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Aula 11/07/2021 Isabella e Leonardo

Versículo Chave: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Gálatas 5:22

O Fruto do Espírito Santo


O fruto do Espírito é uma seleção de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles
que foram feitos novas criaturas. Esse fruto resulta em uma conduta de vida integra e de
acordo com a vontade de Deus. O fruto do Espírito Santo é descrito pelo apóstolo Paulo em
Gálatas 5:22,23.

O que é o fruto do Espírito?


Antes de falarmos sobre o fruto do Espírito, precisamos saber que nos versículos anteriores (Gálatas
5:19-21) o apóstolo Paulo falou sobre os perigos das obras da carne. Essas obras são uma seleção de
práticas pecaminosas decorrentes da natureza decaída do homem.
O fruto do Espírito é mencionado dentro de um capítulo onde Paulo faz uma exposição acerca da
liberdade que há em Cristo. Ele fornece uma contraposição com as restrições impostas pelo
legalismo que estava sendo pregado na comunidade cristã da Galácia. Além disso, o apóstolo
enfatizou que o julgo da Lei não é capaz de fazer com que alguém viva de acordo com a vontade de
Deus, mas que somente através do Espírito Santo o homem é capacitado a viver uma vida que
agrada ao Senhor.

O pano de fundo dos ensinos desse capítulo é a intensa luta entre a carne e o Espírito. O Espírito
abomina os desejos da carne, e a carne, por sua vez, rejeita as coisas em que o Espírito nos conduz.
Assim, o fruto do Espírito é o bem que nos faz vencer o mal. É o resultado natural de uma nova
vida, uma vida regenerada, uma vida que reflete o novo nascimento, a vida no Espírito.
Também é importante não confundir o fruto do Espírito com os dons especiais que o Espírito Santo
concede a algumas pessoas e que devem ser utilizados a serviço da Igreja de Cristo. O fruto do
Espírito é um conjunto de capacitações que todos os redimidos recebem.

Por que “fruto do Espírito” e não “frutos do Espírito”?


É interessante notar que quando o apóstolo fala dessas capacitações ele utiliza o singular, “fruto do
Espírito”, ao invés do plural, “frutos do espírito”. Já quando ele escreve sobre as práticas
pecaminosas, ele utiliza o plural, “as obras da carne”.

Muitas especulações já foram feitas na tentativa de explicar o porquê disto. A melhor de todas elas
defende que isso acontece porque, diferentemente das obras da carne, o fruto do Espírito é uma
unidade. Isso significa que todas as capacitações pertencem a um único fruto.

Não somos nós que produzimos esse fruto, mas o Espírito Santo que o produz em nós. Ele assim o
faz de um modo em que uma virtude está diretamente ligada a outra. Por tanto, essas virtudes são
indivisíveis e juntas formam “o fruto”. Pense em cada virtude como sendo gomos de um mesmo
fruto.

Também facilita o nosso entendimento quando conseguimos entender que o amor é à base de
todas as outras virtudes citadas. Se não houver amor, é impossível que se tenha verdadeira alegria,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Podemos dizer
que o fruto do Espírito é o amor seguido necessariamente pelas outras oito preciosas virtudes
citadas.
Essa não foi a única vez em que o apóstolo utilizou uma metáfora relacionada à produção agrícola
para se referir a conduta esperada dos verdadeiros cristãos (Romanos 6:22; Efésios 5:9; Filipenses
1:11). Encontramos também em outras passagens bíblicas o mesmo princípio. Um exemplo disto é a
pregação de João Batista que enfatizava que o arrependimento verdadeiro produz fruto visível de
mudança de comportamento (Mateus 3:8; Lucas 3:8).

A descrição do fruto do Espírito


Como já dissemos, imediatamente após descrever as obras da carne, o apóstolo Paulo descreveu o
fruto do Espírito. O apóstolo apresentou a seguinte relação representativa como sendo o fruto do
Espírito:

Amor
O amor é a base para todas as outras virtudes (cf. 1 Coríntios 13; Efésios 5:2; Colossenses
3:14). No mesmo capítulo 5 de Gálatas, Paulo já havia enfatizado a importância e necessidade
do amor na vida dos verdadeiros cristãos (Gálatas 5:6,13).
Paulo não foi o único a enfatizar a prioridade do amor na vida dos santos. O apóstolo João escreveu
que “aquele que não ama não conhece a Deus” (1 João 4:8; cf. 3:14; 4:19). O apóstolo Pedro
também ressaltou esse princípio em sua primeira epístola (1 Pedro 4:8). Claro que tudo isto reflete o
ensino do próprio Jesus, onde Ele pessoalmente ensinou que seus discípulos seriam conhecidos
pelo amor demonstrado (João 13:34,35).

Alegria
A alegria é uma consequência direta do amor. Essa não é uma alegria superficial, nem mesmo
significa a ausência de aflições e dificuldades. Essa alegria é aquela que o apóstolo Pedro
escreveu dizendo que é “inefável e gloriosa” (1 Pedro 1:8).
Essa alegria também é a mesma que o apóstolo Paulo sentia ao dizer: “entristecidos, mas sempre
alegres” (2 Coríntios 6:10). A alegria produzida pelo Espírito Santo em nós, faz com que nos
alegremos mesmo diante da dor, pois somos capazes de compreender que todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28).

Paz
No livro de Salmos aprendemos que aquele que ama a Lei de Deus possui grande paz (Salmos
119:165; cf. 29:11; 37:11; 85:8). Resultante do amor, essa paz é a marca de um coração sereno. ela é
uma tranquilidade experimentada verdadeiramente apenas por aqueles que são justificados
mediante a fé (Romanos 5:1).
Quando alcançamos essa paz, inevitavelmente desejamos compartilhá-la, para que
outros também a tenham (Mateus 5:9). Pela cruz de Cristo é que hoje temos a genuína
paz.

Longanimidade
A longanimidade é a paciência característica de quem foi regenerado, que nos preserva das
típicas explosões de ira tão comuns nas obras da carne (Gálatas 5:20). A paciência como fruto
do Espírito Santo é fundamentada na confiança de que Deus cumprirá suas promessas. Essa
certeza não nos deixa cair em desespero (2 Timóteo 4:2,8; Hebreus 6:12).

Benignidade
Sabemos que nosso Deus manifesta a benignidade (Romanos 2:4; 11:22; cf. Salmos 136:1). No
ministério do Senhor Jesus narrado nos Evangelhos, podemos claramente perceber tamanha
benignidade demonstrada por Ele para com os pecadores (Marcos 10:13-16; Lucas 7:11-17,36-50;
8:40-56; 13:10-17; 18:15-17; 23:24; João 8:1-11; 19:25-27).
Diretamente resultante do amor, somos aconselhados a demonstrar benignidade. Isso significa que
não devemos causar dor a ninguém (Mateus 5:43-48; Lucas 6:27-38).

Bondade
A bondade pode ser traduzida como a generosidade presente no coração e expressa nas ações
daqueles que são guiados pelo Espírito. É a excelência moral e espiritual produzida pelo Espírito
Santo em nós que nos capacita a zelar pela verdade e pelo que é correto. Essa bondade no leva a
rejeitar tudo o que é mal e perverso.

Fidelidade
A fidelidade em algumas traduções aparece traduzida como “fé”. Essa também é uma tradução
correta do termo grego utilizado. Porém, devido à clara relação com a bondade e a benignidade
citadas anteriormente, a tradução que mais se encaixa ao contexto é “fidelidade” ou “lealdade”.
Analisando a própria Epístola aos Gálatas, podemos perceber que faltava lealdade a muitos
membros daquela comunidade cristã, não só para com Paulo (Gálatas 4:16), mas para com o
próprio Evangelho (Gálatas 1:6-9; 3:1; 5:7). Assim, fidelidade como fruto do Espírito não apenas se
resume à lealdade para com os homens, mas principalmente para com Deus e à sua vontade.

Mansidão
A Mansidão é o oposto da agressividade, da raiva, da violência. Sermos gentis uns para com os
outros revela o fruto do Espírito em nós, e nos faz ser imitador do nosso Senhor (Mateus 11:29; 2
Coríntios 10:1).

Domínio próprio
O fruto do Espírito pode ser visto na relação que alguém tem consigo mesmo. O domínio próprio
também pode ser traduzido como “temperança”. No sentido original, o termo grego descreve a
capacidade de uma pessoa conter-se a si mesma. Exercendo o domínio próprio, submetemos todas
as nossas vontades à obediência a Cristo.

A importância do fruto do Espírito


É evidente o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito. Diante da depravação da
natureza humana, sabemos que seria impossível ao homem exercer tais virtudes. É por isso que o
Espírito Santo é quem nos capacita a exercê-las. Portanto, demonstrar o fruto do Espírito em nossas
vidas não é uma questão de auto-justiça ou mérito próprio, mas de submissão à direção e domínio
do Espírito Santo.
Em sua exposição sobre o fruto do Espírito, Paulo continua dizendo que “contra tais coisas não
existe Lei” (Gálatas 5:23). Com isto ele quer dizer que não há qualquer restrição a esse modo de
vida santo caracterizado pelo fruto do Espírito Santo. Além disso, é vivendo assim que desfrutamos
da verdadeira liberdade em Cristo.
Paulo também deixou claro que a única maneira de vivermos o fruto do Espírito em nossas vidas é
através da nossa união com Cristo. Essa união reflete nossa completa dependência d’Ele. Nós não
somos capazes de exibir por nossa própria força, essas virtudes que fundamentam o caráter cristão.
Assim, o apóstolo nos ensina que “os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas
paixões e concupiscências” (Gálatas 5:24). Jesus levou consigo na cruz a nossa natureza carnal.
Portanto, nossa carne e os desejos provenientes dela que nos escravizavam, foram crucificados com
Cristo. O golpe fatal já foi dado! Deus já providenciou tudo o que precisamos para vivermos em
novidade de vida de uma forma que o agrada.

O fruto do Espírito na vida cristã


No entanto, cabe a nós agora vivermos na prática o que somos em princípio. Se nossa carne foi
crucificada com Cristo, então agora vivemos no Espírito. Se o Espírito é a fonte de nossas vidas, se é
Ele quem nos capacita a vivermos em retidão, então devemos entregar completamente nossos
passos a Ele. Por isso o apóstolo escreve: “se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo
Espírito” (Gálatas 5:25).
Se somos verdadeiramente seguidores de Cristo, necessariamente devemos viver de uma maneira
compatível à nossa fé. A vida cristã deve ser completamente dependente do poder que o Espírito
Santo nos concede de mortificar as paixões e desejos carnais, revelando em nossa conduta os
efeitos da cruz de Cristo.

Como servos do Senhor, a primeira coisa que deve ser notado em nosso modo de viver é o fruto do
Espírito. Se olharmos para nossa própria vida e não enxergarmos o fruto do Espírito nela, então
pode ser que nossas raízes não estejam no Calvário.

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