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Versículo Chave: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Gálatas 5:22
O pano de fundo dos ensinos desse capítulo é a intensa luta entre a carne e o Espírito. O Espírito
abomina os desejos da carne, e a carne, por sua vez, rejeita as coisas em que o Espírito nos conduz.
Assim, o fruto do Espírito é o bem que nos faz vencer o mal. É o resultado natural de uma nova
vida, uma vida regenerada, uma vida que reflete o novo nascimento, a vida no Espírito.
Também é importante não confundir o fruto do Espírito com os dons especiais que o Espírito Santo
concede a algumas pessoas e que devem ser utilizados a serviço da Igreja de Cristo. O fruto do
Espírito é um conjunto de capacitações que todos os redimidos recebem.
Muitas especulações já foram feitas na tentativa de explicar o porquê disto. A melhor de todas elas
defende que isso acontece porque, diferentemente das obras da carne, o fruto do Espírito é uma
unidade. Isso significa que todas as capacitações pertencem a um único fruto.
Não somos nós que produzimos esse fruto, mas o Espírito Santo que o produz em nós. Ele assim o
faz de um modo em que uma virtude está diretamente ligada a outra. Por tanto, essas virtudes são
indivisíveis e juntas formam “o fruto”. Pense em cada virtude como sendo gomos de um mesmo
fruto.
Também facilita o nosso entendimento quando conseguimos entender que o amor é à base de
todas as outras virtudes citadas. Se não houver amor, é impossível que se tenha verdadeira alegria,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Podemos dizer
que o fruto do Espírito é o amor seguido necessariamente pelas outras oito preciosas virtudes
citadas.
Essa não foi a única vez em que o apóstolo utilizou uma metáfora relacionada à produção agrícola
para se referir a conduta esperada dos verdadeiros cristãos (Romanos 6:22; Efésios 5:9; Filipenses
1:11). Encontramos também em outras passagens bíblicas o mesmo princípio. Um exemplo disto é a
pregação de João Batista que enfatizava que o arrependimento verdadeiro produz fruto visível de
mudança de comportamento (Mateus 3:8; Lucas 3:8).
Amor
O amor é a base para todas as outras virtudes (cf. 1 Coríntios 13; Efésios 5:2; Colossenses
3:14). No mesmo capítulo 5 de Gálatas, Paulo já havia enfatizado a importância e necessidade
do amor na vida dos verdadeiros cristãos (Gálatas 5:6,13).
Paulo não foi o único a enfatizar a prioridade do amor na vida dos santos. O apóstolo João escreveu
que “aquele que não ama não conhece a Deus” (1 João 4:8; cf. 3:14; 4:19). O apóstolo Pedro
também ressaltou esse princípio em sua primeira epístola (1 Pedro 4:8). Claro que tudo isto reflete o
ensino do próprio Jesus, onde Ele pessoalmente ensinou que seus discípulos seriam conhecidos
pelo amor demonstrado (João 13:34,35).
Alegria
A alegria é uma consequência direta do amor. Essa não é uma alegria superficial, nem mesmo
significa a ausência de aflições e dificuldades. Essa alegria é aquela que o apóstolo Pedro
escreveu dizendo que é “inefável e gloriosa” (1 Pedro 1:8).
Essa alegria também é a mesma que o apóstolo Paulo sentia ao dizer: “entristecidos, mas sempre
alegres” (2 Coríntios 6:10). A alegria produzida pelo Espírito Santo em nós, faz com que nos
alegremos mesmo diante da dor, pois somos capazes de compreender que todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28).
Paz
No livro de Salmos aprendemos que aquele que ama a Lei de Deus possui grande paz (Salmos
119:165; cf. 29:11; 37:11; 85:8). Resultante do amor, essa paz é a marca de um coração sereno. ela é
uma tranquilidade experimentada verdadeiramente apenas por aqueles que são justificados
mediante a fé (Romanos 5:1).
Quando alcançamos essa paz, inevitavelmente desejamos compartilhá-la, para que
outros também a tenham (Mateus 5:9). Pela cruz de Cristo é que hoje temos a genuína
paz.
Longanimidade
A longanimidade é a paciência característica de quem foi regenerado, que nos preserva das
típicas explosões de ira tão comuns nas obras da carne (Gálatas 5:20). A paciência como fruto
do Espírito Santo é fundamentada na confiança de que Deus cumprirá suas promessas. Essa
certeza não nos deixa cair em desespero (2 Timóteo 4:2,8; Hebreus 6:12).
Benignidade
Sabemos que nosso Deus manifesta a benignidade (Romanos 2:4; 11:22; cf. Salmos 136:1). No
ministério do Senhor Jesus narrado nos Evangelhos, podemos claramente perceber tamanha
benignidade demonstrada por Ele para com os pecadores (Marcos 10:13-16; Lucas 7:11-17,36-50;
8:40-56; 13:10-17; 18:15-17; 23:24; João 8:1-11; 19:25-27).
Diretamente resultante do amor, somos aconselhados a demonstrar benignidade. Isso significa que
não devemos causar dor a ninguém (Mateus 5:43-48; Lucas 6:27-38).
Bondade
A bondade pode ser traduzida como a generosidade presente no coração e expressa nas ações
daqueles que são guiados pelo Espírito. É a excelência moral e espiritual produzida pelo Espírito
Santo em nós que nos capacita a zelar pela verdade e pelo que é correto. Essa bondade no leva a
rejeitar tudo o que é mal e perverso.
Fidelidade
A fidelidade em algumas traduções aparece traduzida como “fé”. Essa também é uma tradução
correta do termo grego utilizado. Porém, devido à clara relação com a bondade e a benignidade
citadas anteriormente, a tradução que mais se encaixa ao contexto é “fidelidade” ou “lealdade”.
Analisando a própria Epístola aos Gálatas, podemos perceber que faltava lealdade a muitos
membros daquela comunidade cristã, não só para com Paulo (Gálatas 4:16), mas para com o
próprio Evangelho (Gálatas 1:6-9; 3:1; 5:7). Assim, fidelidade como fruto do Espírito não apenas se
resume à lealdade para com os homens, mas principalmente para com Deus e à sua vontade.
Mansidão
A Mansidão é o oposto da agressividade, da raiva, da violência. Sermos gentis uns para com os
outros revela o fruto do Espírito em nós, e nos faz ser imitador do nosso Senhor (Mateus 11:29; 2
Coríntios 10:1).
Domínio próprio
O fruto do Espírito pode ser visto na relação que alguém tem consigo mesmo. O domínio próprio
também pode ser traduzido como “temperança”. No sentido original, o termo grego descreve a
capacidade de uma pessoa conter-se a si mesma. Exercendo o domínio próprio, submetemos todas
as nossas vontades à obediência a Cristo.
Como servos do Senhor, a primeira coisa que deve ser notado em nosso modo de viver é o fruto do
Espírito. Se olharmos para nossa própria vida e não enxergarmos o fruto do Espírito nela, então
pode ser que nossas raízes não estejam no Calvário.