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ECONOMIA DE FICHAS

PARA MELHORAR O COMPORTAMENTO DA


CRIANÇA/ADOLESCENTE

O QUE VOCÊ PRECISA SABER

A economia de fichas é uma técnica para modificação de comportamentos


inadequados. Através dela podemos modular esses comportamentos, utilizando
estratégias de reforço, para inserir uma nova forma de se comportar,
melhorando tanto a vida do paciente quanto da família e das pessoas que lidam
com ele.

Mas antes de aplica-la, precisamos entender algumas coisas que vão basear
essa estratégia e que fará muita diferença para que você aprenda a manejar
os comportamentos.

Quando falamos neles, temos três conceitos muito importantes para observar:

Antecedentes: estímulos que vem antes do comportamento


e que influenciam a forma como ele vai se manifestar;

Comportamentos: são as ações em si;

Consequências: o que acontece depois do comportamento,


e pode aumentar ou diminuir sua frequência.
P e n s e n o s e g u i n t e e x e m p l o : É f in a l d e s e m a n a e a c r ia n ç a
l i g a o v í d e o g a m e p a r a j o g a r n o s e u t e m p o liv r e . D e r e p e n t e ,
o p a i o u a m ã e s i n a l i z a m q u e e le n ã o p o d e j o g a r p o r q u e
chegará a visita de uma tia.

Antecedentes: frustração de não poder jogar no horário


que era combinado

Comportamentos: ficar emburrado e não querer falar com


a tia

Consequências: colocar a criança de castigo; força-la a


falar com a tia; chamar a atenção
ECONOMIA DE FICHAS
PARA MELHORAR O COMPORTAMENTO DA
CRIANÇA/ADOLESCENTE

O QUE VOCÊ PRECISA SABER

A PARTIR DISTO:

Vemos que muitos comportamentos se repetem porque são


REFORÇADOS. Por isso, precisamos entender como esses
reforços acontecem, para administrar de forma correta, com
o objetivo de reduzir os comportamentos negativos e
aumentar os positivos.
Reforço Positivo: quando inserimos algo agradável ou
prazeroso, logo após o comportamento. Isso fará com que
a criança/adolescente associe o comportamento a algo
positivo, trazendo a repetição. Exemplo: incluir o tempo
livre na televisão/celular após a realização das tarefas
da escola; agradecer ou elogiar após um bom
comportamento.

Reforço Negativo: quando retiramos algo que é


aversivo/desagradável para o paciente. Exemplo: retirar a
criança de perto de outra criança que está implicando
com ela, fazendo-a se irritar.

Sobre a punição, também é um conceito que

usaremos bastante (e não tem relação com a ideia

de punição do senso comum, que associa ao bater

ou castigar). O seu objetivo sempre será diminuir a

probabilidade, intensidade e frequência do

comportamento.
ECONOMIA DE FICHAS
PARA MELHORAR O COMPORTAMENTO DA
CRIANÇA/ADOLESCENTE

O QUE VOCÊ PRECISA SABER

PODEMOS TER A PUNIÇÃO


POSITIVA E A NEGATIVA:

Punição positiva: é quando você insere um estímulo


aversivo/ não desejado pelo paciente. Exemplo: dizer à
criança que ela irá arrumar a cama do irmão como forma
de pedir desculpas porque foi grosseiro com ele.

Punição negativa: é quando você remove um estímulo


reforçador, quase sempre agradável. Exemplo: avisar a
criança que vai guardar aquele brinquedo que ela está
usando porque ele jogou no chão quando foi solicitado
que não jogasse.

E temos também a extinção, que é a ausência do

reforço. Quando houver um comportamento que não

pode e não se deseja ser reforçado, o ato de “não

oferecer atenção” a ele pode provocar a extinção.

Exemplo: a criança está irritada porque quer algo

que não pode, e começa a gritar e brigar. O adulto

deve informa-la que aquele comportamento não é

adequado, e que conversarão novamente quando ela

se acalmar. Ao não “dar mais atenção” a reação da

criança, o comportamento tende a diminuir e se

extinguir.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Os reforços precisam ser aplicados imediatamente após o


comportamento. Não há eficácia, principalmente com
crianças pequenas, se for aplicado em outro momento
porque a associação enfraquece.

Também não é eficaz se o reforço for oferecido antes do


comportamento alvo, porque o paciente pode não cumprir
o comportamento e assim o reforço não faz efeito. Mesmo
que, nesse caso, o reforço seja retirado ou aplicado uma
punição, pode haver frustração, raiva ou incompreensão,
que gerará novos problemas a serem resolvidos.

A punição também deve ser aplicada imediatamente, de


forma objetiva, sem castigos longos, por exemplo, porque
o tempo prolongado pode interferir na associação ao
comportamento.

Ao aplicar a punição, o adulto também precisa estar


ciente que ela não pode desrespeitar, ofender, nem ferir
a imagem da criança. Ela deve ser realizada de forma
tranquila e estratégica, não com raiva. Se estiver com
raiva, se acalme antes de disciplinar a criança.

Para termos êxito em manter o comportamento adequado


é necessário repetição e constância. É ineficaz apenas
punir os comportamentos inadequados, e não oferecer
reforços positivos quando essa criança ou adolescente
apresentar o comportamento alvo.

Disciplinar corretamente a criança/adolescente

não é fácil, porque antes precisamos nos disciplinar

a compreender que os adultos detém mais

equilíbrio, cognitivo e emocional, que a criança, e

nos despir de conceitos que já formados. Buscar

formas adequadas, funcionais e respeitosas de

educar suas crianças é um ato de amor.

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