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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

Nome: Marthina Naffin Ritter


Matrícula: 1769239
Curso: Direito
Disciplina: Direito Internacional Privado
Professora: Luciane Klein Vieira

Fichamento por extrato de citações do texto:


“Codificação das normas de DIPr1”

“A codificação internacional do direito internacional privado teve grande impulso no


final do século XIX com as Conferências da Haia (que só se tornou uma organização
internacional em 1951). Em seguida, no campo da uniformização do direito privado,
tivemos o estabelecimento do UNIDROIT e, em 1968, a criação da UNCITRAL, já no
contexto de agências especializadas das Nações Unidas”. (fl. 61).

“A Conferência Permanente de Direito Internacional Privado, sediada na Haia, é uma


instituição dedicada exclusivamente ao estudo e desenvolvimento da codificação
uniforme do DIPr”. (fl. 63).

“As disposições da Convenção da Haia sobre Cooperação Internacional e Proteção


de Crianças e Adolescentes em Matéria de Adoção Internacional, de 1993, também
mostram a nova direção (...)”. (fl. 65).

“(...) Monica Zapater mostra como característica da Convenção sua


desconflitualização, ou seja, o abandono de normas conflituais clássicas em prol de
normas materiais e normas abertas (flexíveis) que permitem resolver os casos
concretos levando em conta considerações concretas, sejam elas de ordem jurídica
ou extrajurídicas”. (fl. 65).

1
ARAÚJO, Nádia de. Direito Internacional Privado: teoria e prática brasileira. 7 ed. ver. atual. e
ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2018.
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“É possível dividir as convenções já celebradas em três grupos, de acordo com seu


principal objetivo: o primeiro, composto pelas convenções que cuidam da proteção e
cooperação, em especial na área de direito de família (...); o segundo, composto por
aquelas dedicadas às questões de caráter processual (...) e o terceiro, com as
convenções que tratam da lei aplicável e que ao longo dos anos tiveram um sucesso
mais modesto (...).” (fls. 66-67).

“O Brasil tem feito um grande esforço de inserção nos trabalhos da Conferência e de


adoção de seus documentos mais importantes. Da análise dos 39 tratados e da soft
law (os Princípios sobre a Lei Aplicável aos Contratos Internacionais) desenvolvidos
no âmbito da Conferência, pode-se dizer que o Brasil já adotou os instrumentos de
maior relevância e aceitação internacional.” (fls. 67-68).

“Berço da teoria do conflito de leis, com os estatutários italianos, e depois com a tese
savigniana, incorporada nas grandes codificações, a Europa encontra-se mais uma
vez na liderança do movimento precursor de uma nova era no DIPr.” (fl. 68).

“Esse desenvolvimento fez surgir novos tipos de regras de DIPr. As materiais, as


narrativas e as de aplicação imediata. Não houve um abandono do método conflitual
tradicional, mas um maior ecletismo para se ober a solução do problema, tornando
o pluralismo de métodos uma das características do DIPr atual”. (fl. 68).

“Fraçois Rigaux refletiu sobre o papel e lugar do DIPr na União Europeia, concluindo
que, longe de ser eliminado pela nova ordem jurídica comunitária, o DIPr se instalou
em diversas instâncias e está presente em todas as fontes do Direito Comunitário
como convenções, diretivas e, atualmente, com mais intensidade, regulamentos”. (fl.
69).

“As modificações do DIPr nas Américas aparecem de três maneiras: nas ocorridas
pela atividade internacional promovida pela OEA, através do labor das CIDIPs; em
iniciativas do Mercosul com repercussão no DIPr; e na reforma da legislação interna
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de DIPr em alguns países.” (fl. 72).

“No plano regional, o movimento pela harmonização do DIPr teve enorme acolhida
na América Latina, desde meados do século XIX, numa tentativa de uniformizar toda
a matéria através de grandes codificações.” (fl. 72).

“Uma das vantagens das atividades das Conferências Especializadas é a


aproximação dos dois sistemas jurídicos do continente, a common law com o sistema
de Direito Civil. Promove-se a uniformização de ambos com a ratificação das
convenções. O método utilizado nas convenções pode ser chamado de misto, pois
conta com normas não só conflituais, como também substantivas, promovendo a
uniformização de algumas normas de direito material dos países latino-americanos.
Outras características das convenções originadas das CIDIPs são a sua concepção
universal, a permissão para reservas apenas de caráter especial e a inserção de
clásulas de interpretação para a sua futura aplicação pelos juízes nacionais.” (fl. 77).

“Da análise das Convenções Interamericanas surgem vários exemplos do novo


formato de codificação: normas de DIPr materiais; normas flexíveis; normas
alternativas e normas narrativas, demonstrando que o desiderato regulamentador
das CIDIPs pode auxiliar os países envolvidos no avanço das modernas tendências
do DIPr”. (fl. 80).

“As normas narrativas existentes nas convenções citadas são um importante avanço
na codificação interamericana. Para Erik Jayme, seu valor reside na influência que
exercem sobre a decisão em questões conflituais ainda não solucionadas pelo direito
autônomo.” (fl. 82).

“(...) o processo codificador da OEA se ressente de um acompanhamento efetivo de


sua aplicação nos diversos Estados-membros, a exemplo do que ocorre com a
Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, com seu intenso trabalho pós-
convencional.” (fl. 83).
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“Há três maneiras distintas de solucionar controvérsias no Mercosul, todas elas


acessíveis de forma simultânea aos interessados: a via institucional, quando o litígio
é entre os Estados, através da arbitragem regulada pelo Protocolo de Olivos; a via
judicial, quando está em questão a utilização e interpretação de uma norma do
Mercosul já incorporada, quando os interesses são privados, e, a via arbitral, quando
os interesses privados são resolvidos pela arbitragem comercial.” (fl. 84).

“À exceção do Protocolo de Las Leñas, que conta com alguma jurisprudência no STF
e posteriormente no STJ, não temos notícia da utilização diuturna dos demais
Protocolos pelos tribunais brasileiros. Esse protocolo simplifica o sistema de
cooperação jurídica internacional entre os países membros, ao permitir que decisões
estrangeiras sejam enviadas diretamente ao país para cumprimento por meio de
cartas rogatórias (o que ocorre somente após o exequator pelo STJ).” (fl. 85).

“O Acordo de Arbitragem Comercial Internacioal do Mercosul – Decião CMC 3/98


(assim como o equivalente entre Mercosul, Chile e Bolívia – Decisão 4/98) foi
aprovado em 1998. Trata-se de uma verdadeira convenção internacional de
arbitragem, que, de maneira detalhada, estabelece regras e princípios para as
arbitragens processadas em seu âmbito.” (fl. 87).

“Esta é a tendência moderna: uniformizar as normas de conflitos de lei para promover


a certeza jurídica necessária ao bom andamento dos negócios no comércio
internacional. A autonomia da vontade nos contratos internacionais tem sido
considerada, nas palavras de Ole Lando, um princípio geral do direito, reconhecido
pelos países civilizados, mostrando-se portanto, o alinhamento do Merconsul às
modernas tendências em vigor no resto do mundo acerca dos contratos
internacionais.” (fl. 88).

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