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Danilo Faizibaioffi, Andrés Eduardo Aguirre Antúnezii & Leonardo Gonzalez iii
Resumo: Este artigo visa ilustrar, ainda que no diálogo com outros autores, a fecundidade da
produção fenomenológica e psicopatológica de Eugène Minkowski para a compreensão e terapêutica
da clínica no enquadre do AT. Para o tal, consideraram-se as experiências clínicas radicais de
convivência diária que o referido autor, por meses, empreendia com pacientes psiquiátricos, bem como
foram expostos os fenômenos essenciais que descreveu a partir de seu estudo fenomenológico sobre o
aspecto temporal da vida, dentro ou fora da patologia, a saber: o ímpeto (élan) vital de Bergson, o
contato vital com a realidade, a duração vivida e a duração racional, o binômio espera-esperança e o
diagnóstico por compenetração. Apresentamos, no diálogo com tais noções, um recorte de caso clínico
atendido no enquadre do AT, cuja problemática manifesta é o uso abusivo e dependência de
substâncias psicoativas.
Abstract: This article aims to illustrate, although in dialogue with other authors, the fecundity of the
Eugène Minkowski`s phenomenological and psychopathological production for the understanding and
therapeutics in the AT clinical field. Seeking this, we considered the author`s radical daily living
clinical experiences, who lived for months with psychiatric patients, as well we exposed the essential
phenomena he described trough his phenomenological study of the temporal aspect of life, within or
outside the pathology, which are: the Bergon`s vital (élan) impetuous, the vital contact with reality, the
lived duration and rational duration, the binomial waiting-hope and the interpenetration diagnostic. We
show, in dialogue with such notions, a clipping clinical case treated in the AT seeting, whose manifest
problematic is the abuse and dependence of psychoactive substances.
Resúmen: Este artículo pretende ilustrar, aunque en diálogo con otros autores, la fecundidad de la
producción fenomenológica y psicopatológica de Eugène Minkowski para la comprensión y la
terapéutica del encuadre clínico del AT. Para ello, se consideraran las radicales experiencias clínicas
diarias que el autor, durante meses, emprendió con pacientes psiquiátricos, así como fueran expuestos
los fenómenos essenciales que describió a través de su estudio fenomenológico respecto el aspecto
temporal de la vida, dentro y fuera de la patología, a saber: el impulso (élan) vitale de Bergson, el
contacto vital con la realidad, la duración vivida y la duración racional, el binomio espera-esperanza y
el diagnóstico por compenetración. Expusimos, en diálogo con estas nociones, un recorte de caso
clínico tratado en el encuadre del AT, cuya la problema se manifiesta es el abuso y dependencia a las
sustancias psicoactivas.
Introdução
essência mesma, qual seja, constituir-se como prática polifônica (Sacadura, 2013).
Barretto (2012) destaca 3 âmbitos através dos quais se manifesta a polifonia do AT:
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Mental, tais quais a Saúde Geral, a Educação e o Judiciário; a formação dos ats, que
Fenomenologia para o AT, tais quais Edith Stein (Possani, 2012), Michel Henry
(Antúnez & Martins, 2013) e Eugène Minkowski (Antúnez, Barretto, & Safra, 2011).
2012), sendo ambos estes filósofos, segundo Ales Bello (2013, p.10), os mais
importantes expoentes do século XX, pois "se deram conta e procuraram frear a
ambiente cotidiano do paciente, em moldes formais muito próximos aos quais, cerca
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de 40 anos depois, fundar-se-ia a clínica do AT em nosso continente. Para ele, a
reside na esfera do tempo e espaço vividos pelos sujeitos, sendo esta a base sobre a
idiossincráticos dos pacientes, talvez não nos seja difícil dar-se conta de que "em todo
Ele é, ante tudo e antes de tudo, "essa 'massa fluida', esse oceano em movimento,
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Em relação ao AT, prática inalienável do contexto urbano pós-moderno em
Segundo Costa & Medeiros (2009), tal configuração de coisas, que implica a não
clínico.
descrito por Bergson. O ímpeto "cria diante de nós o futuro e é isso o que ele faz"
(p.39), implicando que, primitivamente, nunca seja "um ímpeto que parta de... senão
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imprevisível, em cuja marcha afirmamos nossa personalidade frente ao devir
Sem o ímpeto vital, sem essas "asas poderosas" que nos levam "sempre
adiante, até mais além da própria morte" (p.44), naufragaríamos no caos do devir,
afogados por suas "ondas poderosas, porém cinzas e caóticas" (p.40). Estando toda
criar-se diante de nós este futuro, não nos resulta difícil compreender por que
Minkowski (1973/33) concebe que, "no fundo, não há mais que um único fenômeno,
si, pois, enquanto nos concentramos em nossa obra pessoal, "o devir se estende cheio
às quais renuncio por "estar absorvido por meu ímpeto pessoal" (p.62). Quem de nós,
feito certa escolha de carreira e nela focalizado todo o nosso empenho? O quanto
movimento fusional, ainda que temporário, ao ambiente que nos cerca e no qual
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estamos inseridos inescapavelmente. E é justamente daí que nosso ímpeto recupera
Tal fenômeno é descrito nos termos do contato vital com a realidade, que
Tal fusão com as raízes profundas do devir nos libera da tensão inerente à
nossa atividade no mundo, tensão esta atrelada ao ímpeto vital, mais especificamente
com a realidade, por esta faculdade sublime de sermos visitados e penetrados pelo
devir mesmo, ao mesmo tempo em que nos deixamos, sem oferecer resistências,
constituem uma "oposição natural" (Minkowski, 1973, p.63), ainda que o primeiro
seja mais originário e, por isso mesmo, estabeleça com o segundo uma relação de
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contemplativa, pois desejamos não somente existir, mas, sobretudo afirmar nossa
do ímpeto vital, ao qual o contato vital com a realidade segue subordinado. Ao passo
um futuro que não conhece limites" (p.25), ainda que se possam experimentar tais
evento catastrófico esteja reservado ao sujeito sem que nada possa ser feito a respeito
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que todos os homens ao seu redor eram seus perseguidores, e que tramavam
introduzir-lhe no ventre toda sorte de lixo e sujeiras que vinham acumulando há anos,
justamente para tal fim; ademais, não lhe restavam dúvidas de que seria exposto em
paciente adicto a drogas de abuso atendido por mim no enquadre do AT. Foi possível
observar que, embora de forma menos brutal do que na esquizofrenia, também pôde
manter-se em empregos que lhe provêm altos salários, ainda que entre umas e outras
recaídas mais ou menos graves. A eficiência e rapidez de seu pensamento salta aos
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Não é à toa, então, que sua fantasia de cura corresponda à compreensão
estranhamento quando sustento, frente a este seu discurso, que não será pela via do
intelecto que ela resolverá ou mesmo, como pontua Safra (2004), dará andamento às
não se cansam de se lhe apresentar, coerentes com uma biografia marcada pelo
fundantes. Já muito cedo, em sua história, produziram-se fraturas éticas ali mesmo
onde não deveria haver mais que experiências mínimas que sustentassem a
continuidade de sua constituição como Pessoa no mundo dos homens (Safra, 2009).
relata sentir-se real apenas quando do mergulho na "vida bandida" (sic), isto é, num
padrão de abuso e orgias sexuais de tamanha intensidade que atualiza e comunica sua
de que, nela, "as forças vitais parecem esgotadas; chegaram a ser presa dos fatores
racionais", de forma que "infiltraram-se nos mais profundos recantos de seu ser e
reduziram-nos ao nada".
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Ademais, como aponta Messas (2006), a respeito da vivência temporal na
comprometida no começo do trabalho de AT, cerca de dois anos atrás. Fez-se preciso
um árduo trabalho para que uma mínima vinculação com o at fosse estabelecida,
sendo que trazê-la para o âmbito da relação interpessoal elegeu-se como o pilar
tornou difícil até minha própria respiração, liguei-lhe para comunicar o atraso.
palhaçada é esta?", "que tipo de profissional é você?". Tentei-lhe explicar que não
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havia saído de casa uma hora e meia antes do horário combinado, como sempre o
fizera, mas que havia ocorrido algo excepcional neste dia, frente a que não havia o
que ser feito. Ela continuou me bombardeando com sentenças agressivas até dizer-me
a seguinte: "Eu tenho meus problemas, você tem os seus. Isso agora é um problema
seu! Acha um atalho, se vira, não quero nem saber!!!". Neste momento, pude-lhe
responder: "Raíssa, isto é um problema nosso!". Depois desta intervenção, ela cessou
fogo. Creio que pôde perceber, um pouco, o quanto eu também estava angustiado e
cumprimentei-a e disse-lhe que compreendia o quanto era difícil para ela suportar a
minha ausência.
Duração Vivida
que penetram no fluxo vivente do tempo, durando enquanto fluem e fluindo enquanto
Neste sentido, pode ser compreendida uma das falas mais paradigmáticas de
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após suas altas institucionais: "minha vida resumiu-se a seis, sete, oito meses de
abstinência. Não aguento mais isso, não vejo sentido algum nisso, nasci pra morrer
aos 30, não aos 70". A abstinência, aqui, é vivida nos moldes da duração puramente
decorrências desta vivência temporal empobrecida dá-se conta ela própria, quando diz
que não mais suporta viver reduzida a um ∆t mais ou menos longo. Isso foi entendido
por mim como um bom sinal prognóstico, que harmoniza com sua possibilidade, cada
vez maior, de suportar, mediante o rosto do at devotado, o vazio que se lhe apresenta
revelavam importantes fraturas a serem cuidadas muito antes que pudesse vir a
testemunhasse, meses depois, uma fala inédita , que a ressituava em relação ao tempo
justaposição dos vários meses acumulados -, mostram que Raíssa começava a encarar
a abstinência sob uma outra ótica, qual seja, a da duração vivida. Revelou-se que o
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dizia que nascera para morrer aos 30 e não aos 70, minha vivência espontânea do
Espera e esperança
sempre ansiógena, uma vez que não vivemos sequer o presente na espera, senão este
sujeito e que lhe é possibilitado pelo ímpeto vital, na espera sentimos o doloroso
impacto da ação direta do ambiente sobre nós, de forma que carrega, em si, um fator
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Já a esperança, como a espera, também revela um futuro que vem em nossa
direção, porém "um futuro mais afastado, mais amplo, cheio de promessas" (p.95),
que nos libera da espera ansiosa ao mesmo tempo em que rompe com o futuro
abre ante nós um futuro amplo, fenômeno que nos permite sermos visitados pela
experiência do sublime.
que um futuro menos imediato poderiam trazer perdem espaço para certezas mórbidas
vida em lhe surpreender e mostrar-se de forma que valha a pena ser vivida. O
recaída de proporções nunca antes imaginadas" (sic). Referia não suportar mais sua
vida abstêmia, na qual nada era sentido como real e tudo era oco;
"quando da vida bandida, pelo menos, existia a incerteza de estar viva no dia
seguinte" (sic). Acolhendo-a, disse que, por paradoxal que pudesse ser, este vazio que
se lhe apresentava era de fato o mais real e existente possível em sua história e que, se
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pudesse seguir suportando estas vivências, contando para isso com a minha ajuda,
continuaríamos como que adubando o solo da vida para que dele algo novo pudesse
brotar. Após um longo silêncio elaborativo, ela acalmou-se e, recuperando seu humor
agressivo, disse-me com certa ironia para eu ficar tranquilo, pois não estava disposta
senão que o nosso foco de trabalho era sua evolução como Pessoa (Safra, 2009).
sem qualquer aviso prévio. Quando saía do prédio da empresa e preparava-se para
chamar um táxi, "brotei" em sua frente, com um sorriso largo e acolhedor: "Oi,
Raíssa!". Ela, um tanto assustada, perguntou-me o que eu estava fazendo ali. Disse-
lhe: "surpresa! vim te buscar". Acho que foi a primeira vez em que a vi sorrir sem
lançar mão de anedotas violentas e irônicas: "ai, não precisava (risos)", comentou
qual ela me disse que havia se sentido um pouco melhor depois de nosso encontro no
dia anterior mas que, de fato, jamais imaginou que eu pudesse aparecer lá de surpresa.
Mais uma vez, pontuei-lhe com firmeza: "Raíssa, nunca subestime a capacidade da
Vida em te surpreender!".
surpreendendo: duas semanas depois, contou-me que encontrara uma antiga amiga da
faculdade em sua rua, e que haviam sentado para tomar um café, durante o qual
desenrolou-se uma conversa que lhe trouxera boas recordações de uma parte
ambivalentes, essas têm lhe começado a ser toleradas mais recentemente. Há algum
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tempo, fomos a uma peça de teatro frente à qual ela referiu não ter muitas
demonstrou-me extrema agonia e fissura. Perguntei-lhe se queria sair da sala, mas ela
questionar-se sobre "que vida é esta que estou levando, em que só trabalho, trabalho,
trabalho, não bebo, não cheiro, não faço nada, no máximo vejo um filme ou uma
peça", ao mesmo tempo em que "eu quero muito voltar pra vida bandida, sonho com
isso todos os dias, mas não dá mais, eu sei que não dá, sempre tem o dia seguinte...".
Vibrando em uníssono com sua agonia, disse-lhe: "Raíssa, creio que você está me
descrever melhor que ninguém. Será que, então, não existe um lugar intermediário,
que vislumbrar a extrema angústia que lhe intimava ser elaborada . No caminho de
volta para sua casa, sustentei minha intervenção, dizendo-lhe que não só ela, mas
todos os homens estamos submetidos a tal situação ontológica, que tão bem descreve
Safra (2004):
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Ao deixá-la em casa, um pouco mais calma, arrisquei uma brincadeira.
Considerações finais
Ademais, sua fixação estrutural ao agora pôde ser ligeiramente ampliada: por
que lhe descortinou um futuro mais longínquo do que aquele permitido apenas pela
encarar suas fraturas psíquicas e existenciais sem lançar mão de mecanismos auto-
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Tais mudanças foram viabilizadas, a meu ver, pelo trabalho de AT baseado na
devotado da alteridade do paciente. Minkowski (2000), a nosso ver, tocou neste ponto
em sua totalidade como tal e que a percebe, em um só ato, por sentimento, em tudo o
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Professor Livre-Docente do Departamento de Psicologia Clínica da USP e coordenador do
Laboratório PROSOPON. Email: antunez@usp.br
iv Apesar de seu objetivo manifesto ser menos terapêutico do que científico - Minkowski
procurava compreender a essência da enfermidade mental mais do que desenvolver
dispositivos clínicos para intervir frente às suas manifestações mórbidas -, ele se dá conta que
sua mera companhia servia de alguma ajuda ao paciente (Minkowski, 1973/1933). Desta
observação, podemos que o termo Acompanhamento Terapêutico é redundante, pois o
acompanhar já é terapêutico em seu sentido originário (Cf. Barretto, 1998).
v Segundo Barthélémy (2012), o método que Minkowski acaba por delinear - chamado de
Fenômeno-Estrutural - também é extensível à compreensão das subjetividades não
patológicas, e não somente da estrutura da personalidade dos supostos portadores de alguma
afecção mental. O próprio questionamento científico de Minkowski (1973/1933) vai mudando
ao longo desta descoberta: de como penetrar na essência do fenômeno psicopatológico sob a
égide do tempo vivido, passar a questionar-se sobre como compreender os sutis mecanismos
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da personalidade humana em geral e, finalmente, propõe-se investigar a essência mesma dos
fenômenos originários de que se compõe a vida.
viÉ interessante a observação do autor de que o futuro, sob determinado ponto de vista, é
mais estável que o presente, sempre fugaz, e que o passado, do qual nos afastamos
progressivamente. Desta forma, concebe passado, presente e futuro como fenômenos
estruturalmente diferentes, tornando o raciocínio lógico de sobrepô-los em uma linha reta e
bidimensional mais afastado de nossa experiência subjetiva do que um exame pouco atento
poderia sugerir.
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Embora também se possa falar da perda do contato vital com a realidade, em maior ou
menor grau, em todas as manifestações psicopatológicas
ix A este respeito, por exemplo, Cf. Nassif, S.L.S. & Bertolucci, P.H.F. (2003). Aspectos
neuropsicológicos na dependência química: cocaína. Um estudo comparativo entre usuários e
controles. In J.T. Rosa & S.L.S. Nassif. Cérebro, inteligência e vínculo emocional na
dependência de drogas (pp.83-105). São Paulo: Veto.
x Esta é uma outra expressão paradigmática de Raíssa: ela demanda por algo que "a destrua",
querendo dizer, com isso, que busca por experiências que a toquem e a emocionem
profundamente. A este respeito, aproximam-se os modelos antropológicos de Minkowski
(1970/1923) e Safra (2006), no que toca à relevância da compreensão do idioma pessoal do
paciente.
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