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ACFs: Antibiotic coordination frameworks as a way to enhance the bioactivity of the drugs View project
All content following this page was uploaded by Hermínio Diogo on 16 May 2014.
Palavras chave: cloreto de sódio, crescimento de cristais, cristais “On the Rocks”, microscopia química, fotografia científica,
fotomicrografia, ciência e arte.
Key words: sodium chloride, crystal growth “on the rocks”, chemical crystals, photomicrographs, micrographs, chemical micros-
copy, science and art.
PREÂMBULO Brancos que percorrem a Ciência2 [1] amava como se fossem seus filhos:
saltarem fora das tocas e lançarem aqueles que biologicamente nunca
A Química é como a música: pode tudo quanto têm na gaveta, neste mo- teve, mas que foram seus durante a
ser tocada de muitas maneiras, com mento de uma forma um tanto caótica, sua presença no Técnico e que con-
notas que neste caso são as molécu- à laia do velho ditado, “Em tempo de tinuarão a sê-lo, durante as suas
las, os átomos, os iões, os electrões guerra não se limpam armas” . vidas. Em tempo de expressões, as-
e respectivas associações. Pode ir de sim foram as impressões que neles
“pimba” a erudita. Pode ir de chata a Este artigo é dedicado ao Chefe, ao deixou. Deixou-nos também a Lq [2]
muito criativa. Pode ter muito de inspi- Professor Alberto Romão Dias. En- e outras obras, deixou-nos a semente
ração e menos de transpiração, ou ao quanto lutava pela vida, lutávamos do seu trabalho como pedagogo e in-
contrário. Pode-se oferecer, pode-se nós, num espaço virtual no “Overworld vestigador, numa imensa rede trans-
esconder e com certeza vender. Quer da Web”, em defesa do trabalho dos versal de pessoas, de ciência, de con-
queiramos, quer não, ela é omnipre- últimos anos, o qual tivemos o prazer ceitos, sem preconceitos, de filosofia
sente nas nossas vidas, nas nossas de lhe mostrar, há algumas semanas, de vida. Uma rede de cooperação, re-
mortes, em tudo quanto nos rodeia. num período de falsas melhoras en- forçando as nossas mútuas atracções
Mesmo que se esconda atrás do mo- tre cirurgias: a química apresentada e vencendo as nossas repulsões,cada
lecular. nas suas mais vivas cores, patentes um no seu lugar, mais acima ou mais
nas reacções observadas, filmadas abaixo, mas sempre estrategicamente
e fotografadas ao microscópio, sem colocado, num esforço conjunto como
Foi assim que se escondeu Michael
a cosmética da luz polarizada, sem que numa imensa rede, a nossa rede
Davidson da Universidade da Flórida
efeitos especiais. Ao dar-nos o privilé- como que cristalina. Assim a saiba-
e as suas “Molecular Expressions”1
gio de nos inserirmos no seu grupo de mos manter.
um autêntico tsunami de divulgação
investigação, fez-nos despertar para
científica que está a revolucionar
a Química Inorgânica, nas suas ver- Romão Dias, com certeza perdurarás
a web, e que faz todos os Coelhos tentes de Química de Coordenação, nas expressões da nossa cultura.
* Organometálica, Química dos Elemen-
Centro de Química Estrutural e Departamento
Depa de En-
genharia Química e Biológica tos, sempre valorizando a divulgação
Instituto Superior Técnico - Av. Rovisco Pais, 1049-001
Lisboa
científica como forma de chegar aos
clementina@ist.utl.pt alunos a quem protegia, respeitava e Para Alberto Romão Dias
QUÍMICA 106
Figura 1 Da reacção à abstração: a Química nas mais vivas cores!
QUÍMICA 106
Quadro 2 Temas de pesquisa histórica e literária As fotomicrografias da Figura 2 foram
obtidas com ampliação de 10X em
lupa estereoscópica. Alguns cristais
apresentam as faces arredondadas
já com sinais de envelhecimento por
terem permanecido no frigorífico du-
rante três meses. Outros foram es-
quecidos e deixados a evaporar até à
secura numa sala com ventilação de
extracção muito forte, daí o trocadilho
com a designação LEFT (Licenciatura
em Engenharia Física Tecnológica)
[3,5].
QUÍMICA 106
cloro, NaOH, carbonato de sódio, bi- ambiguidades, cá está o nosso amigo identidade química da substância.
carbonato de sódio, cloreto de cálcio, francês.) A designação é por demais Pode ocorrer devido a uma diminuição
sulfato de sódio, cloratos, ácido clo- abrangente, embora se aplique com de solubilidade provocada por abaixa-
rídrico, etc.), nas indústrias do papel, mais frequência a processos físicos. O mento de temperatura, adição de um
cerâmica, cosméticos, estando ainda termo recristalização implica que num agente precipitante que induza a alte-
associado à utilização de corantes dado processo se vai cristalizar de ração da sua solubilidade, alteração
em têxteis, no fabrico de sabões, em novo uma substância que já antes se da constante dieléctrica, etc..
metalurgia, etc.. Nas misturas frigorí- apresentava cristalina e que, portanto,
ficas gelo-sal, a formação de um eu- mantém a sua identidade química du-
téctico permite baixar a temperatura Na precipitação química acontece
rante toda a operação: ao recristalizar
a -21ºC em aplicações laboratoriais mais do que isso e o processo vem
sal de cozinha, cloreto de sódio, vol-
controladas [4]. Em termos práticos dar origem a uma nova espécie
tamos a obter de novo o cloreto de
e sem controlo do isolamento térmico química. Tal é o caso da formação de
sódio, só que separado de impurezas,
do sistema e mistura das fases em um sal duplo ou da vulgar reacção de
aditivos e com cristais de tamanho e
equilíbrio o ponto de fusão baixa ape-
hábitos diferentes [1]. A recristalização dupla permuta iónica ou reacção de
nas a -9ºC, permitindo derreter a neve:
é assim entendida como um processo metátese, reacções exemplificadas
cerca de 51% da produção mundial de
de purificação: no Quadro 3.
NaCl é usada para a remoção da neve
na limpeza de estradas em países NaCl (c)(impuro) NaCl(aq) NaCl(c)(puro)+ impurezas(c/aq) (1)
de clima frio. É ainda utilizado na de-
sinfecção de piscinas, através de um O termo precipitação também se pode Aliás é exactamente com este último
processo electrolítico para a produção tornar ambíguo, pois que também sentido que, em geral, se classificam as
de cloro. Monocristais de NaCl de ele- ele, fazendo parte do nosso léxico reacções em solução como reacções
vada pureza são usados no fabrico comum, é frequentemente utilizado: de precipitação. A formação de cristais
de janelas ópticas para espectrofo- uma pessoa precipita-se quando toma e respectivo crescimento dependem de
tómetros UV-VIS e infravermelhos. decisões demasiado rápidas, quando factores termodinâmicos (solubilidade)
anda demasiado depressa, quando e cinéticos (nucleação e crescimento
Enfim, como poderíamos nós viver “cai” no abismo. Quando se mede o propriamente dito). Define-se solu-
sem um composto tão simples, que grau de pluviosidade também se usa bilidade molar S como a quantidade
nem molécula tem para nos chatear, máxima de soluto expressa em moles
a designação de “precipitação”: a
enfim, sem uma pitada de sal nas nos- que se consegue dissolver numa dada
fase líquida constituída por pequenas
sas vidas? quantidade de solvente, até perfazer
gotículas de água dispersas no seio
um litro de solução a uma dada tem-
de uma fase gasosa, o ar, atinge uma
peratura. Nestas condições a solução
dimensão crítica superior a cerca de
diz-se saturada, e corresponde à situa-
A CRISTALIZAÇÃO COMO TÉCNICA 10 micrómetros e começa a cair, pela ção de equilíbrio heterogéneo entre a
DE PURIFICAÇÃO E DE CRESCIMENTO acção da gravidade, “precipitando” na fase sólida e a fase líquida. A constante
DE CRISTAIS [1] forma de gotas de chuva. termodinâmica deste equilíbrio de-
signa-se por produto de solubilidade,
A precipitação, no caso restrito das Kps, e para efeitos do seu cálculo S
Monsieur de La Palice est mort tem que vir expressa em mol.l-1. Fora
soluções líquidas, implica que haja
Mort devant Pavie
formação de uma fase sólida no seio isso, pode ser expressa em quaisquer
Un quart d’heure avant sa mort
da fase líquida, ou seja, há formação outras unidades, por exemplo, g/l ou
Il était encore en vie!
de uma substância insolúvel, ou muito outras equivalentes. Abaixo desta con-
Canção popular francesa, sec. XVI, conforme
centração limite as soluções dizem-se
citação [7] pouco solúvel. Nas soluções aquosas
os precipitados são frequentemente insaturadas e acima, sobressaturadas.
O Grau de Sobressaturação (GS)
mais densos e obedecem às leis da
...E como partindo de cloreto de sódio permite medir o afastamento em rela-
gravidade, caindo. Porém, haverá ca-
se chega a cloreto de sódio... ção ao equilíbrio [1,8].
sos em que este processo se torna
muito moroso, dando origem a suspen- Ao iniciar uma cristalização é essen-
Os termos cristalização, recristaliza- sões que deverão ser centrifugadas. cial ter uma ideia da solubilidade da
ção, precipitação física e química, Poderá ainda ocorrer a formação de substância com que se vai trabalhar
confundem-se frequentemente na lite- um precipitado menos denso que ficará e da sua variação com a tempera-
ratura. eventualmente suspenso na superfície tura. Consideram-se solúveis todas
livre do líquido. Existem ainda casos as substâncias de solubilidade supe-
Na linguagem corrente, quando se diz anómalos como a precipitação de rior a 10-2 M. Para substâncias pouco
solúveis ou insolúveis, como é, por
que algo está cristalizado, pretende-se hidróxidos e silicatos nos “jardins de sí-
exemplo, o caso dos sais de chumbo,
afirmar que está “parado”, preso numa lica” que, embora mais densos, sobem, o equilíbrio atinge-se a concentrações
forte “rede” que tolhe os movimentos, desafiando as leis da gravidade, pois muito baixas e, em geral, existem ta-
qual unidade constituinte dum cristal! estão ligados a fenómenos de osmose belados os valores de Kps a 25ºC, que
Numa cristalização há essencialmente bem mais complicados de interpretar. podem atingir valores tão baixos quan-
formação de cristais. (E pronto, sem Na precipitação física mantém-se a to 10-49 (sulfureto de prata), ou menos.
QUÍMICA 106
CRESCIMENTO DE CRISTAIS DE CLORETO provável pois apenas podem crescer feitas no Inverno, a temperaturas de
DE SÓDIO para os lados e não para cima. Pode- cerca de 7ºC. No Verão pode ser usa-
mos ainda observar cristais acicu- do o frigorífico, mas o abrir e fechar
lares (whiskers) de NaCl obtidos pela da porta cria perturbações que levam
A preparação de cristais depende do
fim em vista e das características que adição de álcool polivinílico6; cristais à formação de mais núcleos e cristais
se pretendem obter no produto final. octaédricos obtidos na presença de em maior número e mais pequenos.
formamida; tabulares hexagonais Quando o valor do produto iónico
Podemos purificar o sal por recris- na presença de ureia; tornados den- [Na+] [Cl–] exceder o produto de solu-
talização, sem nos interessar o seu dríticos e brancos na presença de bilidade Kps, isto é, quando a solução
tamanho e hábito cristalino - é o que ferricianeto de potássio, e até mais estiver sobressaturada, inicia-se então
acontece na produção industrial de eficazmente modificados com uma pi- a precipitação e crescimento. A forma-
granulado: obtêm-se cristais anédri- tada de sal refinado. Embora se tenha ção e o crescimento dos cristais são
cos (sem forma geométrica definida) tentado o crescimento de cristais por interrompidos pelo operador quando
de baixo teor em água para melhorar nucleação heterogénea, com rochas estes atingirem um tamanho conve-
as propriedades de fluxo. Mas tam- vulcânicas (Figura 6) e com a mesma niente e evitando ir até à secura, posto
bém podemos desejar grandes cristais composição da solução, em copo de que isso levará à precipitação de todas
muito puros, para aplicações em es- precipitação alto, o facto é que o NaCl as impurezas que se querem separar.
pectroscopia, em que o hábito cúbico é um dos casos raros em que o supor- Aliás, esse foi o “erro” cometido nos
é privilegiado, para facilitar o corte na te rugoso não tem qualquer influência. famosos cristais “LEFT!” na Figura
preparação de janelas ópticas. Neste O estudo dos modificadores será pu- 2. No final, os cristais são separados
projecto a nossa opção foi associar blicado num outro trabalho [1 e refs. aí das águas-mães por nova filtração à
a purificação ao crescimento com citadas, 9-11]. trompa ou apenas com papel de filtro
defeitos cristalinos, i.e., a produção num funil de filtração e lavados com
de malteses. Na Figura 4 podem-se Nos casos analisados o método mais pequenas quantidades de água gela-
observar cristais de NaCl de hábitos expedito para o crescimento de cris- da, deixando-se a seguir a secar ao ar.
diferentes, todos desenvolvidos pela tais de cloreto de sódio é sempre a Industrialmente o tamanho dos cristais
mesma técnica de evaporação lenta, evaporação do solvente, uma vez que do sal de mesa não deve ser muito
na presença de modificadores de a solubilidade varia muito pouco com grande, para reduzir a quantidade de
hábito, adicionados em quantidades a temperatura. Dissolve-se a amostra água neles retida por aprisionamento
muito pequenas - apenas uma pitada a quente, para a sua dissolução ser mecânico [8] (água retida nos limites
no sal em solução, neste caso, a pon- mais rápida, até condições próximas dos grãos cristalinos) e para facilitar
ta de uma micro-espátula. Em alguns da saturação (15g de soluto/45g de o seu processamento industrial (en-
casos, apenas alguns ppm são sufi- água). A moagem prévia em almofariz sacamento). Do mesmo modo, a for-
cientes para que o sal mostre as suas também facilita a dissolução. Após fil- mação dos malteses por retenção da
faces escondidas. A forma do reci- tração para separação das impurezas água na rede cristalina é também evi-
piente também é importante: quando o insolúveis, deixa-se evaporar lenta- tada, posto que pode libertar-se mais
crescimento é feito em copo de forma mente e em repouso. Quanto mais tarde, por fenómenos de crepitação,
alta, com uma altura de líquido con- lenta for a evaporação da água mais devido à elevada tensão de vapor da
siderável, há tendência para formar lento será o aumento do GS, pelo água, dando origem à colmatação. Na
cubos; em recipientes de forma baixa, que se formarão menos núcleos e literatura confundem-se muito os ter-
como os cristalizadores, ou num sim- os cristais serão maiores (velocidade mos utilizados para a formação deste
ples tabuleiro pyrex de ir ao forno, de nucleação inferior à velocidade de tipo de defeito cristalino, podendo ser
com uma altura pequena de líquido, a crescimento). Os resultados são muito referido como oclusão molecular e
formação de cristais tabulares é mais melhores quando as preparações são também inclusão [8].
Figura 5 Purificação do cloreto de sódio (sais de banho e sal de cozinha). Na gravura 4 do slide do
centro pode-se observar o efeito de “creeping” mencionado no texto
QUÍMICA 106
Podemos observar o mundo à nossa volta tal como ele se nos apresenta. Isso não custa muito a fazer, basta manter os olhos
bem abertos. Podemos depois passar a utilizar lupas, como fazem os ourives, os antiquários, os relojoeiros e todos aqueles que
vêem mal, ou precisam de ver um pouco mais de perto - facilmente obteremos imagens ampliadas para o dobro, para o triplo...
Porém, graças ao desenvolvimento científico e tecnológico, podemos fazer muito mais ...
Basta utilizar um simples microscópio comum e a nossa visão dos objectos é ampliada até cem vezes o seu tamanho e por aí
fora, 400, 500 vezes, até que perdemos as nossas referências e quase caímos na abstracção, se não soubermos o que estamos
a observar.
Se formos mais ambiciosos a nossa curiosidade levar-nos-á muito mais longe! Podemos penetrar nos puzzles das redes cristali-
nas dos cristais, ampliando-as 105 vezes, cem milhões de vezes, passando do angström ao centímetro. Estes modelos de redes
cristalinas são construídos a partir das estruturas obtidas pelos métodos de difracção de raios X. Nelas podemos localizar os iões
sódio e cloreto na rede cristalina rigorosa do cloreto de sódio.
Figura 6 Viagem ao interior da matéria: o estudo do cloreto de sódio. 1-Experiência de purificação do sal no Infantário da APIST;
2,3-Crescimento de cristais de NaCl em rocha vulcânica; 4-Observando cristais com uma lente de Fresnel – Agrupamento Ribeiro Sanches, Penamacor;
5,7-Cristais de NaCl de hábito octaédrico ampliados 63X; 6-Observação de cristais de sais de banho coloridos com a lupa estereoscópica Nikon,
acoplada a uma câmara digital Sony; 8-Rede cristalina do NaCl; 9-Sal amorfo, obtido por
fusão/solidificação a 801 oC.
ACTIVIDADE DE LABORATÓRIO
QUÍMICA 106
rios; impurezas químicas adicionadas, Procedimentos ção de CO2.
CaCl2; também pode ser adicionado
* Divida em três partes a solução que
MgCl2, mas a separação é mais lenta; * Pese, numa balança técnica, cerca
acabou de filtrar.
areia; as demais impurezas e aditivos de 15 g de cloreto de sódio impuro.
mencionados na introdução teórica) * Numa das partes, num tubo de en-
* Adicione a esta amostra cerca de 50
saio, faça borbulhar cloreto de hidro-
HCl (1 M) (para a produção de HCl(g)) ml de água destilada e aqueça até
génio gasoso, preparado pela adição
dissolver a maior quantidade possí-
NH4Cl (para a produção de HCl(g)) de ácido sulfúrico concentrado sobre
vel, deixando as impurezas insolúveis
cloreto de sódio ou cloreto de amónio
Etanol a 95% (agente precipitante por em suspensão.
(esta segunda versão é mais efi-
alteração da constante dieléctrica) * Deixe a solução arrefecer ligeira- ciente). Esta operação deve ser feita
mente e filtre-a à trompa em cadinho numa hotte.
Solução de Na2CO3 a 10% (m/v)
G4: deste modo eliminará impurezas
(agente de precipitação do cálcio) * A outra das partes, também em tubo
que sejam insolúveis a quente.
de ensaio, adicione lentamente
Material de vidro e equipamento * Para eliminar o catião Ca2+, preci- etanol até observar o aparecimento
pite-o sob a forma de carbonato de de um precipitado. Para induzir o
- Balança técnica cálcio (CaCO3). Para isso adicione aparecimento do precipitado esfre-
- Placa de aquecimento gota a gota (com agitação) ao filtrado gue com uma vareta de vidro as
- Frigorífico obtido no ponto anterior, solução de paredes do tubo de ensaio.
- Hotte Na2CO3 a 10% (m/v). Pare a adição * A última das partes deve ser dividida
- Lupa estereoscópica NIKON® com de solução de carbonato de sódio por dois cristalizadores: um, coberto
câmara digital SONY® quando deixar de observar turvação com um papel de filtro, identificado, e
- Secador de cabelo da solução: isto significa que todo o posto num local onde possa perma-
- Copo de precipitação de 100 ml ião Ca2+ existente estará precipitado. necer em repouso e de preferência
- Proveta de 100 ml ou 50 ml Para confirmar o fim da precipitação, onde não ocorram grandes variações
filtre um pouco da solução de NaCl à de temperatura; o segundo deve ser
- Esguicho com água destilada
qual adicionou Na2CO3, e junte mais colocado destapado no frigorífico,
- Vareta de vidro
umas gotas da solução de carbonato identificado e deixado em repouso. A
- 2 Kitasatos
de sódio. A não formação de precipi- temperatura do frigorífico deve ser
- 2 Cadinhos filtrantes G4
tado garante a inexistência de ião regulada de forma a evitar a congela-
- Borracha de suporte de filtração
Ca2+. Separe o precipitado por filtra- ção das soluções (≈5ºC). Logo que
- Trompa de vácuo
ção à trompa utilizando um cadinho observe cristais desenvolvidos nes-
- Pipetas descartáveis ou pipetas de
G4. tes dois últimos cristalizadores, re-
Pasteur
colha-os por filtração, lave-os com
- 2 Tubos de ensaio * O excesso de ião carbonato introdu-
pequenas quantidades de água ge-
- 2 Cristalizadores zido no passo anterior é agora elimi-
lada e etanol, seque-os a frio e
- 2 Papeis de filtro e elásticos nado por adição à solução de HCl
guarde-os em caixinhas rotuladas
- Caixinhas de plástico concentrado, até pH bastante ácido,
após observação ao microscópio.
- Etiquetas com aquecimento. Observe a liberta-
Equação química do passo em que tração do ião cloreto, e ao desloca- Há sempre a ocorrência de “cree-
juntou o HCl: _____________ mento do equilíbrio pelo efeito do ião ping”, formação de cristais pequenos
comum) que “trepam” pelas paredes do cris-
Equação química do passo em que
talizador).
juntou carbonato de sódio:
_____________ b) Quando adicionou etanol.
_____________ d) Quando colocou no frigorífico.
Equação química do passo em que _____________
(Pretende-se demonstrar o efeito da
preparou cloreto de hidrogénio gaso-
alteração da constante dieléctrica do (Obtêm-se cristais tabulares malteses,
so: _____________
solvente; friccionar o tubo de ensaio maiores e em menor número, mas de-
Anotação da forma e tamanho dos com uma vareta de vidro permite des- moram muito mais tempo a cristalizar;
cristais: poletar a nucleação) também se observa a redução do
“creeping”).
a) Quando borbulhou HCl gasoso c) Quando deixou a evaporar lenta-
_____________ mente. _____________ e) Qual o processo que considera
(obtém-se um precipitado microcris- (Obtêm-se cristais tabulares malte- mais eficaz para a obtenção de cris-
talino, devido ao aumento da concen- ses. tais de NaCl ? _____________