergência para cobrir outros clientes, gerando risco de acesso não procedimentos de criptografia das informações
acontecer que as dotações orçamentárias situações de indefinição orçamentária, mudanças autorizado. sejam feitos adequadamente.
sofram atrasos consideráveis e, se a falta políticas e administrativas. Acesso não autorizado
ou atraso de pagamento produzir uma a dados gerais
• Além disso, a implantação de nuvens híbridas
interrupção do serviço, o risco de contratar
constitui uma mitigação adicional, mantendo uma
esse provedor seria crítico.
capacidade própria mínima.
Interrupção do serviço • A recuperação de dados é uma necessidade • Deve-se exigir do provedor que os dados sejam
por falta ou atraso nos • Por fim, é importante estabelecer nos contratos frequente, nem sempre contemplada em replicados em múltiplas infraestruturas para evitar
pagamentos os prazos adequados de tolerância em eventuais todos os seus níveis pelos provedores de CN. que sejam vulneráveis a uma falha geral.
atrasos de pagamento.
Ausência de protocolo
de recuperação de dados
• O processamento ou tratamento de dados • Definir uma política de controle de acesso.
sensíveis fora das instalações da empresa Trabalhar unicamente com provedores que
envolve um risco, já que se tem controle garantam pelo menos um nível de proteção mínimo
• Diante de um mercado em constante • O cliente deve garantir a sustentabilidade e
limitado sobre a possibilidade de que os requerido para a proteção de acesso aos dados e
mutação, e do surgimento de novas permanência de seus dados em qualquer cenário,
controles físicos, lógicos e humanos sejam que permitam a realização frequente de auditorias
tecnologias, deve-se garantir a incluindo a possibilidade de que os dados venham
contornados. por parte do cliente.
sustentabilidade e evolução do fornecimento a ser migrados.
• Incorporar ANS (acordos de nível de serviço) que Inviabilidade a longo prazo de serviços de CN.
Acesso não autorizado estabeleçam penalidades ao provedor dos serviços
a dados sensíveis de nuvem no caso de acessos não autorizados a
dados sensíveis. 27
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Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

O objetivo desta seção é conhecer quais fo- e experiências distintas na modernização da


EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL ram os principais fatores que possibilitaram gestão da administração pública e fizeram

04
NA MIGRAÇÃO PARA A
SEÇÃO que cinco países de fora da região: Coreia do uso dos serviços em nuvem de acordo com
Sul, Estônia, Reino Unido, Israel e Espanha, as necessidades específicas das agências do

COMPUTAÇÃO EM NUVEM sejam considerados casos de sucesso no


âmbito da computação em nuvem no setor
governo, tamanho do mercado ou da popula-
ção usuária, capacidade financeira, regula-
público. Os cinco casos oferecem trajetórias mentação, legado e prioridades políticas.

EM TODOS ESSES CASOS, OBSERVA-SE No caso do Reino Unido e Coreia do Sul, distingue-se

QUE A MIGRAÇÃO PARA A COMPUTAÇÃO uma maior complexidade na formação das políticas
de migração e uso da nuvem que atendem ao tama-
EM NUVEM ACONTECE APÓS VÁRIOS nho e necessidade de uma experimentação mais
No caso da Coreia do Sul, observa-se um maior “di-
ANOS DE TRABALHO PARA A descentralizada por meio de iniciativas piloto, com
rigismo” centralizado, além dos planejamentos na-
experiências limitadas, que depois foram postas à
DIGITALIZAÇÃO DO ESTADO. disposição do resto da administração.
cionais, que permitiu que diferentes agências façam
seus próprios desenvolvimentos.

Esses países começaram No caso da Espanha, embora não exista uma polí-
Os casos da Estônia e de Israel caracterizam-se por
o processo quando a tica específica para o uso da nuvem (“cloud first”),
sua maior flexibilidade para adotar soluções nacio-
computação em nuvem foram promulgadas leis e decretos a esse respeito,
nais que tenham um impacto desde a base e que
como o estabelecimento de um plano nacional de
não existia ou estava em utilizem provedores estabelecidos, embora em Isra-
interoperabilidade, um plano nacional de segurança
fase embrionária. no âmbito da administração eletrônica, uma lei de
el deva-se ressaltar exista um maior nível de preocu-
pação com a segurança dos dados. A ilustração a
acesso eletrônico dos cidadãos aos serviços públi-
seguir resume o levantamento realizado.
cos, a implantação de faturamento eletrônico e a dis-
No Cone Sul, as políticas de digitali- ponibilização das tecnologias da informação e das
zação acontecem em um momento comunicações para a administração geral do Estado
de maior desenvolvimento e avanço e seus órgãos públicos.
das tecnologias e serviços de CN.

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29
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

UM DENOMINADOR
COMUM DOS CINCO
CASOS DE SUCESSO
é a existência de um marco
regulatório específico
referente à CN.

Os pontos mais relevantes desse marco regula-


tório são os seguintes:
Lei de proteção de dados,
Lei de cibersegurança,
Autoridade responsável e órgão regulador nes-
sa matéria Plano diretor nacional quanto à
transformação digital do governo e política de
governo aberto,

Esse marco proporcionou clareza e previsibi-


lidade à adoção e uso de serviços em nuvem
para as equipes dos diferentes órgãos de go-
verno que precisavam tomar a decisão de mi-
grar de modelos tradicionais on-premises para
modelos em nuvem.

Outro aspecto de destaque nesses casos é a


interoperabilidade. Em todos eles foram usa-
dos modelos de implantação de nuvens públi-
cas e/ou híbridas, não dependentes, portanto,
de investimentos em infraestrutura ou de de-
senvolvimento de aplicativos a serem feitos
unicamente pelo governo.
Ilustração 6. Caracterização de experiências em outras regiões. 31
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

A Coreia do Sul demonstrou que, tomando as precauções regulatórias necessá- No caso de Israel, reconhecido internacionalmente como um dos melhores centros
rias em termos de cibersegurança e proteção de dados, é possível impulsionar de inovação em desenvolvimento de software, foi estabelecido o site de governo
os serviços de computação em nuvem, tanto pública como privada, mesmo em aberto gov.il com o objetivo de dar acesso público a todas as informações e ser-
cenários de alta sensibilidade. viços governamentais. Sua política cloud está inserida em um plano mais amplo
conhecido como Programa Digital Nacional. Deve-se destacar que o governo isra-
elense está em processo de migração para a CN, sendo a segurança e a proteção
de privacidade ainda os principais desafios e riscos. Isso se vê refletido na Lei de
A Estônia é a sociedade digital mais avançada do mundo, pioneira em gerar iniciativas
Proteção da Privacidade, que estipula obrigações ainda maiores do que o Regu-
desde 1997 em temas como e-Governo, e-Impostos, ID digital, voto eletrônico, block-
lamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia. Assim, com o interesse
chain, saúde e moradia eletrônicas, entre outras iniciativas. A governança eletrônica foi
dos principais atores internacionais, Israel se encontra atualmente no processo
uma opção estratégica desse país para melhorar a competitividade do Estado e aumen-
de licitação para a prestação de serviços baseados em uma plataforma de nuvem
tar o bem-estar da população, ao mesmo tempo em que implementava uma governança
pública para o oferecimento de serviços aos ministérios do governo e outros entes
mais simples. Os cidadãos podem selecionar soluções eletrônicas em uma gama de
públicos, a partir de um centro de dados localizado em território israelense.
serviços públicos no momento e lugar conveniente para eles, já que 99% dos serviços
públicos agora estão disponíveis para os cidadãos como serviços eletrônicos, o que lhes
deu enormes ganhos em termos de eficiência. Esses progressos se apoiam no pequeno
tamanho do mercado, baixo nível de complexidade e centralidade das decisões que per-
mitem implementar inovações e diretrizes com relativa facilidade. Grande parte desses
esforços são coordenados pelo Gabinete do Chief Information Officer dentro do Ministé- Por fim, no caso da Espanha, a política do governo central prioriza uma forte intero-
rio de Assuntos Econômicos e Comunicações, promovendo uma aplicação transversal e perabilidade entre sistemas e a Nuvem. A Espanha é também um exemplo claro de
homogênea em todo o setor público. liderança do governo nacional para impulsionar a digitalização. Algumas de suas
leis foram focalizadas em estabelecer o que o Estado espanhol deve proporcionar
a seus cidadãos, baixando diretrizes claras para órgãos nacionais, comunidades
autônomas, províncias e municípios que lhes permitam desenVoltar-se descentrali-
O governo do Reino Unido, por seu lado, centralizou as iniciativas de seleção de provedores potenciais
zadamente e gerar projetos. Desse modo, foi obtido um alinhamento com princípios
de serviços de CN em um marketplace, mas delega a cada agência de governo a celebração de contratos
e critérios orientadores, todos voltados para um mesmo objetivo final: a redução
particulares. Nesse esquema de descentralização da tomada de decisões, o Reino Unido é um líder em
da brecha digital e a digitalização integral do sistema administrativo do governo.
oferecer capacitação e orientar as equipes nos processos de contratação de serviços na nuvem, pela
elaboração de manuais e documentos legais padronizados que agilizam as atividades burocráticas de
contratação. Aqui pode-se destacar principalmente a visão de longo prazo, o estabelecimento de princí-
pios orientadores na forma de programas de governo que direcionaram e inspiraram novas iniciativas que
permitiram avanços progressivos na contratação e uso de CN.
33
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

EXPERIÊNCIA DO CONE

05
SUL NA MIGRAÇÃO PARA A
SEÇÃO

COMPUTAÇÃO EM NUVEM

Embora a CN já seja parte da agenda pública e privada dos países do Cone Sul
(Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), a adoção de serviços de CN pelo
setor público ainda é incipiente e se encontra em fases muito preliminares de
padronização e escalabilidade. Oferece-se adiante um mapeamento da situa-
ção para cada um dos países do Cone Sul.

VOLTAR AO ÍNDICE
35
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
Também desempenhou um papel ativo a Agência Ar-
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul. gentina de Investimentos e Comércio Internacional, 80%
uma das promotoras da política “Cloud First” e do ob- NA NUVEM
jetivo de que, até 2027, o Governo Nacional esteja 80%
PAÍS

ARG.
na nuvem. Além disso, em conjunto com o Ministério DO GOVERNO NACIONAL
de Modernização, essa agência impulsiona o projeto de COMO META 2027

promoção da instalação de centros de processamento


de dados no país.
Até o final de 2019, o
Na questão de geração de incentivos, a Lei de Econo-
mercado de CN, incluindo
A Argentina avançou No que se refere ao contexto normativo, especifica- mia do Conhecimento, regulamentada no final de 2019, os diferentes modelos de
significativamente na mente à proteção de dados pessoais, o marco regula- define incentivos fiscais para a promoção do estabele- serviços de IaaS, PaaS e
inclusão da CN em sua tório permite a transferência e processamento trans- cimento e investimento em CN no país. SaaS, era estimado em
agenda pública nos
nacional de dados de entes públicos e privados e não aproximadamente
constitui uma barreira para a adoção de CN. No entan-
últimos cinco anos. Desde 2017, também houve avanços em termos de US$ 400 a 500 milhõe15
to, a depender de que o país de destino seja conside-
cibersegurança, com a criação de um comitê tripartite
No entanto, ainda há rado de “legislação adequada”13 ou não, deverão ser
com representantes do Ministério da Defesa, Segurança
um longo caminho assumidas diferentes prevenções para a contratação
e Modernização que definiu uma Estratégia Nacional de Com participação de empresas internacionais (como

a percorrer para a de serviços de CN, mas esta continua sendo possível


Cibersegurança que estabelece princípios e sete áreas Amazon Web Services, Google Cloud, Microsoft Azure,
com as precauções adequadas. Nesse sentido, a resis- IBM, Oracle, SAP, Salesforce, Red Hat), provedores alterna-
implementação e tência ao processamento transnacional de dados pelo
de trabalho em que se destacam o fortalecimento de
tivos (como Huawei/Telefónica, Telecom e Fibertel) e um
adoção de políticas que setor público é uma barreira autoimposta, baseada em
capacidades de prevenção, detecção e resposta; a pro-
provedor público de serviços de centro de dados (ARSAT
teção e recuperação dos sistemas de informação do se-
permeiem todas as grande medida em um desconhecimento da regula-
tor público; e o incentivo à indústria da cibersegurança. - Empresa Argentina Soluciones Satelitales SA). O mer-
camadas do Estado de mentação vigente.
A Argentina é signatária da Convenção de Budapeste, cado de CN cresce a uma taxa anual aproximada de 20%

maneira unívoca. que procura homogeneizar a regulamentação dos cri- a 30%16. Os provedores internacionais mencionados, até

mes cibernéticos em nível internacional. o momento da geração deste relatório, não têm infraes-
No nível federal, a ação da Oficina Nacional de Tecno-
trutura local na Argentina. No entanto, em alguns casos,
logías de la Información (ONTI), dentro da Secretaria
de Governo de Modernização, tem sido uma impulsio- ENTRE manifestaram a intenção de fazer investimentos para de-

20% Y 30%
senVoltar essa infraestrutura localmente.
nadora da execução de políticas orientadas para a nu-
vem: definindo um Decálogo TIC com orientação Cloud
ANUAL
First14, estudando modelos alternativos a seguir, dialo-
gando e assessorando as diferentes repartições públi-
TASA APROXIMADA EN QUE
cas para a elaboração de um plano e o estabelecimen- CRECE EL MERCADO DE CN
to de padrões e mecanismos práticos de contratação. 37
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Ilustração 7. Argentina: marco regulatório dos serviços em nuvem. 39


Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.
GESTÃO DOCUMENTAL
ELETRÔNICA
A agenda pública de CN, dirigida pela área de moderniza- A GDE foi uma das primeiras mudanças introduzi- evitando, assim, a manipulação física e a transferên-
ção, produziu alguns casos de sucesso, como a iniciativa das pela política de modernização; permite simplifi- cia de registros. Desde que o sistema entrou em vigor,
Gestão Documental Eletrônica (GDE)24. Essa iniciativa é car procedimentos, melhorar processos, reduzir os regulado pelo decreto 561/2016, o papel deixou de
um exemplo de como uma administração governamental No nível subnacional, o avanço é mais incipiente e desi- prazos administrativos e oferecer a possibilidade de ser a base da organização administrativa na Argen-
põe um SaaS à disposição de administrações menores, gual. Algumas províncias avançaram por meio do estabe- acesso à informação gerada pela administração pú- tina. Os procedimentos digitais, sem papéis, tiveram
oferecendo-lhes acesso a funcionalidades que, de outra lecimento de datacenters próprios e outras pelo uso do blica. É um sistema informatizado integrado por dife- início em maio de 2016 e, apenas dois anos depois,
forma, elas não poderiam acessar por motivos orçamen- datacenter da ARSAT (caso da Província de Buenos Aires). rentes módulos, que podem ser acessados a partir do o decreto 733/2018 ordenou a eliminação total do
tários. Essas iniciativas promovem a redução da brecha Algumas iniciativas, no entanto, encontraram boa acolhida “escritório único”, e que contém e administra todas as papel em toda a Administração Pública Nacional em

digital e o desenvolvimento de um ecossistema ao qual se regras para gerar e armazenar digitalmente documen- agosto de 2018 e em todo o setor público em janeiro
entre as províncias: o sistema de compras on-line (origi-
tos oficiais eletrônicos, garantindo a disponibilidade, de 2019.
podem somar empresas privadas para o desenvolvimento nalmente adotado pela cidade de Buenos Aires e depois
inviolabilidade e proteção da documentação oficial e
de soluções SaaS que interajam com os serviços e solu- levado à nação) já foi implementado em 11 províncias25.
ções fornecidos pelo governo.

No nível municipal, o ritmo de adoção é mais lento devido


No entanto, embora o país apresente avanços importantes a barreiras de conectividade, capacidade técnica e inércia AGÊNCIA DE SISTEMAS
na promoção da adoção de serviços de CN, seu alcance da própria operação. De todo modo, o primeiro passo na DE INFORMAÇÃO
no setor público ainda é limitado: menos de 15% das agên- digitalização dos municípios é o desenvolvimento de uma A Agência de Sistemas de Informação (ASI) é o órgão medir seu nível de satisfação com os serviços públicos,
cias nacionais estão utilizando algum serviço de CN. webpage, com hospedagem no provedor público ARSAT26 diretor em matéria de tecnologias da informação e co- o pagamento de impostos, e receber feedback sobre os
a partir da qual, ainda de forma muito incipiente, são de- municações no âmbito do Poder Executivo do Governo serviços oferecidos on-line. Em 2016, operando no limite
senvolvidos alguns serviços on-line. da Cidade Autônoma de Buenos Aires. É a agência que da capacidade e com a infraestrutura descentralizada,

MENOS DE fornece infraestrutura e conectividade para todos os ór-


gãos governamentais da cidade e tem dois centros de
decidiu centralizar os centros de computação. O projeto
da ASI é migrar 100% para a nuvem, de acordo com a se-
15% DAS Cabe destacar o caso da Cidade Autônoma de Buenos Ai- computação em prédios diferentes na cidade. A agên- guinte agenda: migração 100% para a nuvem em 2023,
AGÊNCIAS res, que tomou a iniciativa na adoção de CN, inclusive com cia realiza desenvolvimento e manutenção de aplicati- modelo de governança para administrar nuvens com

NACIONAIS maior avanço do que a administração nacional, apoiada


pela Agência de Sistemas de Informação (ASI), que lidera
vos, tanto na nuvem como em centros de computação
próprios. A ASI determinou o “Cloud first” para o governo
diferentes provedores, continuidade da execução dos
programas de capacitação de perfis tecnológicos, mo-
as implantações de serviços de PaaS e SaaS integrando municipal. Como órgão diretor, administra todos os con- dificação da estrutura interna e criação da área “Cloud”,
ESTÃO UTILIZANDO ALGUM
SERVIÇO DE CN soluções de diferentes provedores em conjunto com de- tratos com os provedores de nuvem e faz licitações con- implementação da assinatura Cloud do cidadão e ge-
senvolvimentos próprios. tinuamente para integrar soluções de várias empresas. ração do escritório de dados abertos da cidade.
Isso lhe permite ter alta interação com o cidadão e até

41
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

As principais barreiras para a adoção de CN na Argentina


associam-se à necessidade de coordenação, infraestrutu-
ra e processo, o que, por sua vez, sugere possíveis linhas
de ação no curto prazo voltadas a desenVoltar capacida-
des, eliminar incertezas do marco regulatório, empoderar
transversalmente as agências que lideram a definição de
políticas, eliminar barreiras e promover investimentos.

27

Ilustração 8. Argentina: Barreiras para a adoção e linhas de ação de curto prazo a serem exploradas. 43
Computação em nuvem. No entanto, o marco regulatório definidor apresenta al-
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul. guns desafios, como a localização forçada dos dados no
território nacional e as severas sanções aplicáveis previs-
tas na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
PAÍS

BRA.
A LGPD aprovada em maio de 2019 é uma lei geral com
alcance horizontal e extraterritorial muito alinhada com o
Regulamento Geral de Proteção de Dados europeu, que
criou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados e que
se aplicará a qualquer operação de tratamento de dados
que (i) seja realizada no Brasil; (ii) envolva uma oferta de O Tribunal de Contas da União (TCU), órgão de controle
Dado seu mercado considerável, existem grandes prove- produtos e/ou serviços a usuários situados no Brasil; ou externo do governo federal que tem a missão de monitorar
O Brasil tem avançado dores estatais de TI, como o Serviço Federal de Proces- (iii) colete dados pessoais dentro do território brasileiro. a execução orçamentária e financeira do país e contribuir
de forma constante samento de Dados (SERPRO), a Empresa de Tecnologia para a melhora da administração pública em benefício da
e Informações da Previdência Social (DATAPREV), a Te-
na adoção de serviços lecomunicações Brasileiras S.A., empresas públicas de A Secretaria de Governo Digital vinculada ao Ministério da
sociedade, realizou uma licitação no final de 2018 para a
contratação de serviços em nuvem (mesmo tendo desta-
em nuvem pelo setor processamento de dados dos estados, entre outros, que Economia (SGD-ME) desempenha um papel muito impor-
cado anteriormente uma série de riscos para a utilização
público. Mas, exceto operam, em sua maior parte, nuvens privadas. O Brasil é tante na coordenação de iniciativas de modernização do
de CN na administração pública federal. Além disso, o Ga-
por algumas iniciativas o país da região com maior presença dos grandes prove- Estado, em um processo que busca a transformação di-
binete de Segurança Institucional da Presidência (GSI-PR)
gital de ações estatais para satisfazer as demandas dos
dispersas nos principais dores privados, como Microsoft Azure, Amazon Web Ser-
cidadãos. Recentemente, foram publicados padrões que
vem buscando coordenar e disciplinar os problemas de
vices (AWS), Google Cloud e IBM, vários deles operando
estados, como São centros de dados. permitem facilitar a contratação de serviços de TI, priori-
segurança da informação, proporcionando mais garantias
e estabilidade ao uso de soluções baseadas em nuvem
Paulo e Rio de Janeiro, zando as soluções baseadas na nuvem.
pelos setores público e privado.
é o Governo Federal
A estratégia brasileira para a transformação digital (E-Digi-
que tem desenvolvido e tal), publicada no final de 2018, definiu ações estratégicas A SGD-ME padronizou e licitou os serviços em nuvem por
Iniciativas para a capacitação e formação de equipes de
coordenado as principais que colocam o governo como facilitador dessa transfor- meio de ata de registro de preços, o que permite a adesão
órgãos públicos, embora ainda incipientes, contribuíram
ações relacionadas a CN e mação digital no setor produtivo do país, da capacitação das agências federais à nuvem dos vencedores de pre-
para acalmar os temores e destacar os benefícios da ado-
à promoção e instalação nas novas tecnologias e no papel do Estado como presta- gões eletrônicos, acelerando e facilitando o processo de
ção de novas tecnologias que permitam às agências cen-
contratação para as agências, mesmo para aquelas com
de datacenters (embora dor de serviços e garantidor de direitos. Cabe destacar que
menor capacidade técnica em CN.
trar-se nas aplicações e serviços oferecidos aos cidadãos
essa “Estratégia de Governança Digital 2016-2019 (EGD)”
muitos deles não estejam data de janeiro de 2016 e foi revisada em 2018, porém não
(deixando para empresas especializadas as questões re-
lacionadas a infraestrutura, equipamento de TI, conectivi-
integrados em uma menciona especificamente objetivos de uso de CN. dade, plataformas de desenvolvimento e desenvolvimen-
solução comum). to e operação de aplicações).

45
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

TRIBUNAL FEDERAL
A Política Nacional de Segurança da Informação e Comu-
DE AUDITORIA (TCU)
nicações, elaborada pelo GSI-PR e publicada no final de
2018 por meio de um decreto, definiu questões relaciona- O processo de licitação adotado pelo TCU, que contou a licitação foi adotado um modelo de especificação e
com soluções criativas para abordar a diversidade de fixação de preços do objeto da licitação de serviços de
das a cibersegurança, defesa cibernética, segurança física
demandas e a diversidade de serviços e produtos sujei- CN que deu flexibilidade e dinamismo à definição dos
e proteção de dados organizacionais e estabeleceu ações
tos a contratação, é considerado uma referência nacio- produtos e serviços efetivamente contratados. O fato
para garantir a disponibilidade, integridade, confidencia- Estima-se que o mercado de nal na adoção da CN em projetos dos governos federal, de o órgão de controle ter superado as incertezas jurídi-
lidade e autenticidade das informações. Após o país ex- CN no Brasil alcançará US$ 2,6 estaduais e municipais do Brasil. Recursos limitados e cas e técnicas inicialmente expressadas e ter contrata-
pressar sua intenção de adesão em julho de 2019, o Comi-
bilhões em 2019, crescendo a busca da modernidade e escalabilidade de seus ser- do efetivamente serviços de CN representa um avanço
tê de Ministros do Conselho da Europa convidou o Brasil, viços levaram o TCU a avaliar alternativas para expandir importante e serviu como referência na adoção desses
no final do mesmo ano, a aderir à Convenção sobre Ciber-
a uma taxa anual de 35%
seu centro de dados, o qual estava em operação desde serviços por outras agências do setor público no Brasil,
segurança, também conhecida como Convenção de Buda- até chegar a US$ 6,5 bilhões 2010, iniciando um processo gradual de migração para como Petrobras, SGD-ME e ETICE, entre outros que utili-
peste, celebrada em 2001. Quando for concluído o proces- em 2022, o que indica que serviços de infraestrutura e serviços em nuvem. Para zaram modelos similares aos adotados pelo TCU.
so de adesão, o Brasil se unirá a um grupo internacional o mercado brasileiro ainda
que inclui países como Argentina, Austrália, Canadá, Chile,
tem um grande espaço para
Costa Rica, Estados Unidos, Japão, Paraguai, República
Dominicana e membros da União Europeia, entre outros.
expansão nos próximos anos.
Levando em conta que o país continua ocupando apenas
NÃO ME PERTURBE
a 13ª posição no mercado de CN em nível mundial. Se-
gundo o levantamento realizado, estima-se que a porcen- Lançado em julho de 2019, desenvolvido e migrado em enviadas ao regulador do setor de telecomunicações
5% SETOR tagem dos orçamentos de TI destinados a CN não chega apenas 30 dias, Não Me Perturbe é uma plataforma (ANATEL), a iniciativa demostrou a viabilidade de es-
PRIVADO a 5% no setor privado e é inferior a 1% no setor público. O para o registro das solicitações de bloqueio feitas por tabelecer mecanismos eficazes de autorregulação e a

1% SETOR crescimento anual estimado, superior a 30%, deve ser im- consumidores que não desejam receber chamadas de
telemarketing. Com um volume superior a 200.000 aces-
possibilidade de contratação rápida de capacidade de
armazenamento e serviços de CN, de forma dinâmica e
PÚBLICO pulsionado em grande medida pelo mercado de CN para
as empresas privadas, ao passo que, no governo, espera- sos simultâneos no primeiro dia e mais de 3 milhões de sem gerar riscos e custos excessivos para os contratan-
bloqueios já realizados (até novembro de 2019), essa tes desses serviços. Essa iniciativa, que só foi possível
-se que o processo de migração seja um pouco mais lento
PORCENTAGEM DOS iniciativa, coordenada entre o regulador do setor e as devido às características intrínsecas da CN, está sendo
devido à grande infraestrutura já instalada e às restrições
ORÇAMENTOS DE TI companhias privadas de telecomunicações, representa ampliada para várias situações relacionadas à melhora
DESTINADOS A CN orçamentárias impostas às agências públicas.
uma das grandes histórias de sucesso do emprego de do serviço para o cliente, especialmente com relação à
CN em uma parceria público-privada no Brasil. Além de transparência das ofertas e cobrança correta dos ser-
reduzir significativamente a quantidade de reclamações viços prestados.

47
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Ilustração 9. Brasil: marco regulatório dos serviços em nuvem. 49


Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

A oferta de serviços de CN no mercado brasileiro tem um


número grande e crescente de atores. Entre eles estão as 80% GRANDES
grandes empresas internacionais (Amazon AWS, Micro- PROVEDORES
soft Azure, Google Cloud e IBM) que prestam serviços em
40% PARA MICROSOFT,
nuvem pública em todas as suas modalidades (IaaS, PaaS
20% PARA AMAZON Y
e SaaS), contando com grandes centros de processamen- 20% PARA GOOGLE.
tos de dados, instalados tanto no exterior como no territó-
rio brasileiro para cumprir as restrições de localização de Mesmo com esses integradores públicos e privados que
dados do setor público. Também estão presentes no mer- atuam como intermediários e apoio aos clientes, o merca-
cado provedores alternativos que atuam como integrado- do brasileiro é concentrado, com mais de 80% em poucos
res de soluções fornecidas pelas principais companhias grandes provedores de serviços em nuvem, divididos entre
internacionais, como Locaweb, Mandic, Primesys, Algar, 40% para Microsoft, 20% para Amazon e 20% para Google.
Vivo, Hola, Tivit, Alog e Level 3. Por fim, há os provedo- Isso ocorre como consequência da forte adoção de sof-
res estaduais, que também atuam como integradores de tware de escritório (Office 365), inclusive no setor público,
soluções oferecidas por grandes empresas internacionais e ERP (SAP), principalmente no setor privado. Os 20% res-
para agências governamentais, como SERPRO, DATA- tantes estão espalhados por outras empresas com menor
PREV, Telebrás, a Empresa de Informática do Governo do participação de mercado.
Estado de São Paulo e o Centro de Tecnologia da Informa-
ção e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro. O uso
A maior parte das contratações de serviços em nuvem
pelo setor público das grandes empresas internacionais
ainda se centra em IaaS (para cópias de segurança e co-
ainda permanece em uma escala menor33.
nectividade). Por outro lado, o fornecimento de SaaS já re-
presenta mais de 60% do crescimento do mercado de CN.

Ilustração 10. Brasil: Barreiras para a adoção e linhas de ação de curto prazo a ser exploradas. 51
Computação em nuvem. teção de dados pessoais, assinatura eletrônica, requisitos
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul. para contratação, legislação bancária e financeira, para ci-
tar alguns pontos. A administração pública declarou que
tem o enfoque “Cloud First”, e está avançando na atualiza-
PAÍS

CHI.
ção da lei, vigente desde 1999, sobre proteção da vida pri-
vada, para adaptá-la em 2020 com a criação de um órgão
de controle, regulamentação do consentimento e obriga-
ções dos responsáveis pelos dados. Apesar disso, exis-
tem, em alguns órgãos do setor público, barreiras culturais
autoimpostas no momento de tomar decisões referentes
Em 2019, a estratégia de governo digital foi renovada com
Há vários anos o a adoção de políticas e padrões para interoperabilidade,
à migração de dados para a nuvem. Quanto à possibili-
dade de transferência e processamento transnacional de
Governo do Chile vem cibersegurança, identidade digital (com o objetivo de que dados, a comissão do mercado financeiro (CMF) é o único
Estima-se que o mercado
promovendo iniciativas 100% dos serviços oferecidos sejam acessíveis por meio órgão que definiu uma regulamentação específica, impe- de CN no Chile esteja na
de modernização para ter de uma senha única até o final de 2020), política de com- dindo a localização de dados fora do território chileno. faixa de US$ 170 milhões
um Estado mais simples pras tecnológicas, política “open source first” e política de
a US$ 200 milhões.
incentivo ao uso da nuvem.
e eficiente. Um dos Quanto à cibersegurança, encontra-se no Senado para Seguindo as tendências internacionais, e especifica-
pilares desse processo consideração um projeto de lei voltado a modernizar a le- mente da América Latina, estima-se que esse merca-
de modernização foi o A Divisão de Governo Digital, vinculada à Presidência, é a gislação atual com base na Convenção de Budapeste. Foi do cresça a uma taxa aproximada de 20% e 30% ao
encarregada de liderar e apoiar as instituições públicas
desenvolvimento de um na implementação da estratégia de transformação digital,
promulgada a lei que regulamenta a assinatura eletrônica ano35. Fazendo-se uma análise do gasto em IaaS, PaaS
e os serviços de certificação de assinatura, estabelecendo e SaaS no setor público, entre 2014 e julho de 2019 as
Governo Eletrônico e a com um papel normativo, de geração de políticas, facili- os diferentes tipos de assinatura eletrônica, os aspectos contratações em SaaS multiplicaram-se por 6, com um
meta de se converter em tação e consultoria. A partir daí está sendo promovida a tecnológicos, os documentos eletrônicos, sua apresenta- incremento considerável de 2016 até o momento, o que
um “Hub digital” para o implementação de CN, com a modificação de leis e regu- ção e valor probatório e o uso desse tipo de assinatura marca uma tendência de crescimento no investimento
fornecimento de serviços lamentações para favorecer a adoção. pelos órgãos do Estado. nesses serviços. Em nível ministerial, o Ministério da

de CN na região. Saúde fez os maiores gastos em tecnologia no período


de 2014 a 2019, seguido pelos municípios e pelo Minis-
O Governo do Chile está implementando e modificando
tério do Trabalho e da Previdência Social.
leis e normas para favorecer a adoção de serviços de CN
e para fortalecer os direitos dos usuários, no que se refe-
re, por exemplo, aos dados pessoais. Além disso, existem
20% E 30%
atualmente normas e disposições que norteiam juridica- AO ANO
mente a contratação pelo Estado desse tipo de serviços
em suas diferentes modalidades e que proporcionam um MERCADO CRESÇA A UMA
ambiente favorável para seu desenvolvimento, como pro- TAXA APROXIMADA
53
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Ilustração 11. Chile: marco regulatório dos serviços em nuvem. 55


Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
CHILECOMPRA
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul. ChileCompra é um exemplo de plataforma digital orga- nuvem privada utilizando SSO (single sign-on).
nizada e centralizadora de iniciativas de migração para Os entes do setor público podem utilizar os serviços
A utilização da computação em nuvem pelos órgãos tri-
a nuvem e de todas as compras públicas. Em 2014 teve do ChileCompra para a aquisição de serviços de TI e
butários no Chile está em desenvolvimento como parte
início o processo de migração dos sistemas para a nu- CN. O ChileCompra emitiu em novembro de 2018 a
da estratégia de transformação digital do Estado. Me-
vem. Essa migração começou com a configuração de diretriz de contratação pública número 32, em que
diante a utilização da nuvem, o Ministério da Fazenda
máquinas virtuais em Azure para armazenamento de estabelece recomendações, não vinculantes, para a
tem como objetivo integrar digitalmente os sistemas A oferta de computação em nuvem mostra provedores
informações e criação de servidores virtuais. Atualmen- contratação de serviços em nuvem. A partir de 25 de
de todas as instituições, tanto públicas como privadas. de IaaS, PaaS e SaaS que estão fazendo uso da conecti-
te, é utilizada a automação de escritório fornecida pelo fevereiro de 2020, será implementada a nova loja Cloud
Nesse sentido, o Serviço de Impostos Internos do Chile vidade crescente oferecida pela promoção da instalação
Office 365 da Microsoft e a interface de administração no portal mercadopublico.cl com serviços tecnológicos
foi pioneiro em impulsionar a transformação digital. de cabos submarinos, política esta que teve continuidade da Microsoft Azure para prestar os serviços que o Chi- em nuvem, que pode ser usada para compras por 850
nas administrações dos últimos anos. No entanto, ainda leCompra oferece a seus fornecedores. Para o projeto órgãos do governo.
persistem algumas deficiências de conectividade no inte- da nova loja para convênios e licitações, em formato Entre 2014 e 2019, o gasto em serviços de CN, con-
rior do país, dada sua vasta dimensão geográfica e áreas SaaS, o ChileCompra está utilizando o produto “Magen- forme divulgado pelo ChileCompra, passou de US$ 5,5
remotas com baixa densidade populacional que dispõem to Commerce Cloud” em servidores situados em São milhões para US$ 23,7 milhões em 2018 (e US$ 23,8
de relativamente menos recursos que a média do país. Paulo, Brasil. Esse produto, por ser um e-commerce já milhões nos sete primeiros meses de 2019). Os prin-
desenvolvido, oferece como vantagens a velocidade na cipais órgãos públicos consumidores de SaaS, IaaS e
gestão das mudanças e adaptação do sistema. O Chi- PaaS foram o setor de saúde, o governo central e os
leCompra está avançando para um novo esquema de municípios, que consumiram, no período mencionado,
arquitetura de microsserviços e containers, para o qual cerca de 50% do gasto em tecnologia no setor público.
PaaS adquiriu nós do OpenShift da RedHat para gerar uma
IaaS TACC
SaaS
-11%

36%
COMISSÃO PARA O MERCADO
FINANCEIRO DO CHILE
Em junho de 2019, a CMF conferiu à empresa Entel Chile trocando os papéis de primário e secundário. A platafor-
um contrato para fornecer uma plataforma de proces- ma de virtualização implementada oferece uma nuvem
samento de CN. O âmbito da solução incluiu o forneci- pública dentro dos centros de computação no território
62%
mento de serviços de processamento, armazenamento, do Chile, sem limitações de quantidade de servidores ou
redes internas, segurança, licenciamento e suporte a apli- de licenciamento, e permite a administração centralizada
cações de produtividade e negócios, como parte de uma das máquinas virtuais por meio de um portal na web, que
solução integral contratada na modalidade de serviço. A possibilita a autogestão pela CMF e proporciona acesso
implementação ocorreu em dois centros de computação, a um amplo catálogo de recursos de computação, ar-
com conectividade que permite alta disponibilidade, lo- mazenamento, redes e segurança. Essa plataforma inte-

*janeiro a julho de 2019


calizados no território do Chile, de maneira que a CMF rage, em um esquema de nuvem híbrida, com o centro de
pudesse alternar e/ou transferir seus serviços a qualquer computação que a CMF possuía antes da migração e que
Ilustração 12. Chile: Gastos em IaaS, PaaS e SaaS no setor público (milhões de US$) um deles de acordo com uma periodicidade estabelecida, foi mantido para alguns sistemas internos. 57
Fonte: ChileCompra e análise própria
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Entre os atores internacionais de maior relevância que fornecem ser-


viços de IaaS, PaaS e SaaS, os que contam com infraestrutura no
território chileno são os seguintes:

GOOGLE
foi a primeira empresa internacional a instalar, em 2015, com
um investimento de US$ 150 milhões, um centro de compu-
tação no Chile. Recentemente, foi anunciada a intenção de
construir um segundo centro de computação no início de
2020 com um investimento projetado de US$ 200 milhões44.

HUAWEI
A Huawei, em agosto de 2019, inaugurou um centro de com-
putação TIER 3 na região metropolitana de Santiago com um
investimento de mais de US$ 100 milhõe45.

MICROSOFT
tem um “collocation datacenter”, onde o hardware e software
são propriedade da Microsoft, mas a infraestrutura em que se
encontram é propriedade da empresa local Sonda.

ORACLE
anunciou que instalará um centro de computação
no Chile em 202046.

ENTEL CHILE
conta com dois centros de computação.

Quanto à oferta de SaaS, pode-se destacar, como exemplo, o caso


da Claveúnica, que funciona como uma senha única para acessar to-
dos os serviços do estado chileno. É oferecida na nuvem para todas
as administrações. Até final de 2019, tinha cerca de 6,5 milhões de

cidadãos ativos.
lustração 13. Chile: Barreiras para a adoção e linhas de ação de curto prazo a ser exploradas. 59
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

O marco normativo referente aos serviços de CN não apre-


PAÍS

PAR.
senta avanços consideráveis. Ainda não foram desenvol-
vidos padrões técnicos nem políticas de cloud first para
favorecer a adoção desses serviços. Apesar desse vácuo
jurídico, há órgãos e entidades do Estado, como a ANDE
ou o Ministério do Desenvolvimento Social49, que adquiri-
ram esse tipo de serviços por iniciativas próprias de suas
O contexto da contratação Por essa lei, o MITIC é estabelecido como o regulador es-
equipes de TI. É importante destacar que o MITIC dispõe
pecializado em matéria de proteção de informações pes-
e utilização de serviços de de um serviço para os órgãos e entidades do Estado (OEE)
soais e governamentais, cibersegurança, infraestrutura
computação em nuvem tecnológica pública, processos públicos de aquisição de
denominado Nube-PY50 que, seguindo um modelo de im-
plantação de nuvem privada, tem como finalidade oferecer
no Paraguai está em ferramentas tecnológicas e implantação de redes de co-
infraestrutura e software como serviços para os órgãos
processo de transformação. nectividade nacionais.
que solicitarem.
Em outubro de 2018, foi
sancionada a Lei 6.20748, Como um produto dessa reconfiguração, o marco norma-
que criou o Ministério de tivo e regulatório está em evolução e procurou tornar de
O fator comum identificado
Tecnologias da Informação caráter obrigatório resoluções anteriores, além de atuali-
no setor público é a tendência
Por isso, destacam-se os centros de processamento
zar seu conteúdo e elaborar diretrizes de acordo com as de dados da Subsecretaria de Administração Financei-
e Comunicação (MITIC). para o investimento em
novas atribuições do MITIC. Quanto à divisão política, o ra, da Subsecretaria de Tributação, do Banco Central e
MITIC tem autoridade sobre as decisões de infraestrutu- infraestrutura on-premises, também do MITIC, entre outras entidades. Cabe desta-
ra tecnológica dos departamentos; os municípios, porém, sob a justificativa de trabalhar car que o Banco Central está trabalhando na elaboração
terão autonomia para a administração de seu orçamento.
com informações críticas do de uma regulação que permita utilizar os serviços de
Embora não tenha havido uma regulamentação específica computação em nuvem não só nas organizações pri-
sobre os serviços de CN, há algumas normas e disposi-
Estado de maneira soberana e vadas, mas também no interior do próprio órgão. Essa
ções que enquadram juridicamente sua utilização de for- independente. administração e aquisição independente de tecnologia
ma indireta por diferentes ângulos e modalidades. resulta em ineficiências tanto econômicas como no uso
da capacidade adquirida.

61
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de NUBE-PY
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.
O projeto Nube-PY oferece infraestrutura e software das ferramentas fornecidas pelo MITIC. Estão incluídas
como serviço às agências do Estado paraguaio. Os ser- capacitações para o pessoal da instituição oferecidas
Um dos objetivos do MITIC é centralizar a infraestrutura
viços da Nube-PY são montados sobre um datacenter pela equipe de TI do MITIC sobre a utilização e adminis-
disponível de todos os órgãos do governo sob um es-
com servidores de alto rendimento e redundantes, com tração da nuvem, que serão de caráter obrigatório para
quema de nuvem híbrida, que incorpore aplicações dos
recursos de computação e armazenamento, infraestru- obter acesso ao serviço. Em termos de SaaS, a Nube-PY
provedores de serviços de computação em nuvem mais
tura de redes de 10 GB e networking, conectado à Rede oferece uma gama de aplicações para os cidadãos, uma
reconhecidos em nível internacional. A finalidade é poten-
Metropolitana e internet de alta velocidade. No que se plataforma de assinatura digital conforme definido na
cializar os recursos da Nube-PY, incorporando funcionali- refere a IaaS, os clientes se servem de máquinas virtuais Lei 4.017 de 2010, um sistema de gestão de documen-
dades de nuvem pública que reduzam tempos de desen- em um catálogo interno personalizado por instituição ou tos on-line (GDL), uma plataforma de interoperabilidade
volvimento e escalem os benefícios mais rapidamente, em um catálogo interno padronizado. A isso se soma a para o intercâmbio de informações entre agências, um
sem comprometer informações críticas do Estado. autogestão de hospedagem virtual de servidores (físi- software para a implementação de procedimentos admi-
co-a-virtual ou implantação de novos servidores); visuali- nistrativos on-line, além dos serviços de hospedagem na
zação e controle de alertas, monitoração e prevenção de web, correio institucional e modelos padronizados para
Os grandes provedores de riscos e eficiência do VDC; acesso a servidores por meio sites institucionais e de dados abertos.
serviços em nuvem de âmbito
internacional oferecem seu
A oferta de provedores locais de serviços em nuvem apre-
leque de ofertas no país. No senta um desenvolvimento incipiente. Foram detectados
CENTRALIZAÇÃO DE
entanto, o único com presença três provedores de IaaS com capacidade de processamen-
CENTROS DE DADOS
comercial e escritório local to local (Tigo, Excelsis e Teisa), além de empresas como
Como parte do processo de levantamento da situação permitiria unificar o poder de computação e armazena-
é a Microsoft. COPACO, Bancard e Rieder, que oferecem serviços de hos-
atual do Projeto de Agenda Digital, a equipe de infraes- mento de todos os recursos do Estado e, por meio de
pedagem de sites e correio eletrônico. Adicionalmente,
trutura do MITIC fez um inventário da infraestrutura tec- um orquestrador, administrar centralizadamente máqui-
existem empresas que oferecem diferentes tipos de sof- nológica dos órgãos que se encontram no seu âmbito nas virtuais que atendam à demanda das agências do
também assinou um memorando de entendimento para
tware como serviço (Softshop, Todosoft, UniTi, Konecta, de aplicação. Com um nível de resposta de 60% dos governo. Esse projeto envolve uma mudança de para-
apoiar o MITIC em seus esforços para executar os proje-
OLAM, Keeper, Codium); estas também funcionam como consultados, foram detectados cerca de 160 racks de digma no desenvolvimento de aplicações, passando a
tos associados ao Programa de Agenda Digital . 51

fábricas de software personalizados, em parcerias com servidores, estimando um nível de utilização inferior a um modelo de containers. Essa solução contempla a
provedores internacionais de IaaS, PaaS e DBaaS para 30%. Com base nesses dados e pela autoridade que lhe alternativa de migrar para uma nuvem híbrida, incorpo-
seus desenvolvimentos. Não foram identificados provedo- concede a Lei 6.207 de 2019 como administrador da in- rando aplicações da nuvem pública, para ganhar escala-
res locais de PaaS e DBaaS. fraestrutura tecnológica de todas as entidades que de- bilidade e velocidade de implementação, mas sem com-
pendam do governo nacional, os especialistas do MITIC prometer a soberania e controle dos dados. De acordo
idealizaram um projeto de otimização da infraestrutura, com o ritmo de atualização do equipamento projetado
por meio de sua centralização sob a administração do pelo ministério, centralizar esses recursos poderia re-
ministério. O objetivo buscado é a implementação de presentar uma economia em custos de aproximada-
uma nuvem core do governo usando uma plataforma mente US$ 60 milhões.
baseada no software de virtualização OpenStack. Isso
63
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Ilustração 14. Paraguai: marco regulatório dos serviços em nuvem. 65


Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

É relevante mencionar o papel do MITIC como provedor de


IaaS e SaaS por meio da Nube-PY, que, além de seu servi-
ço de infraestrutura, inclui aplicações orientadas para os
cidadãos, GDL, portal de dados abertos, hospedagem de
sites e correio eletrônico, entre outras funcionalidades.

Ilustração 15. Paraguai: Barreiras para a adoção e linhas de ação de curto prazo a serem exploradas. 67
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

A AGESIC procura inovar e tornar mais eficiente a manei-


PAÍS ra como os cidadãos se relacionam com o estado, sendo

URU.
“Usuario gub.uy” um exemplo claro disso.

Quanto à conectividade e implantação de fibra óptica no


país, 75% das conexões residenciais já contam com essa
100% DE
instalação, enquanto 82% das residências estão conecta- HOGARES EN
O Uruguai posicionou- Com sua inclusão no D7 (em 2017, agora D9 pelo número
das à Internet por banda larga63, com a expectativa de che- LA NUBE
gar a 100% das residências no primeiro trimestre de 2020
se na vanguarda como de países que o integram), o Uruguai foi o primeiro país
(conforme anunciado pelo Ministro da Indústria, Energia e
CONECTADOS POR BANDA
ANCHA COMO OBJETIVO 2020
referência regional e latino-americano a ocupar um espaço de decisão global
Minas do Uruguai em junho de 2019). A Antel iniciou em
quanto ao desenvolvimento das sociedades digitais.
mundial em governo digital 2010 o projeto de conexão residencial por fibra óptica.

e preside o D962, o grupo de


países digitalmente mais O Uruguai tem, em nível nacional, um único órgão respon-
Destaca-se a regulamentação referente ao controle dos
sável pelas questões referentes ao uso e desenvolvimento O marco regulatório do
avançados em nível global. dados pessoais, que permite a transferência de dados
da CN: a Agência de Governo Eletrônico e Sociedade da Uruguai estabelece limites pessoais para países ou órgãos internacionais ou supra-
Informação e do Conhecimento (AGESIC). A AGESIC é o
claros quanto à adoção de nacionais que cumpram uma legislação adequada. No en-
órgão responsável por temas de vital importância para o
uso e desenvolvimento de computação em nuvem, como a
computação em nuvem tanto, no que se refere a dados da administração central,

proteção de dados pessoais, cibersegurança e aquisições pelos diferentes órgãos do por serem todos eles considerados ativos estratégicos ou
informação crítica do Estado, eles não podem ser trans-
pelo Estado. A AGESIC é uma unidade executora com au- setor público. feridos para outras jurisdições e devem ficar alojados em
tonomia técnica, vinculada à Presidência. Foi criada pelo
território nacional uruguaio, em datacenters devidamente
art. 72 da Lei N° 17.930 de dezembro de 2005.
certificados para esse fim. Outro aspecto a destacar no
âmbito regulatório no Uruguai é a política de software de
código livre64, pela qual se determina a obrigatoriedade de
uso de software livre, a menos que haja uma razão funda-
mentada em contrário.

69
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

USUARIO GUB.UY
No caso da prestação de serviços SaaS do tipo de IA (in-
teligência artificial) ou machine learning, atenta a uma “Usuario gub.uy” (anteriormente chamado ID Uruguay) • Direção Geral de Impostos
limitação da oferta local, a AGESIC autorizou exceções é um sistema que permite, mediante uma única conta, • Prefeitura de Montevidéu
para a contratação desse tipo de serviços de empresas acessar todos os procedimentos e serviços digitais do • Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca
Estado sem necessidade de novos registros ou senhas • Ministério do Interior
internacionais (permitindo, nesses casos, a transferência
adicionais. Com usuario gub.uy, os cidadãos dispõem de • Ministério da Saúde Pública
internacional de dados e o uso de software que não seja
uma conta única para poder usar de maneira cômoda, • Ministério do Transporte e Obras Públicas
open source). Alguns exemplos disso são detecção ou
fácil e segura os serviços digitais do Estado uruguaio. • Ministério do Trabalho e Previdência Social
análise de sentimentos em redes sociais e a identifica- Quanto à demanda, estima- Estes são alguns dos órgãos mais importantes que já • Ministério da Moradia, Ordenamento Territorial e
ção de evasão fiscal. Embora essas sejam exceções que
se que o mercado de adotaram o sistema: Meio Ambiente
precisam passar por um processo de aprovações, elas
permitem constatar uma intenção do governo uruguaio
computação em nuvem no • Unidade Reguladora e de Controle de Dados Pes-
soais: Registro de Banco de Dados
de não ficar para trás no uso de tecnologias globalmente Uruguai esteja em torno de • Unidade Reguladora de Serviços de Comunicações
avançadas que não tenham um desenvolvimento compa- US$ 40 a US$ 60 milhões,
rável em nível local. com um crescimento anual
de cerca de 30%.
Por outro lado, quanto à oferta, como se indicou anterior-
RED SALUD
mente, e no que se refere aos órgãos do Estado, ela é limi-
tada por questões regulatórias (obrigatoriedade de alojar A História Clínica Eletrônica Nacional (HCEN) baseia-se É uma rede de alta disponibilidade, escalável, segura,

em território uruguaio os dados da administração). A em- no intercâmbio de informações clínicas entre prestado- auditada pela CERTuy e monitorada 24/7. A conexão é
res de saúde para dar apoio à continuidade da assistên- feita por contrato direto das organizações com a Antel.
presa de telefonia Antel tem os dois maiores centros de
cia de saúde e ao papel de orientação do Ministério da Por meio do projeto Accesos Salud.uy, procura-se dar ao
computação do país (um está situado em Pando e o outro,
Saúde Pública. O Programa Salud.uy possibilita o inter- usuário o poder de decidir quem pode acessar suas in-
menor, encontra-se em Pocitos), e o centro de processa-
câmbio de informações clínicas de forma segura. Esse formações clínicas eletrônica no âmbito da HCEN. Cada
mento de Pando é o único que conta com a certificação da
intercâmbio é feito por meio da Red Salud. A Red Salud usuário terá a possibilidade de configurar as políticas de
AGESIC. O governo uruguaio dispõe também de um data-
é uma rede privada para a conexão de instituições, públi- acesso à informação pela equipe de saúde de acordo
center próprio localizado no mesmo prédio da presidência cas e privadas, com competências legais em questões com a regulamentação vigente. O objetivo é alcançar
(neste está montada a nuvem da presidência, criada como de saúde, que permite o intercâmbio seguro de infor- 100% de adoção em 2020. A adoção da HCEN é obri-
forma de consolidar diferentes datacenters). mações dos usuários do sistema de saúde por meio gatória para todos os prestadores, tanto públicos como
da plataforma Salud.uy. A Red Salud é uma rede de alta privados, do país.
velocidade com velocidades que vão de 10 a 100Mbps.

71
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Ilustración 16. Uruguay: marco regulatorio de los servicios en la nube. 73


Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

A partir de Pando, a Antel oferece os diferentes modelos


de serviços de CN. Estes são classificados em quatro fa-
mílias de serviços: hospedagem, MiNube (infraestrutura, Quanto aos principais provedores de serviços de CN in-
aplicações e serviços), serviços complementares e de ternacionais (Google, Microsoft Azure, Amazon Web
internet e conectividade privada. A nuvem da presidên- Services), provedores de serviços de IaaS, PaaS e SaaS,
cia oferece tanto serviços de IaaS como de PaaS e SaaS. nenhum deles tem capacidade de processamento em ter-
Os serviços da nuvem da Presidência são oferecidos em ritório uruguaio (a Microsoft, em sociedade com a Sonda,
dois centros de dados, o da Torre Ejecutiva e o da Antel tem um módulo de Azure Stack em datacenter da Antel),
Pando, o que permite melhorar a resiliência, asseguran- fornecendo seus serviços de IaaS, PaaS e SaaS de forma
do a continuidade das atividades e protegendo os dados internacional. Em outubro de 2019, a Google anunciou70 a
hospedados na nuvem. instalação de um datacenter na zona franca no departa-
mento de Canelones, que seria, assim, o segundo datacen-
ter da empresa na América do Sul.
A HCEN é um dos serviços
que a nuvem da Presidência
Quanto à oferta de datacenters locais privados, seu uso
presta aos órgãos do estado. por órgãos do governo não tem muito incentivo por não
contarem com a certificação da AGESIC e por não pode-
rem ser contratados pelos modelos de contratação direta,
como acontece com a Antel por ser um órgão do Estado.

Ilustración 17. Uruguay: Barreras a la adopción y líneas de acción de corto plazo a explorar. 75
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

MODELOS DE CUSTOS As soluções on-premises obrigam as organi- aplicações. Além disso, é necessário fazer

06
zações a considerar um investimento inicial uma estimativa de médio prazo dos requisi-
SEÇÃO
PARA O CONE SUL associado a servidores, racks, instalações,
firewall, armazenamento, sistemas opera-
tos de espaço físico, manutenção, serviços
públicos, conectividade, bem como da con-
cionais, mecanismo de banco de dados, sof- figuração de uma equipe de TI capacitada
tware de virtualização e desenvolvimento de para operar a arquitetura de rede apropriada.

PROCESSO MIGRAÇÃO PARA


SERVIÇOS IAAS
MIGRAÇÃO PARA
SERVIÇOS PAAS
MIGRAÇÃO PARA
SERVIÇOS SAAS
DE MIGRAÇÃO
PARA A NUVEM No caso de uma migração para serviços de IaaS, os gastos de infraes-
trutura seriam substituídos por novos gastos correntes (o pagamento do
Na migração para um modelo de serviços PaaS, o clien-
te não administra a infraestrutura. Nesse caso, ele terá
O modelo de SaaS é o que apresenta maior inte-
gração na adoção de serviços em nuvem. Nesta
IaaS do provedor) e os gastos de correntes que se tornariam variáveis o controle sobre o ambiente de desenvolvimento, o que etapa, a chave está em identificar o software que
em função das necessidades de processamento, armazenamento, trans- lhe permitirá criar suas próprias aplicações. responda melhor às necessidades da organização.
ferência de dados e suporte. Neste caso, os gastos correntes derivam unicamen-
Nesse modelo, os gastos correntes associam-se ao
te da licença do software (SaaS), dos salários da
Também pode mudar a estrutura da equipe de TI, uma vez que poderão custo da licença do ambiente de desenvolvimento e
equipe de TI e do suporte técnico interno.
ter que ser reconfigurados os recursos atualmente designados especifi- horas de trabalho necessárias para a construção das
camente para a gestão da infraestrutura. Nesse caso, seriam mantidos aplicações próprias. Além disso, agregam-se encargos
os gastos associados ao software, entre os quais estão o sistema opera- por excedentes de armazenamento, processamento e
cional, mecanismos de bancos de dados e ambientes de desenvolvimen- transferências de dados em relação às condições do
to de aplicações. plano contratado. A equipe de TI também pode ter que
ser reconfigurada com maior foco no entendimento da
Aqui poderiam entrar em consideração as soluções de código aberto, que
operação e no desenvolvimento de aplicações.
dão mais flexibilidade e interoperabilidade à arquitetura projetada. Em-
bora sua implementação seja livre, como nas soluções proprietárias, é
preciso uma equipe para sua administração, portanto a operação exigirá
uma equipe in-house ou o pagamento de uma tarifa anual para garantir
suporte técnico e atualização das versões instaladas.
VOLTAR AO ÍNDICE
77
Computación en la Nube.
Contribución al desarrollo de ecosistemas digitales
en países del Cono Sur.

ELEMENTOS DE
CUSTOS GENÉRICOS
SOFTWARE
Os elementos de custos migram de desembol-
sos de capital para custos correntes conforme
se passa de soluções on-premises para modelos
de serviço de CN. Os elementos de custos a se-
rem considerados são:

a infraestrutura e sua depreciação.


o software.
a manutenção de software e hardware.
o pessoal.
serviços públicos (principalmente eletricidade).
instalações
e o custo imobiliário correspondente ao espaço
físico para alojar a infraestrutura.

Os níveis de adoção de serviços em nuvem le-


vam a uma reconfiguração dos elementos gené-
ricos da estrutura de custos. Essa transforma-
ção também acontece dentro das equipes de TI,
que precisam alterar desde funções de adminis-
tração e operação de infraestrutura até funções
de controle e acompanhamento dos serviços de
CN, para assegurar seu uso eficiente e apropria-
do e para evitar incrementos inesperados nos
gastos correntes.

Ilustração 18. Conversão de gastos de capital para


custos de operação para o usuário.
79
Computación en la Nube. Como ilustração, os resultados apresentados a seguir refletem o cenário com um perfil de
Contribución al desarrollo de ecosistemas digitales
en países del Cono Sur. demanda elevado (nacional), com infraestrutura localizada nos Estados Unidos, fornecida
por um provedor privado. Como se observa na ilustração acima, há eficiência de custos con-

RESULTADOS Cada um dos modelos de serviços e implanta-


ção contemplados no modelo de custos apre-
forme se integram serviços de CN (de on-premises para SaaS) e conforme se migra para um
modelo de implantação de nuvem pública.
DO EXERCÍCIO senta um esquema de faturamento diverso da
DE MODELAGEM CN, que depende de fatores como a intensidade
Ilustração 19. Resultado econômico da migração para a nuvem. Quadro de resultados por
de uso, as características da infraestrutura e do
DE CUSTOS software, a localização do centro de dados que
país: perfil nacional, localizado nos EUA, provedor privado (Economia máxima estimada)

oferecerá o serviço, o esquema de pagamento


O exercício de avaliação estima o custo presen-
selecionado pelo cliente, entre outros elemen-
te líquido de um aplicativo de gestão de relacio-
tos. A complexidade do modelo de custos refle-
namento com os clientes72 para atendimento
te esses diferentes esquemas, a fim de ajustar
aos cidadãos (aplicativo considerado como ilus-
a estimativa aos casos reais identificados como
tração para fins do exercício) nos cinco países
cenários principais da análise.
do estudo, considerando dois perfis de intensi-
dade de uso (um maior, de alcance nacional, e
O modelo supõe, em todos os casos, a implan-
um menor, de alcance municipal). A estimativa
tação de soluções de código aberto para os sis-
contempla a possibilidade de uso dos modelos
temas operacionais, mecanismos de banco de
de serviço on-premises, IaaS, PaaS e SaaS; três
dados, software de virtualização e ambientes de
modelos de implantação (nuvem pública, híbri-
desenvolvimento de aplicações.
da e privada); duas alternativas de localização
geográfica do datacenter do provedor (Estados
Em termos estruturais, o resultado será compos-
Unidos e Brasil); e, por fim, a possibilidade de
to por uma estimativa de fluxo de fundos incre-
ter um centro de processamento de dados do
mentais por cinco anos, com periodicidade men-
governo que ofereça os serviços.
sal, que serão descontados com base nas taxas
de desconto de referência do mercado para cada
país. O resultado do modelo de custos genérico
permitirá analisar valores relativos entre diferen-
tes graus dos modelos de serviço em nuvem, O exercício conclui que os modelos de implantação em nefícios da economia proporcionada pelos serviços em
destacando o benefício incremental em relação nuvem pública são os que apresentam maiores níveis de nuvem com os requisitos de soberania e controle de infor-
à situação on-premises. economia em relação à situação on-premises. No entanto, mações presentes tanto nas legislações de proteção de
nas entrevistas realizadas, identificou-se certa reticência dados pessoais como nas preferências das autoridades
quanto à migração para a nuvem pública. Diante desse dos governos.
cenário, as soluções híbridas poderiam combinar os be-
81
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul. O impacto dos serviços em nuvem é maior onde a massa crítica de usuários não é suficiente
para justificar os investimentos mínimos em infraestrutura tecnológica própria necessários para
Mesmo quando fica clara a redução de custo pelo operar esse tipo de aplicativos, por exemplo, no nível de governos subnacionais ou locais. Onde
uso dos serviços de CN, é importante destacar que o as economias de escala não justificam o nível de investimento para adquirir equipamentos, a

CONCLUSÕES:
custo não é o único fator a ser levado em conta para utilização dos serviços de CN proporciona flexibilidade e rapidez para a implementação, o que
definir uma estratégia de CN. permite que a operação seja implantada de forma ágil, efetiva e menos custosa, reduzindo os
Tendo em conta essas ressalvas, e no tempos de capacitação e as exigências de recursos humanos. Portanto, quando não se alcança
que se refere estritamente à análise a massa crítica de usuários, a CN é a única alternativa para esses órgãos digitalizarem sua ope-
Devem-se considerar econômica, a partir do modelo de cus- ração e, assim, oferecer aos cidadãos e equipes próprias os benefícios que as novas tecnologias
também ASPECTOS tos conclui-se que:
da informação proporcionam (inclusive, em alguns municípios ou órgãos pequenos, a CN pode

ESTRATÉGICOS como: ser a única alternativa para a prestação de certos serviços).

A economia em custos aumenta conforme os usuários integram serviços

1 O NÍVEL DE DEPENDÊNCIA DE
PROVEDORES (VENDOR LOCK-IN)
de CN, avançando no caminho da migração dos serviços de um esquema
on-premises para IaaS, até chegar, por fim, ao modelo SaaS; esse impacto
é potencializado quando é acompanhado de uma migração de um modelo

2 A PORTABILIDADE DOS de implantação privado para a opção de nuvem pública ou híbrida.


DADOS E SISTEMAS

No que se refere a modelos de nuvem privada, no Brasil a economia com a migra-


3 A CIBERSEGURANÇA
ção para IaaS ficaria em torno de 5%. Nos outros países, essa opção poderia ser
mais custosa que a implantação on-premises (isso se deveria ao impacto tributário
destes serviços no mercado brasileiro). A localização do datacenter no Brasil reduz
4 A FACILIDADE PARA
INTEGRAR SERVIÇOS
os benefícios, em termos econômicos, da migração para a nuvem, por causa dos
maiores custos tributários. No entanto, há menos latência do que em soluções lo-
calizadas nos EUA.

5 O DESEMPENHO DOS
APLICATIVOS
O documento completo em que se
apoia este relatório traz uma análise Os benefícios da migração para a nuvem são maiores quando são fornecidos por soluções do
mais detalhada por país dos custos governo do que quando o serviço é fornecido por uma empresa privada. Cabe destacar que, em

6 OS EFEITOS NO MERCADO DE
PROVEDORES, ENTRE OUTROS
em diferentes cenários. alguns casos, esse tipo de modelo de serviço é subsidiado pelo órgão do governo que o adminis-
tra. Se, por um lado, isso significa uma economia de custos para a agência que adquire o serviço,
O documento completo pode ser é preciso avaliar o custo total para o governo dessa alternativa. Além disso, devem-se avaliar os
solicitado a Agustina Schijman níveis de qualidade de serviço oferecidos por essas soluções do governo, em comparação com os
pelo e-mail aschijman@iadb.org.
serviços e propostas oferecidos pelos atores privados de nível internacional.

83
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

LINHAS DE TRABALHO

07
NOS PAÍSES DO CONE SUL
SEÇÃO

BARREIRAS ORGANIZACIONAIS

MODELOS DE CONTRATAÇÃO RECURSOS HUMANOS FALTA DE GATILHOS

Esquemas de contratação obsoletos e Falta de pessoal capacitado para a A obsolescência tecnológica e/ou
focados na aquisição de equipamento contratação e posterior administração
BARREIRAS PARA de serviços de IaaS e de PaaS de CN necessidade de aquisição de nova
e infraestrutura infraestrutura (e sua alta necessidade
(não seria limitante para SaaS) de investimento) são, em muitos casos,

A ADOÇÃO PELO
os gatilhos para a migração para a nuvem
PROCEDIMENTOS

SETOR PÚBLICO Orçamentos designados aos órgãos do CULTURAIS


governo com periodicidade anual, o que
produz incerteza quanto à factibilidade Preocupações associadas à
de arcar com o gasto operacional em cibersegurança e ao desconhecimento
anos seguintes. da regulamentação

Obrigação explícita ou implícita de


utilizar um provedor do Estado.

BARREIRAS BARREIRAS DE BARREIRAS


POLÍTICAS INFRAESTRUTURA E RECURSOS INSTITUCIONAIS E REGULATÓRIAS
COORDENAÇÃO E PREVISIBILIDADE REGULAMENTAÇÃO AUSENTE
CONECTIVIDADE
Diferenças políticas entre líderes A ausência de regulamentação leva
de agências, e incerteza diante de A transferência e processamento a confusão quanto à possibilidade
mudanças de governo (perda da de dados requer boa conectividade normativa de adoção da CN.
memória institucional) e baixa latência
73
LIMITAÇÕES NORMATIVAS
RECURSOS ECONÔMICOS
Ilustração 20. Alguns “LAW ENFORCEMENT ACCESS TO DATA” Condições para a transferência
exemplos de barreiras internacional de dados e requisitos
Continuidade de orçamento para arcar de geolocalização
para a adoção de CN Potencial perda de controle da com os gastos de serviços de CN
informação no caso de esta ser
pelo setor público em transferida para outras jurisdições Falta de neutralidade tecnológica,
por exemplo, obrigatoriedade de uso
países do Cone Sul. exclusivamente de código aberto

VOLTAR AO ÍNDICE
85
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de RECURSOS Em todos os países da região foi identificada tos e não estavam alinhados com as novas
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul. HUMANOS uma falta de recursos humanos qualificados tendências de formação de perfis técnicos
para a CN, especificamente para IaaS e PaaS. de análise de sistemas (não necessariamen-
Essa falta de recursos evidenciou-se não só te focados em cursos de graduação, mas em
no que se refere a recursos técnicos para a cursos específicos e autoaprendizagem).
BARREIRAS implementação e administração dos ser- No entanto, é importante ressaltar que, para
viços de CN, mas também aos recursos de SaaS, dá-se a situação inversa, já que, ao
ORGANIZACIONAIS compras, por exemplo, para compreender os terceirizar o serviço completo, o requisito
modelos de negócio e os benefícios em ter- de pessoal capacitado é significativamente
mos de reduções de custos potenciais. Estes mais baixo, ou praticamente nulo. A barreira
PROCEDIMENTOS Os modelos de contratação ainda não se- ou atraso de pagamento (por exemplo, por últimos recursos são os que precisam dispor de recursos humanos, no caso de SaaS, apli-
E MODELOS DE guem totalmente os modelos de pagamen- problemas de controles de capitais, cartão das capacidades para identificar e avaliar os ca-se apenas à circunstância de serem exi-
CONTRATAÇÃO benefícios que a implementação de serviços gidos, por questões regulatórias ou de outra
to-por uso dos serviços em nuvem contra- de crédito utilizado para o pagamento, etc.).
tados e, em muitos casos, os órgãos do Essas barreiras relacionadas aos modelos de de CN poderiam representar para sua organi- natureza, desenvolvimentos nacionais (como
governo, quando contratam esses serviços, contratação dos serviços de CN foram iden- zação. No caso do Uruguai, foram analisadas ocorre no Uruguai ou no Chile por seu objeti-
o fazem de uma maneira “tradicional”, por tificadas nos cinco países examinados neste também situações em que os processos de vo de se converter em um “Hub digital”).
exemplo, com crédito pré-pago ou compra de relatório. No caso do Chile, pode-se destacar contratação de pessoal técnico eram obsole-
uma determinada capacidade fixa de recur- que, por meio do ChileCompra, existem ins-
sos. Isso se deve principalmente ao fato de trumentos de contratação específicos para
as dotações orçamentárias ainda seguirem os serviços de CN, porém ainda há falta de
uma lógica de investimento de custo fixo e conhecimento dos órgãos públicos a esse CULTURAIS Fortemente associadas às anteriores, rela- termos de factibilidade e facilidade na hora em
por ciclos anuais. No entanto, a contratação respeito e, como nos outros mercados, man- cionam-se à falta de conhecimento dos benefícios que se quiser colocá-la em prática. Essa situação
de serviços de CN requer capacidade técnica tém-se o problema das dotações orçamen- dos serviços de CN e aos temores e preocupações, é observada nos casos da Argentina, Brasil, Chile
de dimensionamento e estimativa dos gastos tárias anuais. Tendo em conta as leis de con- muitas vezes não fundamentados, com os riscos e Paraguai em que, embora a migração entre pla-
anuais e requer também um compromisso tratação e licitação nesses países, a seleção referentes a cibersegurança. Uma segunda fonte taformas seja permitida em nível regulatório, os
de desembolso de um gasto fixo crescente de um provedor privado para um contrato de preocupação na hora de avaliar a migração para diferentes órgãos do governo optam por continuar
ao longo dos anos. Além disso, no caso de significativo pode chegar a demorar mais de a nuvem é o vendor lock-in, situação em que, uma operando em seus centros de processamento
contratação de serviços de CN internacio- um ou dois anos e, em muitos casos, é co- vez migrado para uma plataforma de CN, a flexibili- on-premises em vez de migrar para serviços em
nais (Amazon AWS, Microsoft Azure, Google mum que, no fim, o processo seja declarado dade para migrar a uma nova plataforma no futuro, nuvem, ou fazem uma migração lenta e/ou limita-
Cloud e IBM), estes costumam ser faturados deserto ou cancelado. Uma opção a ser estu- pública ou privada, mesmo quando isso é possível, da (migrando apenas um tipo de informações de
em dólares, o que agrega uma variável adi- dada seria a implantação de plataformas de se apresenta sempre como uma interrogação em menor relevância).
cional à dificuldade de previsão do nível de aquisição de TI e CN como o Marketplace do
gastos. Por fim, a contratação internacional Reino Unido (https://www.digitalmarketpla-
de serviços de CN envolve um risco de inte- ce.service.gov.uk/). FALTA DE UM GATILHO Em muitas situações, os órgãos públicos pode-se mencionar o caso da ASI na Cida-
rrupção do serviço na eventualidade de falta PARA A MIGRAÇÃO PARA dispõem de infraestrutura legada, on-pre- de de Buenos Aires, em que, como primei-
OS SERVIÇOS DE CN mises, com capacidade de uso, com a qual ra medida, optou-se por uma concentração
podem fazer o processamento dos dados dos diversos centros de computação re-
de sua organização. Nesses casos, o inves- motos e descentralizados e, depois, diante
timento já foi feito e, portanto, o processa- da necessidade de desembolsos signifi-
mento dos dados não representa um custo cativos por falta de capacidade ou manu-
adicional além do custo irrecuperável de tenção, optou-se por migrar para a nuvem
manutenção do centro de processamento em um modelo híbrido.
de dados. Como exemplo dessa situação,
87
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.
BARREIRAS DE
INFRAESTRUTURA E RECURSOS

CONECTIVIDADE A transferência e processamento de dados municípios do país. Nos países do Cone


BARREIRAS requer boa conectividade e baixa latência. Sul, observou-se que, enquanto no Uruguai
Um impacto esperado da CN é a redução e no Chile a conectividade não se apresen-
INSTITUCIONAIS E REGULATÓRIAS da brecha digital entre as cidades impor- ta como uma barreira significativa para o
tantes e as cidades mais remotas com me- desenvolvimento da computação em nu-
nos recursos; se essas cidades menores vem, esse poderia ser um problema para
REGULAMENTAÇÃO A ausência de regulamentação gera incerte- tivas, mesmo nos outros países examinados não dispuserem de boa conectividade, não o Brasil (no nível municipal), Argentina e,
AUSENTE. za quanto à possibilidade de adoção dos ser- neste relatório, conforme indicado anterior- poderão acessar os serviços de CN que os principalmente, no Paraguai.
viços de CN, em que modalidade realizá-lo, mente, considera-se que a regulamentação governos centrais disponibilizarem para os
com que precauções, quais são seus riscos, para os serviços de CN ainda é incompleta,
etc. Diante disso, a posição dos órgãos do sendo o caso mais claro o do Paraguai, em RECURSOS A migração para os serviços de CN requer se esclareceu ao detalhar as barreiras or-
governo costuma ser de não adoção de ser- que a legislação ainda se encontra em uma recursos em dois sentidos: recursos hu- ganizacionais) e recursos econômicos
viços de computação em nuvem frente à etapa incipiente e não faz referência especí- manos para sua implementação e admi- para sua manutenção ao longo do tempo,
falta de clareza sobre as possibilidades de fica aos serviços de CN. nistração eficiente (no caso de IaaS e de ainda mais diante do crescimento da ne-
uso. Quanto à ausência de diretrizes norma- PaaS, mas não para o caso de SaaS, como cessidade de fundos ano a ano.

BARREIRAS
COORDENAÇÃO E POLÍTICAS
PREVISIBILIDADE

LIMITAÇÕES As limitações normativas são aquelas que pesquisa e desenvolvimento dos provedo- Seja por desconfiança das informações, por diferenças trutura própria on-premises ou até mesmo de serviços de
NORMATIVAS estabelecem condições de fronteira para a res internacionais do serviço ou por outros políticas, desconhecimento ou outros motivos, algumas nuvem pública. Outro exemplo é o caso do Uruguai, onde
adoção dos serviços de computação em nu- motivos não econômicos). Há uma situação organizações ou entidades regionais não utilizam recur- nem todos os órgãos do governo usam a nuvem forneci-
vem e resultam no não uso desses serviços, similar no caso da obrigatoriedade de utili- sos disponíveis proporcionados pela administração cen- da pela Antel ou do serviço de Usuario gub.uy apesar da
ou em seu uso não eficiente. Como exemplo zação de aplicações de código aberto, o que tral, principalmente do tipo IaaS ou PaaS, ainda que esta recomendação da AGESIC. Já no Paraguai, a autonomia
dessa situação, pode-se mencionar o caso poderia indicar que não há um tratamento conte com uma plataforma que ofereça facilidades de dos municípios não favorece a adoção de sistemas em
do setor governamental do Uruguai, em que neutro das tecnologias e/ou das diferentes implementação significativas. Como exemplo, podemos nuvem fornecidos pelo MITIC, por temor da implemen-
a limitação de transferência internacional de empresas que oferecem os serviços. Embora citar o caso da Argentina, em que nem todos os órgãos tação de mecanismos de prestação de contas. No caso
dados da administração central obriga ao isto possa atuar no sentido de evitar o citado fazem uso da ARSAT e, mesmo tendo essa infraestrutura do Brasil, o federalismo fica muito evidente, pois a abor-
uso exclusivo de datacenters locais. Nes- “vendor lock-in”, algumas vezes pode ser um e seus serviços à disposição, optam por utilizar infraes- dagem pode ser muito diferente de estado para estado.
se caso, poderia haver o risco de perda de fator limitador para a adoção de outros des-
competitividade ou de posicionamento como envolvimentos proprietários que ofereçam
governo na vanguarda das questões digitais, soluções para um problema específico, algo
que não necessariamente prende o governo LAW Mesmo quando a regulação permite, a ques- situação, porém, não se manifestou no Bra-
caso os datacenters locais não adotem as
em um contrato, desde que esses desenvolvi- ENFORCEMENT tão associada ao law enforcement access sil e no Uruguai, já que, por restrições norma-
melhores práticas (seja por não conseguirem
ACCESS TO DATA to data e à transferência de dados para ju- tivas, as informações dos órgãos do gover-
acompanhar o ritmo de investimentos e de mentos sejam interoperáveis.
(LEATD). risdições transfronteiriças apareceu como no não podem ser transferidas nem alojadas
uma preocupação das autoridades de dife- fora do território nacional.
rentes órgãos dos governos da região. Essa
89
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

ROTEIRO A importância de formular uma estratégia de utilização de


CN e incluí-la em um roteiro tecnológico deve estar presente
O salto tecnológico será dado principalmente pela ca-
pacidade de fazer inteligência de dados e considerá-los
Essa estratégia e seu consequente roteiro tecnológico
variarão de acordo com as características particulares
TECNOLÓGICO nas agendas dos governos nacionais, regionais, provinciais e como um ativo principal para a gestão do governo. Para de cada país e de cada uma de suas organizações gover-
municipais. O crescimento do uso de CN implica uma transi- isso, é necessário investir em tecnologias emergentes namentais, mas, independentemente disso, terão pontos
ção de experiências do tipo IaaS para PaaS e para SaaS que com maior foco nos padrões abertos que permitam in- em comum que deverão ser levados em conta. Reco-
envolve um aumento de sofisticação na tentativa de coletar e tegrar diferentes soluções. mendam-se duas fases para a elaboração do roteiro: pri-
entender melhor os dados provenientes dos serviços contra- meiro, uma análise da capacidade atual e, em seguida, o
tados e da interação com os cidadãos. desenvolvimento da estratégia e do plano.
Ilustração 21. Roteiro tecnológico.
91
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

No caso do Chile e do Brasil, observam-se algumas situações similares, na medida em que as


OS SERVIÇOS Os cinco países estudados incluem o uso da nuvem em suas políticas públicas de governo e desenvolvimento digital foram definidas com um papel pree-
agendas públicas e avançaram com resultados variáveis na
EM NUVEM NA definição de políticas de contratação e padrões internos. No
minente dos Ministérios da Economia e ambos também tiveram as respectivas agendas digi-
tais relançadas mais recentemente. No Chile, a Divisão de Governo Digital da Secretaria Geral
AGENDA PÚBLICA entanto, seria possível dizer que a política do tipo “cloud first” da Presidência desempenha o papel de “consultora de transformação digital do Estado”, que
tem maior história e trabalho institucional no Uruguai e Chile, assessora e oferece apoio às instituições públicas na configuração dos serviços e na trans-
é mais contemporânea na Argentina e Brasil e ainda é muito formação digital, com o objetivo de implantar serviços para os cidadãos76. Essa Secretaria Ge-
preliminar no Paraguai, que começou a definir políticas espe- ral da Presidência, junto com o Ministério da Economia, Fomento e Turismo e o Ministério de
cíficas muito recentemente. Transporte e Telecomunicações, elaborou a Agenda Digital vigente. O elemento mais relevante
talvez seja que a agenda tem uma Secretaria Executiva com a função de fazer a coordenação
interministerial e dar continuidade aos respectivos planes77.

O caso de sucesso do Uruguai está associado, muito provavelmente, à liderança que vem sido
mantida pela AGESIC, que centralizou a formação das políticas públicas de Governo Digital,
Governo Aberto e segurança e privacidade, estabeleceu padrões para a utilização da nuvem No Brasil, embora a “Estratégia de Governança Digital 2016-2019 (EGD)” date de janeiro de
no governo e disseminou para os órgãos do setor público as soluções oferecidas. Além disso, 2016 e tenha sido revisada em 2018, ela não menciona especificamente objetivos de uso de
a Agenda Uruguai Digital 2020 tem sido continuamente atualizada e é submetida a consultas CN. Espera-se que a Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia do Brasil come-
públicas periódicas. A liderança, centralização e papel claro da AGESIC, apoiados no suporte ce a definir novos parâmetros mais específicos de contratação de serviços em nuvem seguin-
oferecido pela empresa estatal ANTEL, particularmente com a hospedagem de dados, permiti- do a diretriz da recente Instrução Normativa no.1, de 4 de abril de 2019, em que fica clara uma
ram a adoção de uma política unívoca com uma visão e metas claras74. política “cloud-first” para os órgãos e entidades que precisarem criar, ampliar ou renovar sua
infraestrutura e centros de dados. A revisão da EGD do Brasil está em curso.

A Argentina, como o Uruguai, tem um departamento governamental criado ad hoc para executar
a transformação digital e as políticas de nuvem. Na Argentina, a Secretaria de Gestão e Inovação
Por fim, o Paraguai tem menos história e mais trabalho pendente na definição de padrões técnicos,
Pública, dentro do Ministério da Modernização, fez avanços interessantes na definição de padrões
planos, metas e políticas “cloud first”. No entanto, destaca-se que o MITIC dispõe de um serviço
graças ao trabalho da ONTI e à promulgação da Agenda Digital 2030 em novembro de 2018, com
para os órgãos do Estado chamado Nube-PY que, seguindo um modelo de implantação de nuvem
metas e linhas de ação do governo digital75. Esses progressos, no entanto, ainda são muito incipien-
privada, tem como finalidade oferecer IaaS e SaaS aos órgãos que solicitarem. Além disso, desde
tes e não puderam ser escalados para alcançar maior impacto. As mudanças de categoria institu-
novembro de 2018, o Paraguai está trabalhando com apoio do BID em seu projeto de agenda digi-
cional desse ministério nos anos recentes, além dos vaivéns econômico-políticos em que o país se
tal, em que é contemplado o desenvolvimento do governo digital para permitir ao governo maior
viu frequentemente envolvido, resultam em uma incerteza para a continuidade do avanço nesses
eficiência no atendimento aos cidadão78.
temas ao longo do tempo.

93
Computación en la Nube.
Contribución al desarrollo de ecosistemas digitales DIREÇÃO E
en países del Cono Sur.
COORDENAÇÃO

OS PILARES DE Com o crescimento das cidades inteligentes, é de


É essencial a existência de entes empoderados em nível comunicação, papéis definidos e escrutínio transparen-
nacional e subnacional que exerçam liderança e, de al- te. Até o momento, as informações disponíveis sobre os
TRABALHO NAS esperar que “os cidadãos estejam no centro” das de- guma maneira, sejam propagadores das políticas e boas projetos executados nos países são de natureza variada

AGENDAS FUTURAS cisões e que, portanto, eles não precisem fornecer


continuamente os mesmos dados e tenham a garan-
práticas, tenham autoridade transversal sobre os outros
órgãos para fazer frente à resistência cultural à mudança
e díspar, o que não possibilita estabelecer indicadores e
benchmarks de desempenho, e geralmente estão sujeitas
DOS PAÍSES tia que esses dados ficarão guardados de maneira
e definam padrões que permitam alcançar escalabilidade.
O papel da comunicação e da definição dos princípios di-
às políticas de disseminação ou manejo da web pelo go-
verno. Portanto, é necessário ter um compromisso mais
segura, de modo a nunca haver dúvida de que eles retores dessas agências será fundamental. Por isso, é im- rigoroso com os objetivos das agendas, os planos e metas
O futuro da gestão de próprios continuam sendo os proprietários de seus portante que esses órgãos disponham de medições de su- estabelecidos para que estes sejam eficazes e efetivos.
serviços de TI e CN nos dados. A confiança nessa gestão dos dados será es- cesso ou avanço na execução de projetos de CN por meio Essas boas práticas permitirão também fazer um orça-
da utilização de indicadores de desempenho resumidos mento, dimensionamento e financiamento mais precisos
governos vai precisar de sencial para a gestão do governo e, para isso, será
em tabelas de controle, que facilitem a gestão, tomada dos projetos. Observa-se ainda que a capacidade do Exe-
necessário pensar em soluções de CN com autenti-
liderança institucional e de decisões e inspeção e supervisão por parte de outras cutivo Nacional de impor padrões é muitas vezes limitada
cação em duas etapas, criptografia e mais no futu- agências e do público em geral. De fato, as estratégias no nível subnacional, algo que é ainda mais exacerbado
agências mais proativas, ro, talvez o uso de blockchain para que os cidadãos digitais de transformação do Estado requerem liderança, em países federativos como o Brasil e a Argentina.
com visão de futuro, que aprovem o uso ou reuso de seus dados. No futuro,
revisem continuamente também se espera que haja uma proliferação de sis-
SEGURANÇA
o modo como atendem temas SaaS preditivos das demandas dos cidadãos
e do humor social, que se apoiem em soluções de in- DIGITAL
seus cidadãos. Para Em um Estado moderno, em que exista toda uma gama de há muito caminho a percorrer no que se refere à sua ca-
teligência artificial e em machine learning, por exem-
isso, a CN será uma plo, para prever e projetar o nível de dívida fiscal ou serviços SaaS, a gestão dos dados deve ser considerada pacidade transversal de impor políticas. Por isso é essen-
estratégia fundamental, na prever mal-estar social em relação a algum serviço.
como o “ativo principal”. É por isso que a segurança pre-
cisa ser o aspecto fundamental para manter a confiança
cial melhorar a disseminação das boas práticas e garantir
seu cumprimento em todos os âmbitos. Dentro do Estado,
medida em que permita dos cidadãos. O foco deve estar, assim, na prevenção de por exemplo, não é totalmente frequente a disponibilida-
desenVoltar uma “cultura Diante dessas perspectivas, considera-se que os as- riscos e na proteção dos dados, para garantir a continui-
dade operacional dos serviços o tempo todo. A monito-
de de contratos de Termos e Condições de Segurança na
contratação de terceiros; às vezes, a preocupação com
pectos fundamentais a ser trabalhados nas agendas
centrada em aproveitar o ração das atividades “maliciosas” e o foco na melhora a segurança surge como uma barreira para a adoção de
públicas organizam-se em quatro pilares.
uso dos dados” para tomar dos sistemas de governança e cibersegurança devem ser
contínuos. Quando houver contratos privados ou parce-
CN. Por fim, nessa área de cibersegurança, tudo parece
ser muito incipiente e preliminar e certamente haverá
decisões melhores e mais rias público-privadas para a prestação de serviços, devem muito mais a ser feito em termos de “tentativa e erro” até
informadas. decisiones. ser estabelecidos protocolos de trabalho e de intercâmbio
de dados interno/externo, com o uso de terminais cripto-
encontrar protocolos e arranjos institucionais que sejam
funcionalmente eficientes. O que foi desenvolvido pelos
grafados e sistemas modernos de identidade, credencia- países estudados foi principalmente por meio de coope-
mento e gestão de acessos. Embora aqui se observem ração inter e intragovernamental. É claro, portanto, que as
avanços nos países estudados, com o estabelecimento estratégias nacionais de cibersegurança muito provavel-
de padrões e novas regulamentações de proteção de da- mente exigirão agências ou programas específicos ad hoc
dos e agências ou programas específicos ad hoc, ainda no futuro.

95
Computação em nuvem. Illustração 22. Pilares de trabalho nas agendas futuras dos países.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.
RRHH

O déficit de capacidades é hoje, talvez, a barreira mais limitações tradicionais da alocação orçamentária nesse
significativa que os países enfrentam ao transitar para campo, será fundamental estimular a cooperação interna-
a chamada “4ª Revolução Industrial”; os Estados são os cional. Além da formação de seu pessoal, mais especifica-
principais articuladores para fazer a mediação entre as mente no caso de SaaS, os Estados também deverão pro-
necessidades de transformação digital e as capacidades mover a capacitação de perfis para a crescente demanda
de suas equipes para a migração de serviços para a nu- que terão as empresas prestadoras de serviços de CN. Por
vem. Por esse motivo, é essencial que, nas Agendas Digi- fim, o desenvolvimento futuro de serviços em nuvem no
tais, o desenvolvimento de capacidades ocupe um papel Estado dependerá da existência de uma abordagem para
central; as agências líderes devem determinar as funções promover a inovação e a modernização contínuas nessas
que são necessárias hoje e no futuro. Deve-se desenVoltar áreas a fim de incorporar novas tecnologias apoiadas em
padrões de capacitação, organizar diferentes programas big data e o uso de inteligência artificial que estimulem
que incluam transversalmente o Estado e as agências sub- desenvolvimentos próprios de cada um dos países para
nacionais, com um sistema de credenciamentos que per- que não dependam de comprar soluções do tipo “chave
mita categorizar servidores e equipes de TI para a imple- na mão”.
mentação, manutenção e tomada de decisões. Dadas as

CONTRATAÇÃO

Os fornecedores de soluções de CN para o setor público tudados precisam de uma tipificação melhor e mais cla-
têm sido consonantes em apontar que é necessário tra- ra dos instrumentos de investimento e uma monitoração
balhar muito mais para simplificar regimes e processos centralizada dos projetos em andamento. Para isso, é ne-
nos modelos de contratações públicas, a fim de eliminar cessário trabalhar na disseminação dos padrões para to-
ambiguidades e reduzir a incerteza que eles às vezes das as áreas do governo, com o objetivo de construir uma
contêm. Por um lado, deve haver flexibilidade para poder memória institucional que permita capitalizar o aprendido
encontrar o modelo de nuvem de que cada agência preci- e, por exemplo, evitar ficar preso em sistemas de um só
sa; por outro, é necessário que os contratos possam ser provedor (vendor lock-in). Paralelamente, também é fun-
escaláveis para que seja possível chegar a negociações damental aumentar a transparência e previsibilidade na
conjuntas e promover soluções colaborativas. Um exem- gestão de contratos. Por fim, é essencial que as agências
plo claro disso é o Digital Marketplace do Reino Unido79 líderes da transformação para a nuvem façam um plane-
que é um ponto comum de todo o governo em que se en- jamento da demanda do governo conforme for se aproxi-
contram os compradores e fornecedores de CN e serviços mando o tempo de obsolescência ou de substituição dos
relacionados, orientações e classificações das instâncias equipamentos on-premises.
de contratação, além de dados e pesquisas. Os países es-

Ilustración 17. Uruguay: Barreras a la adopción y líneas de acción de corto plazo a explorar. 97
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
Como referência, a nova estratégia “Cloud Smart”
do governo federal dos Estados Unidos, lançada em
SEGURANÇA
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

201981, atualiza a estratégia da década anterior com


um enfoque que vai além do tradicional “cloud first” CONTRATAÇÃO
ALÉM DO “CLOUD FIRST”: que existe atualmente e ainda se aplica de forma in- RR.HH.
O AVANÇO PARA UM ENFOQUE DE cipientemente nos países estudados. Essa “estraté-

CONVIVÊNCIA INTELIGENTE DE SOLUÇÕES gia inteligente” apoia-se em três pilares essenciais


para tornar mais eficientes os investimentos, me-
TRES PILARES CLAVES DE LA
ESTRATEGIA CLOUD SMART

(“CLOUD SMART”) lhorar a segurança e oferecer serviços de qualidade


para os cidadãos: segurança, contratação e recur-
Da análise dos casos e Isso permitirá que, progressivamente, os governos sos humanos.
introduzam a análise de dados e a inteligência em A atuação inteligente também permitirá evitar os
suas barreiras depreende-
seus processos como uma prioridade estratégica Aqui se sugere que as medidas de adoção de CN riscos descritos neste documento no momento de
se que um dos desafios para oferecer melhores serviços aos cidadãos. não devem ser tomadas em função de quem tem a definir um roteiro de ação, agregando análises de
principais para as diferentes propriedade dos recursos, ou da estimativa de eco- como melhorar a capacidade de contratar e admi-
organizações é transitar A tendência mais recente dos países líderes no uso nomia que será obtida, mas que as agências devem nistrar contratos de TI e de CN; permitindo a porta-
para uma concepção de da nuvem parece ir além das abordagens híbridas; avaliar suas necessidades e buscar esquemas de bilidade de dados e aplicações (evitando o “vendor
com ambientes multicloud heterogêneos, distribuí- trabalho e soluções, de nuvem ou outros, que melhor lock-in”); assegurando padrões comuns de classi-
uso e contratação de CN
dos e federalizados, estes podem ser efetivos para lhes permitam cumprir sua missão. Esse enfoque ficação de dados e cibersegurança; adotando pro-
como um ecossistema lidar com as diferentes cargas de trabalho. É impor- poderia ser caracterizado como “teleológico”, uma tocolos de recuperação de dados; fazendo análi-
ou plataforma digital de tante que as agências de governo formulem sua es- vez que privilegia o foco na finalidade82. Nesse caso, ses e pesquisas de dados em outras jurisdições;
soluções do Estado80. tratégia de CN como uma caixa de ferramentas que a função da agência nacional responsável deve ser administrando a mudança e, fundamentalmente,
oferece várias opções e capacidades para ser mais assegurar a convivência do ecossistema de solu- garantindo que existam os recursos orçamentários
efetiva no serviço público e no atendimento aos ci- ções de nuvem contratadas por todo o estado, bus- suficientes para toda a duração do projeto e sua
dadãos; não existe “um manto que acomode todos” cando promover a padronização, interoperabilidade manutenção operacional.
na transformação do governo. e a colaboração dos recursos contratados.

Cada agência governamental deve estar equipada


para avaliar suas opções com base em sua missão,
necessidades de serviços, requisitos técnicos e limi-
No caso dos países do Cone Sul analisados neste
relatório, devido à pouca intimidade das organiza-
1 CLOUD
FIRST
tações regulatórias. As decisões quanto a modelos
de computação e tecnologia devem ser balanceadas
ções do governo com o uso de CN, entende-se que
a lógica da evolução é:
2 CLOUD
SMART
levando em conta os custos, de um lado, e o risco de
ciberataques, de outro.

99
Computação em nuvem. Para isso, os países precisam ter uma lista hierarquizada O objetivo dos europeus é criar uma economia baseada no
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul. de projetos de transformação digital do Estado alinhados uso de dados e de conhecimento que fortaleça competiti-
com suas Agendas Digitais, com os planos de Desenvol- vamente os países, posicionando-os na inovação.
vimento Nacional e com os Objetivos de Desenvolvimento
A IMPORTÂNCIA Nesse sentido, a cooperação e o diálogo internacionais Sustentável (ODS).
A ideia é que esses setores da economia possam maximi-
DA COOPERAÇÃO também serão um elemento crítico para o intercâmbio de
zar os benefícios do Big Data por meio do movimento, com-
INTERNACIONAL boas práticas e o desenvolvimento de projetos de pesqui-
sa conjuntos. Por exemplo, o Brasil é um parceiro-chave As agências governamentais devem fazer avaliações partilhamento e reutilização de dados entre os mercados

da União Europeia, assim como Japão, Estados Unidos e regulares da experiência de seus usuários e de suas ne- e fronteiras e entre as instituições e temas de pesquisa85.
A CN está se desenvolvendo Coreia do Sul, para levar adiante seu plano de Mercado cessidades para garantir a eficiência, a acessibilidade e
em todo o mundo e será Digital Regional e a Estratégia de CN de 201283. O foco é a privacidade. É fundamental ter diagnósticos contínuos
A disponibilidade de dados está longe do necessário para
fundamental para que os tentar ter um nível mínimo de interoperabilidade e porta- para decidir onde é essencial investir para acompanhar
que surjam novas empresas ou serviços ou para que se-
o crescimento da demanda e evitar gargalos ou simples-
países possam se integrar na bilidade que resultem na promoção de mais concorrência
mente para melhorar o desempenho, reduzir falhas em
jam feitas pesquisas úteis que se nutram de informações
no mercado de serviços de CN.
“nova economia de dados”. larga escala e nunca comprometer os dados do cidadão.
compartilhadas em tempo real de locais públicos; isso
pode ser claramente um vetor para a promoção da compe-
A modernização do Estado nessa questão, cuidando dos
O plano europeu, conhecido como Horizonte 2020, desta- titividade das empresas e para as decisões do setor públi-
No entanto, como foi observado anteriormente, a presta- recursos de todos, implicará também cada vez mais fazer
ca a importância da colaboração para minimizar as barrei- co. O avanço dos usos e implementações de inteligência
ção de serviços eficientes pelo estado dependerá da inte- uso de soluções de diagnóstico automatizadas baseadas
ras à adoção desses serviços, principalmente a complexi- artificial, nos setores público e privado, dependerá muito
roperabilidade e das economias de escala que ele consiga em inteligência artificial e aprendizado de máquina.
dade da estrutura jurídica (direitos do usuário, localização da disponibilidade de dados, conectividade e capacidade
gerar em seus projetos, de modo a poder reduzir custos e
e proteção de dados e privacidade), a segurança e a falta de computação. A CN será um facilitador fundamental
construir sobre o caminho percorrido e a aprendizagem
de padrões comuns. Com a cooperação UE-Brasil, espera- Por exemplo, a Iniciativa da Nuvem Europeia (INE) parte
84
para que isso aconteça.
de outros cada vez que uma determinada agência decida
-se poder avançar em aplicações de big data centralizadas de sua estratégia de Mercado Digital Regional, tem alguns
migrar para a nuvem ou iniciar uma nova implantação. A
na nuvem e na coordenação de políticas públicas. elementos que podem ser interessantes para os países
institucionalização das práticas e metodologias de uso e
estudados, em particular no que se refere à visão de futuro
contratação são fundamentais para suprir a oferta de ser-
a ser inserida nas agendas digitais.
viços, ao dar previsibilidade para os provedores.
A cooperação internacional também é um pré-requisito
para o financiamento internacional de projetos, na medi-
da em que envolve um trabalho que segue padrões reco-
nhecidos que podem ser qualificados e certificados. Os INE procura proporcionar à comunidade científica,
modelos de “Financiamento Combinado”, baseados na co- à indústria e aos formuladores de políticas públicas:
operação com organizações multilaterais, podem ajudar
a mobilizar o capital público em setores de inovação na
gestão governamental e possibilitar que os países deem 1 UMA INFRAESTRUTURA DE
ALTO NÍVEL PARA GUARDAR E 2 ONECTIVIDADE DE ALTA
VELOCIDADE PARA O FLUXO 3 CAPACIDADE DE COMPUTAÇÃO
CADA VEZ MAIOR USANDO
saltos qualitativos em sua transformação digital. MANEJAR DADOS DE DADOS COMPUTADORES DE ALTO
RENDIMENTO PARA PROCESSAR
OS DADOS
101
Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

EIXOS DE TRABALHO E
COOPERAÇÃO NO MÉDIO
E LONGO PRAZO

Com exceção do Uruguai, a adoção de


serviços em nuvem pelas administrações
públicas dos países do Cone Sul encontra-se
em uma fase inicial.

Sua consolidação como um serviço fornecido regularmente requer um processo


de transição e transformação no interior do Estado que pode ser longo. Assim
sendo, existem inúmeros desafios e áreas de trabalho em que a cooperação e
o apoio multilaterais podem ter um papel de suporte e orientação para as ini-
ciativas em andamento, bem como no estabelecimento de programas de apoio
específicos com uma orientação mais voltada para o médio e longo prazo. Des-
tacam-se abaixo dois eixos e subáreas para trabalhar nos países analisados: o
institucional e organizacional e o relacionado a financiamento.

Embora alguns países e áreas prioritárias de atuação apareçam marcados em


cinza, praticamente todas as áreas listadas ainda têm ações a serem completa-
das em todos os países do Cone Sul.

Ilustração 23. Eixos de trabalho e cooperação multilateral no médio e longo prazo. 103
Computação em nuvem. a possibilidade de promover uma renovação das leis de A capilaridade dos serviços em nuvem está associada
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul. contratação para TI e, especificamente, para CN, a fim às condições de conectividade de cada país. Na região,
A necessidade de criar instrumentos de contratação pú- de reduzir e adequar os tempos de contratação de pro- a conectividade apresenta algum déficit que amplia a
blica específicos e a revisão de processos de contratação vedores privados e evitar processos de licitação deser- brecha digital, por isso ela se converte em um elemento
para favorecer a adoção dos serviços em nuvem é outro tos. Também é importante ter uma posição clara sobre fundamental que precisa ser considerado no momento de
APOIO INSTITUCIONAL eixo crucial. Isto se aplica a países como o Brasil, onde apoiar iniciativas nesse campo. Na Argentina, seria possí-
a computação em nuvem (“cloud first” ou “cloud smart”)
E ORGANIZACIONAL é necessário implementar em nível estadual e municipal vel promover a ampliação da Rede Federal de Fibra Óptica
para acelerar a adoção dessas soluções. Iniciativa com
os mecanismos de contratação empregados recentemen- impacto notável no Paraguai, que tem muito espaço nos municípios e áreas rurais; no Chile, continuar apoian-
Pela perspectiva da gestão organizacional, um aspecto te na esfera federal, para favorecer sua adoção em outras para o desenvolvimento regulatório e institucional. do os investimentos em cabos submarinos e as instala-
imperativo para superar as barreiras ao crescimento é esferas do governo; no Chile, será necessário apoiar a ções de fibra óptica regionalmente; e, no Paraguai, apoiar
melhorar a comunicação e a divulgação do escopo efetivo criação de instrumentos de contratação específicos dota- os esforços para melhorar a conectividade tanto interna-
das normas de proteção de dados, padrões e mecanismos dos de maior agilidade que permitam tratar a contratação cional como em nível municipal.
de contratação, a fim de desenVoltar consensos e conhe- de serviços em nuvem como utilities, incorporando-os à
cimentos sobre a legislação vigente e as funcionalidades dotação orçamentária das agências; por fim, no Uruguai, FINANCIAMENTO
Um dos elementos destacados pelos administradores pú-
dos serviços de CN (para facilitar, assim, sua incorporação é preciso apoiar os modelos de contratação que estejam
blicos dos países pesquisados foi a necessidade de me-
no setor público). Um guia prático de implementação, com alinhados com o formato de pagamento-por-uso que são
No que se refere ao financiamento, observa-se maior lhorar a capacitação técnica de seus recursos humanos,
etapas delimitadas e impacto comunicativo para facilitar a essência desse tipo de serviços.
homogeneidade quanto aos desafios comuns e as ini- tanto no setor de TI como na área de compras e contrata-
sua compreensão, deve ser uma ferramenta a ser con-
ciativas que podem ser apoiadas e fortalecidas. ções. Esse esforço pode ser acompanhado de informação
siderada para alcançar esse objetivo. Na Argentina, por
É essencial apoiar a centralização da coordenação e pro- sobre os benefícios e modelos da implantação de serviços
exemplo, é necessário definir melhor acepções alternati-
moção de CN para favorecer a harmonização nos níveis em nuvem, principalmente para os profissionais treinados
vas em relação ao marco regulatório para eliminar incer- As necessidades de recursos de capital para investi-
federal e inter-regional. Neste aspecto, destacam-se a Ar- nos padrões tecnológicos tradicionais, destacando suas
tezas sobre o que pode ou não pode ser feito. No Brasil, é mento em modelos de implantação híbridos parece ser
gentina, cujo principal desafio é formular um modelo de características em termos de cibersegurança e proteção
necessário trabalhar com esse mesmo aspecto, mas com um elemento primordial. Neste aspecto, a Argentina po-
trabalho mais harmonizado e coordenado entre a adminis- de dados e em termos de benefícios econômicos, flexibi-
um foco maior na compreensão do escopo, riscos e cui- deria dar um impulso à implementação em nível provin-
tração federal, as províncias e os municípios; e o Brasil, lidade e escalabilidade. Nesse âmbito, recomendam-se
dados referentes à cibersegurança. No Chile, difundir o es- cial e municipal apoiando-se em uma estratégia mais
que precisa da elaboração de um programa governamen- iniciativas em todos os cinco países analisados.
copo efetivo das normas de proteção de dados, modelos clara com sua empresa estatal ARSAT. No Chile, as
tal específico que coordene e consolide as iniciativas re-
de contratação e mecanismos de adoção; e, no Paraguai, redes públicas poderiam ser fortalecidas com as solu-
gulatórias das agências atualmente dispersas nas esferas
estabelecer um consenso entre os atores dos setores pú- ções de provedores internacionais que foram implanta- Por fim, na Argentina e Brasil ressaltou-se a necessidade
federal, estadual e municipal.
blico e privado que favoreça a mudança de paradigma en- dos localmente, promovendo soluções de complemen- de fazer as políticas de adoção serem acompanhadas de
volvida na implantação desses serviços. taridade. No Paraguai, a oferta de serviços do Nube-PY uma reestruturação organizacional que envolva modifica-
Por fim, consideramos útil o apoio à definição de regula- poderia ser ampliada com a incorporação de soluções ção de perfis e mudanças no organograma das organiza-
mentações associadas à estruturação de padrões técni- públicas reconhecidas em nível global. ções, a fim de promover uma visão mais colaborativa e
cos, proteção de dados pessoais e sua classificação e compartilhada dos recursos, evitar duplicidades e econo-
cibersegurança. Além disso, seria importante considerar mizar recursos.

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Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

NOTAS
Nota 1. Nota 5. Nota 13. Nota 21.

Contratados de empresas privadas ou fornecidos Ver Lei de Fomento à Computação em Nuvem e à Ver Nº 25.326, Disposição 60-E/2016. Voltar Ver Resolução 829/2019 sobre cibersegurança. Voltar
diretamente por entes do setor público. Voltar Proteção de seus Usuários. Voltar
Nota 14. Nota 22.
Nota 2. Nota 6.
Especificados no decálogo TIC disponibilizado pela Ver comunicação 6354/2017 do BCRA. Voltar
Embora existam outros modelos de serviços como Ver Plano de Desenvolvimento de Computação em ONTI. Voltar
Nota 23.
DBaaS (banco de dados como serviço), DaaS Nuvem 2016-2021. Voltar
Nota 15.
(dispositivo como serviço), CaaS (containers como Ver comunicação 6375/2017 do BCRA. Voltar
serviço), FaaS (funções como serviço), SECaaS Nota 7.
A estimativa do tamanho do mercado de computação
(segurança como serviço), STaaS (armazenamento em nuvem enfrenta a dificuldade da indefinição de Nota 24.
Ver Estratégia para a Transformação do Governo de
como serviço), o presente estudo centra-se nos três sua base pelos diferentes relatórios publicados e
2017-2020. Voltar Ver Decreto 561/2016 – Sistema de Gestão Documental
modelos mais comumente utilizados (IaaS, PaaS e modelos de serviço de CN (IaaS, PaaS e SaaS). Esta
SaaS). Voltar Eletrônica (GDE). Voltar
Nota 8. faixa de valores baseia-se no pressuposto de que a
América Latina representa 2% do mercado mundial Nota 25.
Nota 3. Ver Lei de Proteção de Informação Pessoal (PIPA) de CN e, a Argentina, 8% deste último. Foram usados
Voltar relatórios da 451 Reaserch, Frost & Sullivan, Gartner Embora represente uma importante vantagem o fato de
O NIST define um quarto modelo de implantação
chamado “Comunitário” em que várias organizações para chegar a essas estimativas. Voltar que, em um país federativo, seja adotado um mesmo
Nota 9.
compartilham recursos; esse modelo não é sistema em diferentes províncias, na atual implementação
Nota 16. ainda falta incorporar sinergias de relevância, entre elas o
contemplado no presente estudo por ser, geralmente, Ver Lei de Promoção do uso de redes de TI e Proteção
de menor uso e não poder ser examinado como parte de informações. Voltar compartilhamento de um mesmo registro de provedores,
Segundo relatórios da 451 Research, Allied Market
dos três modelos de implantação principais. Voltar hoje diferente para cada província. Voltar
Research, Frost & Sullivan, Gartner. Voltar
Nota 10.
Nota 4. Nota 26.
Nota 17.
Ver GDPR. Lei de Proteção de Dados. Voltar
Este risco pode ser exacerbado na medida em que, Atualmente com mais de 1.200 páginas de municípios.
Ver Lei 25.326 sobre proteção de dados pessoais.
às vezes, pode-se desconhecer a localização efetiva Nota 11. Voltar
Voltar
dos dados. É possível estabelecer contratos com um
termo aditivo especificando taxativamente os países Ver plataforma digital do Gabinete de Governo do Nota 27.
Nota 18.
em que os dados devem ser alojados. Recomenda- Reino Unido. Voltar
No caso dos serviços SaaS, a ausência ou escassez de
se que o ente contratante tenha um conhecimento do Ver Decreto 1558/2001 sobre proteção dos dados
Nota 12. recursos não constituiria uma barreira ou desvantagem
ambiente jurídico das jurisdições em que se encontrem pessoais. Voltar
significativa, já que, nesse modelo de serviço, a
seus dados, dando preferência a jurisdições com uma Ver Gov.uk Digital Marketplace. Voltar Nota 19. necessidade de capital humano seria do provedor do
legislação adequada (ou mediante termos aditivos
serviço SaaS, o que pode ser solucionado com um bom
que repliquem tais condições). Voltar
Ver projeto de lei de proteção de dados pessoais.Voltar contrato e a gestão do risco de concentração em um ou
poucos provedores. Este comentário vale para todos os
Nota 20. países do Cone Sul que apresentaram a mesma barreira.
Voltar
Ver Decreto 577/2017 sobre cibersegurança. Voltar

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Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Nota 28. Nota 35. Nota 44 Nota 52.

Ver Lei nº 12.965, de 23 abril de 2014 - Marco Civil da Segundo relatórios da 451 Research, Allied Market Ver Investimento em centro de computação Google no Lei N° 6.207 - Criação do MITIC. Voltar
Internet. Voltar Research, Frost & Sullivan, Gartner. Voltar Chile: “Google sees Chile as favorable for investment” y
“Google is proud to call Chile home to one of our data Nota 53.
Nota 29. Nota 36. centers”. Voltar
Ver Decreto Presidencial N° 2.274, que regulamenta a
Ver Lei 13709. Lei Geral de Proteção de Dados Ver Lei 19.628 sobre proteção da vida privada.Voltar Nota 45. Lei 6.207 de 2019. Voltar
Pessoais. Voltar
Nota 37. Ver Investimento em centro de computação Huawei no Nota 54.
Nota 30. Chile. Voltar
Ver Lei 19.223 sobre tipificação de figuras penais Lei N° 1682/2001 de informações de caráter privado.
Ver Decreto 9.637 sobre cibersegurança. Voltar relativas à informática. Voltar Nota 46. Voltar

Nota 31. Nota 38. Ver Investimento em centro de computação Oracle no Nota 55.
Chile. Voltar
Ver Lei 8.666 sobre licitações e contratos Ver PNCS. Voltar Lei Nº 1969, de 3 de setembro de 2002. Voltar
administrativos. Voltar Nota 47
Nota 39. Nota 56.
Nota 32. No caso dos serviços SaaS, a ausência ou escassez
Ver Lei 19.799 sobre assinatura eletrônica e serviços Ver Proyecto de Lei “de Proteção de Dados Pessoais”.
de recursos não constituiria uma barreira ou
Ver Decreto 10.024 sobre licitações e contratos de certificação. Voltar Voltar
desvantagem significativa, já que, nesse modelo de
administrativos. Voltar
Nota 40. serviço, a necessidade de capital humano seria do Nota 57.
Nota 33. provedor do serviço SaaS. Voltar
Ver Lei 19.880 sobre os atos administrativos que Ver Decreto Presidencial 2145/19 Voltar
No início de 2020, está em curso uma migração do regem os atos dos órgãos da administração do Nota 48.
governo para o uso de automação de escritório. Voltar Estado. Voltar Nota 58.
Ver Lei 6.207 de 2019, criação do MITIC. Voltar
Nota 34. Nota 41. Ver Lei 125/91 e suas emendas (Lei 2.421 de 2004 e Lei
Nota 49. 5.061 de 2013). Voltar
No caso dos serviços SaaS, a ausência ou escassez de Ver Resolución exenta Nº 619-B ChileCompra. Voltar
Ver Portal de Contratações Públicas da República do Nota 59.
recursos não constituiria uma barreira ou desvantagem
Nota 42. Paraguai. Voltar
significativa, já que, nesse modelo de serviço, a
Ver Resolução 281/2004 do Banco Central do Paraguai.
necessidade de capital humano seria do provedor do Nota 50.
Ver Lei 21.130 sobre a modernização da legislação Voltar
serviço SaaS, o que pode ser solucionado com um
bancária. Voltar
bom contrato e a gestão do risco de concentração Ver Portal Nube-PY. Voltar Nota 60.
em um ou poucos provedores. Este comentário vale Nota 43
para todos os países do Cone Sul que apresentaram a Nota 51. Manual de Controle Interno de Informática para os entes
mesma barreira. Voltar Ver Circular 3.629 capítulo 20-7. Voltar financeiros supervisionados pela Superintendência de
Ver Microsoft apoyará a Paraguay en la implementación
Bancos. Voltar
de la Agenda Digital. Voltar

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Computação em nuvem.
Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

Nota 61. Nota 68. Nota 75. Nota 82.

No caso dos serviços SaaS, a ausência ou escassez Ver Lei 19.179. Regulação do formato para o Ver Agenda Digital Argentina. Voltar A teleologia (discurso, tratado ou ciência, segundo a
de recursos não constituiria uma barreira ou processamento e armazenamento de informações Real Academia Española) é o ramo da metafísica que se
desvantagem significativa, já que, nesse modelo de digitais por parte de determinados órgãos e empresas. Nota 76. refere ao estudo dos fins ou propósitos de algum objeto
serviço, a necessidade de capital humano seria do Voltar ou algum ser, ou, literalmente, à doutrina filosófica
Ver Governo Digital no Chile. Voltar
provedor do serviço SaaS. Voltar das causas finais. Usos mais recentes a definem
Nota 69. simplesmente como a atribuição de uma finalidade, de
Nota 77.
Nota 62. um objetivo, a processos concretos. Voltar
Ver Texto Ordenado de Contabilidade e Administração
Essa Secretaria Executiva é integrada pelos
Ver D9 Leading Digital Governments. Voltar Financeira (TOCAF). Voltar Nota 83.
subsecretários da Fazenda, Geral da Presidência,
Nota 63. Nota 70. que a presidirá, Economia e Pequenas Empresas, e
Ver European Commission, Digital Single Market. Voltar
Telecomunicações. Voltar
Ver nota da Presidência de 31 de maio de 2019: Ver noticia no Diario El País de outubro de 2019: Nota 84.
Uruguay alcanzará el 100 % de cobertura en tecnología “Google instalará un centro de datos en el Parque de Nota 78.
de fibra óptica. Voltar las Ciencias en Canelones”. Voltar Ver European Cloud Initiative para mais detalhes de
Ver Projeto de Agenda Digital paraguaio e Programa de
seus componentes. Voltar
Nota 64. Nota 71. Apoio do BID. Voltar
Nota 85.
Ver Lei 19.179. Regulação do formato para o No caso dos serviços SaaS, a ausência ou escassez Nota 79.
processamento e armazenamento de informações de recursos não constituiria uma barreira ou A iniciativa europeia inclui a European Open Science
Ver GOV.UK Digital Marketplace donde se encontram
digitais por parte de determinados órgãos e empresas. desvantagem significativa, já que, nesse modelo de Cloud (EOSC) que fará uso da European Data
orientações, formatos e modelos de contratos, todo
Voltar serviço, a necessidade de capital humano seria do Infrastructure (EDI) e de computação quântica e
tipo de provedores e pesquisas. Voltar
provedor do serviço SaaS. Voltar constituirá um ecossistema de computação de alto
Nota 65. desempenho -High Performance Computing (HPC). Para
Nota 80.
Nota 72. dar uma ideia das magnitudes de investimento que uma
Ver Lei N° 18.331 de Proteção de Dados Pessoais e
Ver o conceito desenvolvido por Gustavo Giorgetti: estratégia digital desse tipo envolve: os investimentos
Ação de Habeas Data. Voltar CRM: Customer Relationship Management. Voltar
Estonia: cómo el modelo de la sociedad más digital públicos e privados necessários para implementar a
Nota 66. Nota 73. del mundo se aplica en Neuquén, Red/Acción, 18 de Iniciativa da Nuvem Europeia são estimados em €6,7
fevereiro de 2019. Voltar bilhões, de acordo com a Comissão Europeia. Desses,
Ver Decreto 92/014. Marco Normativo de A conectividade de APN no Brasil e na maioria dos estima-se que cerca de €2 bilhões do financiamento do
Cibersegurança. Voltar estados é boa; a barreira de conectividade se dá Nota 81. plano Horizonte 2020 serão destinados à INE, e que os
principalmente em nivel de municípios. Voltar €4,7 bilhões restantes terão que ser desembolsados
Nota 67. Ver “2019 Federal Cloud Computing Strategy – Cloud tanto pelo setor público como pelo setor privado ao
Nota 74. Smart”. Voltar longo de pelo menos 5 anos. Voltar
Ver Lei N 18.381. Acesso à Informação Pública. Voltar
Ver Agenda Uruguay Digital 2020 e suas atualizações.
Voltar

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Contribuição para o desenvolvimento de
ecossistemas digitais nos países do Cone Sul.

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