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Sobre o barroco:

JAY, Martin. Regimes escópicos da modernidade


https://www.revistas.usp.br/ars/article/view/169121/160643
BUCI-GLUCKSMANN, Christine. The baroque reason
http://library.lol/main/258FC6557CC9514FBB15BC6F2513109A
BUCI-GLUCKSMANN, Christine. The madness of vision
http://library.lol/main/3A7671BDC37F9CA81BBC13FF4C9DA3B0

Como eu falei na reunião o Martin Jay, partindo de uma leitura da Christine


Buci-Glucksmann, tem uma teoria bem interessante sobre as formas de visualidade na
modernidade, contraponto o racionalismo intrínseco ao perspectivismo linear ao que ele
chama de “loucura da imagem” no regime barroco. Como o próprio Pedro disse, essa relação
não é nova, o Wollflin também a faz, mas gosto de como o Jay e a Buci-Glucksmann tratam
da questão da loucura no barroco, uma forma de visão que escapa às formas delimitadas de
racionalidade, pode ser algo interessante de se trabalhar considerando que sua pesquisa lida
com esse confronto entre o pathos e o logos. O Jay também trabalha bastante com as
metáforas de espelho na teoria da arte, pode te apresentar umas referências bacanas.

Mulvey e Sirk:

MULVEY, Laura. What price hollywood? In: ___. Fetishism and curiosity
http://library.lol/main/322FC505AB2D40E2954F7BD1C1CF31D4
MULVEY, Laura. Delaying cinema. In: ___. Death 24x per second
http://library.lol/main/DF0FD4AD92FE8451023BC5FFDADA0E5F

Novamente são os dois textos que mencionei na reunião anterior. O primeiro texto é uma
análise mais adensada da Mulvey sobre as relações entre o código cinematográfico e o
melodrama (que ela própria assume que modificou a teoria dela após um estudo mais
aprofundado), indico em particular o segundo ensaio do livro (Social hieroglyphics), que é
uma análise de Sublime obsessão e Imitação da vida. O segundo texto é outra análise do
Imitação, essa adere a uma posição mais ambivalente em relação ao objeto que eu acho
interessante.
Melodrama e mise-en-scène

GIBBS, John. Melodrama and mise-en-scène. In: Mise-en-scène: film style and interpretation
http://library.lol/main/7D0893E3E94D3837E255DF214136A26C

Descobri esse texto recentemente pesquisando para escrever meu projeto de monografia, ele
não é tão bom como “teoria bruta” mas faz um bom apanhado das relações entre melodrama e
mise-en-scène traçadas pela teoria do cinema e pela crítica ao longo da história, ou seja, é
bom para fazer um mapeamento de outras análises similares. O texto também é seguido por
um estudo de caso sobre a mise-en-scène do Imitação da vida

Sobre o modo melodramático

WILLIAMS, Linda. Melodrama revisited. In: BROWNE, Nick (org.) Refiguring american
film genres
https://documents.pub/document/melodrama-revisited-williams.html

Como você está trabalhando a noção de modo eu achei que esse ensaio poderia ser um ótimo
companheiro para o texto do Brooks, defende não apenas o melodrama como modo mas
também a centralidade do modo melodramático na produção hollywoodiana. Acho que seria
bom para desenvolver melhor esse conceito.

Sobre o sublime e a tragédia

LONGINO. Do sublime
https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/38162/1/Do%20Sublime.pdf
HUGO, Victor. Do grotesco e do sublime
http://www.usp.br/cje/depaula/wp-content/uploads/2017/03/Do-Grotesco-e-do-Sublime_Victo
r-Hugo-1.pdf
SCHILLER, Friedrich. Do sublime ao trágico (recomendo a edição da Autêntica, você pode
acessar o e-book pela base Acervus da Unicamp)

O Longino eu já comentei na reunião, ele trabalha muito com o embate entre pathos e logos e
é uma excelente companhia à Poética de Aristóteles, em especial ao estudo dele sobre o
trágico. Indico também o Victor Hugo pela relação que ele traça entre o sagrado e o sublime,
que para ele são contíguos, toda teoria do sublime dele tem um fundo cristão. Como você
também estava com questões envolvendo a tragédia indico o Schiller porque ele faz essa
ponte entre o sublime e o trágico de forma bem interessante. A edição da editora Autêntica
desse livro do Schiller conta com um ótimo ensaio do Pedro Sussekind sobre a história do
conceito de sublime dos gregos até a filosofia pós-estruturalista, ele traça a linha de forma
bem clara, recomendo muito.

Algumas reflexões sobre o sagrado

AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo?


versão original: https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/12576
versão expandida:
http://libgen.lc/item/index.php?md5=29E5AD6B506E4C21188A4BBFAC0194E3
HAROCHE, Claudine. Análise crítica dos fundamentos da forma sujeito In: ___. Fazer dizer,
querer dizer
https://docero.com.br/doc/x0vc1n5

Essas duas indicações podem estar bem deslocadas mas achei por bem falar delas porque
talvez sejam úteis. O Agamben pensa o dispositivo como algo que eleva as coisas ao sagrado
para além do âmbito dos humanos, mas também explica como pode-se questionar a posição
do sagrado através da profanação. O texto da Haroche, por sua vez, trata da passagem da
forma-sujeito religioso, que se configura como sujeito pela subordinação ao discurso
religioso, para a forma-sujeito jurídico, que, com o advento da modernidade, gera o
assujeitamento pela submissão do indivíduo ao poder da lei; acho o texto interessante para
pensar a questão da perda do poder de unidade do sagrado e busca por significado moderno
que você indica no projeto.

Sobre a disjunção

GAUDREAULT, André. JOST, François. O espaço da narrativa cinematográfica. In: ___. A


narrativa cinematográfica
http://libgen.gs/ads.php?md5=0f1b532359fdb0a7b53e72376d0d33e8
Na secção 4.4 desse livro os autores pensam intensamente sobre o conceito de disjunção na
organização espacial do filme através da montagem, é o estudo mais aprofundado sobre o
termo que encontrei nos meus fichamentos.

XAVIER, Ismail. O anjo nasceu e Matou a família e foi ao cinema: alegoria e agonia. In:
___. Alegorias do subdesenvolvimento
http://library.lol/main/04A84AB90D234B0D31F274FF65C11C9F
STAM, Robert. On the margins: brazilian avant-garde cinema. In ___. JOHNSON, Randall
(org.) Brazilian cinema
http://libgen.is/book/index.php?md5=343C9AD6B7F027A719DF5DD1861CDFDE

Nesses dois textos os autores usam bastante o conceito de disjunção para analisar a obra do
Julio Bressane, esse termo tem papel fundamental nas análises do Ismail de cinema marginal,
ele indica que o principal procedimento do cinema de Bressane é o da disjunção. Sei que os
textos estão num escopo muito diferente da sua pesquisa mas acho que é legal para ter uma
ideia de como outros autores aplicam esse conceito que é chave para sua pesquisa e precisaria
ser aplicado com mais cuidado.

FREUD, Sigmund. O eu e o super eu (ideal do eu). In: ___. O eu e o id, "autobiografia" e


outros textos (1923-1925) [Obras completas, v. 16]
http://library.lol/main/C70FEE42A86E8DB95FC1A17EE5E120F8

Indo para outro campo o Freud trabalha bastante esse conceito ao elaborar a segunda tópica
do aparelho psíquico, para falar sobre a disjunção dos sentidos.

Também aproveitei para procurar o termo nos meus fichamentos antigos. Dei uma olhada no
de Introdução à teoria do cinema do Robert Stam para ver se achava alguma teoria falando da
disjunção e encontrei as seguintes referências:
● p. 57 (sobre a disjunção da diegesis eisensteiniana)
● p. 164 (citando o ensaio Cinéma/Ideologia/Critique de Commoli e Narboni, sobre
disjunções em filmes aparentemente transparentes, estou utilizando esse mesmo ensaio
na escrita do meu projeto sobre transparência e opacidade, é bem interessante)
● p. 171 (citando Peter Wollen sobre a disjunção som/imagem no cinema moderno como
forma de estranhamento brechtiano)
● p. 206 (citando Marie-Claire Ropars sobre o potencial disjuntivo intrínseco à
montagem cinematográfica)
● p. 315 (citando a teoria de Arjun Appadurai sobre a disjunção na cultura global)

O Jacques Aumont faz um pequeno comentário sobre o conceito de disjunção ao discutir


sobre as funções sintáticas da montagem no livro A estética do cinema (especificamente na
página 67). No Dicionário crítico e teórico de cinema ele e o Michel Marie também
mobilizam esse conceito rapidamente no verbete sobre montagem (p. 195-197).
Aparentemente o Aumont não menciona esse conceito em seu estudo sobre a mise-en-scène
em O cinema e a encenação.

N’O discurso cinematográfico notei que Ismail Xavier se refere à disjunção em dois casos: ao
analisar a imagem-arquétipo obra da Maya Deren (p. 115) e ao analisar a montagem
eisensteiniana (p. 130-131). Também me lembro do Deleuze utilizando o termo para
descrever a relação entre imagem e som no cinema dos Staub-Huillet na conferência O ato de
criação. Como um todo noto uma tendência a aplicar o conceito às teorias da montagem na
verdade, pode ser interessante pensar nisso.

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