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2013
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FLUMINENSE – campus Campos - Centro
Abstract
the drum of machadinha ,its people and uins are part of historyand the challenge of this
study to reflect on the drum's lyrics,the jongo sung and dancedby inhabitants of old
senzalas (placewhere slaves lived )og farm hatched. at any given time , the roots ,history
and cultural influences of the afrodescent community of machadinha show
reminiscenncesof jongo's performance and those memories tracks are core of this
research our main goal . Our target is toindentify moments ,spaces,ruptures
,permanences and characts whichenableus to understand the meaning and resistance
mechanism ivolved in the relationship between this "quilombo" community and the
political,economical, and cultural in which it is inserted.
1
Ponto de jongo é a forma mencionada da letra cantada, os jongueiros da Machadinha costumam dizer
“puxar o ponto” ou “tirar o ponto”.
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Me tornei quilombola.
Conseguiu se libertar,
Da chibatada do senhor.
(...)
88:"além de étnicos devem ser políticos orientados e ativos -essa necessidade relaciona-
se com a questão fundiária ". Para tanto, no eixo desde processo engendrado acumulam-
se :contemplação à diferença e reconhecimento dos direitos étnicos em debate no país
desde 1960, em corroboração à crítica do mito da democracia racial no Brasil.
tempos com foco no intercurso das políticas públicas, observando a composição das
letras, tendo os jongueiros como personagens sociais, assim como o processo de
cissiparidade que permuta o tempo histórico, a memória sociocultural e ambiente.
Os momentos históricos que delineiam esse percurso social podem ser assim
destacados :
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Então, nos anos de 2007 e 2008, foi realizada a obra de restauração das antigas
senzalas (totalizaram-se 47 unidades habitacionais) com adaptações (quarto, banheiro,
cozinha) aprovados pelo INEPAC (Instituto Estatual do Patrimônio Cultural). Objetivo
foi garantir melhor condição de vida aos moradores sem prejuízo ao patrimônio o físico
original, sendo removido apenas aquele irrecuperável como o madeiramento atacado
por cupins. O complexo cultural Fazenda Machadinha, inaugurada no dia 4 de julho de
2008, compreende: quatro conjuntos d senzalas; uma capela; um armazém; uma casa de
artes; ruínas da casa grande / escoramento e o ruamento (trecho de chão batido, terreiro
coletivo), palco do cotidiano da vida simples há tempos citados por moradores como
delineador social, ou seja, neste espaço, os bem-nascidos não brincavam não
compartilhavam suas experiências. Na casa de Artes, o projeto Raízes do Sabor
contempla a culinária exótica das senzalas que combina farinha de mandioca, peixe seco
e carne -seca na preparação de pratos como: mulato-velho, sopa de leite e capitão de
feijão.
mantenedores do tambor dos anos de decadência, muitas das vozes calaram -se pelo
avançar dos anos e imposição da morte. Suas experiências, no entanto, são preservadas
e ilustradas em registros e ponto de jongo, como é o caso da relação entre o tambor e a
D. Guilhermina, a cheiro. " Cheiro incentivou a dança em dupla aos casais no centro da
roda, porque antes não era assim”. (Dalma).
(CAVALCANTI ,1991,P.133)
As partes que compõem o enredo do jongo da Machadinha revelam, até certo ponto, a
memória desluzida do quilombo. Os séculos de indiferença de indiferença sociocultural,
impactada sobre as manifestações da comunidade, provocaram desfalecimento de dados
ultrapassa os provocam esfacelamento de dados históricos. Nesse sentido, o patrimônio
imaterial, que se molda, se promove e se mantem; ultrapassa os propósitos políticos e as
amarras econômicos, livremente sobrevive na intensão dos jovens, refugiado na saudosa
memória dos velhos.
A História que estudamos na escola quase sempre não aborda o passado recente e
pode parecer aos olhos do aluno uma sucessão unilinear de lutas de classes ou de
tomadas de poder diferentes forças, afastando, como de menor importância, os aspectos
do quotidiano, os micro comportamentos e as manifestações culturais das minorias,
fundamentais para a psicologia social. A memória oral é um instrumento preciso se
desejamos constituir a crônica do dia a dia. Bossi (1994) questiona esta construção e
responde, alertando para o fato que tal tipo de memória corre risco de cair numa
"ideologização “da história do quotidiano, como se esta fosse o avesso oculto da história
política hegemônica.
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(...)a própria autora afirma que não se trata de uma obra sobre a
velhice , nem sobre a memória (...) é isso que o livro de Eclea
Bosi faz, da voz aos marginalizados pela idade , convida-os a
exporem suas lembranças mais antigas e , com elas, recupera
um tempo e um modo de viver que , de outra forma , estariam
para sempre.(2003)
construída. Notícias sobre sacas frenéticas e utilização de utensílios (como porretes) nos
levam a crer que muito da pratica morreu com os jongueiros dos tempos idos.
Buscamos rastros de memória no que diz respeito à história, no tracejar das letras de
jongo da Machadinha. Vemos que “a memória coletiva pode ser definida tanto como um
instrumento , quanto como um objeto do poder , na medida em que controlar o passado
consiste em uma das preocupações daqueles que detiveram ou detém o poder nas
sociedades históricas" , conforme anotação de Francineide Santos Palmeira que segue a
definição de memória coletiva elaborada por Roberto Correa dos Santos (1999) o qual,
por sua vez , afirma : Todas (as sociedades ), no entanto unem-se pelo fio comum de um
mesmo trabalho , o do embate com a morte”. A causa do envolvimento dos velhos, as
letras codificadas, a iniciação do jongo mirim, ambos (os velhos e os jovens) se
entrelaçam na magnitude do tempo para resistir ás manipulações que, segundo Le Goff
(1996), tem, no silêncio e no esquecimento da história, seus mecanismos mais
poderosos.
Bosi (1994) anota que "(...) dimensão da aculturação que, sem os velhos, a
educação dos adultos não alcança plenamente :o reviver do que se perdeu, de histórias,
tradições, o reviver dos que já partiram (...)". Percebemos então, a importância da
participação dos velhos na iniciação dos jongueiros, lembrando que as sociedades
ágrafas em África encontraram nos griôs o recurso necessário para manutenção da
memória, tendo a oralidade permitindo a passagem da história entre gerações. A
memória coletiva da antiguidade grega transmitiram fatos históricos, conhecimentos,
personagens, valores e lembranças. É recorrente portanto, a busca das sociedades por
práticas essenciais de transição e resgate da memória. Nesse contexto afirmamos que as
letras de jongo apresentam uma composição de ecos da Machadinha.
As almas se levemantam
A memória do cativeiro é retratada em:" Ai mamãe eu tenho pena /ou mamãe eu tenho
dó/de vê o galo preto apanha do carijó" ou " Vovó não quer casca de coco no terreiro/
pra não lembrar o tempo do cativeiro ".
Eu vim de longe
Comigo veio muita gente
Hoje moro em Machadinha
Porque sou remanescente.
No tempo da escravidão
Imagina o desespero
Daquele povo chegando
Em um grande Navio negreiro.
O meu sapato
Eu comprei no Guriri
Achei tanta novidade que ele não está aqui.
("Sapato")
Toalha de renda
Eu tenho uma toalha de rendada de bico
Pega laranja no chão tico-tico.
("Toalha de renda")
(...)
Quando saí da Machadinha
Tudo era diferente
Quem mandava era o coronel
Hoje quem manda é o prefeito
Senhor Armando Carneiro
(...)
Considerações finais:
Referências
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2006.
em 02 jun 11.
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