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Universidade Federal de Lavras - UFLA

Departamento de Administração e Economia

ORÇAMENTO DE CAPITAL
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA II

Luiz Eurico Junqueira Coli


DAE/UFLA
ORÇAMENTO DE CAPITAL
Conteúdo da aula:

4.4 Avaliação de ativos


4.4.1 Introdução
4.4.2 Metodologias de projeção do fluxo de caixa
Método da taxa de crescimento
4.4 Avaliação de ativos
4.4.1 Introdução

A título do provocação:

Quanto vale um cafeeiro?!


4.4.1 Introdução
“O passo mais importante, mas também o
mais difícil em orçamento de capital, é a
estimativa dos fluxos de caixa de projetos – os
desembolsos para o investimento e as entradas
líquidas de caixa anuais após o projeto iniciar
suas operações. Muitas variáveis estão
envolvidas e muitas pessoas e departamentos
participam do processo”.
(BRIGHAM et al., 2001, p. 454)
4.4.2 Metodologias de projeção do fluxo de caixa
4.4.2.1 Metodologia da taxa de crescimento

“O valor de uma empresa é, em última instância,


determinados não pelos fluxos de caixas atuais, mas pelos
fluxos de caixas futuros esperados. A estimativa de taxas
de crescimento de lucros e fluxo de caixa é, portanto,
fundamental para a realização de uma avaliação razoável.
As taxas de crescimento podem ser obtidas de muitas
formas – podem ser baseadas no crescimento passado,
podem ser retiradas de estimativas feitas por outros
analistas que acompanham a empresa, ou relacionadas a
dados básicos da empresa”.
(Damodaran, 1999, p. 151)
Estudo de caso
15º caso:
Uma oportunidade de negócio está sendo
avaliada. Os analistas prevêem que a unidade de
negócio conquiste uma participação de 5% do
mercado consumidor já no primeiro ano. Deverá
manter essa fatia no segundo ano, mas ocorrerá
um acréscimo da ordem de 2% de sua
participação em seu segmento específico, do
terceiro até o quinto ano, quando estacionará.
Estudo de caso

15º caso (CONT.):

Estimam que haja um crescimento anual do


segmento como um todo no mercado da ordem
2%, do segundo até o quinto ano, quando se
estabilizará sua participação no mercado. Além do
aumento interno do segmento em que atua, o
projeto deverá ser beneficiado pelo desempenho
da economia como um todo.
Estudo de caso
15º caso (CONT.):

O horizonte de planejamento determinado foi de


oito anos. O investimento inicial previsto é de
450.000,00 UM, sendo 10% destinados para ativos
correntes. Ao final do projeto, para efeitos de
cálculo, está sendo considerado que os ativos
fixos apresentarão valor residual nulo. Os
analistas estão considerando que os custos
operacionais e despesas correntes representarão
80% da receita anual do projeto.
Estudo de caso
15º caso (CONT.):

A previsão do tamanho desse segmento do mercado


é de 9.000.000,00 UM para o primeiro ano de
atividade do projeto. As estimativas do desempenho
da economia para os próximos anos são as
seguintes: (a) crescimento de 2% do segundo até o
sexto ano de funcionamento do projeto; (b) aumento
de 1% para o sétimo e oitavo anos.
Considerando que a taxa de retorno exigida
pelo investidor é de 15% ao ano, verifique a
viabilidade financeira do projeto.
15º caso:
Solução:
a) Cálculo do investimento inicial corrente e fixo
Ativos correntes (capital de giro)  CG = %1VI 
CG = 0,10450.000,00 = 45.000,00 UM;
Ativos fixos (permanente)  AF = %2VI = (1 – 0,10)450.000,00
 AF = 405.000,00 UM.
b) Cálculo do valor residual do projeto
VRP = VRAF + VRCG = 0,00 + 45.000,00  VRP = 45.000,00 UM.

Observação:
A consideração do valor residual dos ativos fixos nulo é
uma posição conservadora. Pois assim provoca uma redução
do valor do caixa projetado ao final do horizonte de
planejamento. Já o capital de giro, por sua própria natureza, é
colocado à disposição para uso no início de cada período e
reposto ao final deste. Portanto, ao final do horizonte de
planejamento – quando encerra o projeto – o capital de giro
estará à disposição do investidor.
c) Cálculo do fluxo de caixa operacional
Ano 01:
Tamanho do segmento do mercado  T1 = 9.000.000,00 UM;
Projeção das vendas  V1 = %1T1 = 0,059.000.000,00 = 450.000,00;
Projeção do fluxo de caixa operacional  FCO1
FCO1 = %V1 = (1 – 0,80)450.000,00 = 90.000,00 UM.
Ano 02:
Tamanho do segmento do mercado  T2 = (1 + 0,02)9.000.000,00 
T2 = 9.180.000,00 UM;
Projeção das vendas  V2 = %2T2 = (1 + 0,02)0,059.180.000,00 
V2 = 468.180,00 UM;
Projeção do fluxo de caixa operacional  FCO2
FCO2 = %V2 = (1 – 0,80)468.180,00 = 93.363,00 UM.
Ano 03:
Tamanho do segmento do mercado  T3 = (1 + 0,02)9.180.000,00 
T3 = 9.363.600,00 UM;
Projeção das vendas  V3 = %3T3 = (1+0,02)0,0519.363.600,00 
V3  487.094,47 UM;
Ano 04:
Tamanho do segmento do mercado  T4
T4 = (1 + 0,02)9.363.600,00 = 9.550.872,00 UM;
Projeção das vendas  V4 = (1+0,02)0,052029.550.872,00 
V4  506.773,09 UM;
Projeção do fluxo de caixa operacional  FCO4
FCO4 = (1 – 0,80)506.773,09  101.354,62 UM.
Ano 05:
Tamanho do segmento do mercado  T5
T5 = (1 + 0,02)9.550.872,00  9.741.889,44 UM;
Projeção das vendas  V5 = (1+0,02)0,05306049.741.889,44 
V5  516.908,55 UM;
Projeção do fluxo de caixa operacional  FCO5
FCO5 = (1 – 0,80)516.908,55  103.381,71 UM.
Ano 06:
Tamanho do segmento do mercado  T6
T6 = (1 + 0,02)9.741.889,44  9.936.727,72 UM;
Projeção das vendas  V6 = 0,05306049.936.727,72 
V6  527.246,72 UM;
15º caso:

Ano 07:
Tamanho do segmento do mercado  T7
T7 = (1 + 0,01)9.936.727,72  10.036.094,50 UM;
Projeção das vendas  V7 = 0,053060410.036.094,50 
V7  532.519,19 UM;
Projeção do fluxo de caixa operacional  FCO7
FCO7 = (1 – 0,80)532.519,19  106.503,84 UM.
Ano 08:
Tamanho do segmento do mercado  T8
T8 = (1 + 0,01)10.036.094,50  10.136.455,45 UM;
Projeção das vendas  V8 = 0,053060410.136.455,45 
V8  537.844,38 UM;
Projeção do fluxo de caixa operacional  FCO8
FCO8 = (1 – 0,80)537.844,38  107.568,88 UM.
15º caso:
d) Cálculo do fluxo de caixa do projeto

0 1 2 3 4 5 6 7 8

VI (450.000) ------ ------ ------ ------ ------ ------ ------ ------


VR ------ ------ ------ ------ ------ ------ ------ ------ 45.000
FCO ------ 90.000 93.363 97.419 101.355 103.382 105.449 106.504 107.569
FCP (450.000) 90.000 93.363 97.419 101.355 103.382 105.449 106.504 152.569

Observação:

Os valores foram apresentados com arredondamento.


15º caso:
e) Cálculo do valor presente líquido do projeto
FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FC6 FC7 FC8
VPL  FC0        
(1  i)1 (1  i) 2 (1  i) 3 (1  i) 4 (1  i) 5 (1  i) 6 (1  i) 7 (1  i)8

90.000,00 93.363,00 97.418,89 101.354,62


VPL  450.000,00  1
 2
 3

(1  0,15) (1  0,15) (1  0,15) (1  0,15) 4
103.381,71 105.449,34 106.503,84 152.568,88
 5
 6
 7

(1  0,15) (1  0,15) (1  0,15) (1  0,15)8

 VPL  7.762,46 UM;


Conclusão:
De acordo com as previsões realizadas, o
projeto é viável financeiramente para a taxa de retorno
esperada de 15% ao ano.

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