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02

A INFLAÇÃO VAI
Relatório Mensal - www.mercuriuscrypto.com

DERRUBAR AS
CRIPTOS?
Relatório Mensal .

COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI? 03.

COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS? 09.

O QUE O FUTURO NOS RESERVA? 22.

ENTÃO, INVESTIR NO QUÊ? 29.

RELATÓRIO MENSAL
03
COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?
Uma recapitulação macroeconômica
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Desde que o FED começou a sua cruzada contra a inflação, aumentando as taxas
de juros nos EUA, todos os mercados de renda variável – incluindo os criptoativos
– responderam rapidamente com uma interminável sucessão de prejuízos
amargos e quedas impiedosas nos preços de tela.

Índice Nasdaq

E muito embora a história sempre se repita, parece que investidores inebriados


pela bonança dos ciclos de alta continuarão insistindo em ignorar que os dias
verdes não são eternos.

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COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?
Uma recapitulação macroeconômica
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O primeiro bear-market para um investidor cripto pode ser brutal, onde grandes
projetos com quedas de 50% a 80% são a norma, enquanto pequenos projetos
indo a zero não passam de uma mera conclusão óbvia.

A situação parece ainda mais drástica para os novos investidores em cripto que
adentraram o espaço em 2021.

Incautos, chegaram a tempo de surfar o final de uma frenética onda de alta, fruto
de uma recuperação econômica artificial, inflada pela injeção de recursos no
combate à pandemia e coroada por uma infinidade de projetos inúteis e
especulativos.

E enquanto ainda sonhavam com “lambos” e com o “primeiro milhão”, estes


investidores viram suas posições derretendo na velocidade da luz, antes que
tivessem tempo de sequer entender o que estava realmente acontecendo: o pior
bear-market de toda a história das criptomoedas estava lhes dando às boas-
vindas.

Para uns pode parecer má-sorte, mas outros diriam que tanto o inacreditável rally
de alta, como o profundo agravamento deste bear market, têm suas raízes em um
dos ramos da economia mais ignorados pelo mundo cripto: a “macroeconomia”.

Isto é engraçado, dado que o white-paper do Bitcoin foi publicado em 2008,


justamente enquanto o mercado global enfrentava, desesperado, os flagelos da
crise econômica criada pela bolha imobiliária dos Estados Unidos.

E entre altos e baixos, a verdade é que desde então algumas coisas nunca
chegaram a mudar.

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05
COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?
Uma recapitulação macroeconômica
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Considerando o espaço de 2008 a 2022, a dívida soberana dos EUA saltou de 9


para 33 trilhões de dólares, com uma aceleração ainda mais acentuada a partir
de 2019, quando começaram os pacotes de estímulo econômico em resposta à
crise da pandemia de COVID-19.

Tesouraria Total dos EUA

A “dívida soberana” do tesouro americano consiste de títulos de renda fixa


emitidos pelo governo e vendidos ao mercado, a fim de que o governo possa se
capitalizar e financiar suas operações.

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COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?
Uma recapitulação macroeconômica
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De maneira extremamente simplificada, quando estes títulos são adquiridos pelo


FED (em colaboração com outros bancos), temos o fenômeno da “impressão de
dinheiro novo”, que surge no mercado às custas da criação de novos contratos de
dívidas.

Dívidas estas que, no futuro, terão que ser eventualmente honradas pelo
governo, e daí o nome: “dívida soberana”.

Títulos públicos

FED Tesouraria
Bancos Nacional

Consumidores

Foi justamente assim que os Estados Unidos “salvaram a economia” durante a


crise da COVID-19.

O problema é que a dívida acumulada gera juros que precisam ser pagos. Quanto
maior a dívida fica, mais difícil ela é de ser paga, o que força a emissão de mais
títulos de dívida para pagar a conta, que por sua vez torna a dívida total ainda
maior, criando um ciclo vicioso.

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COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?
Uma recapitulação macroeconômica
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Olhando de fora pode parecer um milagre financeiro, afinal o governo


simplesmente “paga as suas dívidas criando mais dívidas”. A questão mais ampla
é: isso pode ser feito de maneira indefinida e sustentável?

A resposta é que não, uma vez que a impressão descontrolada de dinheiro tem
como consequência o fenômeno da inflação.

O excesso de dinheiro entrando no mercado favorece o surgimento de bolhas


especulativas, corrói o poder de compra dos consumidores e desvaloriza a
moeda, tanto no cenário nacional quanto internacional.

E muito embora o FED insistisse em negar que a conta um dia chegaria para o
governo americano, o fato é que ela chegou. Em 2022 os EUA terão a maior
inflação dos últimos 40 anos, como podemos observar no gráfico abaixo.

Histórico inflação americana (CPI)


13.5%
11.5%
9.5% 8.0%
7.5%
5.5%
3.5%
1.5%
-0.5%
1972 1982 1992 2002 2012 2022 *

* Estimado, com base nas mudanças do CPI do 1T2021 até o 1T de 2022.

Seria injusto dizer que a resposta à pandemia foi a única responsável pelo cenário
inflacionário, uma vez que o momento de atual instabilidade geopolítica também
resulta em interrupções nas cadeias logísticas, aumentando o preço de diversas
commodities e contribuindo para um cenário de inflação global. Isso impacta não
apenas os EUA, mas diversas outras nações.

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COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?
Uma recapitulação macroeconômica
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A solução do FED para conter a inflação reside em aumentar as taxas de juros, o


que tem, pelo menos, dois efeitos principais:

1. Os empréstimos ficam mais caros, o que faz com que:

I. Menos empresas e pessoas consigam tomar dinheiro emprestado;

II. Como consequência, pessoas e empresas já endividadas não


conseguem mais rolar suas dívidas;

III. Isso leva a calotes, demissões e falências;

IV. Que, por sua vez, faz com que mais pessoas percam suas rendas; e

V. O ciclo recomeça, criando um loop de reforço que “esfria” a


economia.

2. Os títulos de dívida do governo e a renda fixa se tornam opções mais


atrativas. Considerando que o mercado de renda variável depende da
performance das empresas, e a economia está sendo empurrada para um
cenário de deflação, o risco-benefício de se manter investimentos em renda
variável fica desvantajoso, levando a uma fuga de capital do mercado de
renda variável para o mercado de renda fixa.

Agora, mesmo após sucessivos aumentos na taxa de juros, a inflação continua


surpreendendo o mercado e o próprio FED. E enquanto todos os mercados de
renda variável parecem estar despencando em queda-livre, creio que você pode
estar se perguntando:

“O que cripto tem a ver com isso?”

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
A história não se repete, mas ela rima
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Desde a sua concepção, o Bitcoin (e por consequência, o mercado cripto em geral)


demonstra uma certa correlação com a política macroeconômica dos EUA, onde
a oferta de dinheiro em circulação no mercado corresponde diretamente às
flutuações na capitalização de mercado do Bitcoin.

Capitalização de mercado do Bitcoin segue a o crescimento da oferta de M2

Fonte: Morgan Stanley Research

Ainda, com o passar do tempo e com a chegada de capital oriundo de investidores


institucionais, o mercado cripto passou a apresentar um comportamento de preço
cada vez mais similar ao dos ativos de tecnologia negociados em bolsa, medidos
pelo índice S&P500.

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
A história não se repete, mas ela rima
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Essa correlação passou a se consolidar após a crise do COVID, atingindo seu pico
recentemente, em maio de 2022.
Correlação do Bitcoin com o S&P500

Como consequência, o Bitcoin tem deixado de atuar como um possível hedge


contra a inflação. Isso têm sido observado na própria relação entre o Bitcoin e a
variação histórica da inflação norte-americana, cujo comportamento muda
drasticamente com a recuperação econômica pós COVID-19.

Bitcoin como proteção à inflação


Fonte: Finbold e Bitwise

Bitcoin (linha preta) e ativos de risco (sombra verde) versus


variação na taxa de inflação dos EUA entre 2016 e 2022.

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
A história não se repete, mas ela rima
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Não é a toa que o último ciclo de alta de cripto foi disparado em sincronia com a
implementação dos pacotes de estímulos à economia realizado pelos EUA em
resposta à pandemia da Covid-19. Quando muito dinheiro fácil foi injetado no
mercado, ao mesmo tempo que as cadeias logísticas de bens e serviços estavam
quebradas e as pessoas estavam em lockdown.

Do mesmo jeito, também não é nenhuma surpresa que o principal gatilho para o
inverno cripto tenha sido justamente a mudança na política monetária dos EUA,
com o FED promovendo sucessivos aumentos de juros a fim de conter a inflação.

Claro que o mundo cripto também possui teorias e modelos estabelecidos para
os seus próprios ciclos, sendo alguns dos principais:

1. O ciclo de “4 anos do halving”, mais ligado a questões econômicas do ativo;

2. O ciclo de “preço vs. inovação” recentemente destacado em um relatório do


fundo a16z; e

3. O ciclo de “aplicação vs. infraestrutura”, que o universo cripto parece


compartilhar com o mercado de tecnologia.

O ciclo de 4 anos do halving

A teoria do ciclo de halving costuma ser utilizada para projetar o preço do Bitcoin
ao longo do tempo, sendo a base para modelos como o Stock-2-Flow,
popularizado pelo influencer PlanB, que profetizou o Bitcoin a 100 mil dólares até
o final de 2021.

A falha catastrófica desta previsão rendeu muitas críticas ao influencer e ao


modelo utilizado, bem como deu força à própria teoria de que o ciclo de 4 anos do
halving não exista mais.

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de 4 anos do halving
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Depois de um tempo em silêncio, o PlanB publicou um tweet justificado que o


cenário macro teria sido o culpado pela falha das suas previsões:

Sim, eu errei sobre o topo de US$100 mil, graças à China banindo a mineração, a
inflação americana, e a guerra [da Rússia x Ucrânia] (que obviamente não são
variáveis no meu modelo simples de S2F [Stack To Flow]).

Mas eu avisei sobre uma crise comparável com 2014 e 2018 depois do topo. Você
pode encontrar minha entrevista de dezembro de 2021 no planbtc.com.

Segue abaixo o modelo e o momento em que o modelo falhou:

Isto mostra como modelos de precificação que consideram apenas variáveis


microeconômicas do universo cripto não podem ser considerados como boas
Fonte: Stock to Flow

ferramentas preditivas. Na verdade, se fosse tão simples assim, bastaria


comprar Bitcoin no início de cada ciclo, esperar três anos, e repetir o processo até
se tornar bilionário.

E o fato é que, infelizmente, não é tão fácil assim…

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de 4 anos do halving
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Algumas das principais críticas a utilizar esse modelo de ciclo para basear
decisões de investimento são:

1. O modelo precifica apenas o Bitcoin, e com a diminuta dominância do


bitcoin sobre o mercado, a tendência é que mesmo que o modelo fosse
capaz de precificar corretamente o Bitcoin, ele eventualmente não teria
motivo para mapear o mercado como um todo.

2. Não existe uma métrica precisa sobre quanto tempo um halving leva para
fazer efeito. Por exemplo, o halving de 2016 foi sucedido por uma alta em
2017, enquanto o halving de 2020 foi sucedido por uma alta quase imediata.
A diferença entre estas duas ocasiões, no caso, não tem como ser apontada
ou identificada pelo modelo.

3. O evento de um halving é certo, não estando sujeito a possibilidades de


falha. Então, assumindo que o mercado se torne cada vez mais eficiente, o
modelo perderá cada vez mais a sua capacidade preditiva, uma vez que o
impacto do halving será cada vez melhor precificado, e com mais
antecedência.

Já os modelos de ciclo de “preço vs. inovação” e “aplicação vs. infraestrutura”, por


outro lado, conversam bem tanto entre si como com o cenário macro.

Nesse sentido, eles conseguem fornecer bases mais racionais para compreender
os diferentes momentos do mercado, sendo capazes de colaborar com valiosos
insights para a tomada de decisões de investimento mais baseadas em análise
fundamentalista.

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de preço vs. inovação
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De acordo com o modelo de preço vs. inovação, o mercado cripto possui um ciclo
subjacente onde:

1. O preço do Bitcoin de outros ativos sobe;

2. O que gera atividade em mídias sociais e interesse geral;

3. O que faz com mais pessoas se envolvam, contribuindo com novas ideias;

4. Que leva a criação de novos projetos e startups;

5. Que leva ao lançamento de novos produtos que atraem capital, e o ciclo


continua...

Novas Startups &


Preço Interesse
ideias Projetos

Uma vez que os preços de tela atingem seus picos, é quando o máximo de
atração é exercida. É por isso que a maioria das histórias de quem entrou em
cripto começa nesses intervalos, como 2011, 2013, 2017 e 2021.

Depois que o influxo de pessoas acontece, e chega a hora de construir as novas


ideias, a empolgação se esvaece, e enquanto alguns projetos falham, e outros
progridem, os preços de tela se retraem.

Isto se dá até o momento em que as melhores das novas ideias incubadas


durante a terceira fase do ciclo são concluídas e postas em prática na quarta fase,
Fonte: a16z

capturando valor de mercado e assim recomeçando o ciclo.

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de preço vs. inovação
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Muito embora o mercado tenha seus altos e baixos, esse loop de reforço positivo
parece estar de fato se consolidando ao longo do tempo.

De acordo com esse relatório da a16z que mapeia a evolução do preço do BTC,
comparado a atividade em redes sociais, participação de desenvolvedores e a
criação de novas startups em cripto, desde 2010:

Cotação BTC/USD
100000

50000 CAGR: 196,4%

0
2009 2012 2015 2018 2021

Atividade em Redes Sociais


15000000

10000000
CAGR: 207,5%
5000000

0
2010 2013 2016 2019

Atividade de desenvolvedores
1000000

500000 CAGR: 74,4%

0
2010 2013 2016 2019

Atividade de Startups
1000
Fonte: a16z

500 CAGR: 53,9%

0
2010 2013 2016 2019

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de preço vs. inovação
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Dentro de cada um dos ciclos de preço e inovação é comum observar a ocorrência


de “narrativas definidas”, que acabam norteando a dinâmica de captura de valor
e destacando segmentos específicos do mercado:

• Ciclo de 2009-2012: Narrativa de Bitcoin como alternativa ao mercado


financeiro para meios de pagamento.

Cotação BTC/USD
80000
Ciclo 1

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0
2009 2012 2015 2018 2021

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de preço vs. inovação
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• Ciclo de 2012-2016: Fortalecimento da narrativa de propostas de meios de


pagamentos que se diziam melhores que Bitcoin e surgimento do conceito de
"contratos inteligentes", com a criação de novas moedas. Vitalik concebe a
ideia da Ethereum em 2013, e mais tarde seus dissidentes Charles Hoskinson
e Gavin Wood começam a idealizar, respectivamente, as redes da Cardano
(ADA) em 2015 e da Polkadot (DOT) em 2016.

Cotação BTC/USD
80000
Ciclo 2
70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0
2009 2012 2015 2018 2021

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de preço vs. inovação
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• Ciclo de 2016-2019: Conflitos de narrativas sobre Bitcoin como meio de


pagamentos vs. reserva de valor levam a forks como Bitcoin Cash (BCH) e
Bitcoin Gold (BTG), além de abrir espaço para a popularização de “Bitcoin-
Killers” (na tradução, “matadores do Bitcoin”) como Ripple (XRP) e Stellar
(XLM). Ethereum cresce e prospera, dando mais força para a narrativa de
“contratos inteligentes” e “dinheiro programável” – desencadeando dois
fenômenos importantes: 1) a febre dos ICOs (Oferta Inicial de Moeda, na
tradução) em 2017, de onde nasceram os primeiros projetos de DeFi; e 2) a
mania dos CryptoKitties em 2018, projeto precursor dos NFTs de hoje em dia.

Cotação BTC/USD
80000
Ciclo 3
70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0
2009 2012 2015 2018 2021

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de preço vs. inovação
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• Ciclo de 2019-2022: DeFi e NFT’s explodem em uso no DeFi Summer de


2020 e no NFT Summer de 2021 – expondo de vez as limitações de
escalabilidade da Ethereum e dando a largada para a corrida das “Ethereum-
Killers”, onde projetos como Solana (SOL), Avalanche (AVAX) e Fantom (FTM)
tentaram, cada um a seu jeito, inovar para solucionar de vez o problema da
escalabilidade.

Em paralelo, iniciativas dentro do ecossistema da Ethereum levaram ao


surgimento das "sidechains" e "segundas camadas" ou "layers-2", tais como
Polygon (MATIC), Optimism (OP) e Starkware. Eventualmente, as "Ethereum-
Killers" são rebatizadas como "Layers-1 Alternativas".

Cotação BTC/USD

80000 Ciclo 4

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0
2009 2012 2015 2018 2021

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de preço vs. inovação
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• Ciclo de 2022-????: O problema da escalabilidade se revela ser muito mais


complicado do que parecia antes. As soluções de “Layer-2" começam a
rivalizar diretamente com as “Layer-1", construindo a narrativa do #L222, o
Layer-2 Summer de 2022.

Ethereum se prepara para lançar o The Merge, não apenas migrando para
Proof-of-Stake, como também implementando mudanças que a tornam uma
plataforma mais eficiente para a criação de novas layer-2, de acordo com o
"Ethereum Rollup-Centric Roadmap".

Cotação BTC/USD
80000
Ciclo 5
70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0
2009 2012 2015 2018 2021

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COMO FICAM OS CRIPTOATIVOS?
O ciclo de infraestrutura vs. aplicações
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Estudando estes ciclos mais a fundo, é possível perceber a ocorrência de um


outro ciclo subjacente, o ciclo de infraestrutura vs. aplicações, no qual os esforços
dos ciclos de preço e inovação hora se ocupam com a inovação da infraestrutura
e hora se ocupam inovação das aplicações.

Isto é típico dos mercados de tecnologia, onde as aplicações estressam os


limites da infraestrutura, que promove o surgimento de novas infraestruturas,
onde aplicações mais sofisticadas são desenvolvidas, testando assim os limites
da nova infraestrutura, e fazendo o ciclo recomeçar:

Ciclo de Preço e Inovação na Internet


Aplicativos Aplicativos
Aplicativos 2009 Uber 2014 Amazon Echo
1999 Salesforce 2010 Pinterest 2016 Pokemon Go
2003 LinkedIn 2010 Instagram 2017 HQ Trivia
Aplicativos 2004 Facebook 2010 Skillshare
1993 IMDB 2004 Gmail 2011 Snapchat
1993 Doctor Fun 2005 Reddit
1994 Pizza Hut 2005 Youtube
1994 Amazon Infraestrutura
Aplicativos 1995 eBay 2009 MongoDB
1990 Prodigy 2010 OpenSSL
Infraestrutura
Aplicativos 1991 AOL 2010 Stripe
2001 Mailchimp
1970 Mensagem Infraestrutura 2010 Cloudflare
2003 Wordpress
1972 Email 1994 PHP 2011 Segment
2005 Git
1994 GeoCities 2013 Docker
Infraestrutura 2006 AWS
1995 MySQL 2014 Kubernetes
1993 Mosaic 2006 Shopify
1995 JavaScript 2015 AWS Lambda
Infraestrutura 1995 Altavista 2007 Heroku
1995 Java
1973 Ethernet 1998 Google Search
1974 TCP/IP

Em cripto também observamos os efeitos deste ciclo, onde hoje os limites


estressados pelas aplicações de DeFi e NFT deixaram evidentes os problemas da
escalabilidade, provocando esforços no surgimento das layer-1 alternativas e das
segundas camadas, que ainda estão em desenvolvimento.
Fonte: USV

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O QUE O FUTURO NOS RESERVA?
Macro e cripto… Causa e consequência?
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A identificação e a validação destes ciclos mostra como a percepção de cripto


pelos investidores denota características cada vez mais similares à percepção de
ativos de tecnologia, o que nos permite traçar paralelos históricos e ganhar
valiosos insights sobre o que ainda está por vir.

Caso o cenário macro continue como está, é apenas uma questão de tempo até
que os EUA entrem em recessão e vejam sua dívida soberana ainda mais
sobrecarregada pela alta de juros.

Este cenário, por sua vez, tende a forçar uma redução das taxas de juros pelo
FED, com o objetivo de ressuscitar a economia e rolar a dívida dos títulos
emitidos a juros altos para o futuro, para que a dívida soberana dos EUA volte a
ficar solvente.

Movimentos de mudança na política monetária como estes são conhecidos como


“FED Pivoting”, ou “Pivoteamento do FED”. Este termo pode ser aplicado nos dois
sentidos, tanto quando o FED pivoteou inicialmente para passar a aumentar a
taxas de juros a fim de conter a inflação, quanto ao esperado futuro
pivoteamento de volta para a redução da taxas de juros, um divisor de águas
considerado por diversos analistas como a “salvação do mercado”.

A pergunta de ouro então passa a ser: “quando esse pivoteamento irá ocorrer?”.

Embora seja impossível prever o futuro, podemos pelo menos ter uma noção do
que o mercado acredita. Uma recente pesquisa do Wall Street Journal com
diversos analistas do mercado tradicional colocou a chance de uma recessão
estar plenamente estabelecida dentro dos próximos 12 meses em 49%, com a
maioria deles esperando que o primeiro corte na taxa de juros ocorra no final de
2023.

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O QUE O FUTURO NOS RESERVA?
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CONHEÇA O TIME DE RESEARCH
DA MERCURIUS CRYPTO
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Orlando Telles
Diretor de Research e co-fundador da Mercurius Crypto. Atua
com uma visão ampla do mercado cripto, abrangendo desde
as especificações técnicas dos protocolos até a interação
econômica entre eles, com uma forte especialidade na
arquitetura de protocolos de primeira camada.

Rafael Castaneda
Bacharel em Ciências da Computação e Mestre em Sistemas
e Computação pelo IME/RJ. Atua profissionalmente com
ênfase em arquiteturas de software há mais de 20 anos. Se
juntou à Mercurius em 2021 como analista de mercado e
especialista em infraestrutura de blockchains.

Nicole Haddad
Saiu do interior de São Paulo para estudar Ciências
Econômicas na PUC-SP, onde se graduou como bacharel.
Durante e após sua graduação, adquiriu 5 anos de experiência
no mercado financeiro, passando pela Aditus Consultoria
Financeira, Itaú Unibanco, SulAmérica Investimentos e
Pipeline Tech M&A. Entusiasta desde 2015, é analista de
criptoativos desde 2021 na Mercurius Crypto.

Carlos Henrique
Estudante de Ciências Econômicas na FEA-USP, Carlos
iniciou sua trajetória no mercado tradicional, com análises de
empresas na Prometheus Asset Management Jr. Entusiasta
do mercado de cripto desde 2014, se juntou ao time da
Mercurius em 2021, atuando como analista de criptoativos e
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