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João Pessoa
2019
STHEFANE KATHELIN PEQUENO TORMES GOMES
João Pessoa
2019
G633t Gomes, Sthefane Kathelin Pequeno Tormes.
Transtorno da personalidade borderline e sua relação com o
suicídio.
Data: 12/06/19
( ) Aprovada
( ) Reprovada
BANCA AVALIADORA
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Prof. Esp. Guilherme Jorge Stanford Dantas
(Orientadora - UNIPÊ)
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Prof. M.e Aluízio Lopes de Brito
(Membro – UNIPÊ)
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Prof. M.ª Ana Sandra Fernandes
(Membro – UNIPÊ)
Dedico este trabalho primeiramente а
Deus, por ter me segurado em seus
braços em todos os momentos em que
desabei, a minha família, meus amigos e
meus queridos professores que foram de
grande importância na minha vida
acadêmica e no desenvolvimento deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus e a Maria que permitiu que todas essas coisas acontecessem na minha vida,
não somente nestes anos como universitária, mas que esteve presente em todos os
momentos da minha vida, sempre me levantando quando precisava.
Ao meu pai que também é meu avô Mozart, que infelizmente me deixou esse ano,
mas que seus ensinamentos sempre ecoaram dentro do meu coração.
Ao meu filho Ryan Kalel Pequeno Martins, que mesmo sendo uma criança, foi tão
compreensivo e me ajudou muito com seu amor e seu carinho. A minha mãe Simone
de Oliveira Pequeno, uma heroína que me criou sozinha e que sempre esteve ao
meu lado.
A minha tia Luciana Conceição Tormes Gomes por ter me estimulado e praticamente
empurrado para eu entrar na universidade, que mesmo diante das minhas negativas
fez prevalecer a sua insistência e se hoje estou aqui grande parte devo a ela.
Agradeço ao meu orientador Prof. Esp. Guilherme Jorge Stanford Dantas, por
aceitar ser meu orientador e por me deixar sempre tão à vontade sobre o tema
escolhido, agradeço também pelas suas correções, incentivos e pela paciência que
me ajudou bastante a concluir esse trabalho.
Agradeço ao meu supervisor Prof. Ms. Aluízio Lopes de Brito por seus
ensinamentos, paciência e confiança ao longo das minhas atividades na supervisão,
por ter proporcionado mudanças profundas na forma como enxergo o mundo e
consequentemente na minha vida.
A minha amiga Ingrid Dayanne Farias, pela sua amizade, por estar ao meu lado me
ouvindo, me aconselhando e por ter tornado minha vida mais leve com esse seu
jeito de encarar a vida, que a nossa amizade vá além dos limites da formação.
Meu muito obrigada a minha melhor amiga Gilmara Figueiredo, que soube
compreender as minhas ausências dedicadas ao estudo superior, que me deu apoio,
incentivo nas horas difíceis, de desanimo e cansaço.
The present monograph was constituted as a bibliographic study about the borderline
personality disorder and its close relationship with the suicide. For the elaboration of
the same, it was used of books and scientific articles. It is known that borderline
personality disorder is characterized as a serious pathology, its symptoms include
sudden mood swings, anachronism, impulsivity and instabilities of interpersonal
relationships, self-image and affections. Suicide is a process by which the person
terminates one's life on a voluntary basis and must be understood correlated to
several factors, including biological, psychological and sociocultural factors. Suicide
is a process by which a person voluntarily harvests his or her life and, therefore, must
be understood on the basis of several factors, including biological, social and cultural
factors. The intense suffering these individuals experience often leads them to drastic
attitudes such as self-mutilation and suicide and thus it is necessary to seek to
understand them the real motivations that would lead these individuals to attempt
self-extermination, thus investigating their main underlying factors such as
impulsiveness, anachronism and their interpersonal relationships. It was also tried to
ratify the importance of psychology and suicide prevention, because these individuals
do not want to take their own lives, but rather get rid of the pain they feel in the soul.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9
2 OBJETIVOS ................................................................................................ 11
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 11
3 HISTÓRIA DOS TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE ......................... 12
3.1 TEORIAS DA PERSONALIDADE ............................................................. 13
3.2 HISTÓRIA DOS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE ....................... 16
3.3 HISTÓRIA DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DE BORDERLINE
........................................................................................................................ 18
4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
DE BORDERLINE (TPB) ................................................................................ 21
4.1 BASES SOCIAIS E PSICOLÓGICAS DO TRANSTORNO BORDERLINE 24
4.2 TRANSTORNO DE BORDELINE E SUAS COMORBIDADES .................. 28
5 SUICÍDIO E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ............................... 30
5.1 RELAÇÃO DO TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DE BORDERLINE
COM O SUICÍDIO ........................................................................................... 37
5.2 TERAPIA DIALÉTICA NO TRATAMENTO REGULADOR DA
PERSONALIDADE BORDERLINE .................................................................. 39
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 44
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 46
9
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
Segundo Zanarini et al. (1943), conforme citado por Caballo (2014), os fatores
etiológicos podem ser divididos em seis grupos; onde três corresponderiam a uma
natureza meio-ambiental: 1) separações na infância, 2) compromisso ou implicações
parentais alteradas e 3) experiências de abuso infantil; os outros três teriam mais a
ver com uma natura constitucional: 1) temperamento vulnerável, 2) tendência
familiar a padecer certos transtornos psiquiátricos e 3) formas sutis de disfunção
neurológica e/ ou bioquímica.
Segundo Barlow (2015), não existe uma única causa que seja capaz de
despertar o TPB, pois o transtorno de personalidade borderline é multicausal, assim
sendo é possível observar que influência psicossocial tem relação estreita com as
experiencias traumáticas vivenciadas na infância principalmente negligência, abuso
e maus-tratos. Os maus-tratos na infância são diversos vão desde abuso físico,
psicológico e sexual, na maioria dos casos proveniente de um membro da família,
parentes ou amigos próximos, causando assim danos físicos e psicológicos.
Pacientes borderline adultos mencionam mais experiências de maus-tratos, de todos
os tipos, do que indivíduos com outros transtornos da personalidade. Outros fatores
que podem predeterminar a personalidade borderline seria o baixo limiar de
ansiedade, os episódios de insegurança social e certo grau elevado de estresse
ambiental (MELO et al., 2017).
As literaturas enfatizam o desenvolvimento dessa personalidade, relatando a
função das experiências traumáticas, como abuso físico e sexual, separação
precoce dos pais, e perdas de parentais. Entre os pressupostos, têm-se identificado
fatores como: vida familiar desestruturada; ausência de afeto e falta de apoio
familiar; falta de diálogo no seio familiar; traumas de infância, até mesmo abuso
sexual, físico ou emocional; experiência de abandono na infância ou adolescência;
problemas familiares ligados a vícios de algum ente, como bebida alcoólica;
predisposição genética, aspectos neurológicos, empíricos e psicológicos, ou seja, a
disfuncionalidade familiar na infância pode ser apontada como um fator prevalente,
visto que as relações familiares são basilares no desenvolvimento do indivíduo
(CARNEIRO, 2004).
As relações afetivas e a história familiar ocupam uma posição de notoriedade
dos fatores da natureza mental e emocional dos indivíduos acometidos pela
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Os indivíduos com borderline tem sérias limitações para desfrutar das opções
emocionais diante dos estímulos do cotidiano e, por causa disso, costuma enfurecer-
se diante dos pequenos estressores, pois o seu limiar de tolerância diante das
frustações é profundamente diminuído. Eles carregam consigo uma angústia
dilacerante quando se trata das relações afetivas, é difícil para um borderline
expressar seus sentimentos de carinho e afeto, pois viveram em ambientes
desestruturados durante a infância, onde existia escassez de carinho e amor, o que
acabou gerando um bloqueio como forma de proteção (REZENDE, 2016).
No Brasil, em estudo realizado em 1985 estima-se que a prevalência quanto
ao transtorno borderline, há variação entre 2 e 3%, sendo duas vezes mais
frequente entre mulheres do que em homens. Em relação à família estudos têm
corroborado que o TPB tem predisposição genética. Pessoas com histórico de
borderline na família, tem 5% a mais de chances de desenvolver este transtorno.
Além disso, há um aumento do risco familiar para transtornos por uso de substância,
transtorno da personalidade antissocial e transtorno depressivo ou bipolar (DSM-V,
2014).
Na concepção de Zimerman (2004) as pessoas acometidas do transtorno de
personalidade borderline apresentam as seguintes características:
ajudar são elementos imprescindíveis para a redução da ideação suicida. Outro mito
comum é achar que os indivíduos que falam de suicídio estão querendo chamar
atenção, ao contrário que se pensa popularmente, deve-se sempre levar a sério
essas palavras, pois essas palavras muitas vezes demonstram que existe um
indivíduo sofrendo e que estar buscando ajuda. Outros mitos relacionados ao
suicídio está sobre achar que os indivíduos suicidas querem mesmo morrer ou estão
decididos a matar-se, isso é um ledo engano, pois uma das principais características
do suicídio é seu forte sentimento de ambivalência, onde o indivíduo considera se
deve morrer ou viver.
Achar que um indivíduo que está fora de perigo, depois de mostrar sinais de
melhoria é outra forma de mito, pois um dos períodos que mais merecem a nossa
atenção, ocorre logo após a crise, muitos indivíduos podem apresentar uma relativa
calma, mas, essa calma pode ser justamente porque o indivíduo já tenha decidido
pelo suicídio como forma de terminar seu sofrimento, esperando tão somente uma
oportunidade. O autor ainda ressalta a importância de desconstruir as crenças e
preconceitos como fator relevante para reduzir e prevenir o comportamento suicida
(BOTEGA, 2015).
De acordo com a Organização Mundial da saúde (2000), os sintomas do
suicídio costumam seguir um certo padrão, mas deve-se estar atento a singularidade
dos indivíduos, pois o padrão varia de acordo com a personalidade. Identificar os
fatores de risco pode contribuir sumariamente na prevenção ao suicídio. O suicídio é
por vezes considerado para muitos, como o fim da linha, um recurso utilizado por
aqueles que se encontram num momento de desespero, de angústia e que não
suportam mais conviver com seus próprios fantasmas.
Segundo a OMS (2000), entre os vários aspectos do comportamento suicida,
destacam-se os fatores de risco ambientais, culturais, genéticos e psicossocial. Vale
ressaltar que a maioria dos indivíduos que cometem suicídio passaram por
acontecimentos estressantes nos três meses anteriores ao suicídio. Entre os fatores
sociodemográfico e ambientais estão os indivíduos que vivem sozinhos, assim como
divorciados e viúvos. Mais do que estar desempregado, a perda do emprego foi um
dos fatores associados ao suicídio, os indivíduos que migraram de uma área rural
para urbana, ou diferentes regiões, ou países, são mais vulneráveis a
comportamento suicida. Vale enfatizar que a depressão, o desespero, o desamparo
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cuidado por outras pessoas, pois o borderline tem fortes sentimentos de desamparo,
desamor e desesperança (ADES; SANTOS, 2012).
Os indivíduos com personalidade borderline possuem em sua vida uma
quantidade abundante de crises existenciais, estressores ambientais,
relacionamentos interpessoais complicado para dispor ou encontrar significado para
vida. O desejo de morrer entre indivíduos tem sua base na crença de que avida não
pode e não irá melhorar, vale ressaltar que é irrelevante se o intenso sofrimento que
esses indivíduos vivenciam resulta de seu próprio comportamento ou de fatores
ambientais incontroláveis, pois sofrimento é sofrimento (LINEHAM, 2010).
Uma particularidade marcante do TPB é a impulsividade, referida de duas
maneiras: existem os indivíduos autodestrutivos que manifestam comportamento
suicida, podendo apresentar ameaças, automutilação e tentativas de suicídio; outros
indivíduos apresentam configurações mais genéricas de impulsividade, marcadas
pela participação de orgias, direção imprudente, explosões verbais, abuso de drogas
e desorganização alimentar. O impacto social do TPB é alarmante, a taxa de
mortalidade devida ao suicídio é elevada, atinge 10% dos pacientes. É uma das
desarmonias psiquiátricas recorrentemente associada ao suicídio (CARNEIRO,
2004).
Nos indivíduos com transtorno de personalidade borderline a impulsividade e
o abuso de drogas estão associados ao maior número de tentativas de suicídio.
Normalmente encontram-se muitos casos de borderline envolvidos com
comportamentos autodestrutivos como automutilações (p.ex. cortes, queimaduras)
tentativas de suicídio, tendência à manipulação, compulsão, abuso de drogas, isso
ocorre porque o borderline sente de maneira intensa, o que para uma pessoa sem
transtorno pode ser considerado só uma situação desagradável, para o borderline
essa mesma situação é muito intensa, a dor que eles sentem é muito profunda
(CARNEIRO, 2004).
Estudos epidemiológicos mostram que indivíduos com depressão maior em
comorbidade com o transtorno de personalidade borderline, quando comparados
com pacientes deprimidos sem transtorno de personalidade, possuem início mais
precoce de sintomas, maior número de episódios depressivos, maior incidência de
sintomas atípicos, maior prevalência de comorbidade com abuso de substância e
maior número de tentativas de suicídio prévias (ABP, 2014).
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
KAPLAN, H.I.; SADOCK, B.J. Compêndio de psiquiatria. 11. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2014.
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5671:folh
a-informativa-suicidio&Itemid=839. Acesso em: 06 mai. 2019.
PERVIN, L.A; JOHN, O.P. Personalidade: teoria e pesquisa. Porto Alegre: Artmed,
2004.