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AUTOMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE DE COR E PH PARA

TOMADA DE DECISÃO NO PROCESSO DE TRATAMENTO DA ÁGUA


BRUTA.

Aluno: Pedro Henrique Sousa Nascimento


Orientadores: Marcos Vinícius Montanari e Rafael Porto Viana
1.0 Introdução
2.0 Objetivos 7.0 Resultados
3.0 Justificativa 8.0 Considerações finais
4.0 Referencial Teórico 9.0 Agradecimentos
5.0 Metodologia 10.0 Referências Bibliográficas
6.0 Desenvolvimento
1.0 Introdução
Em harmonia com Seckler (2017), o processo de tratamento de água pode ser
compreendido como um conjunto de ações em uma determinada quantidade de água para
que a mesma possa atender aos padrões de qualidade para o consumo público, sendo este
procedimento, realizado em uma estação de tratamento de água. De acordo com Eugênia,
Abreu e Souza (2008) os padrões descritos anteriormente são estabelecidos pelo
Ministério da Saúde, devendo os mesmos atender a duas características essenciais: ofertar
aos usuários água potável, de sabor agradável e, impossibilitar a existência de qualquer
substância que possa trazer malefícios para a saúde humana.
Nesse contexto, acredita-se que para garantir que o tratamento de água bruta se torne
eficaz, é de suma importante a realização periódica das análises dos fatores físico-químicos
da mesma. Desse modo, surgiu-se a ideia de desenvolver um sistema que fosse capaz de
automatizar parte deste processo, utilizando plataforma de prototipagem Arduino.
Processo de análise de água bruta.
Módulo principal e auxiliar.
Métodos de comunicação.
1.1 Problema da Pesquisa
Diante das dificuldades dos responsáveis pelo tratamento de água em realizar o
monitoramento remoto dos parâmetros físico-químicos da água bruta e dos níveis do
reservatório de distribuição, surge-se a pergunta: é possível desenvolver uma
automatização no processos de análise dos fatores físico-químicos da água bruta através de
hardware e software?
1.2 Hipótese
Construção de um sistema autônomo capaz de realizar análises automáticas dos
parâmetros de pH, cor e turbidez de água bruta em estações de tratamento de água,
utilizando plataformas de prototipagem Arduino como microcontrolador central.
2.0 Objetivos
2.1 Geral
Desenvolver um sistema embarcado, que auxilie no monitoramento dos
parâmetros físico-químicos da água bruta em estações de tratamento de água .
2.0 Objetivos
2.1 Específicos
● Realizar levantamento dos requisitos para definição das funcionalidades do
sistema;
● Realizar modelagem de dados;
● Definir componentes eletrônicos e confeccionar os protótipos dos módulos do
sistema;
● Definir a estrutura de comunicação e desenvolver o software;
● Apresentar os dados gerados pelo sistema desenvolvido aos responsáveis pelo
tratamento;
3.0 justificativa
Durante o processo de tratamento de água bruta, deve-se levar em consideração
alguns parâmetros físico-químicos, tais como pH, turbidez e cor, sendo estes considerados
como fundamentais neste processo. Dessa forma, para que o procedimento de decantação
seja realizado com sucesso, faz-se necessário uma boa floculação, portanto, o controle do
pH antes do processo de floculação se torna importante para garantir que tal parâmetro
apresente baixa alcalinidade, fator este que contribui diretamente no método de floculação
(FRANCO, 2009).
Funcionamento da estação de tratamento.
Funcionalidades do sistema AAWG.
4.0 Referencial Teórico
4.1 Água e sua importância
Para Souza et al. (2014) a água é desfrutada pela sociedade constantemente, seja para
uso pessoal, industrial ou social, porém, à medida que o consumo deste recurso aumenta
cresce também a preocupação com sua escassez. Desta forma, criou-se em 1997 a Lei
Federal nº 9.433 que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, a fim de garantir
uma melhor utilização deste recurso, caracterizando a água como um bem público.
Além disso, de acordo com Vianna, Junior e Vianna (2005) pode-se afirmar que
97,0% da água existente no planeta não é potável, restando assim, 3,0% aceitável para
consumo humano, sendo 77% desta concentrada nas geleiras e, dos 23% remanescentes,
22% são armazenadas nos lençóis subterrâneos e, apenas 1% encontra-se nos rios e
nascentes, possibilitando assim, maior facilidade de tratamento para distribuição ao
público.
4.1.1 Água bruta
Dentre os tipos de água, existem as águas brutas, as mesmas podem ser
caracterizadas, de acordo com COMUSA (2017), como aquelas “oriundas de mananciais
superficiais (rios, lagos, barragens, entre outros) ou subterrâneos (lençóis freáticos).
Para Roberto (2018), as análises de água bruta são fundamentais no processo de
tratamento de água, porque através destas análises pode-se descobrir qual tipo de
contaminação a mesma possui e de que forma se dará o tratamento a fim de produzir um
produto dentro dos padrões de potabilidade para distribuição à população.
4.1.2 Processo de tratamento de água
Em conformidade com Copasa (2022), o método de captação de água bruta para
tratamento, Figura 1, pode ser realizado de duas formas diferentes: superficial, através de
rios, lagos e barragens, utilizando-se gravidade ou bombeamento, e subterrânea, com
perfurações de poços com profundidade superior a 50 metros, instalando uma bomba de
sucção para que a água localizada nos lençóis possa ser transportada, por meio de
tubulação, até a superfície.
Figura 1: Processo de tratamento de água.

Fonte: Copasa (2022).


4.1.3 Turbidez
Para Pavanelli (2001), acredita-se que a turbidez da água pode ser definida como um
feixe de luz ao passar por certa quantidade de água, sendo esta alterada pela quantidade de
partículas e substâncias que a água possui. Tal fator físico-químico é comumente alterado
devido à chuva, em decorrência do contato direto da água ao percorrer o solo da superfície
misturando-se a areia e argila, aumentando assim, a quantidade de elementos que a mesma
possui.
4.1.4 Potencial Hidrogeniônico
Franco (2009) descreve o pH como o meio capaz de medir a acidez, neutralidade ou
alcalinidade da água, sendo seus valores representados respectivamente: menor que 7.0,
igual a 7.0 e maior que 7.0. Tal fator pode ser considerado como um indicador da
concentração de íons H+ na substância analisada. O valor de pH torna-se relevante no
tratamento de água devido o mesmo ter a capacidade de interferir em reações químicas e
bioquímicas.
4.1.5 Cor
Para Franco (2009) a análise de cor da água bruta é estritamente importante, primeiro
para atender aos padrões de potabilidade exigido pelos órgãos de saúde do Brasil, no que
tange a aparência da água distribuída para a população e segundo, em função deste
parâmetro indiciar, em alguns casos, a existência de compostos orgânicos os quais podem
levar a criação de diversas substâncias, tais como ácidos fúlvicos, húmicos e
himatomelânicos.
4.2 Plataformas de Prototipagem
Existe no universo da tecnologia dois fatores cruciais para seu funcionamento e
desenvolvimento, sendo o primeiro o hardware, definido por Alves (2010) como toda a
parte física dos componentes eletrônicos, ou seja, tudo aquilo que pode ser tocado, sentido,
enxergado, como por exemplo, teclado, mouse, fonte de alimentação, e o segundo o
software, programas que operacionalizam e intermediam a utilização dos componentes
eletrônicos pelos usuários (VELLOSO, 2014).
Dantas et al. (2020) descreve hardware livre ou, hardware de código aberto, como
todo equipamento com características parecidas a de um hardware comum.
Segundo Gorni (2016)
4.2.1 Arduino
De acordo com Souza et al. (2011), o Arduino trata-se de uma plataforma eletrônica
de código aberto baseada em hardware e software fáceis de usar. Com esta placa pode-se
executar diversas atividades, desde ligar e desligar um led, ou até mesmo desenvolver
grandes projetos de automação, como por exemplo, acionamento de um alarme a longa
distância.
Figura 2: Arduino.

Fonte: Souza (2013).


4.2.2 Shield
Figura 3: Shield Arduino.

Fonte: Lemos (2014).


4.3 Sensores
4.3.1 Sensor de pH
Figura 4: Sensor de pH

Fonte: Nitatori (2019).


4.3.2 Sensor de turbidez
Figura 5: Sensor de turbidez

Fonte: Possamai (2018).


4.3.3 Sensor de nível de água
Figura 6: Sensor de nível de água

Fonte: CIA (2014).


4.3.4 Sensor de cor TCS230
Figura 7: Sensor de cor

Fonte: Autor (2022).


4.4 Protocolo MQTT
De acordo com Yuan (2021) consiste em um protocolo de rede leve e flexível,
vastamente utilizado em desenvolvimentos de aplicações para Internet das Coisas (IoT),
sendo o mesmo desenvolvido na década de noventa pela IBM com o intuito de conectar
dispositivos à satélites.
Figura 8: Tráfego informações protocolo MQTT.

Fonte: Pinto (2019).


4.5 Engenharia de Software
Segundo Sommerville (2011) a engenharia de software está diretamente relacionada
ao processo de desenvolvimento de um software, tendo a mesma como principal objetivo
subsidiar a indústria de produção, desde o estudo da proposta até sua implementação e
manutenção, para alcançar um melhor resultado ao final do processo.
4.5.1 Elicitação e análise de requisitos
Em conformidade com Sommerville (2011) a fase de análise de requisitos de software
pode ser compreendida como o momento onde as partes envolvidas no processo de
desenvolvimento de um software entendem as necessidades e funcionalidades, as quais o
produto final deve possuir para atender as exigências e anseios dos clientes.
5.0 Metodologia
Por se tratar de um projeto que visava desenvolver um sistema de operação em
campo, optou-se por utilizar a pesquisa aplicada, que de acordo com Assis (2009) a mesma
pode ser caracterizada como um método que visa propor uma solução prática e rápida para
um problema específico existente.
O processo de desenvolvimento do projeto foi composto por cinco etapas principais:
análise de requisitos, modelagem de dados, prototipação, desenvolvimento do sistema e
apresentação de dados. Nesse contexto, serão apresentadas a seguir, todas as referidas
etapas.
6.0 Desenvolvimento
6.1 Análise de requisitos
● Entrevista informal;
● Artigos e livros: Dantas et al. (2020), Souza et al. (2011), Gaier (2011) e Possamai
(2018);
6.2 Modelagem de dados
Figura 9: Diagrama de classes persistentes.

Fonte: Autor (2022).


6.3 Prototipação
● 2 Arduinos Uno;
● 1 Sensor de turbidez;
● 1 Sensor de pH;
● 1 Sensor de cor;
● 4 Sensores de nívies;
● 2 Módulos SIM800L;
● 2 Reguladores de tensão;
● 2 Fontes de alimentação para os Arduinos 12v 1a;
● 2 Fontes de alimentação para os Módulos 12v 2a.
Figura 10: Módulo principal.

Fonte: Autor (2022).


Figura 11: Módulo auxiliar.

Fonte: Autor (2022).


6.4 Desenvolvimento da Aplicação
● Fluxo lógico;
● Métodos de comunicação.
Figura 12: Fluxo lógico dos módulos do sistema AAWG

Fonte: Autor (2022).


Figura 13: Esboço do método 1 utilizando os protocolos de comunicações SMS e HTTP

Fonte: Autor (2022).


Figura 14: Esboço do método 2 utilizando o protocolo de comunicação MQTT.

Fonte: Autor (2022).


6.4.1 Teste de bancada
Figura 15: Teste de bancada.

Fonte: Autor (2022).


Figura 16: Teste de bancada.

Fonte: Autor (2022).


6.4.2 Aplicação em Campo
Figura 17: Aplicação em campo.

Fonte: Autor (2022).


6.5 Apresentação dos dados
Figura 18: Apresentação dos dados.

Fonte: Autor (2022).


7.0 Resultados e Discussões
● Funcionamento dos componentes;
● Resultados sensores de pH, cor e níveis;
● Método utilizando SMS e HTTP;
● Método utilizando MQTT;
● Servidor broker Tago.io;
● Comunicação através do MQTT Dash;
● Página Web;
● Possibilidade de monitoramento em períodos noturnos.
8.0 Considerações finais
● Trabalhos semelhantes;
● Documentação Tago.io;
● Aplicação do conhecimento adquirido no curso;
● Proposta de automação de EAT;
● Automatizar todos os reservatórios;
● Aprovação no SIC 2022;
● Conclusão.
9.0 Agradecimentos
10.0 Referências
ASSIS, M. C. d. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas , 2009. BANZI, M.; SHILOH, M.
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