O documento discute como a geografia contribuiu para a construção do Brasil. Os cronistas mapearam o território para a coroa portuguesa explorar os recursos. Os mapas deram a Portugal vantagem na ocupação do interior do país. O tratado de Madri consolidou o controle português sobre o território brasileiro.
Descrição original:
RESENHA POR CRISTIANE NASCIMENTO
Título original
SOUSA NETO, Manoel Fernandes de. A Ciência Geográfica e a construção do
O documento discute como a geografia contribuiu para a construção do Brasil. Os cronistas mapearam o território para a coroa portuguesa explorar os recursos. Os mapas deram a Portugal vantagem na ocupação do interior do país. O tratado de Madri consolidou o controle português sobre o território brasileiro.
O documento discute como a geografia contribuiu para a construção do Brasil. Os cronistas mapearam o território para a coroa portuguesa explorar os recursos. Os mapas deram a Portugal vantagem na ocupação do interior do país. O tratado de Madri consolidou o controle português sobre o território brasileiro.
SOUSA NETO, Manoel Fernandes de. A Ciência Geográfica e a construção do
Brasil. São Paulo: Terra Livre, 2000.
O texto de Sousa Neto (2000) aborda de maneira clara a construção do
Brasil, discutindo o espaço geográfico e as suas contribuições para o “novo mundo”. O mesmo tem início com um breve relato do autor justificando a escolha do titulo.
“O título deste texto é produto de uma série de escolhas. Escolhi falar
da ciência geográfica não apenas pela obrigação do ofício, mas porque a Geografia foi a responsável pela elaboração de diversas imagens do mundo, ao mesmo tempo em que se utilizou dessa ciência para construção material desse mesmo mundo.”
Sousa Neto destaca a importância dos saberes geográficos na construção do
Brasil e no entendimento da atual situação do País, destacando o trabalho de cronistas que a serviço de reis, eram responsáveis por demarcar as posses conquistadas, atuando assim na construção da Geografia Moderna . Nas palavras do autor: Aos cronistas cabia, na realidade, inventariar a natureza com fins à sua ulterior exploração. Era com base nessas informações que as decisões geopolíticas eram tomadas. Por sua vez, tais decisões imprimiam ao trabalho dos geógrafos-cartógrafos um importante papel na delimitação de fronteiras, no arranjo dos limites naturais, nos desenhos do território e, logo, nas concepções que se passaria a ter sobre eles. (SOUSA NETO, 2000, pg. 10)
De acordo com o autor, a cartografia através da construção dos mapas, teve
um importante papel no processo de dominação territorial, sendo estes, comparados a armas. Sousa Neto (2000) pondera o acordo firmado com a coroa, o tratado de Tordesilhas e o mito do paraíso selvagem e de sua heroica ocupação pacífica. O território foi sendo invadido no sentido oeste. Os bandeirantes paulista invadiram em busca das riquezas existentes, depois suas expedições foram concentradas em áreas mais distantes, para o interior, ao longo dos eixos fluviais alternativos do Paraná e Paraguai ou dos afluentes meridionais do Amazonas. Através do conhecimento dos mapas, proporcionou uma vantagem da coroa portuguesa nesse processo de ocupação e exploração. Por essas operações, que vão desde a invasão de vastas áreas a oeste, até o assassinato, expulsão ou conversão dos indígenas, somadas ao conhecimento e controle adquiridos por intermédio das cartas geográficas elaboradas por padres e militares a serviço da Coroa Portuguesa, é que Alexandre de Gusmão reclamará, com sucesso, essas possessões para Portugal. (SOUSA NETO, 2000, pg. 13)
O tratado de Madri consolidou o abandono diplomático do Meridiano das
Tordesilhas e manteve o território unificado em torno de uma forte centralização política em torno da figura do imperador. “O imperador deve ter uma representação global e precisa do império, de suas estruturas espaciais internas (províncias) e dos Estados que o contornam” (LACOSTE, 2010, p. 42). Esta geografia é um“ conjunto de representações cartográficas e de conhecimentos bem variados, visto em sua relação com o espaço terrestre” (LACOSTE, 2010, p. 26)” O artigo de Sousa Neto, permitiu conhecer os aspectos da geografia enquanto ciência, ponderando os pontos significativos na conquista do território, e destaca a violência como um marco na nossa identidade, assim como a exploração do homem e da terra e a apropriação do espaço.
Territórios nativos: a Carte de la terre ferme du Perou, du Brésil et du Pays des Amazones de Guillaume de L’Isle (1703) e a distribuição espacial de populações autóctones na Bacia Amazônica e litoral do Brasil