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C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O A

PLANO DE ACESSIBILIDADE PEDONAL

Modelo de Acalmia de Tráfego

Estreitamento com Passagem de Peões

Versão 1

Julho 2015
Ficha Técnica

Pelouro dos Direitos Sociais


Equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa

A Equipa do Plano tem por missão coordenar, dinamizar, apoiar e monitorizar os esforços
municipais de promoção da Acessibilidade. Disponibiliza apoio técnico ao trabalho de
serviços municipais, empresas municipais, juntas de freguesia e outras entidades, nos
domínios da acessibilidade, segurança, funcionalidade e conforto dos peões.

Coordenação da Ação VP 08
Tânia Rodrigues

Colaboração na Ação VP 08
Pedro Homem de Gouveia; Ana Teixeira

Agradecimentos
Isabel Báia Simões (EMEL);
Jorge Catarino, Paulo Pais, Gonçalo Caiado (DMPRGU);
Vítor Carmo (UITCH); Miguel Valente.

Imagens
Todos os desenhos técnicos, esquemas, ilustrações e fotos são da autoria da
Equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal, salvo indicação em contrário.

Julho de 2015

equipa.acessibilidade@cm-lisboa.pt
Telefone: 213 501 340 / 213 501 396

AVISO

A elaboração de um Modelo de Acalmia de Tráfego constitui a ação VP 08 do Plano de


Acessibilidade Pedonal de Lisboa.

O Modelo tem por função sistematizar especificações sobre as quais já existe grau suficiente
de certeza, com base na lei, nas boas práticas e na experiência adquirida, para aplicação
pelos serviços da CML e pelas juntas de freguesia no desenvolvimento de projetos e obras.

Eventuais erros ou omissões devem ser prontamente sinalizados à Equipa do Plano de


Acessibilidade Pedonal, que está disponível para prestar esclarecimentos e apoio técnico.

Esta ficha não dispensa a leitura do Módulo Base (Objetivos, Âmbito e Regras para a
Aplicação do Modelo).

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AT 4

Estreitamento com Passagem de Peões

1. Descrição

Redução pontual da largura da faixa de rodagem, através do alargamento do passeio


no ponto onde está implantada a passagem de peões.
O estreitamento da faixa de rodagem provoca uma reação intuitiva no condutor que o
leva a reduzir a velocidade de circulação.

2. Objetivos

a) Reduzir as velocidades de circulação;


b) Desencorajar o tráfego de atravessamento.

3. Prós e Contras

3.1 Vantagens:

a) Reduz a distância de atravessamento do peão, diminuindo a sua exposição ao


risco de atropelamento;
b) Aumenta a visibilidade do peão pelo condutor;
c) Impede o estacionamento sobre a passagem de peões.

3.2 Desvantagens:

a) Obriga ao abrandamento dos veículos de emergência, se for reduzido o número


de vias de circulação.

3.3 Trabalhos básicos


Em condições ideais, a implantação desta medida pode ser conseguida apenas com:

a) Arranque e execução de lancil;


b) Arranque e execução do revestimento do passeio adjacente à passagem de
peões;
c) Sinalização horizontal;
d) Reposição da sinalização vertical.

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3.4 Trabalhos complementares
A configuração da via ou o seu mau estado de conservação, poderão tornar
necessário:

a) Arranque e execução do pavimento da faixa de rodagem;


b) Adaptação do sistema de drenagem;
c) Alteamento de tampas de infraestruturas de subsolo.

4. Localização

Esta medida não deve ser implantada em vias de 1º e 2º nível.

5. Configuração

5.1 O estreitamento pode ser feito das seguintes formas:

a) Estreitamento a partir dos lados para dentro (fig. a);


b) Estreitamento a partir de um dos lados para dentro (fig. b);
c) Estreitamento a partir do centro para fora (fig. c).

Figura 5.a – exemplos de estreitamentos com passagens de peões

5.2 O estreitamento a partir dos lados ou de um dos lados para dentro deve reunir as
seguintes características:

a) Largura da faixa de rodagem no local do estreitamento, medida transversalmente


ao eixo da via, deve ser igual ou superior a 2,75 m;
b) Comprimento do estreitamento, medido na direção do eixo da via, deve conter a
passagem de peões e pelo menos uma margem de 1 m para cada um dos lados.

[Nota: consultar desenhos 1, 2, 3, 4 e 5.]

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Figura 5.b – exemplo das dimensões mínimas do local do estreitamento (p.p. – largura da passagem de
peões)

5.3 O estreitamento a partir do centro deve reunir as seguintes características:

a) Ser obtido mediante criação ou alargamento de ilha ou separador com refúgio


para peões;
b) Largura do refúgio, medida transversalmente ao eixo da via, deve ser igual ou
superior a 1,5 m;
c) Comprimento do refúgio, medido na direção do eixo da via, deve conter a
passagem de peões e pelo menos uma margem de 1 m para cada um dos lados;
c) Largura da faixa de rodagem no ponto do estreitamento, medida transversalmente
ao eixo da via entre o refúgio e o passeio, deve ser igual ou superior a 2,75 m.

[Nota: consultar desenho 6.]

Figura 5.Figura 5.c – exemplos das dimensões mínimas do local do estreitamento (p.p. – largura da
passagem de peões)

5.4 O estreitamento pode reduzir o número de vias de trânsito.

[Nota 1: em vias com dois sentidos onde se pretende uma maior redução da
velocidade, o estreitamento pode obrigar à passagem alternada dos veículos]
[Nota 2: consultar desenho 5.]

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Figura 5.d – exemplos de estreitamento com redução de vias de trânsito

5.5 Os estreitamentos podem ser criados das seguintes formas:

a) Preferencialmente por obra física;


b) Marcas rodoviárias (zonas raiadas) e balizas flexíveis.

6. Pavimentos

6.1 Na área acrescentada ao passeio, o pavimento deve ter uma estrutura preparada para
o eventual assentamento de sapatas dos veículos dos Bombeiros.

[Nota: consultar o Modelo de Revestimento de Passeios, (aqui).

6.2 No revestimento do passeio adjacente à passagem de peões e do refúgio deve existir


piso tátil conjugando a faixa de alerta, a guia de encaminhamento e a moldura de
contraste.

[Nota: consultar o Modelo de Passagem de Peões, (aqui).]

6.3 Em toda a largura da passagem de peões, o desnível entre o topo do lancil e a faixa de
rodagem deve ser igual a zero.

7. Sinalização Rodoviária

7.1 Sinalização Horizontal

7.1.1. A passagem de peões deve ter as seguintes marcas rodoviárias:

a) Marca rodoviária M11 ou M11a no caso do atravessamento da faixa de rodagem


estiver regulado por sinalização luminosa;

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b) A marca rodoviária M11 deve ser constituída por barras longitudinais paralelas ao
eixo da via, com largura de 50 cm, alternadas por intervalos regulares com a
mesma medida;
c) A marca rodoviária M11a deve ser constituída por duas linhas contínuas,
transversais ao eixo da faixa de rodagem, com largura mínima de 20 cm, sendo
recomendável 30 cm.

7.1.2. Antes da passagem de peões deve introduzir-se a linha de paragem com as seguintes
características:

a) Marca rodoviária M8, constituída por barra transversal ao eixo da faixa de


rodagem, com largura de 50 cm;
b) A marca rodoviária M8 deve distar 1,5 m ou 2 m da passagem de peões (medida
entre os limites laterais de ambas as marcas).

7.1.3. Deve proibir-se a ultrapassagem:

a) No mínimo 10 m antes e depois da passagem de peões, através da marca


rodoviária M1;
b) A marca rodoviária M1 separa os sentidos de trânsito e deve ser constituída por
linha contínua, com largura de 20 cm.

7.2 Sinalização Vertical

7.2.1 A passagem de peões deve ter a seguinte sinalização:

a) Sinal de Informação H7, à direita do sentido de circulação do trânsito, no


alinhamento da marca rodoviária M8;
b) Quando existam condições particularmente perigosas par ao trânsito que
imponham especial atenção e prudência ao condutor, o Sinal de Perigo A16a, à
direita do sentido de circulação do trânsito, a uma distância compreendida entre
150 m e 300 m da passagem de peões.

[Nota: caso as condições do local não permitam a colocação do sinal a esta distância,
deve ser utilizado um painel adicional Modelo 1 indicador da distância.]

H7 – Passagem para peões A16a – Passagem de peões

Figura 7.a – sinal de Informação H7, sinal de Perigo A16a (fonte: Decreto-Regulamentar 22-A/98 de 1 de
Outubro)

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7.2.2 No caso do estreitamento a partir do centro, deve ser colocado no início do separador
central, nos dois sentidos de circulação do trânsito, o sinal de Obrigação D3a.

D3a – Obrigação de contornar


a placa ou obstáculo

Figura 7.b – sinal de Obrigação D3a (fonte: Decreto-Regulamentar 22-A/98 de 1 de Outubro)

7.2.3 No caso em que a zona do estreitamento passa para apenas uma via de trânsito, deve
ser introduzida a seguinte sinalização:

a) Sinal de Cedência de Passagem B5 que indica a obrigação de ceder a passagem


aos veículos que transitem em sentido contrário;
b) O sinal B5 deve ser colocado à direita do sentido de circulação do trânsito, na
proximidade imediata do local do estreitamento;
c) Sinal de Prioridade nos Estreitamentos B6 que indica que o condutor tem
prioridade de passagem sobre os veículos que transitam em sentido contrário;
d) O sinal B6 deve ser colocado à direita do sentido de circulação do trânsito, na
proximidade imediata do local do estreitamento.

B5 – Cedência de passagem nos B6 – Prioridade nos estreitamentos


estreitamentos da faixa de rodagem da faixa de rodagem

Figura 7.c – sinais de Cedência de Passagem B5 e B6 (fonte: Decreto-Regulamentar 22-A/98 de 1 de


Outubro)

8. Infraestruturas

8.1 Drenagem:

a) Não se pode piorar o sistema de drenagem existente e deve adequar-se caso seja
necessário;
b) Deve evitar-se acumulação de água nos pontos baixos, através da introdução de
sumidouros;
c) Os sumidouros devem ser colocados junto aos lancis, de ambos os lados da faixa
de rodagem, a montante do estreitamento no sentido do escoamento superficial da
via.

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8.2 Caso seja necessário devem ser previstas as devidas adaptações das infraestruturas
existentes (por ex., alteamento de tampas, alteração do revestimento das tampas de
acordo com o material utilizado).

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