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Quando o poço estiver cheio deve ser tapado com terra e aberto um novo poço, se a
superestrutura for móvel, ou esvaziado manualmente e retiradas as lamas para
deposição em local adequado, se a estrutura não for móvel.
Figura 1 - Sistema de Poço Simples (Fonte: IWA, Compendium of Sanitation Systems and Technologies)
Para este tipo de configuração de sistema as opções tecnológicas disponíveis são as apresentadas no
Quadro 1.
Um sistema sem água com poços alternos caracteriza-se pela existência de dois poços
onde o excreta se acumula. Durante um determinado período a laje da retrete é
colocada sobre uma latrina até ao seu quase enchimento. Nessa altura coloca-se a laje
da retrete sobre o segundo poço, tapando-se o primeiro enquanto decorre o
enchimento do poço em uso. Quando o segundo poço estiver cheio retira-se o eco-
húmus que se formou no primeiro poço, e que resultou da decomposição do excreta,
voltando este a ser utilizado.
Para o processo de decomposição do excreta ser mais eficiente deve-se juntar restos de
material orgânico, cinza ou solo após a utilização da instalação sanitária. Não é
recomendável a introdução de água no poço.
Figura 2 - Sistema sem água com poços alternos (Fonte: IWA, Compendium of Sanitation Systems and Technologies)
Sendo o sistema permanente pode ser utilizado em locais onde o espaço é reduzido e,
como o produto é retirado manualmente, o sistema é apropriado para áreas com difícil
acesso de camiões “limpa fossas”. É também especialmente adequado para áreas com
pouca água e onde há possibilidade de se vir a usar o produto retirado (eco-húmus).
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Para este tipo de configuração de sistema as opções tecnológicas consideradas são
apresentadas no Quadro 2.
A profundidade de assentamento das tubagens poderá ser também menor, tendo como
consequência uma maior facilidade de execução e um menor custo de investimento.
Como a probabilidade de entupimentos é mais reduzida as caixas de visita poderão ter
dimensões mais reduzidas, podendo ser substituídas por caixas de inspecção, pré-
fabricadas, em material plástico.
Terá que se prever a remoção periódica das lamas sépticas que se acumulam na fossa.
Figura 3 - Sistema de tratamento com rede de colectores simplificada (Fonte: IWA, Compendium of Sanitation
Systems and Technologies)
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Para este tipo de configuração de sistema, as opções tecnológicas consideradas são
apresentadas no Quadro 1.3.
Figura 4 - Sistema de tratamento centralizado (Fonte: IWA, Compendium of Sanitation Systems and Technologies)
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Para este tipo de configuração de sistema, as opções tecnológicas consideradas são
apresentadas no Quadro 4.
1.3.1 Deposição
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fossa séptica. Neste caso, o excreta fica sujeito a um maior tratamento,
salvaguardando mais a saúde pública;
Nível de serviço III (NSIII) – corresponde a um sistema de deposição à água com
tratamento e destino final do excreta longe do local da sua deposição. Envolve
a existência de redes prediais e municipais de encaminhamento das águas
residuais para unidades de tratamento centralizadas. É o nível de serviço que
melhor garante a saúde pública.
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Figura 1.5 – Latrina melhorada de fossa simples (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies,
2014)
Recomenda-se que o volume do poço seja superior a 1 000 litros, sendo comum que o
poço tenha 1 metro de diâmetro e 3 m de profundidade. Diâmetros maiores aumentam
o risco de colapso do poço.
Uma vez que esta solução permite a infiltração de urina e de água contaminada pelo
excreta, deve-se garantir que a base do poço esteja cerca de 2 m acima do nível freático,
de modo a impedir a contaminação das águas subterrâneas. Pelo mesmo motivo,
recomenda-se uma distância horizontal de 30 m em relaçõ às fontes de captação de
água para consumo humano. Em locais onde o nível freático é elevado e não é possível
garantir a distância mínima, desde a base do poço, pode-se optar pela elevação da
latrina, prevendo um anel de betão ou alvenaria acima da superfície do terreno. A
mesma solução pode ser utilizada em locais frequentemente inundáveis.
A única operação regular de manutenção que a latrina melhorada de fossa simples exige
é a limpeza da laje de topo, a única interface com o utilizador. Quando o poço estiver
cheio, algo que provavelmente levará vários anos, pode-se retirar o excreta do poço de
forma manual ou mecânica ou tapar-se a estrutura do poço, inutilizando-o, e abrindo
um outro poço num local adjacente.
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perigo para a saúde pública. Não é incomum a ocorrência de insectos e de odores
desagradáveis nas suas imediações, pelo que se recomenda a sua implantação a uma
distância razoável de habitações.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Pode ser construída e reparada com Presença frequente de insectos e odores
materiais disponíveis localmente; desagradáveis;
Custos de investimento e de manutenção Baixa redução de CBO e agentes
regular reduzidos, e patogénicos;
Reduzida área de implantação. Possibilidade de contaminação das águas
subterrâneas;
Elevados custos de esvaziamento do
poço, e
As lamas recolhidas exigem tratamento
secundário ou descarga em local
apropriado.
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A dimensão do poço e o seu método construtivo é idêntico ao descrito para as latrinas
de fossa simples, como se pode verificar na Figura 6.
Figura 6 - Latrina melhorada de fossa ventilada (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies,
2014)
Tal como acontece para as latrinas de fossa simples, a fracção líquida produzida infiltra-
se no solo, pelo que a distância mínima para o nível freático e para fontes de captação
de água para consumo humano deve ser respeitada.
Em locais com nível freático elevado e/ou onde ocorram inundações frequentes deve-
se optar por elevar a latrina.
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Quadro 6 – Vantagens e desvantagens da latrina melhorada de fossa ventilada
VANTAGENS DESVANTAGENS
Significante redução de odores Baixa redução de CBO e agentes
desagradáveis e insectos, quando patogénicos;
comparado com a latrina de fossa simples; Possibilidade de contaminação das águas
Pode ser construída e reparada com subterrâneas;
materiais disponíveis localmente; Elevados custos de esvaziamento do poço, e
Custos de investimento e de manutenção As lamas recolhidas exigem tratamento
regular reduzidos, e secundário ou descarga em local
Reduzida área de implantação. apropriado.
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Figura 7 - Latrina de compostagem (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies, 2014)
O poço que não estiver a ser usado deverá estar sempre coberto e selado para evitar
que água, lixo, animais e até pessoas possam cair lá dentro.
Esta solução é recomendável para áreas densamente urbanizadas com algum espaço
disponível, onde não seja possível o acesso de um veículo limpa-fossas, uma vez que o
húmus formado a partir da degradação do excreta é facilmente removível de forma
manual.
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Este sistema é também aconselhado em regiões onde o nível freático é elevado, dado
que o seu funcionamento alternado permite um volume mais reduzido de poço, não
havendo necessidade de uma escavação tão profunda.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Vida útil quase ilimitada; Requere remoção manual do húmus;
Significante redução de odores Possibilidade de contaminação das águas
desagradáveis e insectos, quando subterrâneas;
comparado com a latrina de fossa simples; Custos de construção mais elevados que as
Pode ser construída e reparada com soluções com um único poço;
materiais disponíveis localmente; Requere uma fonte constante de solo para
Operação de esvaziamento do poço mais fácil introduzir no poço após a sua utilização, e
e económica; A introdução de lixo no poço pode impedir a
Redução significativa de agentes reutilização do húmus como fertilizante.
patogénicos, e
Possibilidade de utilização do húmus como
fertilizante de solo na agricultura.
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geralmente consegue-se uma redução de cerca de 50% do material sólido, de 30 a 40%
de CBO e uma remoção significativa da presença de Escherichia coli.
A fossa séptica deve ser constituída por dois compartimentos. O primeiro, com um
comprimento que se deve aproximar a dois terços do comprimento total da estrutura,
é onde se deposita a maior parte dos sólidos transportados pelo efluente. A separação
entre os compartimentos deve garantir que o material sólido e os óleos e gorduras não
entrem no segundo compartimento, pelo que o orifício de ligação entre os dois
compartimentos deve estar situado aproximadamente a meia altura.
A estrutura de descarga da fase líquida deve ser em forma de tê, constituindo uma
garantia adicional de que apenas a fase líquida será transportada para fora da fossa
séptica.
Figura 8 – Fossa séptica (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies, 2014)
Deve-se prever a remoção regular (em cada 2-5 anos) das lamas e dos óleos e gorduras
que se acumulam na fossa séptica. Esta remoção deve ser efectuada por veículos limpa-
fossas. A abertura da câmara que constitui a fossa séptica deve ser realizada de forma
cuidada, uma vez que é comum a formação de gases inflamáveis e nocivos no seu
interior, que se libertam aquando da sua abertura. Deve-se verificar regularmente a
estrutura da fossa séptica, de modo a garantir que esta permanece impermeável.
Dado que não há qualquer contacto entre o utilizador dos sanitários e a fossa séptica,
esta tecnologia não apresenta grandes riscos para a saúde pública. Deve-se garantir que
as lamas, os óleos e gorduras e o efluente líquido sejam manejados e transportados com
devidos cuidados, devido à grande presença de agentes patogénicos.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Tecnologia robusta e simples; Baixa redução de agentes patogénicos,
Não necessita de energia eléctrica; carga sólida e orgânica;
Baixos custos de operação; Exige regular remoção de lamas, e
Vida útil prolongada, e O efluente e as lamas exigem tratamento
Requere uma área de construção reduzida e complementar e/ou descarga apropriada.
pode ser construída subterraneamente.
Uma rede predial de águas residuais é constituída por tubagens instaladas no interior
das habitações, que transportam as águas residuais para dispositivos de transporte e/ou
tratamento situados no exterior. Estes dispositivos podem ser uma fossa séptica
comunitária ou uma rede municipal de águas residuais. Caso não existam estas infra-
estruturas não se recomenda a opção por uma rede predial.
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No Quadro 1.9 apresentam-se as vantagens e desvantagens associadas a esta infra-
estrutura.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Tecnologia quase sem riscos para a saúde Não efectua qualquer tipo de tratamento;
pública; É necessária a existência de uma rede de
Maior conforto e segurança de uso; drenagem e águas residuais e/ou de uma
Se não ocorrerem anomalias, os custos de fossa séptica no exterior da habitação;
operação e manutenção são quase nulos, e Elevados custos de construção, que requere
Vida útil prolongada. mão-de-obra qualificada, tanto em fase de
projecto, como na fase de construção;
Necessita de materiais não existentes
localmente, e
Necessidade de sensibilização e educação
para uma correcta utilização.
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A outra opção passa pela utilização de bombas portáteis e operadas manualmente
(existem várias opções patenteadas, como Gulper, Rammer, MDHP e MAPET), que
evitam a entrada do operador no poço ou fossa a esvaziar. A sua operação é similar ao
das bombas hidráulicas comuns e alimentadas a energia eléctrica, consistindo na
introdução de uma tubagem no interior do poço, ligado à bomba. O produto a esvaziar
é transportado para o exterior do poço através dessa tubagem, sendo vertido para barris
ou carrinhos, que posteriormente serão levados, manualmente, para um local de
tratamento. Estas soluções, todas de desenvolvimento recente, têm apresentado
resultados satisfatórios, inclusivamente na vertente económica.
Por outro lado recomenda-se a utilização de bombas portáteis e manuais sempre que o
produto a recolher se apresente viscoso ou líquido, pois existe um risco elevado de
colapso do poço, da libertação de gases tóxicos e de exposição a agentes patogénicos.
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Deve-se garantir que os operadores de recolha estejam devidamente protegidos,
devendo vestir um fato-macaco completo, máscaras, luvas e botas. Devem-se proceder
exames médicos regulares e vacinação de todos os trabalhadores que integrem este
processo de recolha.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Criação de empregos localmente, que geram Possibilidade de derramamentos que
um aumento dos rendimentos das podem colocar em causa a saúde pública e o
comunidades; bem-estar das comunidades;
Equipamentos utilizados podem ser Rendimento muito reduzido - exige muito
construídos e reparados com materiais tempo quando comparado com outras
disponíveis localmente; soluções;
Baixo custo de investimento, e Lixo nos poços pode causar entupimentos
Não exige a construção de canalizações. na tubagem introduzida no interior do poço
(no caso da bombagem manual), e
Alguns equipamentos podem necessitar de
soldagem.
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Fotografia 2 – Veículo limpa fossas esvaziando uma fossa séptica, Índia (retirado de http://www.sswm.info/)
O veículo deve ser estacionado o mais próximo possível da estrutura a esvaziar, nunca a
mais de 30 m de distância horizontal. Só permite a recolha de lamas até profundidades
entre 2 e 3 m.
Caso o material a remover se apresente num estado pouco viscoso, pode ser necessária
a introdução de água no interior do poço, apesar de este processo ser pouco eficiente e
pouco recomendável a nível económico.
VANTAGENS DESVANTAGENS
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Meio de remoção e transporte mais rápido, Não permite a recolha de lamas secas ou pouco
seguro e eficiente; viscosas;
Criação de empregos localmente, que geram Lixo pode causar entupimentos na tubagem;
um aumento dos rendimentos das Não permite o total esvaziamento de alguns poços,
comunidades, e com profundidades superiores a 3 m;
Não exige a construção de canalizações. Elevados custos de investimento inicial;
Comunidades de baixa renda podem não ter a
possibilidade de pagar o esvaziamento de poços
deste tipo;
Nem todos os materiais utilizados estão disponíveis
localmente, e
Dificuldades de acesso em zonas com arruamentos
mais estreitos.
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Figura 9 – Estação de transferência de águas residuais (retirado de Compendium of Sanitation Systems and
Technologies, 2014)
A entidade exploradora do sistema de saneamento deve cobrar uma taxa para cada
entrega de lamas na estação de transferência. Essa taxa visa permitir a sustentabilidade
do serviço (custos de operação e manutenção, transporte das lamas da estação de
transferência à instalação de tratamento), mas deve ser o suficientemente baixa para
encorajar o seu uso por parte de toda a comunidade.
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Pode-se optar por ligar o reservatório da estação de transferência à rede de drenagem
de águas residuais públicas, para onde seria encaminhado o efluente líquido e alguns
componentes sólidos em suspensão. Esta opção permitiria reduzir a quantidade de
esvaziamentos e posterior transporte à instalação de tratamento.
A localização das estações de transferência deve ser de fácil acesso, próxima dos eixos
viários principais. Apesar de produzir alguns odores desagradáveis, oferece um maior
bem-estar às comunidades vizinhas, sendo uma melhoria em relação à deposição ilegal
das lamas a céu aberto.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Maior eficiência no transporte de lamas à Exige mão-de-obra qualificada para
instalação de tratamento; projectar e construir a estação de
Redução da deposição ilegal de lamas a céu transferência, e
aberto; Pode gerar odores desagradáveis,
Pagamento de taxa de entrega de lamas que principalmente se não se proceder a
promove a sustentabilidade do sistema de regular manutenção.
saneamento, e
Criação de empregos localmente, que geram um
aumento dos rendimentos das comunidades.
Uma rede de drenagem de águas residuais recolhe os efluentes (águas negras, cinzentas
e, eventualmente, pluviais) ao longo de toda a sua extensão e transporta-os até ao seu
destino final, geralmente uma instalação de tratamento centralizada.
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É geralmente dividida em rede primária, constituída pela rede de colectores instalados
sob os principais eixos viários da localidade e pela rede secundária, constituída por
algumas ramificações de menor diâmetro e das ligações às habitações e outros edifícios
que produzam águas residuais.
As tubagens são geralmente constituídas por material plástico (PVC, PEAD, GRP),
podendo ser em alguns casos excepcionais em Ferro Fundido Dúctil ou em betão.
Devem-se prever caixas de visita separadas por uma distância inferior a 60 m e em todas
as mudanças de direcção, de modo a permitir a inspecção do interior das tubagens e a
sua desobstrução em caso de entupimento.
O aterro da vala que rodeia a tubagem deve ser constituído por material fino, de modo
a não danificar a sua parede. De modo a evitar assentamentos diferenciais, deve-se
proceder à compactação deste material.
Caso não seja possível transportar o efluente graviticamente devem-se prever sistemas
elevatórios de águas residuais, que permitam bombear as águas residuais para um
ponto alto, onde entram numa nova rede, numa estação de transferência ou numa
instalação de tratamento.
Quadro 1.13 – Vantagens e desvantagens das redes municipais de drenagem de águas residuais
VANTAGENS DESVANTAGENS
Possibilidade de transportar águas cinzentas Elevados custos de investimento;
e pluviais;
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Pode transportar caudais líquidos e sólidos Requere uma velocidade mínima de
elevados, e escoamento para evitar a deposição de
Custos de operação mais baixos (no caso de material sólido nas tubagens;
ser um sistema gravítico). Exige escavações profundas;
Embaraço ao tráfego;
Exige mão-de-obra qualificada para
projectar e construir a rede de drenagem, e
Risco de infiltração de água subterrânea no
interior dos colectores;
Custos de operação elevados (no caso de não
ser um sistema gravítico)
Elevados custos de amnutenção
Tratamento primário;
O tratamento terciário tem como objectivo a afinação do efluente tratado, com vista a
alcançar um nível de tratamento compatível com o destino final, podendo englobar uma
etapa de desinfecção à saída da ETAR para remoção da carga microbiana, ou consistir
na remoção de nutrientes, nomeadamente o azoto e o fósforo. Esta etapa de
tratamento não é muito comum em países em desenvolvimento, excepto quando se
pretende efectuar a re-utilização do efluente.
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1.3.3.2 Tratamento preliminar ou pré-tratamento
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enviados a destino final (aterro controlado/aterro sanitário) ou, em alternativa, serão
enterrados numa vala aberta junto do recinto.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Capital investido e custos de exploração Exige manutenção frequente, e
relativamente baixos; A remoção de sólidos e gorduras não é
Redução do risco de abrasão nos agradável.
equipamentos electromecânicos de jusante,
e
Aumento da vida útil e durabilidade dos
equipamentos de jusante.
Decantação primária
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A decantação primária é a primeira etapa do processo de tratamento de uma ETAR. É
um tratamento físico e/ou químico que é projectado por forma a remover os sólidos
mais facilmente decantáveis, em suspensão no efluente a tratar, por sedimentação. Em
geral, este tratamento reduz a DBO5 (demanda bioquímica de oxigénio medido em cinco
dias) em, pelo menos, 20-30% e os sólidos suspensos totais (SST) em, pelo menos, 50%.
Figura 12 – Decantador primário (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies, 2014).
A remoção de lamas pode ser feita por bombagem, sistema de “air-lift”, bomba de
vácuo, por gravidade ou através de um camião limpa fossas.
Características do efluente;
Tempo de retenção;
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entanto, se o tratamento biológico for efectuado numa infra-estrutura de tratamento
constituída por material filtrante este órgão a montante possui um papel fundamental.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Tecnologia simples e robusta; Exige uma frequente extracção de lamas, e
Remoção eficiente de sólidos suspensos, e O efluente, as lamas e as escumas
Capital investido e custos de operação produzidos requerem tratamento adicional.
relativamente baixos.
Tranque de Imhoff
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ZONA DE
Figura 13 – Tanque de Imhoff (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies, 2014).
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Quadro 1.16 – Vantagens e desvantagens do tanque de Imhoff
VANTAGENS DESVANTAGENS
Separação sólido-líquido e digestão das Infraestrutura alta ou com profundidade
lamas sedimentadas combinado num só elevada, pode haver problemas em zonas de
órgão; nível freático elevado;
Resistente a pontuais cargas orgânicas Requer especialistas quer para a concepção,
elevadas afluentes; quer para a construção;
Necessita de uma pequena área de Baixa redução de agentes patogénicos;
implantação, e O efluente não é séptico (com ligeiro odor),
Custos de operação relativamente baixos. O efluente, as lamas e as escumas
produzidos requerem tratamento adicional.
Esta etapa de tratamento tem como objectivo principal reduzir a matéria orgânica,
através de sistemas aeróbicos, de biomassa suspensa ou fixa, e de sistemas aquáticos
por biomassa suspensa.
Leitos de macrófitas
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Figura 14 – Leitos de macrófitas (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies, 2014)
De notar que o sistema de leitos de macrófitas requer a montante uma etapa de pré-
tratamento seguida de decantação primária.
Quadro 1.17 – Vantagens e desvantagens dos leitos de macrófitas de fluxo sub-superficial horizontal
VANTAGENS DESVANTAGENS
Elevada redução de DBO5, SST e agentes Necessita de uma área de implantação
patogénicos; elevada;
Não tem o problema dos mosquitos que os Baixa remoção de nutrientes;
leitos de macrófitas de fluxo em superfície Risco de colmatação, dependendo do pré-
livre possuem; tratamento e/ou tratamento primário a
Não necessita de energia eléctrica, e montante;
Custos de operação relativamente baixos. Arranque demorado até conseguir operar à
capacidade máxima de dimensionamento, e
Requer especialistas quer para a concepção
quer para a construção.
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A solução de leitos de macrófitas apresenta as seguintes vantagens em relação à solução
clássica de lagoas de estabilização, embora possa ser uma solução eventualmente
menos económica, visto exigir sedimentação primária a montante e a plantação de
espécies vegetais adequadas:
Lamas activadas
O tratamento biológico por lamas activadas permite converter grande parte da matéria
orgânica solúvel e coloidal, que permanece após o tratamento primário, em formas
inorgânicas estáveis e massa celular. No processo de lamas activadas, a água residual é
encaminhada para um reactor que contém uma determinada concentração de
população microbiana aeróbica em suspensão, e os microrganismos, ao degradarem a
matéria orgânica, crescem e têm tendência a formar flocos biológicos. Na figura
seguinte apresenta-se esquematicamente um reactor de lamas activadas.
Figura 15 – Lamas activadas (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies, 2014).
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através de hidroinjectores submersíveis, de agitadores mecânicos ou de sistemas de
injecção de ar difuso.
Por forma a obter valores específicos de remoção de DBO5, azoto e fósforo, poderão ser
feitas modificações/adaptações ao esquema convencional de lamas activadas.
Vala de oxidação;
Arejamento prolongado;
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Bioreactor de membrana, e
entre outros.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Resistente a pontuais cargas orgânicas e Elevado consumo de energia, sendo
caudais elevados; necessária uma fonte constante de energia;
Pode ser operada de acordo com as cargas Capital investido e custos operacionais
orgânicas e caudais afluentes; elevados;
Elevada remoção de DBO5 (99%) e agentes Requer operação e manutenção por pessoal
patogénicos; qualificado;
Elevada remoção de nutrientes, e Propenso a problemas químicos e
Pode ser modificado o funcionamento do microbiológicos complicados;
reactor em função de limites de descarga Nem todos os equipamentos e materiais
específicos. podem estar disponíveis localmente;
Requer especialistas, quer para a
concepção, quer para a construção;
Exige tratamento das lamas produzidas, e
Nova etapa de tratamento ou descarga
apropriada do efluente tratado.
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Lagoas de Estabilização
Figura 1.16 – Lagoas de estabilização (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies, 2014)
As lagoas de estabilização são constituídas por bacias com toalhas de água de pequena
profundidade relativa, com taludes em terra, em que as águas residuais são tratadas por
processos inteiramente naturais, envolvendo bactérias e algas. Estes sistemas têm uma
tendência natural a ser aplicados em climas quentes, mas podem ser encontrados em
todas as latitudes.
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A jusante da lagoa anaeróbica, o efluente aflui à lagoa facultativa. Esta lagoa é
constituída por três camadas: uma zona inferior anaeróbia de acumulação de lamas;
uma camada intermédia onde predominam as bactérias facultativas e uma camada
superior aeróbia, onde a oxigenação é conseguida pela actividade fotossintética das
algas (sob influência dos raios solares) e pelo vento, através das trocas gasosas entre o
meio liquido e a atmosfera. A lagoa facultativa, de cerca de 1,5 m de profundidade
média (1 a 2,5 metros) e tempo de retenção entre 5 a 30 dias, assegura remoções
consideráveis em relação à DB05: de 80 a 95% aproximadamente.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Resistente a pontuais cargas orgânicas e Necessita de uma área considerável de
caudais elevados; implantação;
Elevada remoção de SST, DBO5 e agentes Necessita de custos elevados de
patogénicos; investimento, dependendo do custo do
Elevada remoção de nutrientes se combinada terreno;
com a aquacultura; Requer especialistas, quer para a
Custos de operação relativamente baixos; concepção, quer para a construção, e
Não necessita de energia eléctrica, e As lamas produzidas necessitam de ser
Se a manutenção e operação for feita com removidas e posteriormente tratadas.
regularidade e adequadamente não existem
problemas com insectos e odores.
Leitos de Secagem
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Imhoff) ou por estabilização aeróbica (em valas de oxidação ou tanques de arejamento
de baixa carga). O teor em humidade destas lamas varia entre 94 e 99%, consoante a
origem.
As lamas digeridas desidratam-se por evaporação e por infiltração de parte da água por
elas contida nas camadas de material inerte que constituem o fundo dos leitos: uma
camada superior de areia e uma inferior de brita. As lamas devem permanecer nos leitos
de secagem, em média, mais de 20 - 30 dias.
Figura 17 – Leitos de Secagem (retirado de Compendium of Sanitation Systems and Technologies, 2014).
Os leitos de secagem são uma forma efectiva de redução de volume de lamas que é
essencialmente importante quando estas necessitam de ser transportadas para outro
local, por forma a serem tratadas, reutilizadas ou depositadas em destino final.
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Esta tecnologia não é eficiente em termos de estabilização da matéria orgânica presente
nas lamas ou na redução dos agentes patogénicos presentes.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Boa eficiência de desidratação, Necessita de uma grande área de terreno;
especialmente em climas quentes e secos; São normalmente perceptíveis os odores
Pode ser construído e reparado com desagradáveis e as moscas;
materiais disponíveis localmente; Períodos de armazenamento longos;
Capital investido e custos de operação Remoção intensiva de lamas;
relativamente baixos; Estabilização limitada da matéria orgânica e
Operação simples, apenas uma infrequente redução de agentes patogénicos;
manutenção é necessária, e Requer especialistas, quer para a
Não necessita de energia eléctrica. concepção, quer para a construção, e
As escorrências produzidas necessitam de
tratamento posterior.
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