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Ercília Maria Braga de Olinda. (Org.). Medida Socieducativa de Internação: Educa? Fortaleza: Edições UFC, 2013, p. 331-352.

Do vôo possível: arte, formação e liberdade

Luciane Germano Goldberg


Universidade Federal do Ceará
lucianegoldberg@ufc.br

O educador que não faz tudo o que pode, agora, no plano da educação
escolar - que é o plano mais geral e decisivo - que deixa passar o
momento oportuno, quer por indiferença, por cansaço ou por
negligência, contribui para manter a banalidade do mundo, a
mediocridade do homem, a insignificância da vida. Bem entendido,
tudo isto é condizente com uma ordem que está sendo mantida:
nivelamento integrador, normalizações em todos os sentidos. Mas
então, por que pretender que somos educadores? Em nome de que
futuro humano? Em nome de que adiamento? Em nome de que desvio
das razões de existir? (FORQUIN, 1973, p. 48)

Este texto vem refletir sobre que contribuição teria a Arte para jovens em
conflito com a lei, cumprindo Medidas Socioeducativas privados de liberdade. Deveria
ser óbvio que, junto ao direito à educação que esses jovens têm, seja nas escolas
regulares ou nas unidades educacionais, a Arte fosse um elemento presente no seu
cotidiano, como agente potencializador de suas singularidades, da busca de sentido para
a vida que, em virtude das trajetórias de cada um, certamente se perdeu pelo caminho.
No entanto, se já não contamos com a presença da Arte em boa parte das escolas
regulares, o que pensar a respeito do que é oferecido nas instituições em que são
internados?
Como levantar questões relativas ao ensino de Arte numa sociedade que a vê
como desnecessária e supérflua? Em que medida a Arte se tornaria estratégia
pedagógica nesse contexto de limitações a que os jovens em conflito com a lei são
destinados? Como, em meio à precariedade educacional oferecida, na escola pública ou
nas unidades educacionais, podemos garantir um espaço para a criação e a expressão
que vá além da reprodução ou do emblema da geração de renda?
Se o objetivo das Medidas Socioeducativas aplicadas aos jovens infratores é
pedagógico, no sentido da chamada “ressocialização” ou “reinserção” enquanto um
direito previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, a educação deveria
ser o processo mais intenso e significativo de reinserção deste jovem à sociedade, mas
como se dá essa educação? Que tipo de educação é essa? O que proporciona? Que
sentido trará para a vida desses jovens? A grande maioria dos jovens já estava à margem
da educação regular, ou seja, já não via sentido na escola e no futuro por ela prometido,
buscando caminhos alternativos e expressando, consequentemente, a violência gerada
pelas desigualdades sociais de nossa sociedade capitalista. Quando o projeto educativo
não condiz com o objetivo principal a que se propõe, o esforço falha, ofuscando a
esperança e mantendo o estigma, impedindo que tais jovens retornem à sociedade mais
plenos, mais conscientes de sua situação e, principalmente, com coragem de enfrentar
os espaços e hábitos antes responsáveis pela sua própria criminalização.
Qual o sentido da privação de liberdade senão o de promover uma oportunidade
à autoformação e à reflexão da condição social a fim de apontar outros caminhos e
oportunidades? O aprendizado de um ofício é suficiente? A alfabetização, tão essencial,
é a solução? A retirada do jovem do seu cotidiano marcado pela violência e pelo uso de
drogas? O que dizer das marcas, dos traumas e da violência a que certamente foram e

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têm sido submetidos desde o começo de suas vidas? Como devolver a eles próprios a
autoestima, a crença num futuro mais promissor numa sociedade capitalista excludente
e produtora da miséria social?
Sendo a Arte, considerada elemento potencializador da expressão e da criação,
oportunizadora do autoconhecimento e do desenvolvimento de uma consciência mais
crítica e mais sensível, poderíamos apostar na sua presença como elemento detonador
de reflexão e de processos de singularização na busca de sentido para a vida? Garantir o
acesso à Arte ao jovem, enquanto criador e espectador, nas suas mais variadas
expressões, levaria estes jovens à sua autoformação, à descoberta sobre si mesmos, à
tomadas de consciência, capazes de levar a uma implicação com a mudança necessária,
a uma responsabilização com seu processo de retorno ao cotidiano?
Constatou-se, por meio de pesquisas e estudos sobre a educação nos centros
educacionais que cumprem Medidas Socioeducativas do município de Fortaleza, que a
presença da Arte está atrelada, quase que diretamente, aos trabalhos manuais e ao
artesanato (carpintaria, cestaria, corte e costura, crochê, produção de bijuterias, etc.), o
que nem sempre permite a livre criação, estando pautada, basicamente, na reprodução
de modelos já pré-estabelecidos. Sem menosprezar tais atividades, que são
extremamente válidas e que trazem variados benefícios, o que vimos defender aqui é o
direito à Arte enquanto criação e expressão livres do sujeito, como um espaço de
constituição de voo, de liberdade, de singularidade e de autoconhecimento.
Uma questão significativa que deve ser observada quando se trata do ensino de
Arte é que, seja no ensino regular ou na educação oferecida ao jovem nas unidades de
internação, constata-se a falta de formação da maioria dos educadores para trabalhar
Arte. Como proporcionar a formação desses educadores? Como fortalecer a importância
da Arte para a formação dos jovens? Há que se detonar processos de construção de
novas visões pedagógicas em que a Arte integre os projetos de intervenção enquanto
elemento essencial na formação rompendo com o estigma que a arte-educação carrega
historicamente. Numa sociedade em que a Arte é considerada algo supérfluo, sem
importância ou utilidade, defender seu espaço faz parte de uma militância política pelo
direito que crianças e jovens têm de acesso a ela enquanto área do conhecimento
essencial para o desenvolvimento humano.
Na sequência e, não menos importante, é preciso destacar o direito que os jovens
têm à Arte também enquanto espectadores. A experiência estética, proporcionada pelo
contato com a Arte, permite o desenvolvimento de um olhar sensível diante do mundo,
proporciona um sentido para esse estar no mundo, voos intensos e possíveis. Quando
vemos um filme, ouvimos uma música ou vemos uma pintura nos encontramos com
instâncias sensíveis do nosso eu que nos levam ao êxtase, ao sublime e ao intenso, ou
seja, àquilo que nos torna definitivamente humanos, no que temos de mais único e
especial.
Assim, vamos dialogar aqui sobre o espaço que a Arte deve ocupar na educação
dos jovens em conflito com a lei que estão sob a égide das Medidas Socioeducativas, no
sentido de revelar sua importância e necessidade, bem como reivindicar um direito, o
direito ao voo!

Do direito ao voo!

A arte é a prova viva e concreta de que o homem é capaz de


restabelecer, conscientemente e, portanto, no plano do significado, a
união entre sentido, necessidade, impulso e ação que é característica
do ser vivo. A intervenção da consciência acrescenta a regulação, a
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capacidade de seleção e a reordenação. Por isso, diversifica as artes de


maneiras infindáveis. Mas sua intervenção também leva, com o
tempo, à ideia da arte como ideia consciente – a maior realização
intelectual na história da humanidade (DEWEY, 2010, P. 93).

Sabe-se que todo o indivíduo ao nascer possui características próprias e


potencialidades infinitas a serem desenvolvidas e aperfeiçoadas. Segundo Read (1958),
existem duas possibilidades com relação à educação e ao desenvolvimento dessas
potencialidades. A primeira hipótese é a de que o homem deve ser educado para chegar
a ser o que é, afirmando que cada indivíduo nasceu com determinadas potencialidades,
que têm um valor positivo e que é seu destino desenvolver essas potencialidades por si
mesmo, permitindo uma variação infinita de tipos. A segunda hipótese é a de que o
homem deveria ser educado para chegar a ser o que não é, afirmando que sejam quais
forem as características que o indivíduo possa ter ao nascer, é dever do educador
irradiá-las. Sendo assim percebe-se a responsabilidade da educação em transcender as
transformações do indivíduo, agindo como catalisadora dos processos mentais mais
profundos, ligados ao desenvolvimento do espírito. O mesmo autor afirma que educar é
encorajar o desenvolvimento das qualidades espirituais, acreditando na Arte como base
para educação (GOLDBERG, 1999).
Ao pensarmos na relação entre Arte e Direitos Humanos temos dois caminhos: o
direito à expressão, o direito à Arte e o acesso à cultura e as questões pedagógicas, que
envolvem a contribuição da Arte para o aprendizado a respeito dos Direitos Humanos e
do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA1.
Segue a menção à Arte e Cultura como direitos, no texto da Declaração
Universal dos Direitos Humanos e no ECA:
Da Declaração Universal dos Direitos Humanos:

ARTIGO XIX

Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este


direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de
procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer
meios e independentemente de fronteiras.

ARTIGO XXVII

1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural


da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico
e de seus benefícios.
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da
qual seja autor.

Do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Capítulo II - Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade:

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

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Trechos retirados de aulas elaboradas para material da disciplina Educação em Direitos Humanos do
curso de Pedagogia a distância UFC/UAB.
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II - opinião e expressão;

Capítulo IV - Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao


Lazer:

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da


criação artística, segundo a capacidade de cada um;

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais,


artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do
adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às
fontes de cultura.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,


estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para
programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância
e a juventude.

A partir dos destaques em ambos os documentos legais, podemos observar que,


tanto deve ser garantido o direito à fruição – contato com obras de Arte enquanto
espectador, importante para a educação estética, (obras de Artes Visuais, Dança, Teatro,
Música, Literatura, etc), quanto o direito de expressão e criação por meio da Arte, com
respeito ao potencial de cada um. Aqui temos duas instâncias importantes da formação
artística do ser humano: a criação e a fruição. Nesse horizonte, a Arte se configura como
um elemento de formação, de reconhecimento de si como um ser singular, único e
especial que possui um universo subjetivo próprio e capacidades que devem ser
desenvolvidas e respeitadas.
O direito à Arte, na perspectiva da criação é essencial para o desenvolvimento
pessoal nos aspectos afetivos, cognitivos, sociais e culturais. Como citado
anteriormente, para Read (1958), a arte deveria ser a base de toda educação, pois está
profundamente envolvida no processo real de percepção, pensamento e ação corporal.
Ele ainda afirma que, sem este mecanismo, a civilização perde o seu equilíbrio e cai no
caos espiritual e social (p. 27).
Duarte Júnior (2001) afirma que é através da arte que o indivíduo pode
simbolizar mais de perto o seu encontro sensível com o mundo (p. 22):

A arte não estabelece verdades gerais, conceituais, nem pretende


discorrer sobre classes de eventos e fenômenos. Antes, busca
apresentar situações humanas particulares nas quais esta ou aquela
forma de estar no mundo surge simbolizada e intensificada perante
nós (DUARTE JÚNIOR, 2001, p. 23).

Para Lowenfeld e Brittain (1970), o crescimento mental de um indivíduo


depende das relações ricas e variadas que mantém com o meio que habita, sendo estes
os ingredientes básicos estimuladores à criação artística:

Um dos ingredientes básicos, de uma experiência artística criadora, é a


relação entre o artista e o seu meio. Pintar, desenhar ou construir são
processos constantes de assimilação e projeção: absorver através dos
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sentidos uma vasta soma de informações, integrá-las no eu psicológico


e dar uma nova forma aos elementos que parecem ajustar-se às
necessidades estéticas do artista nesse momento (p. 16).

Considerando que sofremos as mais variadas influências dos meios que


habitamos, de forma direta ou indireta, a Arte é capaz de reunir essas representações
mentais e transformar essas potencialidades em objetos concretos e importantes em si
mesmos, capazes de interagir e proporcionar, ao criador e ao espectador, sentidos e
vivências diferenciadas e significativas para sua própria existência.
Rubem Alves in Duarte Júnior (2002), afirma que a questão não é somente
incluir a Arte na Educação, é repensá-la sob a perspectiva da arte, como uma atividade
estética, sempre com um fim em si mesma, muito ao contrário do ensino de Arte que se
tem na escola ainda hoje, onde ela está sempre a serviço de algo, como ilustração ou
acessório.
Loubet (1979) complementa que:

Cabe ao educador hoje o papel aparentemente subalterno de


instigador, de detonador de potencialidades do educando. Só na
medida em que consegue descobrir o encanto do insólito, velado sob o
manto do habitual cotidiano, é que a arte atinge sua significação plena.
É só na medida em que levamos a outrem a se tornar autor, seja de
“obras” ou de sua própria vida – a maior de todas as obras – podemos
acreditar na tarefa da educação (p.27).

Laterza (1995) também propõe uma revalorização da educação artística nas


escolas, para que o aluno possa, a partir dela, respeitar outros valores, como os morais,
históricos e sociais:

Se o aluno se capacita a respeitar os valores da beleza, ele ganha um


pouco de si mesmo, ele encontra alguma coisa que satisfaz seus
sentimentos mais profundos. Daí, a educação artística não ser uma
coisa acidental nem eventual, secundária. Não se tem educação sem a
formação do gosto estético, o reconhecimento do valor do artista, o
desenvolvimento da emotividade – da afetividade – da memória nesse
campo absoluto da arte. Então, a primeira coisa é dar mais ênfase à
educação artística (p. 12).

Tendo em vista estas colocações podemos então pensar no papel do ensino de


Artes para a formação integral dos indivíduos, como um direito que se têm ao
desenvolvimento da capacidade criadora, única e singular em cada um. Daí a Arte ser
uma importante área do conhecimento para a Educação em Direitos Humanos.
Read (1958) afirma que o objetivo da educação pode ser o de desenvolver, ao
mesmo tempo em que a singularidade, a consciência social ou reciprocidade do
indivíduo, tendo em vista a importância da singularidade do indivíduo para a
comunidade:

Pode ser apenas uma maneira singular de falar ou de sorrir – mas isso
contribui para a variedade da vida. Mas pode ser uma maneira singular
de ver, de pensar, de inventar, de expressar o pensamento ou a emoção
– e, nesse caso, a individualidade de um homem pode ser incalculável
para toda a humanidade (p.18).

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O processo educativo não pode ser apenas de individualização, mas também de


integração, reconciliando a singularidade individual com a unidade social, pois o
indivíduo se realiza dentro da totalidade orgânica da comunidade: “O seu toque
particular contribui, embora imperceptivelmente, para a beleza da paisagem – a sua nota
é um elemento necessário, apesar de não ser notado, na harmonia universal” (READ,
1958, p. 18).
Será que podemos entender porque a Arte é algo importante para o ser humano,
para sua formação, seu processo de autoconhecimento e conhecimento do mundo, para
o desenvolvimento de uma consciência crítica e sensível?
Podemos perceber então que a Arte é elemento de transformação, seja para o
criador, seja para o fruidor no contato com a matéria sensível do mundo, catalisando
potências e expressando o que há de belo ou de terrível, levando à reflexão, ao
questionamento, à invenção, à possibilidade de voar mesmo engaiolado?

Do que é supérfluo-essencial: arte para que?

Ao defendermos a Arte como elemento essencial para a educação dos jovens em


conflito com a lei, é preciso ter consciência das dificuldades enfrentadas na
implementação de projetos que verdadeiramente trabalhem a criação, a expressão e a
apreciação, na condição de quem cria e de quem frui a Arte nos dias hoje. Numa
sociedade como a nossa, capitalista, pautada no consumo e na massificação a quem
interessa projetos educativos de emancipação? A quem interessa a formação de seres
mais sensíveis e críticos? A quem interessa a singularidade?
As soluções para aqueles que se encontram à margem, excluídos socialmente,
como o caso da maioria dos jovens que acabam por se envolver com drogas ou com a
criminalização, surgem sempre numa educação para o trabalho, partindo da premissa de
que a profissionalização, que aprender um ofício, vai garantir sua reintegração social o
que não deixa de ser válido e importante numa sociedade em que se valoriza o trabalho
como a principal fonte de renda e de satisfação pessoal. Mas e a formação subjetiva e
sensível? E o sentido da vida?
Arte e Cultura não parecem promover mudanças ou as transformações que se
quer nesse sistema capitalista voraz. O que se quer é oferecer o “pão e circo” à
população como lazer, que também é importante e necessário nos dias de hoje, mas
onde está o espaço da crítica, da reflexão, da esperança, da transgressão, da troca, do
diálogo?
Quando se trata de Arte e educação esbarramos nas visões estereotipadas que se
têm do ensino de arte, especialmente como resultado de práticas ultrapassadas ainda
presentes nas escolas regulares, onde a Arte ainda é vista como “tapa-buraco”,
“recreação”, “decoração de festas” e “apresentações em datas comemorativas”,
“reprodução de modelos prontos”, algo supérfluo e sem importância.
Fica difícil defender a Arte quando se trata de problemas aparentemente mais
vitais, pois sempre há um jogo de forças na decisão do que pode ser proposto ao jovem
que se encontra cumprindo Medidas Socioeducativas, o que é mais importante? O que
deve ser priorizado no projeto de educação oferecido? Quais os critérios de seleção dos
conteúdos a serem trabalhados? Que visão de educação permeia tais conteúdos? Quais
os objetivos dessa educação?
Acaba sempre por ouvirmos que a Arte é menos importante quando se passa
fome ou quando se é usuário de drogas, será mesmo? Em meio ao utilitarismo da vida
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ocidental, o tempo todo precisamos justificar a importância da Arte, provar e comprovar


que ela deve ser mantida do ensino regular e que todos devem ter acesso à Arte. Aquilo
que parece supérfluo para muitos, torna-se essencial quando vivenciado e experenciado
de forma significativa no fazer, no pensar, no expressar, no sentir, no apreciar.
O que também ocorre com frequência no nosso país é o investimento na
elaboração de programas educativos por especialistas que nunca são verdadeiramente
implementados, como boa parte das leis que nos regem: na teoria todo um idealismo,
mas na prática pouco é realizado concretamente. Ao pesquisar sobre as unidades de
internação no município de Fortaleza encontramos um material que esboça ideias para
um programa educativo elaborado na época do governo Lúcio Alcântara (2002-2004)
que tem um item denominado “Arte-Educação e Cultura: Fazendo Arte com Arte,
Estética e Ética”, trazendo ideias muito semelhantes às que estamos defendendo aqui.
Tal documento traz a importância da criação e da fruição para formação humana: “fazer
da arte, do produzir arte, do fruir arte, um grande instrumento do fazer educativo”
(p.51). Traz a estética “como resultado da educação do sentimento, da educação e do
olhar”, a espiritualidade como “a vivência de sentimentos e perspectivas que
transcendem o nosso mundo concreto e imediato”; fortalecendo a fé, seja qual for o
credo, sem resquícios da cultura alienante de que a religião salvará e a ética como
“principal regulador do comportamento humano”:

Assim sendo, “fazer arte” com arte, estética e ética é uma forma de
colocar a imaginação a serviço de um mundo melhor, posto que
integra o produzir e fruir arte, construindo o significado da beleza de
uma vida digna e a consciência ética do respeito aos direitos do outro
(FONTE! p.52).

Se não há abertura a projetos essencialmente artísticos, é junto ao processo


educativo e pedagógico que a Arte deve ser desenvolvida, na educação regular que é
ofertada obrigatoriamente ao jovem, seja na escola ou na unidade em que está internado
e aí nos defrontamos com as dificuldades de formação docente, infraestrutura, espaço,
etc.
De fato, diante de tantas dificuldades é preciso um começo, quem sabe partir da
necessidade da Arte? Ao compreendermos sua importância torna-se mais significativa a
luta por seu espaço? Talvez, diante da falta de formação e de informação sobre a área,
decorrente de um longo histórico de desvalorização, devamos partir de um processo de
(re) conhecimento das contribuições que a Arte pode dar à educação, desta forma,
vamos então destacar alguns desses benefícios da atividade artística para a educação
com base nas ideias de alguns educadores.
Para Forquin (1973) a educação artística contribui para o que denomina de
“desenvolvimento global da personalidade” (p.29). Segundo o autor, a Arte proporciona
melhor domínio corporal e intelectual, melhor equilíbrio psicológico, melhor
capacidade de expressão e comunicação, relação mais enriquecedora com o outro e
assimilação mais pessoal e mais flexível das significações constitutivas do meio
ambiente (p.30). A atividade artística leva assim a exprimir a vida sensível, emocional e
imaginária na formação da sensibilidade (p. 34).
Eisner (2008) afirma que existem aprendizados importantes derivados do
conhecimento artístico, formas qualitativas de inteligência que seriam como lições da
arte à educação: (1) a capacidade de compor relações qualitativas que satisfaçam a
algum propósito – experimentar relações de qualidade e fazer juízos sobre elas (p. 9):
“As artes ensinam os alunos a agir e a julgar na ausência de regras, a confiar nos
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sentimentos, a prestar atenção a nuances, a agir e a apreciar as consequências das


escolhas, a revê-las e, depois, fazer outras escolhas” (p.10); (2) a flexibilidade na
formulação de objetivos, saber lidar com as incertezas e com a imprevisibilidade,
trabalhar feitos temporários e experimentais: “Nas artes os fins podem seguir os meios”
(p. 11); (3) forma e conteúdo são quase sempre inextrincáveis – o “como” as coisas são
ditas, feitas, representadas é importante e não pode ser deixado de lado: “Muda o ritmo
de um verso de poesia e mudarás o significado do poema” (p. 12); (4) nem tudo o que é
conhecível pode ser articulado de forma proposicional: “sabemos mais do que podemos
dizer” (p.12) – a arte seria um canal para expressão do indizível, do que muitas vezes
não pode ser medido, quantificado, classificado, racionalizado; (5) há uma relação de
dependência entre o pensamento e o material: “Cada material impõe as suas exigências
distintas e para usá-las bem temos que aprender a pensar dentro delas” (p. 13). Diante
de tais lições ele afirma categoricamente:

As decisões que fazemos sobre tais questões têm muito a ver com os
tipos de mentes que nós desenvolvemos nas escolas. As mentes, ao
contrário dos cérebros, não são inatas; as mentes são também uma
forma de realização cultural. Os tipos de mentes que nós
desenvolvemos são profundamente influenciados pelas oportunidades
de aprender que a escola fornece (EISNER, 2008, p. 14).

Para Duarte Júnior (2002), a arte possui funções cognitivas ou pedagógicas,


como: (1) a arte está na esfera dos sentimentos, que não são acessíveis ao pensamento
discursivo (p. 103) – conhecer os próprios sentimentos e as experiências vividas que
escapam à linearidade da linguagem: “a arte se destaca como importante instrumento
para a compreensão e organização de nossas ações” (p. 104); (2) a arte “agiliza a
imaginação” enquanto elemento libertador de descobertas de si e do mundo: “Através
da arte a imaginação pode realizar sua potencialidade, criando sentidos fundados nos
sentimentos, desdobrando e detalhando-os” (p. 105); (3) a arte proporciona o
desenvolvimento e a educação dos sentimentos: “Da mesma forma que o pensamento
lógico, racional, se aprimora com a utilização constante de símbolos lógicos, os
sentimentos se refinam pela convivência com os símbolos da arte” (p. 106); (4) a
experiência estética proporciona a vivência da arte e a reflexão posterior, combinando o
vivido a novos sentidos e significados conceituais para o experienciado (p. 107):

[...] se num primeiro momento a experiência estética é “pré-reflexiva”,


depois ela se torna um objeto para a reflexão. Depois ela se converte
em material para que se amplie a compreensão do mundo no qual
estamos, por possibilitar o inter-relacionamento e a comparação de
eventos. Completa-se, então, a dialética do conhecimento, entre o que
é sentido e o que é pensando (p. 107-108)

Continuando com Duarte Júnior (2002): (5) a arte oportuniza sentir e vivenciar
coisas que vão além da vida cotidiana, ter contato com experiências vividas por outras
pessoas que proporciona a união do indivíduo com o todo. Viver as experiências alheias
como se fossem suas, projetar-se nelas e compreendê-las; (6) “Ao manter-se em contato
com a produção artística do seu tempo e sua cultura, o indivíduo vivencia o ‘sentimento
de época’, isto é, participa daquela forma de sentir, comum a seus contemporâneos” (p.
109):

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Conhecendo a arte de meu tempo e cultura, adquiro os fundamentos


que me permitem uma concomitante compreensão do sentido vivido
aqui e agora. E mais: conhecendo a arte pretérita da cultura onde vivo,
posso vir a compreender as transformações operadas no seu modo de
sentir e entender a vida ao longo da história, até os meus dias (p. 109).

(7) A arte proporciona o contato e o conhecimento de outras culturas, de outras


visões e expressões de mundo o que nos faz compreender melhor as diferenças e
respeitá-las e, por fim (8) a arte possui um caráter utópico no sentido de projetar, desejar
a transformação, dirigindo o olhar para novos horizontes de possibilidades. A utopia
como a abertura para o possível, para um projeto de futuro mais estético (p. 111).
A educação dá frutos lentos, portanto como medir o aprendizado e a formação
de alguém? Como acompanhar, ao longo da vida, os processos educativos e os
resultados obtidos? Daí o investimento em educação não apresentar os resultados
imediatos desejados e as respostas visíveis que podem ser noticiadas e usadas como
propaganda política. Já o resultado artístico é visível, enche os olhos e a alma e colore
os espaços. Impossível não se perceber a presença da Arte nas mais variadas formas de
expressão. Quando a Arte surge tudo fica diferente e é esse espaço que precisa ser
conquistado e que pode ganhar visibilidade à medida que podemos ver e acessar o que
os jovens pensam e sentem a respeito de si mesmos, de suas vidas e da sociedade em
geral. Há sempre o que se dizer, o que falta, na maioria das vezes, é oportunidade de
expressão, é ensaiar o voo e aprender a voar.

Da educação estética: a educação dos sentidos

O prazer estético reside na vivência da harmonia descoberta entre as


formas dinâmicas dos sentimentos e as formas de arte (ou dos objetos
estéticos). Na experiência estética os meus sentimentos descobrem-se
nas formas que lhes são dadas, como eu me descubro no espelho.
Através dos sentimentos identificamo-nos com o objeto estético, e
com ele nos tornamos um (DUARTE JÚNIOR, 2002, p. 93).

Neste item vamos discorrer um pouco a respeito da educação estética, da


importância que devemos dar aos nossos sentidos e à educação da sensibilidade que
pode se dar por meio da Arte ou do contato com a vida cotidiana através das
manifestações naturais ou culturais.
Muitos autores afirmam que estamos vivendo num mundo anestésico, ou
melhor, cada vez mais antiestético, um mundo em que não há uma preocupação com os
sentidos, com a beleza e com a poesia cotidiana. A educação estética seria responsável
por educar os sentidos e expressar as principais funções dos nossos processos mentais
como a sensação, a intuição, o sentimento e o pensamento, por isso ser tão essencial ao
desenvolvimento humano.
Quando falamos de educação estética percebemos muitas críticas das pessoas
com relação à falta de condições da população em geral para pensarem em assuntos
considerados tão supérfluos, ainda mais no contexto dos jovens em conflito com a lei
privados de liberdade. É como se a ‘fome’ fosse o principal fator para a cegueira e
ignorância das classes menos favorecidas. Mas a fome desses jovens não é apenas de
comida, é fome de oportunidade, de cidadania, de identidade, de educação e de direitos.
É a fome dos excluídos, à margem da esfera das decisões.

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Nesse sentido, não deveria ser a educação o meio pelo qual as pessoas saciassem
essa fome? Mas, é preciso pensar numa forma de educação diferenciada, ou melhor,
numa reeducação dos sentidos e no despertar de uma percepção mais poética do
cotidiano. Resgatar a singularidade de cada um seria, neste contexto, permitir uma auto-
valorização de cada indivíduo enquanto ser único, capaz de perceber suas
potencialidades e de se desenvolver integralmente podendo assim auxiliar os outros:

Compreender essa relação entre coletividade e singularidade é o


primeiro passo para o autoconhecimento e o conhecimento do outro. É
através desse autoconhecimento que nos valorizamos, resgatamos
nossa autoestima, construímos nossa cidadania e nos tornamos
capazes de conviver e auxiliar os outros (CRIVELLARO et al. 2001,
p. 28).

Tendo em vista a abrangência do conceito de educação estética, podemos


perceber sua importância enquanto conexão do indivíduo com o ambiente que habita, a
forma como compreende, interpreta e age no exterior, expressando e construindo sua
personalidade. Cada indivíduo é único e ao se comunicar e se expressar deixa sua marca
no mundo, revela sua singularidade e interage na esfera social através da linguagem
dentro de uma determinada cultura. Neste horizonte temos a Arte como aliada, pois não
somente por meio da criação, mas do contato com a Arte podemos proporcionar
processos de reflexão e de subjetivação, levando ao autoconhecimento (GOLDBERG,
2004).
Confirmando o fato de que o desenvolvimento da consciência estética é
imprescindível para o resgate da singularidade do indivíduo, Estévez (2003) afirma que:

A profundidade dos sentimentos estéticos manifesta-se na riqueza da


percepção emocional da realidade, na singularidade do juízo artístico e
na capacidade de fruição do belo. Também se expressa no impulso da
criação, na luta contra toda expressão do feio e no cultivo da beleza na
vida pessoal e social. Estes sentimentos encontram-se inter-
relacionados de maneira harmônica com as necessidades e interesses,
com o ideal e gosto estéticos. Quando a consciência estética alcança
um grau elevado de desenvolvimento, os sentimentos estéticos
expressam a singularidade da personalidade (única e irrepetível), seu
sentido criador e a elevação de seu ideal estético (p. 77).

Dada a falta de importância à educação estética e artística no ensino formal estas


instâncias são consideradas supérfluas ou mesmo desnecessárias, pois no mundo
moderno a sensibilidade não é considerada importante ao progresso humano. A falência
deste paradigma mecanicista, no que diz respeito ao mundo social e à relação das
pessoas com o ambiente que habitam, revela a necessidade de se produzir uma diferente
visão de mundo.
Por meio de vivências e dos contatos dos indivíduos consigo mesmo, com
outros indivíduos e com o meio social e natural, constrói-se uma personalidade, através
de novos ambientes singulares, como a assinatura de um criador (GUATTARI, 1992, p.
178). A existência de cada um é formada através da influência de cartografias essenciais
como família, ambiente, escola, trabalho. Essa personalidade tem a necessidade de se
expressar, de ser exteriorizada a fim de constituir e produzir subjetividade individual e
coletiva. Subjetividade refere-se ao universo único de um indivíduo, o qual integra o
domínio das atividades sentimentais, emocionais e psíquicas singulares, componentes
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Ercília Maria Braga de Olinda. (Org.). Medida Socieducativa de Internação: Educa? Fortaleza: Edições UFC, 2013, p. 331-352.

únicos da existência individual em constante produção. Se somos, ao mesmo tempo,


agentes e objetos da cultura, tudo o que produzimos e construímos constitui um modo
de vida que tem uma subjetividade, que se amplia do individual para o coletivo numa
escala macro, formando padrões comportamentais e atitudinais de ação e transformação
do mundo.
Não podemos então deixar de pensar na responsabilidade da produção de
subjetividade dos indivíduos para um desenvolvimento mais sadio na sua relação com o
meio e com o outro. A partir dessas ideias pode-se perceber que esta proposição
explicita a presença de objetos, atividades e especialmente outras pessoas, os quais
emitem linhas de força, valências e vetores que atraem e repelem, orientando o
comportamento e o desenvolvimento das pessoas caracterizando o crescimento
psicológico. É como se existisse um mundo virtual em cada pessoa, podendo ser
exteriorizado pela linguagem, seja ela gráfica, escrita ou falada na medida em que fatos,
acontecimentos ou outras pessoas provocam sua expressão. A subjetividade de cada um
se constrói, então, pelos processos gerados nessa tensão entre o indivíduo e seus
ambientes de atuação:

De uma maneira mais geral, dever-se-á admitir que cada indivíduo,


cada grupo social veicula seu próprio sistema de modelização da
subjetividade, quer dizer, uma certa cartografia feita de demarcações
cognitivas, mas também míticas, rituais, sintomatológicas, a partir da
qual ele se posiciona em relação aos seus afetos, suas angústias.
(GUATTARI, 1992. p. 21/22).

Importante atentarmos então para as oportunidades que os jovens têm de


encontro consigo mesmos enquanto privados de liberdade. Qual o espaço
determinado para esse processo de interiorização, de percepção de si, de expressão
de subjetividade? A violência que expressam, nada mais é que uma resposta à falta
de perspectiva em outras formas de ver e viver no mundo, de encontrar um lugar de
direito, digno.
Por mais que a sociedade em geral teime em menosprezar a importância da Arte
e da educação estética para a formação humana, relegando para segundo plano a
sensibilidade e a expressão, é nesse contato com instâncias mais profundas que se
pode (re) constituir seres marginalizados ao centro de suas existências. De nada
adianta engaiolar pássaros potenciais, mas antes de tudo é preciso acreditar que se
pode ensinar-lhes o voo. Ao ensinarmos a voar precisaríamos garantir que
ganhassem novos horizontes ao invés de reincidirem nos mesmos fracassos
alimentando o sistema viciado.

REFERÊNCIAS

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DUARTE JÚNIOR, João Francisco. Fundamentos estéticos da educação. 7. ed. Campinas:


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Universidade Federal do Rio Grande, 1999.

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Luciane Germano Goldberg: Professora de Arte e Educação da Universidade Federal


do Ceará (UFC), doutoranda em Educação Brasileira (UFC), mestre em Educação
Ambiental e Graduada em Educação Artística/Artes Plásticas (FURG).

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