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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal do Piauí – UFPI


Campus Universitário Ministro Petrônio Portella
Centro de Ciências Humanas e Letras – CCHL
Departamento de Ciências Contábeis e Administrativas - DCCA
Bairro Ininga, CEP-64049-550 – Teresina, PI
Fone: (86) 3215-5793 Home Page: www.ufpi.br

Curso: Disciplina: Carga Horária: Créditos:


Administração Administração Financeira e Orçamentária II 60h/a 4.0.0
Período: Pré-requisitos:
2015.1 Administração Financeira e Orçamentária I
Professor:
Francisco Tavares de Miranda Filho
Assunto:
Decisões de investimentos: Orçamento de capital. Métodos e técnicas de avaliação de investimentos. Análise
de investimentos.

Decisões de Investimentos
2. Método da Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM)

A ideia por trás da taxa interna de retorno modificada é considerar, na análise de investimento, a
taxa de retorno desejada pelos investidores no projeto (TMA) em seu capital investido e a taxa disponível para
aplicação dos retornos proporcionados pelo projeto. Ela rompe, assim, com o pressuposto básico da TIR de
que os fluxos intermediários sejam reaplicados à própria TIR.

No cálculo da TIRM, deve-se processar uma modificação no fluxo original do projeto, trazendo a
valor presente as saídas de caixa (fluxos negativos) pela TMA estipulada pelo investidor e levar a valor futuro
(para o momento focal do último fluxo) as entradas de caixa (fluxos positivos, utilizando para isso uma taxa
que reflita o custo de oportunidade do investidor (taxa que ele obteria em outra aplicação no mercado
financeiro).

Seja, por exemplo, calcular a taxa interna de retorno modificada (TIRM) do fluxo de caixa
abaixo:

Io FC1 FC2 FC3 FC4 FC5


- $ 540 $ 270 $ 325 $ 405 $ 465 - $ 945

Considerando esse fluxo de caixa, a TMA de 12% a.a. e um custo de oportunidade na reinversão
dos fluxos intermediários de 14% a.a., determine o fluxo de caixa modificado do projeto.

Etapa 1: desconto das saídas de caixa a 12% a.a.

945
PVsaídas  540   1.076,22
(1,12) 5

Etapa 2: reinvestimento das entradas de caixa a 14% a.a.

FVentradas  270.(1,14) 4  325.(1,14) 3  405.(1,14) 2  465.(1,14)1  1.993,96

Curso: Administração 1
Disciplina: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II
Período: 2015.1 – Horário: 2ª e 4ª, 8h00 às 10h00 (Sala 310)
Professor: Francisco Tavares de M. Filho (franciscotavares@ufpi.edu.br)
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
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Assim, o fluxo de caixa modificado do projeto, fica:

Io FC1 FC2 FC3 FC4 FC5


- $ 1.076,22 0,00 0,00 0,00 0,00 - $ 1.993,96

Matematicamente, para projetos com fluxos de caixa com uma saía seguida de de uma série de
entradas de recursos (convencional), tem-se:

 n 
 
n  FV
t 1
ECt

TIRM    1 (I)
 Io 
 
 

em que:

FVECt  valor futuro das entradas de caixa (capitalizadas pelo CO);


I o  investimento inicial;
n  quantidade de períodos (anos) do projeto.

Matematicamente, para projetos que alternam saídas e entradas de recursos (não convencional),
tem-se:

 n 
 FVECt 
 
t 1

TIRM   n n  1 (II)
 PVSCt 
  
 t 1 

em que:

FVECt  valor futuro das entradas de caixa (capitalizadas pelo CO);


PVSCt  valor presente das saídas de caixa (descapitalizadas pela TMA);
I o  investimento inicial;
n  quantidade de períodos (anos) do projeto.

Cálculo da TIRM:

Utilizando a equação (II) para determinar a TIRM, tem-se:

Curso: Administração 2
Disciplina: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II
Período: 2015.1 – Horário: 2ª e 4ª, 8h00 às 10h00 (Sala 310)
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1.993,96
TIRM  5  1  1,1313  1  0,1313  13,13% a.a.
1.076,22

Para obter a TIRM, basta calcular a TIR do fluxo de caixa modificado, levando em consideração
os fluxos intermediários com valor zero, conforme segue:

Resolução pela HP-12C:

[f] REG 1076,22 [CHS] [PV]


1993,96 [FV]
5 [n]
[i]   13,13% a.a.

Os critérios de decisão da TIRM são:

 TIRM  TMA  aceitar o projeto (sinaliza que o projeto supera a TMA estabelecida pela
empresa, a qual é considerada suficiente para os propósitos de crescimento e sustentabilidade
empresarial no longo prazo);

 TIRM < TMA  rejeitar o projeto (o projeto apresenta rentabilidade interna por período
inferior à requerida pelos investidores);

 TIRM > CO  aceitar o projeto (se esta nova restrição for atendida, significa que a
rentabilidade do projeto supera possíveis aplicações no mercado financeiro. Isto é, a empresa
deve privilegiar investimentos produtivos em detrimento de investimentos financeiros).

As vantagens da TIRM são:

1. Pode ser utilizada em projetos convencionais ou não convencionais.


2. Possibilita analisar um investimento considerando a TMA, considerada a taxa de retorno que
os investidores desejam em um novo investimento, levando em conta o risco do projeto, e a
taxa dos reinvestimentos dos fluxos de caixa de entrada proporcionadas pelo projeto,
disponíveis pelo mercado financeiro (custo de oportunidade);
3. Possibilita analisar a viabilidade de um projeto pressupondo que os fluxos de caixa
intermediários serão reinvestidos a uma taxa passível de ser obtida no mercado financeiro
(custo de oportunidade).

Exemplo:

Um projeto de investimento é apresentado a um grupo de investidores em $ milhares, que


desejam um retorno de 11,5% a.a. sobre o capital investido, considerando seu risco e horizontes de tempo.
Atualmente esse investidor consegue uma taxa de retorno igual a 13% a.a. em uma operação no mercado
financeiro que envolve mais risco. Calcule o VPL, a TIR (se possível) e a TIRM do projeto.

Curso: Administração 3
Disciplina: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II
Período: 2015.1 – Horário: 2ª e 4ª, 8h00 às 10h00 (Sala 310)
Professor: Francisco Tavares de M. Filho (franciscotavares@ufpi.edu.br)
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Io FC1 FC2 FC3 FC4 FC5


- $ 20.000 $ 13.000 $ 11.000 $ 8.000 - $ 12.000 $ 5.000

Resolução pela HP-12C:

[f] REG 20000 [CHS] [g] CFo 13000 [g] CFj 11000 [g] CFj 8000 [g] CFj 12000 [CHS] [g] CFj
5000 [g] CFj 11,5 [i] [f] NPV   1.415,73 [f] IRR   “error 3”

Determinando o fluxo de caixa modificado, tem-se:

Etapa 1: desconto das saídas de caixa a 11,5% a.a.

12.000
PVsaídas  20.000   27.763,93
(1,115) 4

Etapa 2: reinvestimento das entradas de caixa a 13% a.a.

FVentradas  13000.(1,13) 4  11000.(1,13) 3  8000.(1,13) 2  5000

FVentradas  21.196,16  15.871,87  10.215,20  5.000,00  52.283,23

Fluxo de caixa modificado:

Io FC1 FC2 FC3 FC4 FC5


- $ 27.763,93 $ 0,00 $ 0,00 $ 0,00 $ 0,00 $ 52.283,23

Resolução utilizando a equação (II):

52.283,23
TIRM  5  1  1,1349  1  0,1349  13,49% a.a.
27.763,93

Resolução pela HP-12C:

[f] REG 27763,93 [CHS] [PV] 52283,23 [FV] 5 [n] [i]   13,49% a.a.

Neste caso, a empresa deve priorizar o projeto, tendo em vista que a rentabilidade oferecida por
ele supera possíveis apliações no mercado financeiro.

Curso: Administração 4
Disciplina: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II
Período: 2015.1 – Horário: 2ª e 4ª, 8h00 às 10h00 (Sala 310)
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