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Instututo Superior de Ciências e Educação À Distânci1 (Versao Final) Eeeee
Instututo Superior de Ciências e Educação À Distânci1 (Versao Final) Eeeee
LICENCIATURA EM DIREITO
ISCED
Nampula, 2020
INSTUTUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADA
O Candidato O Supervisor
_________________________ ________________________
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... ii
DEDICATÓRIA.............................................................................................................................iii
RESUMO ....................................................................................................................................... vi
CAPITULO I ........................................................................................................... 1
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
CAPITULO II .......................................................................................................... 8
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................... 8
CAPÍTULO IV ...................................................................................................... 29
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................ 29
CAPITULO V ........................................................................................................ 36
5 CONCLUSÕES, CONSTATAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................ 36
CAPÍTULO VI ...................................................................................................... 39
6 Referencias bibliográficas ...................................................................................................... 39
Apêndices ...................................................................................................................................... 42
Anexos ........................................................................................................................................... 45
DECLARAÇÃO DE HONRA
Santana António Huate, filho de Domingos Santana Huate de Martina Paulino Como
Como, nascido em 30 de Abril de 1980, natural de Maputo, Distrito Municipal Ka – Tembe,
Província de Maputo, juro por minha honra, que o presente trabalho é da minha autoria
e é original, excepto as citações e as referencias e resulta de uma pesquisa por mim
realizada, com vista a compilação deste trabalho do fim do curso, para a obtenção do
grau de licenciatura em Direito, pelo Instituto Superior de Ciências e Educação à
Distância.
O Autor
________________________________
/Santana António Huate/
i
AGRADECIMENTOS
Um agradecimento especial aos meus pais, minha esposa, meus filhos e irmãos por sempre me
terem acompanhado e apoiado inteiramente e acreditado em mim. Agradeço com especial apreço
ao dr. Augusto Azevedo Paulo Da Graça pela sua orientação do tema, ajuda prestada e interesse
nesta pesquisa, pela sua disponibilidade, partilha de conhecimento, experiência científica e pelas
críticas e conselhos na elaboração do presente trabalho. Em particular ao Domingos Alberto, pelo
apoio prestado, pela sua disponibilidade e interesse mostrado em ajudar a realizar este trabalho.
Aos meus amigos de sempre quero agradecer pelo companheirismo e diversão nos momentos de
maior tensão, pelo incentivo e amizade de longa data. Gostaria de agradecer a todos que, directa
ou indirectamente, me ajudaram na realização deste projecto, proporcionando – me conhecimento
e crescimento profissional e pessoal. Por fim, agradeço aos meus colegas de curso os bons
momentos passados, as inúmeras experiências, conversas e diversões partilhadas.
ii
DEDICATÓRIA
A minha esposa (Elisa Petrosse Dlate) e aos meus filhos, pelo sacrifício e aconselhamento e
dedicação para o alcance do objectivo de obter o Grau de Licenciatura em Direito. Aos meus Pais,
e Irmãos.
iii
LISTA DE FIGURAS
iv
LISTA DE TABELA
v
RESUMO
O presente trabalho tem como tema, Impacto Jurídico dos casamentos prematuros na
Província de Nampula: caso Distrito de Rapale, Posto Administrativo de Mutivaze (2016-
2018), visto que o casamento prematuro é endémico em Moçambique, o que quer dizer que, o
casamento prematuro é revelador da discriminação existente e, acima de tudo, da discriminação
na maneira como as famílias e as sociedades tratam as meninas e os meninos. A desigualdade no
tratamento manifesta-se na desproporcionalidade no nível de atenção e investimento entre crianças
dos dois sexos na saúde, na nutrição e na educação. As meninas enfrentam normalmente
enquadramento legal aplicável a Moçambique em relação ao casamento prematuro e a sua
incidência, e discutir uma tentativa de criminalizar os implicados. É neste contexto que se torna
importante, que as referências elencadas no ordenamento jurídico moçambicano sejam
disseminadas na comunidade como referências para o exercício de direitos de cidadania e,
consequentemente, para protecção dos direitos das crianças. Em suma, Moçambique assumiu o
compromisso de adequar as normas de direito interno às da Convenção, para salvaguardar e
promover eficazmente os direitos e liberdades neles consagrados. A partir deste vínculo jurídico
ratifica a Convenção dos Direitos da Criança, instrumento que enuncia um amplo conjunto de
direitos os direitos civis e políticos, sociais e culturais de todas as crianças, bem como as
respectivas disposições para que sejam aplicados. Por outro lado, ao considerar a dimensão que
envolve o género, como indicador do carácter social das diferenças baseadas no sexo, concluiu-se
que associação do género à categoria criança e infância permite perceber que, em Moçambique
como em outras sociedades de ideologia patriarcal, as crianças são consideradas culturalmente
inferiores e posicionam-se na base da hierarquia social.
O casamento prematuro é, por isso, justificado a partir do processo de socialização, assumindo o
marco de integração da rapariga ao grupo (família e comunidade a que pertence).
vi
Abstract
The present work has as its theme, Legal Impact of Premature Marriages: the Rapale District case,
Posto Administrativo de Mutivaze (2016-2018), since premature marriage is endemic in
Mozambique, which means that premature marriage reveals the existing discrimination and, above
all, discrimination in the way families and societies treat girls and boys. Inequality in treatment
manifests itself in the disproportionality in the level of care and investment between children of
both sexes in health, nutrition and education. Girls typically face more deprivation and lack of
opportunities. This text intends to review the legal framework applicable to Mozambique in
relation to premature marriage and its incidence, and to discuss an attempt to criminalize those
involved. It is in this context that it is important, that the references listed in the Mozambican legal
system are disseminated in the community as references for the exercise of citizenship rights and,
consequently, for the protection of children's rights. In short, Mozambique has undertaken to adapt
the rules of domestic law to those of the Convention, in order to effectively safeguard and promote
the rights and freedoms enshrined therein. Based on this legal bond, the Convention on the Rights
of the Child ratifies, an instrument that enunciates a wide range of rights to the civil, political,
social and cultural rights of all children, as well as the respective provisions for their application.
On the other hand, when considering the dimension that involves gender, as an indicator of the
social character of differences based on sex, it was concluded that the association of gender with
the category child and childhood allows us to realize that, in Mozambique, as in other societies
with a patriarchal ideology, children are considered culturally inferior and position themselves at
the bottom of the social hierarchy. Premature marriage is, therefore, justified from the socialization
process, assuming the framework of integration of the girl into the group (family and community
to which she belongs).
vii
CAPÍTULO I
1 INTRODUÇÃO
Pretende-se com este tema, o objectivo geral: analisar os ritos de iniciação que influenciam o
surgimento de casamentos prematuros, quanto aos objectivos específicos, visa: Analisar até que
ponto os ritos de iniciação influenciam nos casamentos prematuros, descrever a importância de
ritos de iniciação em consonância com legislação da família em Moçambique e identificar as
vantagens e desvantagens dos ritos de iniciação, discutir sobre casamento prematuro e o seu
impacto Jurídico como uma das expressões pouco percebida de abuso sexual e da violação dos
direitos sexuais e reprodutivos da rapariga. Através da análise documental e de depoimentos das
vítimas inqueridas e representantes das Instituições que actuam na área dos direitos da criança, e
também identificar áreas e mecanismos para a realização de acções estratégicas que, a longo prazo
inibam esta prática, tendo em conta que o casamento prematuro é uma das piores formas de
violência contra meninas. Mais da metade das meninas se casam antes da idade legal, ou seja,
antes de 18 anos. Embora essa forma de casamentos seja ilegal, os seus autores dificilmente são
levados à justiça. O governo tem-se preocupado com a situação nas últimas décadas.
Espera-se que o resultado do cruzamento das percepções dos inqueridos sobre esta
prática com as normas jurídicas fundamentais pelas convenções internacionais e
políticas, que visam proteger e promover os direitos das crianças, sejam mobilizados
os actores no sentido de promoção da saúde sexual e reprodutiva da rapariga, para que tal
mobilização se efective, torna-se pertinente que, os direitos humanos da rapariga sejam abordados
de forma clara, integrando aspectos específicos na abordagem de género.
O autor considera o estudo ser de grande importância, na medida em que através desta pesquisa,
1
poderá despertar atenção a camada jovem em especial aos adolescentes, a apostarem mais na vida
estudantil em vez de casamentos, por já se considerarem adultos após os ritos de iniciação e
salientar que a problemática dos casamentos , é grande preocupação na sociedade civil, bem como
no governo, ao assumirem casamentos ainda em idade escolar, o que consequentemente contribui
em grande medida para o empobrecimento do país, porque põem em causa aqueles que seriam os
futuros quadros do país e o pesquisador na qualidade do futuro quadro superior em Direito, tem a
referir que há necessidade de se criar medidas de modo a acautelar futuras situações em análise.
Na metodologia, irá se usar a pesquisa do tipo explicativo quanto aos objectivos e qualitativo
quanto à abordagem, de forma a compreender a questão dos ritos de iniciação, que tem
influenciado de forma significativa nos casamentos prematuros.
Quanto aos sujeitos alvos desta pesquisa, 60 sujeitos, constituirão o universo desta
pesquisa, dentre eles 4 anciãos, 2 chefes locais e 54 adolescentes. A revisão bibliográfica serviu
para concretização do presente estudo.
De salientar que a monografia obedece a seguinte estrutura: No que tange ao capitulo I, abordar-
se-á a contextualização, do distrito de Rapale (Posto Administrativo de Mutivaze), por ser o local
da preferência para o estudo e ao mesmo tempo o local onde confrontou situações de casamentos
prematuros que é objecto do presente estudo e far-se-á alusão sobre a sua localização,
problematização, objectivos gerais e específicos, hipóteses do trabalho, justificativa, delimitação
do tema e limitação do trabalho. Em diante encontramos o capitulo II, onde se fará alusão de dois
tópicos, mas que para o presente estudo importa saber que é a fundamentação teoria e empírica.
No capítulo III, expõe-se sobre a metodologia do trabalho, onde vai abordar o desenho da pesquisa,
as técnicas adoptadas para colecta de dados e para sua análise.
No capitulo IV, Expõe-se o estudo propriamente dito, onde irá se fazer a organização de dados,
interpretação de dados do questionário e da entrevista dirigida aos anciãos, chefes locais, bem
como aos adolescentes iniciados. No capítulo V, é aqui onde o pesquisador irá fazer as
considerações finais do presente estudo. No capítulo VI, o pesquisador terá a oportunidade de dar
as suas recomendações em conformidade com que tenha confrontado durante a pesquisa.
2
De referir que o tema em apreço, foi uma forma encontrada pelo pesquisador para
chamar a consciência do governo moçambicano, bem como a sociedade em geral de modo
encontrar mecanismos para estancar ou evitar esta grave violação dos direitos humanos na medida
em que se submete a rapariga iniciada aos casamentos prematuros ou considera-se livre a vida
sexual.
Para finalizar, o pesquisador pretende com a presente pesquisa, despertar atenção aos
adolescentes, em especial a rapariga, onde através desta pesquisa, sirva de advertência para as
possíveis consequências que possam advir aos adolescentes, em especial a rapariga ao submeter-
se aos casamentos antes que esteja preparada para o efeito e os consequentes casamentos
prematuros.
1.1 Contextualização
Neste capítulo iremos fazer a descrição de um dos distritos da Província de Nampula, Rapale,
concretamente no Posto Administrativo de Mutivaze, a sua localização geográfica que é ao mesmo
tempo um local escolhido para o presente estudo. Com ponto de partida, o pesquisador achou
pertinente situar de princípio ao leitor.
3
os líderes tradicionais, religiosos, comunitários e das acções para a redução da
vulnerabilidade das famílias como forma de contribuir para o empoderamento da
rapariga e eliminação dos casamentos prematuros. Nesta ordem de ideia coloca – se como
questão de partida:
1.4 Objectivos
Segundo o dicionário Aurélio objectivo significa um fim a atingir, uma meta de pesquisa,
propósito de pesquisa, ou seja, é a finalidade de um trabalho de pesquisa, que indica o
que o pesquisador vai desenvolver.
Para Marconi & Lakatos (2002, p.24) “toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para saber
o que se vai procurar e o que se pretende alcançar.” Definir objectivos de pesquisa é um requisito
para desenvolver uma pesquisa científica. É necessário ser claro, preciso e coerente com o tema
de pesquisa, pois ele apresenta os motivos para o desenvolvimento da pesquisa, informando assim,
as contribuições que os resultados produzirão.
✓ Analisar até que ponto os ritos de iniciação influenciam nos casamentos prematuros;
✓ Descrever a importância de ritos de iniciação em consonância com a legislação da família
em Moçambique e identificar as vantagens e desvantagens dos ritos de iniciação;
✓ Descrever os casamentos prematuros;
✓ Identificar as motivações que levam as crianças a casarem cedo;
✓ Fazer levantamento bibliográfico, buscando fundamentação teórica sobre casamento
prematuro e o seu Impacto Jurídico.
4
1.5 Hipóteses do Trabalho
Nesta parte do trabalho, apresentar – se – á as hipóteses que vão ser utilizadas na
investigação tendo em conta que as Hipóteses são as possíveis soluções do problema
da pesquisa.
Para Bello (2005) hipótese é sinónimo de suposição, uma afirmação que tenta responder ao
problema levantado pelo tema escolhido para pesquisa.
Segundo Gil, (1991:35),” Hipótese consiste em fornecer uma solução possível, ou seja,
de uma expressão susceptível de ser declarada verdadeira ou falsa”.
1.6 Justificativa
Segundo GIL apud IVALA, (2007:15), “Justificativa trata – se de apresentação inicial da
pesquisa”.
Segundo MARCONI e LAKATOS apud IVALA, (2007:22) “justificativa é o único item da
pesquisa que apresenta resposta a questão porque”
A motivação para este estudo surge, pelo facto de o pesquisador ter se deparado com maior número
de adolescentes numa viagem feita ao distrito de Rapale, muito mais nas raparigas, ainda em fase
escolar, terem abandonado escola para se juntarem as pessoas mais velhas ou mesmo rapazes sem
capacidade de responder por si, isto é, sem condição mínima para responder as possíveis
consequências que possam advir da união conjugal. O pesquisador emocionou – se ainda ao se
aperceber que a maior parte dos adolescentes em fase escolar, em especial a rapariga, após os ritos
de iniciação já podem viver como casados e a comunidade local acha disto como algo normal, e é
aceite pela comunidade daquele canto do país, sem ter em conta as consequências que estas
raparigas sofrem, dai que suscita a presente pesquisa.
A realização desta pesquisa é justificada pelo facto de estar inserido num meio cujo
casamentos prematuros tendem a elevar e tentar trazer os direitos das crianças
violados com o casamento prematuro. Compreender as causas dos casamentos
prematuros e as respectivas intervenções dos próprios pais, tornando necessária a
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adopção de medidas preventivas para a diminuição desses casos. Toda a pesquisa
visa resolver um determinado problema, devendo trazer um contributo valioso, por isso esta
pesquisa vai contribuir na consciencialização das comunidades em geral, em particular das
raparigas, sobre a necessidade de estancar e/ou reduzir os casamentos prematuros.
Com esta pesquisa pretende – se também rever o enquadramento legal aplicável em
Moçambique em relação ao casamento prematuro e a sua incidência, e discutir uma
tentativa de criminalizar os implicados num caso de casamento prematuro (pai, mãe e o homem a
quem foi entregue a criança), e perceber o papel que desempenha as
autoridades comunitárias na prevenção desses factos e os conhecimentos obtidos nas várias
cadeiras tidas ao longo do curso que criaram o desejo de compreender os
aspectos ligados aos “casamentos prematuros” através da conciliação da teoria e a
prática (realidade) em que nos encontramos de modo que as lacunas encontradas ao longo dos
estudos sejam ultrapassadas.
A pesquisa recai neste espaço temporal, porque foi neste intervalo em que o
pesquisador na qualidade de um homem vem notando casos de raparigas em
particular no Posto Administrativo de Mutivaze que na sua fase escolar após a
submissão aos ritos de iniciação já aberto a vida sexual e a consequente vida
conjugal, o que directa ou indirectamente tende violar os direitos da criança. E ao
mesmo tempo os mentores dessas gravidez das raparigas são impunes por se considerar esta prática
algo normal.
A monografia é composta por sete (7) capítulos, o primeiro é a introdução cujo neste capítulo faz
– se a contextualização do impacto jurídico dos casamentos prematuros, colocação do problema,
assim como a justificativa da relevância do tema.
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O segundo capítulo é a revisão da literatura, está reservado para este capítulo a abordagem dos
ritos de iniciação e impacto jurídico dos casamentos prematuros.
O quarto capítulo apresenta análise e interpretação dos dados colectados, nele se apresenta os
dados relativos à observação, entrevista dos iniciados, anciãos, chefes locais e a população em
geral. Os dados aqui apresentados resultam das entrevistas feitas no âmbito de processo de colecta
de dados no campo. O quinto capítulo são as considerações finais. O sexto capitulo é das
recomendações e finalmente o último capítulo apresentam – se a bibliografia, glossário, anexos e
apêndices.
A partir da elocução do autor a pesquisa assenta – se no tema seguinte: Impacto Jurídico dos
casamentos prematuros (estudo de caso Distrito de Rapale, Posto Administrativo de Mutivaze).
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CAPITULO II
2 REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo as discussões privilegiam a orientação teórica e conceptual da pesquisa. No ponto
inerente a teoria discute – se as abordagens referentes aos ritos de iniciação, direitos humanos e
casamentos prematuros no distrito de Rapale, elencado pelos autores devidamente citados nesta
monografia.
A sociedade macua socializa a passagem da adolescência para o estado adulto, para ambos os
sexos, havendo ritos próprios para os rapazes chamados “MASOMAS” e os ritos para as raparigas,
chamados “EMWALI”, nestes existem ritos para iniciação feminina, em que estes diferenciam –
se a dos rapazes. Até a realização de “EMWALI” a rapariga fica estritamente ligada a mãe, num
ambiente total de confiança e liberdade. (MARTINEZ 2009:93), “EMWALI” realiza – se em
várias etapas bem definidas, separadas, entre si por longos períodos de tempo, pelo que podemos
falar de um amplo processo de inscrição, assinalados ritos mais importantes.
Na iniciação dos jovens “MASOMA” o significado global da iniciação está presente na mente do
povo macua e exprime – se em bastantes fazes e cada uma delas com subfases.
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A primeira menstruação “NTTHUPU” que recebe o nome ritual de abrir “OHULA”, de facto com
as primeiras regras começam os ritos de iniciação feminina. Durante o encontro nocturno as
mestres procuram ensinar a rapariga os conhecimentos necessários para esta nova etapa da sua
vida.
A partir desse momento vive um clima de segregação social. Passará todo esse tempo em sua casa
com sua mãe, e neste intervalo ela deve prestar atenção aos sonhos porque serão interpretados,
podendo ser sorte ou desgraça.
2.2.1.1 Preparação
Os rapazes dos 8-12 anos, os seus responsáveis discutem o problema entre si e apresentam aos
chefes locais, e este anuncia oficialmente a celebração dos ritos de iniciação (MATINEZ 2009:96).
As palhotas dos iniciados, os instrumentos, os remédios necessários, a comida e tudo aquilo que
possa ser útil (MARTINEZ 2009: 97).
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2.2.2 Período de Margem
2.2.2.1 Período de margem masculina
Neste período de margem as duas partes: masculina “MASOMA” e feminina “EMWALI” ambas
tem suas subfases:
2.2.2.1.2 O acampamento
Na marcha para o acampamento “NVERA” construídos com antecedência num lugar
escondido na mata, de madrugada os iniciados “ALUKHO” são acompanhados pelos
chefes de família.
2.2.2.1.3 A circuncisão
Cada iniciado “LUKHU” acompanhado pelo seu padrinho “POSIYE”, aproxima – se desse mesmo
lugar; quando todos os rapazes se encontram junto dos chefes locais, estes indicam – lhe com a
vara o lugar para onde devem dirigir, correndo com os seus padrinhos. Durante o percurso os
cantores gritam e cantam ao som do tambor e o padrinho tapando – lhe os olhos com a mão para
que o adolescente não veja nada e não dê conta da própria operação.
As gotas de sangue que caem são recolhidas num recipiente e utilizada posteriormente na
preparação de uma comida ritual. O padrinho consola o jovem de tanta dor dizendo que o pior já
passou e que não deve chorar neste momento deixou de ser criança está a se tornar adulto, e os
adultos não desanimam diante de nenhum sofrimento da vida. (MARTINEZ 2009:101).
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De acordo com (MARTINEZ 2009:102 – 103); as proibições “MWIKHO”, os ritos de iniciação
devem observar as seguintes proibições durante o tempo de iniciação:
✓ Não podem tomar banho nem lavar – se, com excepção dos banhos rituais;
✓ Não podem usar a roupa que usam ordinariamente, de facto, vestem-se farrapos e andam
quase nus;
✓ Tem de se abster de comer alimentos preparados por mulher, com excepção da comida do
último dia, que é preparada e enviada aos acampamentos pelas respectivas mães;
✓ O que comem durante o período de iniciação é preparado no acampamento;
✓ Não podem afastar – se do acampamento;
Os pais dos iniciados também são obrigados a observar algumas prescrições rituais:
O banho ritual e outros banhos importantes, acabada a primeira instrução e aos ritos
correspondentes na iniciação abandonam o acampamento, queimando e destruindo as instalações
e dirigem – se ao novo acampamento, construído num lugar não muito longe do anterior. O
instrutor principal NAMUKUMUTOKWENE. É ele quem determina o dia do banho da
purificação dos jovens. (MARTINEZ 2009:108).
✓ Aprendem a caçar: durante todo esse tempo correm pela mata e vão a caça com os
instrutores, quando conseguem matar alguns pássaros ou aves cortam – lhes as asas e
colocam – nas como troféu no recinto do acampamento;
✓ Aprendem determinados trabalhos, que lhes servirão no futuro: fazer esteiras, cestos de
bambo e de cana, cordas e outros objectos;
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✓ Aprendem a enterrar os mortos: para este fim servem simbolicamente de alguns animais
que matam no bosque, especialmente a ratazana, chamada RETXE, que faz as vezes de um
cadáver humano.
De acordo com (MARTINEZ 2009, pág. 111); nas proibições rituais, as prescrições rituais
(MWIKHO), nesta fase dos ritos de iniciação masculina, são as seguintes:
✓ Silencio: os rapazes não podem falar com o chefe do acampamento; em caso necessidade,
falarão com o intermédio do padrinho de cada um;
✓ Abstinência alimentar: continua proibição de comer mel, ovos, e comidas com sal ou
picantes; também não podem comer peixes de cor escura nem carne de galinha.
As mestras “ANAMUKU” no seu esforço educativo usam uma linguagem simbólica acompanhada
de gestos, reorientações mimicas e danças, serve – se de sentenças, provérbios, enigmas, cânticos,
formas literárias que ajudam as jovens a fixar os ensinamentos recebidos. (MARTINEZ 2009:119)
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Como sinal corporal, no primeiro dia de permanência na casa de iniciação a mestra principal
(NAMUKO MULUPALE) reúne todas as iniciadas no pátio da casa, em quanto que outras mestras
tocam tambor com muita força para abafar o choro das raparigas durante a operação que se seguira
acompanhadas com as madrinhas, seguram os braços das afilhadas e tapam – lhes os olhos, em
quanto que a mestra com um pauzinho bem afiado faz uma pequena incisão no clitóris da rapariga
derramando algumas gotas de sangue. Esta ferida vai curando com remédio preparado
anteriormente e as raparigas passam o resto do dia em silêncio ao anoitecer recebem instruções de
dormir com cuidado para não se aleijarem, (MARTINEZ 2009:122).
A mestra (NAMUKO) felicita ou repreende as raparigas conforme os resultados das provas que
tiverem, o resultado negativo devem confessar as próprias falhas (OPAPHUELELA) as mestras
de iniciação (MARTINEZ 2009:122-123). Na iniciação sexual, as jovens vão sendo
progressivamente instruídas na vida sexual, instrução esta, que vai ser completada na altura do
casamento, são lhes ensinadas a anatomia, as relações entre os sexos, a proibição do incesto e a lei
de exogamia (não casar com estrangeiros).
Dedica – se particular atenção a pratica de alargar os lábios valvulares (OTHUNA), para este fim
fricciona – se com um preparado oleoso, obtidas as cinzas de um fruto chamado IPHITXI de uma
árvore silvestre chamada NATXORA, todas mulheres iniciadas mantem esta pratica e guardam
com cuidado e no maior segredo o referido unguento. (MARTINEZ 2009:123)
Para MATOS (1999:425); no banho ritual, durante este período as meninas tomam vários banhos,
o qual para além do seu valor higiénico simboliza a purificação do tempo passado e nascimento
social.
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A tatuagem (ENEPO), as iniciadas recebem no corpo os sinais do seu novo estado social, as partes
do corpo da rapariga mais comumente escolhidas para tatuagem são para alem da cara, o peito, a
barriga e as púbis.
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casa da iniciada para participar na refeição comunitária, a refeição prolonga – se a tarde toda. A
noite organizam danças finais que duram até as primeiras horas da madrugada do dia seguinte.
(MARTINEZ, 2009:126).
✓ Higiene individual;
✓ Ensinamento aos jovens sobre os passos para a vida futura;
✓ Maneiras de se comportar perante os mais velhos na sociedade ou comunidade;
✓ Participar em algumas actividades que os adultos na comunidade ou sociedade têm feito;
✓ As instruções dadas durante os ritos não têm observado as idades dos iniciados, o que em
momento algum depois dos ritos eles ficam curiosos em praticar o que aprendem,
culminando com gravidez indesejada, fistulas obstétricas ou casamento prematuro;
✓ Os iniciados se acham de adultos e que estão abertos a tudo que um adulto pode usufruir;
✓ Incentivo ao casamento prematuro, por estes se acharem adultos;
✓ Tratamento igual a de um adulto e como cuidar de um lar.
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ser aplicada em diferentes áreas do conhecimento como forma de observar minuciosamente
determinado tema, (http://www.significados.com.br/analise/).
A negação do direito à educação interfere com o direito das crianças à educação, mas também com
o desenvolvimento da sua personalidade, a sua preparação para a idade adulta e as possibilidades
e oportunidades de emprego. Perderá igualmente importantes espaços de socialização e de fazer
amizades, pelo que provavelmente será uma adulta que viverá em maior isolamento do que as
outras.
Por isso, quando em presença de um casamento prematuro, há matéria legal para intervir no sentido
de proteger a criança e criminalizar todos os responsáveis envolvidos:
Segundo Bruce (2002) citado por FNUAP (2003), que direitos estão a ser negados com o
casamento prematuro? Se nos guiarmos pela Convenção sobre os Direitos da Criança, são os
seguintes:
Quanto mais as crianças se encontram em situações desfavorecidas (zonas rurais com pouco acesso
à escola e com menores níveis de rendimento, com menor investimento tanto na esfera económica
como socio – cultura), menos oportunidades têm de gozar dos seus direitos. Portanto, falar em
casamento prematuro é falar em discriminação.
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Discriminação das raparigas em relação aos rapazes e discriminação entre as crianças de sexo
feminino, consoante, entre outros, o nível de rendimentos da sua família e a sua escolarização.
Segundo o relatório de UNICEF:
Portanto, a ideia de educação para a cidadania não pode partir de uma visão da sociedade
homogênea, como uma grande comunidade, nem permanecer no nível do civismo nacionalista.
Torna – se necessário entender educação para a cidadania como formação do cidadão participativo
e solidário, consciente de seus deveres e direitos e, então, associá – la à educação em direitos
humanos. Só assim teremos uma base para uma visão mais global do que seja uma educação
democrática, que é, afinal, o que desejamos com a educação em direitos humanos, entendendo
“democracia” no sentido mais radical – radical no sentido de raízes – ou seja, como o regime da
soberania popular com pleno respeito aos direitos humanos.
Não existe democracia sem direitos humanos, assim como não existe direitos humanos sem a
prática da democracia. Em decorrência, podemos afirmar o que já vem sendo discutido em certos
meios jurídicos como a quarta geração, ou dimensão, dos direitos humanos: o direito da
humanidade à democracia. Esta educação formal na escola, resultará mais viável se contar com o
apoio dos órgãos oficiais, tanto ligados diretamente à educação como ligados à cultura, à justiça e
defesa da cidadania.
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culto que autorizava a celebração. Só a partir do Concilio de Trento do século XVI em que o
sacerdote passou a intervir na sua celebração.
Com a separação da igreja criou-se o advento do protestantismo e seu predomínio nalguns países
Europeus como a Inglaterra, retirou a igreja o controlo do casamento submetendo o ao Estado. Foi
só com a revolução francesa, no final do século XVIII que se passou a adoptar a concepção do
casamento como um acto meramente civil, como um contrato, baseado na vontade dos nubentes e
sem estar sujeito à intervenção obrigatória da Igreja, surgindo assim o casamento de natureza laica
de competência dos representantes do Estado e independente do casamento religioso.
A promessa de casamento é um acto de importância social, realizado com seriedade entre os noivos
e conhecido entre os seus familiares e o meio social.
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A lei de família vem confirmar no seu art. 21:
Já quando o direito de indemnização art. 24, nº 2 é exigível é, mas só nos termos restritos deste
artigo. É necessária uma ruptura injustificada por parte dos nubentes, há que analisar estas rupturas
em termos objectivo. O direito de indemnização circunscreve-se aos próprios nubentes e os seus
limites estão circunscritos às obrigações contraídas com acordo de outro nubente e só podem ser
indemnizações patrimoniais.
A promessa do casamento vem constituir também elemento de facto preponderante para a decisão
judicial a tomar em acção para o estabelecimento da filiação.
Tem duas vertentes: - Casamento como acto, cerimónia que se celebra - como acto em si.
Casamento como estado familiar, em que os nubentes se vão encontrar a pois a cerimónia é
consequência da cerimónia como estado. O casamento como estado é um vínculo jurídico
composto por um conjunto complexo de direito e deveres. Como um acto e na doutrina civilista
predomina a concepção de casamento como um contrato.
Segundo VARELA:
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Que tem uma outra visão do casamento. Assim, este entende que “o casamento é a união voluntária
e singular entre um homem e uma mulher, com o propósito de constituir família, mediante
comunhão plena de vida”
O nosso código de família quis deixar de reconhecer o casamento como um contrato para passar a
reconhecê-lo como uma união, embora reconheça nele um negócio jurídico em que a declaração
da vontade dos nubentes vai produzir unicamente os efeitos jurídicos previstos na lei e que são de
natureza imperativa. A sua autonomia da vontade circunscreve-se aos dois pontos, considerados
como pertinentes aos direitos fundamentais da pessoa humana:
Fica, portanto, afastada a hipótese do casamento como um contrato civil, pois a vontade do Estado
intervém no acto do casamento, antes da sua celebração, através do conservador do registo civil,
cuja intervenção tem a natureza certificativa e a sua participação é indispensável à própria
existência do acto jurídico.
✓ Aptidão natural para contrair o casamento, diferença de sexo. Idade púbel, saúde física,
inexistência de impedimento previstos na lei, vontade de contrair o casamento, capacidade
das partes;
✓ Capacidade matrimonial (idade núbil e ausência de impedimento);
✓ Mútuo consentimento;
✓ Condições de forma reportam – se ao processo preliminar que antecede o casamento e a
forma solene e públicada celebração. O direito da família está ligado ao direito
constitucional, a norma constante do nº2 do artigo 119 CRM, protege de forma
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constitucional a família, e a protege através das normas existentes - é fundamental no que
se refere á regulação do casamento, mas carece de normas da família que a ampliem e
limitem.
A capacidade matrimonial, que não coincide com a capacidade de celebrar negócios jurídicos de
outros ramos de direito, obedece aos fins específicos do casamento e aptidão para casar revela-se
por condições de maturidade física e psíquica assim como por restrições impostas a pessoas ligadas
por vínculos familiares por razões de ordem moral e até de eugenia. São, portanto, necessários os
seguintes requisitos:
b) Impedimentos Matrimoniais
A lei exige legalmente a circunstância negativa de que não se verifiquem em relação aos nubentes
qualquer impedimento matrimonial, ou seja facto jurídico que obstam a realização do casamento,
e que podem ser classificados como impedimento dirimentes (absolutos e relativo) que são aqueles
que dirimem, destroem os efeitos do casamento e dos impedimentos não dirimentes ou meramente
impedientes, são aquela cuja existência obstam a realização do casamento, mas não afecta a sua
validade.
21
Impedimento Dirimentes Absolutos 32 LF: dizem-se absolutos porque impedem a pessoa de se
casar com quem quer que seja: a demência: proibição de se casar para dementes funda-se em duas
razões uma que é evitar que alguém que celebre o casamento não tendo a capacidade de
discernimento para compreender esse acto e seus efeitos e a outra impedir que pessoas portadoras
de taras psíquicas as vão transmitir à sua descendência. Este tipo de incapacidade abrange não só
a interdição decretada por sentença judicial, mas ainda a demência notória. O nosso código proíbe
o casamento por demência quando esta seja notória ou no caso de interdição ou inabilitação por
anomalia psíquica.
Prazo Internupcial art. 35 LF: como espaço de tempo que decorria entre a dissolução, declaração
de nulidade ou anulação de um casamento e a data a partir da qual se podia celebrar novo
casamento. Este prazo era de 180 dias para homens e 300 dias para mulher. A razão de ser deste
impedimento fundava-se em razões de ordem social, para evitar que uma pessoa casasse logo de
seguida a pôs ter terminado um casamento com outro. Em relação à mulher invocam-se razões
como a incerteza a verdadeira paternidade do filho nascido nos 300 dias. O nosso código estabelece
relativamente a este assunto uma presunção relativa de que a paternidade é do marido do
casamento celebrado em último lugar.
2.4.7 O Consentimento
É o segundo elemento consubstancial que integra o acto do casamento é o elemento psicológico e
subjectivo: a vontade do nubente. O consentimento tem de ser dado pela pessoa do nubente,
ninguém pode ser substituído, mesmo em caso do o nubente ser menor, apesar de para isso ter de
estar autorizado. No entanto é permitido que um dos nubentes esteja representado por um
procurador, a lei impõe que a procuração seja de natureza especial, válida tão-somente para o acto
de casamento, devendo mencionar expressamente o nome do outro nubente, art. 44, nº 2 LF e
nunca se pode fazer representar os dois nubentes no mesmo tempo. O nosso sistema não admite
22
os casamentos arranjados pela família pois, este tem de ser contraído com base na vontade dos
nubentes. Não se admitem no casamento condições ou termos pois o casamento tem natureza
imperativa e autonomia da vontade esgota – se com a escolha de casar ou não casar e com quem,
casar. Para ser válido tem de ser actual, ou seja, no momento da celebração.
Segundo o art. 58 LF - sem ser declarada ela não é invocável, vício da nulidade terá, portanto, de
ser declarado em acção judicial de natureza impugnativa.
O critério de distinção dos dois tipos de nulidade é a de mais larga ou mais restrita a legitimação
para a propositura da acção de anulação assim como de uma maior ou menor dilatação do prazo
para a acção ser proposta.
23
✓ Natureza constitutiva, porque apesar do casamento ser declarado nulo este produz ainda
alguns efeitos, art. 75 LF - no caso de o casamento putativo;
✓ Natureza meramente declarativa a sentença sem que se produza quaisquer efeitos. Os casos
de anulabilidade vêm previstos no art. 64 LF.
✓ Falta o vício da vontade: art. 64 LF são vícios que ferem um dos pressupostos de casamento
que é o do mútuo consentimento;
✓ Prazos: o prazo de anulação revela também que a lei procura salvaguardar tanto quanto
possível a estabilidade do casamento mesmo ferido de nulidade. Os prazos de invocação
de nulidade são mais dilatados ou mais diminutos consoante a natureza e gravidade do
vício art.67 LF.
Hoje em dia e por se terem alargado os fundamentos da dissolução de casamento por divórcio, as
acções de anulação de casamento são em número cada vez menor, até porque estas são mais difícil
de provar, no entanto os efeitos de uma e de outra figura são muito parecidos.
24
2.5 Fundamentação Empírica
De acordo com MATTAR (2008) afirma que o senso comum é também denominado
conhecimento popular ou empírico e define o como todo aquele que todo ser humano desenvolve
no contacto directo diário, com a realidade é utilizado, em geral para objectivos próprios.
De acordo com o autor acima, o pesquisador, no local do estudo, isto é, com os sujeitos alvos
encarou outra visão diferente dos doutrinários bem como a legislação acima citado, em que na
perspectiva dos sujeitos alvos desta pesquisa definem ritos de iniciação, casamentos prematuros,
casamento da seguinte forma:
O outro ancião da comunidade define “casamento é união de um homem e uma mulher, em que
neste casamento, os filhos estão isentos de negar a outra parte seja esposa ou marido. Um dos
iniciandos diz que se considera casamento quando os pais são quem procuram marido ou esposa
para seu filho ou folha, independentemente da vontade, idade de cada um deles, desde que os pais
estejam de acordo com os interesses deles.”
25
CAPITULO III
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
3.1 Desenho Metodológico
De acordo com LAKATOS apud IVALA, (2007:27), “Metodologia é explicação minuciosa,
detalhada, rigorosa e exacta de toda acção desenvolvida no método de trabalho de pesquisa “
Basear-se-á na pesquisa qualitativa que permitirá a analise reflexiva sobre os ritos de iniciação que
influenciam nos casamentos prematuros.
A palavra qualitativa implica uma ênfase nas qualidades das entidades e nos processos e
significados que não são experimentalmente examinados ou medidos em termos de quantidade,
densidade ou frequência.
26
Pesquisadores qualitativos enfatizam natureza socialmente construída da realidade, a relação
intima entre o pesquisador e o que é estudado e as restrições situacionais que moldam a
investigação (DENZIN, 2000).
Para melhor abordagem deste estudo também realizar-se-á uma pesquisa bibliográfica, na qual
serão consultados diversos materiais bibliográficos, para a sua sustentabilidade.
3.3.1 Entrevista
A escolha desta técnica deve-se ao tipo de pesquisa (Explicativa) que se utilizou na
pesquisa. Segundo UCM (2006:52), “Entrevista constitui um procedimento usado para colecta de
dados efectuados face a face. É um encontro entre duas ou mais pessoas a fim de obter informações
acerca de certo assunto”.
O uso desta técnica de colecta de dados terá como objectivo, colher opiniões, sentimentos,
situações explicativas de como mitigar a problemática dos casamentos prematuros.
3.3.2 Questionário
É mais uma técnica que se usou na pesquisa, segundo MARCONI e LAKATOS, (1999:100),
“Questionário é um instrumento de colecta de dados, constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito sem presença do entrevistador”. GIL (2002:124)
define questionário como sendo “Uma técnica de investigação composta por um número mais ou
menos elevado de questões apresentadas por escrito a pessoas, tendo por objectivo o conhecimento
de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas.
27
3.3.3 Universo e Amostra da Pesquisa
3.3.3.1 Universo
Segundo IVALA at all. (2007), “Universo ou população é o conjunto de seres animados ou
inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”.
Na presente pesquisa, constituirá como universo deste estudo os anciãos bem como os
adolescentes iniciados de Rapale concretamente no posto administrativo de Mutivaze.
3.3.3.2 Amostra
Tem que ter em conta que nem sempre é possível pesquisar todos os sujeitos do grupo que se
deseja estudar.
28
CAPÍTULO IV
A pesquisa envolveu um total de 60 sujeitos, dentre estes se destacam-se: 4 anciãos que variam
entre os 45 a 60 anos de idade, 3 chefes locais que variam entre os 35 a 50 anos de idade e 54
adolescentes que variam dos 12 a 25 anos de idade, cujo o seu todo, os sujeitos alvos, o nível de
escolaridade varia entre a 1° ao nível superior.
Como residente deste Posto Administrativo, já ouviu falar dos ritos de iniciação?
Aos anciãos: feita esta questão aos 04 anciãos equivalente a 100%, afirmaram da existência de
ritos de iniciação que são submetidos aos adolescentes naquele Posto Administrativo.
Aos chefes locais: a esta questão foi colocada 02 chefes locais, equivalente a 1 00%, em que
confirmam a existência desse ritual.
29
Aos adolescentes indiciados: colocada questão a 47 adolescentes equivalente a 88.9%
confirmaram ter ouvido sobre ritos de iniciação e os restantes 06 equivalentes a 11,1 % nem sabem
dizer o que isto significa.
Das respostas obtidas neste questionário bem como da entrevista, o pesquisador conclui que os
anciãos, os chefes locais bem como os adolescentes indiciados confirmaram a existência dos ritos
de iniciação naquele Posto Administrativo.
“Ritos de iniciação são cerimónias de carácter tradicional, que vigora na sociedade macua, que
visa a passagem de um indivíduo da fase infantil para fase adulta, independentemente da idade
do indivíduo”.
Aos chefes locais: os 02 equivalente a 100%, também foram unânimes com o conceito acima ao
afirmarem que:
“Ritos de iniciação são cerimónias que vigoram na região norte do país, concretamente no Poeto
Administrativo de Mutivaze, com intuito de transformar a vida do homem do pequeno para o
adulto”.
Aos adolescentes iniciados: destes 45 equivalente a 83,3%, mesmo com ideias um pouco
diferenciados, mas afirmaram que:
“Ritos de iniciação são cerimónias que é submetido a toda pessoa que nasce neste Posto
Administrativo com a finalidade de passagem de criança para adulto “.
Contudo, o pesquisador ao fazer esta pergunta procura descobrir se há prática constante dessas
cerimónias ou se ao menos entendem o que isto significa, mas foi possível apurar que os anciãos,
os chefes locais bem como os adolescentes iniciados tem uma noção positiva do tema em análise
porque estas cerimónias são uma realidade no Distrito de Rapale.
Quais são as condições necessárias para que um adolescente seja submetido aos ritos de
iniciação?
30
Aos anciãos: questionados os quatro anciãos correspondente a 100%, afirmaram de forma unânime
o seguinte:
“Para os adolescentes serem submetidos aos ritos de iniciação, somente tem como condição a
idade no caso dos rapazes e nas raparigas após a primeira menstruação”.
Aos chefes locais: os dois chefes locais equivalente a 100%, sem fugir muito da posição dos
anciãos, responderam da seguinte maneira:
“As condições necessárias para submeter os adolescentes aos ritos de iniciação são a idade do
rapaz que é 12 anos, e em algum momento chega a era submetido aos ritos antes da idade acima
estabelecida, e nas mulheres depende do primeiro ciclo menstrual independentemente da idade
delas”.
Aos chefes locais: um dos chefes local correspondente a 50%, afirmou o seguinte:
“Para nossa tradição é de carácter obrigatório que a rapariga logo o primeiro ciclo
menstrual seja submetido aos ritos, em quanto que para os rapazes tem muito a ver
com a disponibilidade dos pais”.
De acordo com a pesquisa acima feita, o pesquisador concluiu que, havendo opiniões pouco
diferentes, mas todos estão na mesma ideia ao afirmar que os adolescentes para serem iniciados
tem sido com maior frequência no período de férias, mas havendo situações em que não se pode
esperar esse período quando há maior numero de raparigas já com ciclo menstrual iniciado.
Aos chefes locais: destes 2 chefes locais, equivalente a 100%, responderam de forma positiva.
“Que já pode, mas que não pode ser de carácter obrigatório, mas sim deve depender da sua
vontade “.
Aos chefes locais: destes 2 chefes locais correspondentes a 100%, disseram o seguinte:
“Podem, alegando que o facto de os jovens serem submetidos aos ritos lhes da o direito de casar
pois são adultos”.
“Que não podem se casar só porque foram aos ritos de iniciação, mas sim porque se sentem
capazes dessa vida conjugal”.
Olhando os ideais de cada sujeito questionado e entrevistado, o pesquisador concluiu que pode
haver certo grupo que já tem noção que a submissão do casamento só porque já foram nos ritos de
iniciação, sem antes estarem preparados seria uma pratica prejudicial para sua vida futura, mas a
maioria foi unânime em afirmar que assim que foram submetidos aos ritos de iniciação já são
adultos e livres de administrar a sua vida conjugal.
Neste caso confirmaram que há adolescentes que após os ritos de iniciação se casam antes
dos 1 8 anos?
Aos anciãos: feita esta questão aos 3 anciãos equivalente a 75%, afirmam de forma unânime da
seguinte maneira:
“Neste distrito, quanto à questão dos adolescentes após a passagem dos ritos de
iniciação é frequente aparecimento de casamentos antes dos 1 8 anos de idade”.
“Nos tempos de hoje que já se diferem dos tempos passados, a situação dos casamentos dos
adolescentes após os ritos de iniciação, tem de depender da educação de cada adolescente que é
influenciado pelos pais”.
Aos chefes locais: esta questão foi colocada a 2 chefes locais, equivalente a 1 00%, em que
afirmaram o seguinte:
“A situação dos casamentos após os ritos de iniciação para a nossa realidade cultural, chega até
a ser de carácter obrigatório, isto é, tem havido em maior numero de casos de adolescentes que
se casam após esse ritual”.
33
Das respostas obtidas no questionário, bem como da entrevista, o pesquisador
concluiu que pese embora haja divergência dos discursos, confirma – se a existência de muitos
casos em que menores de 18 anos casam depois dos ritos de iniciação.
Aos anciãos: feita esta questão aos 2 anciãos equivalente a 50%, disseram da seguinte forma:
“Temos acompanhado na rádio e por algumas pessoas que tem aparecido no distrito a fazer
palestras”.
“Para a nossa realidade, aqui no distrito, temos acompanhado nas palestras da saúde”.
Aos chefes locais: a esta questão foi colocada 2 chefes locais, equivalente a 100%, em que
afirmaram o seguinte:
“Já ouvimos falar com os professores, e algumas pessoas que tem andado nas comunidades”.
Das respostas obtidas neste questionário bem como da entrevista, o pesquisador concluiu que os
anciãos, os chefes locais bem como os adolescentes iniciados confirmaram ter ouvido sobre os
casamentos prematuros.
Alguma vez já assistiu ou fez parte de um casamento de uma adolescente que tenha
abaixo de 18 anos de idade?
Aos anciãos: feita esta questão aos 4 anciãos equivalente a 100%, afirmaram de forma positiva.
Aos chefes locais: a questão foi colocada 2 chefes locais, equivalente a 100%, em que afirmaram
que sim já ouviram.
Após uma profunda discussão, na tentativa de colher, dos sujeitos alvos acima mencionados, se já
fizeram parte ou assistiram casamento de adolescentes antes dos 18 anos, o pesquisador conclui
34
que todos sem excepção de ninguém já presenciaram sobre casamentos dos adolescentes abaixo
dos 18 anos de idade.
Do seu ponto de vista, qual seria o mecanismo adequado a se implementar para que
não haja casamentos prematuros?
Aos anciãos: feita a questão aos 3 anciãos equivalente a 75%, disseram que:
“Será difícil estancar esta situação neste distrito, mas entendo desde já que há
necessidade de se mudar de estratégias na educação dos nossos adolescentes nas
cerimónias dos ritos de iniciação”.
Aos chefes locais: a esta questão foi colocada a 1 chefe local, equivalente a 50%, em que afirmou
o seguinte:
“Eu na qualidade de chefe, pessoa que tem dado maior apoio na educação do adolescente, nas
cerimónias dos ritos de iniciação, as ideias a se implementarem implica, mudar uma parte da
educação submetida a toda pessoa que tem participado”.
“Nada tem a se fazer porque tudo que fizemos é desde a origem dos nossos antepassados “.
Aos adolescentes iniciados: colocada a questão aos 50 adolescentes, equivalente a 92,6% disseram:
“Para nos na qualidade de adolescentes, na fase escolar ou que abandonamos a escola para se
juntarmos com os nossos maridos, como somos aceites apos os ritos de iniciação, há uma
necessidade dos mestres dos ritos, bem como a comunidade em geral, adoptar outras formas de
educação do adolescente, isto é, sem incentivar os casamentos”.
“Deve-se aconselhar os adultos a parar de casar com os adolescentes que não são da sua idade”.
Tendo em conta as respostas colhidas na entrevista bem como no questionário, o pesquisador
concluiu que há necessidade de mudar a forma de educar ou a ter um pouco mais de cuidado com
certas informações que são transmitidas aos adolescentes, como incentivo aos casamentos
prematuros e declara-los na qualidade de adultos.
35
CAPITULO V
A nível sociocultural a problemática dos casamentos prematuros é percebida como uma réplica de
eventos culturalmente aceites e legitimados que estabelecem uma coesão e pertença a um
determinado grupo social.
Sob o ponto de vista político, foram arroladas as estratégias adoptadas, as leis existentes e as
ratificações assinadas por Moçambique com vista a erradicação deste mal. O casamento prematuro
é um dos maiores problemas de desenvolvimento existente no país, todavia, ainda é largamente
ignorado pelos fazedores da justiça e decisores políticos.
O país neste momento necessita de uma estratégia multifacetada, onde a coordenação entre as
famílias, comunidades, o Governo, as organizações internacionais e a sociedade civil em geral vão
ajudar na prevenção e eliminação dos casamentos prematuros. Não podemos com isso nos
esquecer que é preciso urgentemente de uma reforma legal adequada que toma atenção as
mudanças culturais e medidas que visam a fortalecer a educação, a saúde da rapariga e a melhorar
as oportunidades económicas das mesmas.
Neste sentido, de acordo com o que foi acima descrito, pode-se concluir que os objectivos
inicialmente propostos para a realização do trabalho, foram alcançados de forma integral, na
medida em que foi possível trazer o debate sobre a matéria, onde por intermédio da revisão
bibliográfica foi possível fazer um estudo da problemática. Quanto ao teste de hipóteses, os dados
aqui arrolados permitiram validar a hipótese, na medida em que as teorias aqui trazidas permitiram
descrever como alguns costumes tradicionais nocivos podem sobrepor o sistema judicial e legal,
fazendo com que sobre o pretexto de casamento o abuso sexual seja legitimado, ou seja, a nível
das comunidades existe uma interligação entre o abuso sexual e o casamento prematuro.
36
5.2 Constatações
Os casamentos prematuros constituem uma situação ilegal e de irregularidade, isto porque é
composto por pelo menos um individuo menor de idade, sendo que o seu elo de ligação é o
objectivo de constituir família. A tomar em consideração que esta união é constituída por um
individuo com idade inferior de 18 anos, a união constitui uma violação de direitos humanos e
sexuais e pode ser configurado um abuso sexual.
O combate e a prevenção de casamentos prematuros vêm para dar resposta a uma problemática de
carácter social e económica, como a luta contra discriminação baseada no género, pobreza no seio
das mulheres e a violência doméstica. Para a erradicação deste mal o Governo moçambicano na
sua agenda de desenvolvimento aderiu a várias convenções que tem como um dos objectivos a
preservação dos direitos da criança, o combate aos casamentos prematuros e o respeito a igualdade
dos direitos humanos. Contudo, a erradicação dos casamentos prematuros, a busca pela igualdade
de género, o respeito e a preservação dos direitos da criança ainda constituem um desafio no dia-
a- dia de muitos moçambicanos, com especial enfoque as regiões rurais.
O casamento prematuro é resultado de acordos familiares, com bases socioculturais que conferem
uma legitimidade e violam alguns princípios fundamentais dos direitos da criança, aliado a não
existência de uma lei específica sobre os casamentos prematuros, contribuindo dessa forma para o
aparecimento de casos de casamentos prematuros.
Para dizer que existe uma grande necessidade de reforço e implementação de regras mais rígidas
ao quadro político- legal existente, por forma a permitir a protecção da rapariga contra todas as
formas de violação estejam assentes na nova lei, a qualificação do casamento prematuro como
crime buscando desencorajar a prática, a estipulação de medidas de apoio as vítimas de casamentos
prematuros, conjugação dos diversos sectores em prol de mudanças socioculturais e a adopção de
um quadro jurídico alinhado com as normas internacionais e regionais de prevenção contra o
casamento prematuro.
37
5.3 Recomendações
38
CAPÍTULO VI
6 Referencias bibliográficas
[1] ARAÚJO, Aneide Oliveira; OLIVEIRA, Marcelle Colares. Tipos de pesquisa. Trabalho de
conclusão da disciplina Metodologia de Pesquisa Aplicada. São Paulo, 1997.
[3] Artur, M. J. (2010). O casamento prematuro como violação dos direitos humanos. Um
exemplo que vêm da Gorongosa. Outras Vozes.
Bassaino V. & Lima C. A. (2018). Casamentos prematuros em Moçambique: causas e
consequências do abandono Escolar. Universidade Federal do Mota Grosso.
[4] BELLO, José Luiz de Paiva. Metodologia Científica: manual para elaboração de textos
académicos, monografias, dissertações e teses. s/ed. Rio de Janeiro. 2005.
[6] GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008.
[7] Huda, S. (2007). Relatório da Relatora Especial sobre tráfico de pessoas, em particular
mulheres e crianças no Conselho de Direitos Humanos, Doc. ONU.
[8] IVALA, Zacarias Adelino et tal. Orientação para elaboração de projectos e monografias
científicas.1ª ed. Nampula. 2007.
[9] LAKATOS. Eva Maria e tal. Metodologia de Trabalho Científico. Editora Atlas. São
Paulo. 1992.
39
6.1 Legislações recomendadas
✓ Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, ratificada pela Resolução nº 9/88 de
25 de Agosto.
✓ Carta Africana dos Direitos e do Bem- Estar da Criança, ratificada pela Resolução n.º 20/98
de 26 de Maio;
✓ Lei da Promoção e Protecção dos Direitos da Criança, aprovada pela Lei n.º 7/2008 de 9
de Julho;
✓ Lei da Organização Tutelar de Menores, aprovada pela Lei n.º 8/2008 de 15 de Julho
(Assembleia da República);
40
6.2 Glossário
41
Apêndices
42
INSTUTUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANA
Agradeço profundamente a todos os anciãos, iniciados bem como aos chefes locais abrangidos
neste questionário, a sua colaboração no que tange as questões abaixo mencionada. Adverte –se
também que a vossa colaboração no respeitante a resposta somente servira de base para a
elaboração do trabalho do fim do curso.
Questionário
R:________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_______________________.
3. Quais as condições necessárias para que um adolescente seja submetido aos ritos de
iniciação?
R:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
R:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
R:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
10. Do seu ponto de vista, qual seria o mecanismo adequado a se implementar para que não
haja casamentos prematuros?
R:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
NB: agradeço profundamente a vossa colaboração, comprometo – se que das respostas obtidas
neste questionário, somente servirão de ajuda para elaboração do trabalho de fim do curso em
DIREITO.
44
Anexos
45
Figura 1: ilustra adolescentes no final dos ritos de iniciação.
46
Figura 2: ilustra um casal de adolescentes.
47