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FACULDADE KENNEDY

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DE ISRAEL

AS FESTAS DE ISRAEL: UM BREVE RELATO SOBRE AS FESTAS E A SUA


INFLUÊNCIA PARA O POVO JUDEU

ALEXANDRE BARRETO DE OLIVEIRA

RIO DE JANEIRO
2019
FACULDADE KENNEDY

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DE ISRAEL

AS FESTAS DE ISRAEL: UM BREVE RELATO SOBRE AS FESTAS E A SUA


INFLUÊNCIA PARA O POVO JUDEU

ALEXANDRE BARRETO DE OLIVEIRA

Sob a Orientação do Professor


Thiago Pacheco

RIO DE JANEIRO
2019
FACULDADE KENNEDY

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DE ISRAEL

AS FESTAS DE ISRAEL: UM BREVE RELATO SOBRE AS FESTAS E SUA


INFLUÊNCIA PARA O POVO JUDEU

Artigo submetido ao Curso de Pós Graduação em História de Israel, como requisito


parcial para obtenção da Pós Graduação em História de Israel.

Artigo aprovado com grau______

_________________________________________
Nome. Professor(a)

_________________________________________
Nome. Professor(a)

_______________________________________
Nome. Professor(a)

RIO DE JANEIRO
2019
AS FESTAS DE ISRAEL E O POVO JUDEU

RESUMO

Este artigo tem o objetivo de uma análise breve a respeito das festas Judaicas e sua
influência para o Reino de Israel dentro de uma perspectiva baseada no judaísmo,
fazendo uma intersecção entre relatos bíblicos, históricos e antropológicos em relação
ao povo judeu. Discutindo com algumas ideias dos estudos do fenômeno religioso
abordado pelo historiador MirceaEliade.

Considerando que cada celebração teria sido marcada pelo seu próprio Deus, eles
organizam toda sua agenda em função destes momentos religiosos que afetam
diretamente seu modo de vida, como: Alimentação, vestuário e vida social num todo.
De geração em geração os ritos transcendem da vida comum para religiosa quase que
sem distinção.

Compreendendo a dinâmica de onde e como celebrar estas festas dentro do ciclo anual
Podemos traçar a perspectiva deste povo em relação a divindade e seu mundo.

Palavras-chave: Cultivar, ciclo, religioso e festa.


SUMMARY

This article aims at a brief analysis of the Jewish festivals and their influence on the
Kingdom of Israel from a perspective based on Judaism, intersecting biblical, historical
and anthropological accounts with the Jewish people. Discussing with some ideas of the
studies of the religious phenomenon approached by the historian MirceaEliade.

Considering that each celebration would have been marked by their own God, they
organize their entire agenda according to these religious moments that directly affect
their way of life, such as: Food, clothing and social life as a whole. From generation to
generation the rites transcend from ordinary to religious life almost without distinction.

Understanding the dynamics of where and how to celebrate these holidays within the
annual cycle We can trace this people's perspective on divinity and their world.

Keywords: Cultivate, cycle, religious and celebration.


Pós Graduando em História de Israel pela Kennedy

AS FESTAS JUDAICAS

Alexandre Barreto de Oliveira

INTRODUÇÃO

As festas para o povo de Israel são parte de um conjunto de regras que remontam um
caminho de volta para os propósitos do seu Deus, este caminho recebe o nome: de
Teshuva. Uma definição prática sobre este conceito, relatada por TovaSender é que:
Teshuva é um termo hebraico que significa retorno, resposta ao arrependimento. Refere-
se a possibilidade sempre presente de revisão dos atos, tento em relação a Deus como
em relação ao semelhante. Pois se observa que como na maioria dos fenômenos
religiosos, a tradição de cada festa também os faz reconectar com elementos da Criação
que seriam necessários para uma regeneração espiritual. Assim como MirceaEliade
conta no Mito do Retorno que:

“A estreita vinculação entre as ideias de Criação por intermédio da água


(cosmogonia aquática, dilúvio que periodicamente regenera a vida histórica, a chuva)”,
nascimento e ressurreição ficam confirmados por este ditado no livro dos sábios
chamado Talmude: "Deus tem três chaves, a da chuva, a do nascimento, e a da
ressurreição dos mortos". E de fato cada uma destas chaves pode ser observada em
algumas das celebrações destas festas do calendário judaico trazendo várias analogias
com a vida humana.

Na perspectiva do judaísmo a vida sempre esteve vinculada a cerimônias de caráter


agrícola. Esta regeneração periódica da natureza e do homem seria parte do processo de
Teshuva (retorno a essência do principio). Portanto, para eles a agricultura é apenas um
dos planos no qual se aplica o simbolismo da regeneração simbólica. Essa concepção é
fortalecida na ótica judaica de um mundo superior e uma vida perfeita antes do pecado
afetar a terra, e o homem do pó da terra.
Segundo o tradutor Strong da bíblia e-Sword (Bíblia The Word)no original hebraico a
palavra “terra” é adhamar, “solo vermelho”. Uma das definições do nome do primeiro
homem, ‫ ))אדם‬Adam, solo vermelho.

A partir da vida de Adham; ou seja, sua formação, sua vida dentro do jardim criado por
seu Deus, e sua expulsão para a terra de onde foi formado. É que se fundamentam a
maioria das tradições agrícolas das festas, que a maior parte deste povo pratica à partir
da fé que professa através do judaísmo.
1. A CRIAÇÃO E ESSÊNCIA

Uma pesquisa de Eduardo Queiroz de Dezembro de 2013 no site Jornalismo


Colaborativo, dizia que Apesar de a autoria do Pentateuco (cinco primeiros livros da
bíblia) ainda ser contestada, seja quem for que tenha escrito estava instruído pelo
Grande Arquiteto. A natureza humana é exaustivamente estudada a cada instante no
mundo científico, mas dentro da perspectiva judaica ela é praticamente absoluta.

Sabe-se que existem várias linhas investigativas também sobre a origem do homem,
mas uma compreensão que se pode explorar através do relato das Escrituras, junto a
literatura judaica. Um ponto de partida pode ser que a história do Genesis começa
falando da criação, e não da formação, tomando como exemplo a visão judaica descrita
por TovaSender (2001) ela cita sobre quatro mundos.

“A ideia dos quatro mundos é um dos conceitos fundamentais da Cabalá teórica.


Baseia-se em especulações, a partir de passagens e versículos obscuros do Tanach.
Segundo a Cabala, a estrutura do universo se compõe de quatro planos hierárquicos que
são nomeados como o Mundo da Emanação (OlamHatzilut), o Mundo da Criação
(Olham HaBriá), o Mundo da Formação (OlamHaIetzirá) e o Mundo da Ação
(OlamHaAssiá). Esta denominação se refere à hierarquia descendente, na direção
espírito- matéria.” (TovaSender pág..92)

Assim concluiu-se que nesta ordem só se forma o que já foi criado, ela diz que: “O
projeto original da Criação se manifesta na sua totalidade como que inscrita em
semente, como idéia. Toda genialidade do intelecto e toda profecia do espírito resultam
deste plano.” .” (TovaSender pág..93)

A partir das teorias apresentadas por TovaSender, pode se dizer ,que antes do homem
ser formado do pó da terra, o Eterno já havia criado o homem em seu “mundo criativo”.

Existe uma maneira prática de compreender este conceito de forma didática. Segundo
Rosh Marco Andrade Abraão (2014) em uma das Parashot (porção semanal da Torá) de
Bereshit (2014), que seria como uma exposição do livro de Genesis. Ele comenta que
existem dois princípios na criação, e a forma ideal de lermos o capitulo primeiro e
versículo 1 seria: “Em um principio...”; Ou seja, existem dois princípios. Definindo
como um sendo da criação, e outro da formação.
Segundo este raciocínio o primeiro capítulo do livro de Gênesis, está narrando apenas
um principio da criação, como um projeto que está na mente ou um “mundo” na cabeça
de um arquiteto. E apenas no capítulo 2, que seria o segundo principio que seria da
formação, Ele começa a dar forma ao que está no projeto de sua criação.

Mas, para traçar um paralelo a luz com as Escrituras, é necessário compreender o


original de algumas palavras no hebraico, como, por exemplo, a palavra “criou”, que se
encontra em Gênesis 1. Segundo o tradutor Strong da bíblia e-Sword, (Bíblia The
Word) A palavra no original hebraico para “criou” é bará, que tem como significado
“dar origem à novas circunstâncias tendo Deus como sujeito, produzindo a formação do
inexistente para o existente”

Analisando os dois textos de Gênesis. O primeiro é do capítulo 1, e o outro do capítulo


2.

E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê
fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra
produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera, cuja
semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. (Gênesis 1:26,27)

No projeto do seu Criador, toda a sorte de vegetal está sendo criada, conforme espécie e
natureza específica, mas é apenas um processo criativo, como o rascunho de um pintor
que ainda está por colocar tinta na tela, mas já esboçou sua ideia no papel com lápis; ou
seja, podemos chamar de uma espécie de arquétipo.

Agora perceba que o capítulo 2 revela o que foi criado ainda não é existente no mundo
físico, pois os mesmos vegetais são citados como estando fora deste mundo.

Esta é a história das origens dos céus e da terra, no tempo em que foram criados:
Quando o Senhor Deus fez a terra e os céus, toda planta do campo ainda não estava na
terra, e nenhuma planta havia germinado, porque o Senhor Deus ainda não tinha feito
chover sobre a terra, e também não havia homem para cultivar o solo. (Gênesis 2:4,5)

Perceba que a tela do “pintor” da criação ainda está sendo preenchida com seu projeto e
ainda não havia vegetais e nem o próprio homem sobre a terra - e o mesmo já havia sido
criado em seu projeto “artístico”.

Em tese eles creem que assim como homem tirado do pó da terra, quando este mesmo
precisa trabalhar sobre ela, existe uma conexão entre a sua natureza e a divindade.
Dentro desta concepção não fica limitado a visão do sacerdócio somente a partir do
Sinai quando o Eterno estabelece leis e princípios para Moisés e seu povo. Nota-se que
a tarefa do sacerdócio começa no jardim do Éden,

“E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para cultivar e zelar. E
ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás
livremente...”(Gen.2:15)

O cultivo e o zelo pelo Jardim como função designada pelo Eterno para o homem, nada
mais era que o estabelecimento de um sacerdócio e domínio.

“E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e


sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o
animal que se move sobre a terra. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que
dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de
árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento.”(Gen.1:28,29)

Um dos escritores de pensamentos mais ligados ao semitismo, chamado Dallas Willard


(2006). Discorre que o Éden era uma extensão do Reino do seu Senhor e que o homem
deveria reinar neste lugar, percebe-se que o sacerdócio e reino se fundiam em uma só
coisa, dizia ser uma verdade que fomos feitos para "ter domínio" dentro de determinada
parcela da realidade. Esse é o âmago da semelhança ou imagem de Deus em nós e o
fundamento do destino para o qual fomos feitos. Nós, todos nós, somos seres espirituais
indestrutíveis dotados de um chamado eterno e singular para trabalhar pelo bem no
magnífico universo de Deus. Adão era o sacerdote com função de zelar, e o rei com
função de dominar.

Portanto, por causa do pecado concebido, ele e sua esposa são expulsos do Jardim e
perdem a autoridade sobre a extensão deste Reino aqui na terra.

“ Por issoo Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do
qual fora tirado.“ (Gen.3:23)

Todo trabalho agrícola em conexão com as festas seriam o retorno e regeneração da sua
essência como o Deus Criador.
2. O TEMPO E OS CALENDÁRIOS

A sincronia das celebrações religiosas está totalmente ligada ao tempo para os povos
antigos, e a contagem do tempo e estações climáticas ligadas aos corpos celestes.
Segundo MiceaEliade:

A agricultura é apenas um dos planos ao qual se aplica o simbolismo da regeneração


simbólica. E, embora o caráter popular e empírico da "versão agrícola" deste
simbolismo tenha-lhe permitido alcançar uma enorme disseminação, essa versão não
pode ser vista como princípio e intenção do complexo simbolismo da regeneração
periódica. Esse simbolismo tem sua fundação no misticismo lunar; assim, a partir do
ponto de vista etnográfico, somos capazes de reconhecê-lo mesmo nas sociedades pré-
agrárias. O que consideramos primordial e essencial é a ideia de regeneração, isto é, de
repetição do ato de Criação.

O calendário tradicional de Israel é inspirado no relato da criação, que proclama que o


sol e a lua foram criados por Deus para ajudar medir o tempo e as estações. O Doutor
Grady Shannon Mcmurtry (2016), explica bem sobre este calendário lunar, onde os
meses do ano correspondem aos novos ciclos lunares (28 dias).

“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e
a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.”(Gen.1:
9-14)

O que é importante observar nestes primeiros versos de Gênesis é que a palavra para
estações no original hebraico é a mesma palavra para festa, que é: MOED, que também
significa encontro.

Segundo site: Chabad que pertence ao movimento chassidico Fundado por Rabi Yisrael
Ben Eliezer, o Baal ShemTov, há dois séculos e meio, o Chassidismo segue o
calendário na seguinte perspectiva:

O calendário judaico é baseado no ciclo lunar; ou seja, a lua orbita em volta da terra e
não ciclo solar. Assim a terra trabalha girando em torno do sol há razões muito
específicas para isso.

• Cada mês começa com o surgimento da Lua Nova, e a mesma pode ser
observada de qualquer lugar do planeta Terra.
• Diferente das estações climáticas a lua nova no Brasil é a mesma Lua Nova em
Jerusalém; ou seja, mesmo com os fusos horários todos estão seguindo um padrão
através dos astros.

• Uma vez que o ciclo lunar é de 29 (½) dias no mês, o meio do mês cai no dia 14
ou 15 com a lua cheia. Que conecta com a saída do Egito no primeiro mês da contagem
anual e alinha-se aos ciclos agrícolas.

1. No 4º século EC, o sábio Hillel II previu o desmantelamento da suprema corte


rabínica de toda geração (Sanhedrin), e entendeu que não poderiam mais seguir um
calendário baseado nesta suprema corte. Portanto Hillel e sua corte rabínica
estabeleceram o calendário perpétuo que é seguido hoje (Rabino Meirm. Melamed,
Torá: A Lei de Moisés. Editora: Sêfer, 1962)

Segundo este calendário, todo mês do ano, exceto três, tem um número determinado de
dias:

• Nissan – 30

• Iyar – 29

• Sivan – 30

• Tamuz – 29

• Av – 30

• Elul – 29

• Tishrei – 30

• Cheshvan – 29 ou 30

• Kislev – 29 ou 30

• Tevet – 29

• Shevat – 30

• Adar – 29 (nos anos bissextos, Adar I tem 30 dias)


O Doutor Grady Shannon Mcmurtry (2016) em uma visão mais messiânica compartilha
que para os cristãos e judeus que acreditam no Messias, as quatro primeiras festas,
também chamadas “festas da primavera”, apontam para a primeira vinda do d’Ele, que
foram perfeitamente cumpridas pelo Messias nos dias determinados. Na páscoa Ele foi
morto, nos pães ázimos sepultado, nas primícias ressuscitou e em pentecostes Ele sobe
aos céus e o Pai manda o seu Espirito.

Já nas últimas três festas, também chamadas: “festas do outono” estes grupos possuem
linhas que conjecturam que o ciclo de outono apontam para a segunda vinda do
Messias. A festa das Trombetas representa o arrebatamento, o YonKipur a redenção e
Tabernáculos o Reino do Messias manifesto.

3. OS CICLOS FESTIVOS

Na Tora a palavra festa é encontrada de três formas. E cada uma dessas palavras traz
consigo um ensinamento próprio sobre o sentido da festa: Moed (encontro),
KodeshMikrav(santa convocação) e Chag (Ciclo). Quem faz uso desta mesma didática e
o Doutor Grady Shannon Mcmurtry (2016), no seu livro: As festas Judaicas do Antigo.

As festas didaticamente trabalham na mente deles uma perspectiva de um encontro que


o próprio Deus deixou marcado, com dia, hora e preceitos. Segundo eles essa
designação, indica que as festas devem ser celebradas num período determinado, pois,
este é um período privilegiado:

“Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo determinado. No dia catorze deste
mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos,
e segundo todos os seus ritos, a celebrareis” (Números 9.2.3)

O site pertencente ao movimento chassidico chamado: ChabadTrabalha com uma


filosofia mística, este nome é um acrônimo em hebraico para as três faculdades
intelectuais de: chochmá (sabedoria), biná (compreensão) e daat (conhecimento).

Por isso é normal sempre ser usado como principio alguns detalhes da Criação, fazendo
referência a números relacionados aos dias, esta arte rabínica se da o nome de:
Guematria. Exemplo: O quarto dia em que o Senhor cria os luminares, e o sétimo
quando Ele proclama o descanso, são pontos de partida para essa reflexão.

Os luminares como: Sol, Lua e estrelas criados no quarto dia como diz Gênesis 1:14,
são bussolas espirituais das festividades descritas em Números 28, Levítico 23,
Deuteronômio 16, e outros trechos que tratam do assunto.

E o sétimo dia quando o Senhor finda toda a sua obra e santifica este dia e tempo como
uma solenidade de reverência e devoção.

“Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que
criara e fizera...” (Genesis 2:3)

Segundo Chuck D. Pierce (2013) em parceria com Robert Heidler em seu livro: É
tempo de prosperar. A palavra para abençoar aqui é: “kadash”, Um dos seu significados
é: Separar como sagrado, consagrar, dedicar, honrar como sagrado, santificar.

Pois nisto todos eles acreditam que o Eterno não criou este dia para ser como os outros
Ele abençoou para um fim. E seu descanso nunca quis dizer que Este ser supremo que é
Criador de Tudo e Todos estava cansado.

Robert Heidler(2013) defende que Deus concedeu autoridade para este dia ser diferente
dentre todos os outros dias. E muitas linhas como o Judaísmo Nazareno por Tsadok
Bem Derech (2013) defendem que ainda não está se falando de Lei, e nem de Israel. E
sim apenas um relato de um Deus e sua criação submetida a sua Soberania .

As importâncias destes princípios estão inteiramente conectadas ao decálogo (10


mandamentos) entregue a Moisés no Sinai, pois o mesmo que não se restringe ao povo
Judeu,e também traz consigo importância de honrar e respeitar este quarto mandamento
dado a Moisés.

Em Êxodo 20.8-10, torna-se esclarecedor para eles que Deus os entregou o descanso do
shabat como um mandamento: “dia de sábado, para o santificar...” “o sétimo dia é o
sábado do SENHOR, teu Deus...”. Por isso para um judeu o shabat não deve ser um dia
como os outros.

O texto mais abrangente e didático para as festas é Levítico 23, onde todas são citadas
com grande importância para um ciclo anual de acontecimentos que faziam parte da
vida dos povos na época como: Agricultura e Agropecuária.
Uma palavra que se encontra muito nos originais é: Chag, ou Châgag - ‫ – חגג‬Círculo.

A palavra “chagag” lembra a ideia de círculo. Esse termo é aplicado às três festas de
peregrinação que se inscrevem no ritmo cíclico da natureza. A Celebração das três
principais festas como: Páscoa, Pentecoste e a festa dos Tabernáculos, leva o homem
assumir de maneira lucida o ritmo da natureza para afirmar a sua ordem. Assim essas
três denominações das festas revelam organização do ano.

“Três vezes no ano me celebrareis festa (Chagag).” Êxodo 23:14

“Também guardarás a Festa das Semanas, que é a das primícias da sega do trigo, e a
Festa da Colheita no fim do ano. Três vezes no ano, todo homem entre ti aparecerá
perante o SENHOR Deus, Deus de Israel. Porque lançarei fora as nações de diante de ti
e alargarei o teu território; ninguém cobiçará a tua terra quando subires para comparecer
na presença do SENHOR, teu Deus, três vezes no ano.” (Êxo34:22-24)

A abertura deste ciclo é a Páscoa onde o Senhor fez recomeçar a contagem dos meses
segundo relato de êxodo 12, mas o que chama atenção é que esta foi única celebração
que ainda ficou sendo lembrada de maneira diferente pelos cristãos com outra
perspectiva apenas na morte e ressureição do Messias. No entanto seguindo o
pensamento Chassidico é preciso deixar claro que a páscoa tem três fases importantes
para compreender os ciclos. Ela não se ressume na morte do Messias.

A Páscoa celebra a libertação dos filhos de Israel depois de mais de dois séculos de
escravidão no Egito, no segundo milênio antes de Cristo. A ocasião, também chamada
de ChagHacherut (Festa da Liberdade), relembra essa passagem, os anos de sofrimento
em terras estrangeiras e também as dez pragas que Deus enviou para tirar seu povo do
Egito. Celebrada em 14 de Nissan e nos sete dias seguintes, Páscoa marca o
renascimento dos judeus como um povo livre.

Por isso, cada festa dentro da perspectiva de autores detentores de uma visão Judaico
Cristã como, Chuck D. Pierce (2013), Dr. Richard Booker (2016) e o Dr. Grady
Shannon Mcmurtry (2016), e linhas do judaísmo Messiânico como Ensinando de Sião,
ao qual o Rabino Marcelo Guimarães e MaheusZandona (2007) de Minas Gerais,
acreditam que estas festas possuem um caráter escatológico, na junção de seus discursos
podemos traçar o seguinte paralelo:
1. Páscoa – Resgate do Primogênito, também fomos resgatados;

2. Pães Asmos – Partida Apressada, também seremos arrebatados num piscar de


olhos;

3. Primícias – Confiança na Provisão de Deus. Existe um Shabat eterno nos


aguardando;

4. Pentecostes – Entrega da Torá, Estaremos com a Torá viva que é o Messias;

5. Trombetas – Chamado ao Arrependimento, Ouviremos o arcanjo com voz de


Trombeta;

6. Dia da Expiação – Purificação e Renovação Nacional, o Sumo sacerdote Yeshua


vai sair dos Santo dos Santos para buscar sua Noiva;

7. Tabernáculos – Celebração da proteção e provisão de Deus, viveremos a visão


de João. Ele será nosso Deus e nós seremos seu povo. “Eis aqui o tabernáculo de Deus
com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará
com eles, e será o seu Deus.” (Ap.21:2,3)
CONSIDERAÇÕES FINAIS

“ Disse o Senhor a Moisés: "Diga o seguinte aos israelitas: Estas são as minhas festas,
as festas fixas do Senhor, que vocês proclamarão como reuniões sagradas:

"Em seis dias realize os seus trabalhos, mas o sétimo dia é sábado, dia de descanso e de
reunião sagrada. Não realizem trabalho algum; onde quer que morarem, será sábado
dedicado ao Senhor. "Estas são as festas fixas do Senhor, as reuniões sagradas que
vocês proclamarão no tempo devido:”(Lev.23:1-4)

Segundo a Torá,Deus define as festas para serem fixas e como santas convocações, ou
seja, são convocações para uma assembleia sagrada para o seu povo.

Cada celebração é o resgate de uma conectividade com o que Adão perdeu ao sair do
jardim com sua mulher, com a degradação na terra do Egito devido à escravidão
imposta por Faraó, com exilio dos babilônicos.

Cada ciclo anual sempre esteve ligado à agricultura, e remonta para eles uma
perspectiva de restauração do Reino um dia confiado ao homem; ou seja, uma espécie
de "salvação" periódica para o homem encontrar um correspondente imediato na
garantia de alimento para o ano seguinte (consagração da nova colheita).

No entanto, pensando junto a MiceaEliade a disposição de todos os mitos, rituais e


costumes mencionados, seja a tentativa até hoje de manter-se em uma conexão
“perfeita” com seu Criador. Mesmo sem a dependência total de uma agenda agrícola a
cada ano as sete festas são celebradas por todos os judeus espalhados pelo mundo.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Bíblia de Estudo Pentecostal, versão Revista e Corrigida. CPAD, 1995.

2. Bíblia da Oração, versão Revista e Atualizada. Central Gospel, 2011.

3. Bíblia e-Sword, (Bíblia The Word)

4. BOOKER, Dr. Richard. Celebrando Jesus nas Festas Biblicas. 1ªedição.


Niterói: Editora BV Acadêmico, 2016

5. CHABAD. Disponível em:


https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/602732/jewish/O-Movimento-
Chabad-Lubavitch.html . Acesso em 22/09/2019

6. DERECH, Tsadok Bem. Judaísmo Nazareno. Fundação da Biblioteca


Nacional, 2013.

7. ELIADE, Micea. O Mito do Retorno. São Paulo: Mercuryo, 1992.

8. JORNALISMO COLABORATIVO. Disponível em:


https://jornalismocolaborativo.com/ciencia-biblia-universo-criacao. Acesso em:
25/09/ 2019

9. MCMURTRY, Dr. Grady Shannon. As Festas Judaicas do Antigo


Testamento. 5ª edição. Paraná: Editora Santos, 2016

10. MELAMED, Rabino Meir M.Torá: A Lei de Moisés. Editora Sêfer, 1962.

11. PIERCE, Chuck D.; HEIDLER, Robert.É tempo de Prosperar.1ªedição. Belo


Horizonte: Editora 7Montes, 2013.

12. SÊNDER, Tova. Iniciação ao Judaísmo.1ª edição. Editora: Nova Era, 2001.

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