Você está na página 1de 241

SÍNDROME PRÉ MENSTRUAL

A síndrome pré-menstrual (SPM), ou, como é muito conhecida, tensão pré-menstrual


(TPM), é caracterizada por um conjunto de sintomas físicos, emocionais e
comportamentais, que se iniciam na semana anterior à menstruação e que aliviam com
o início do fluxo menstrual
SILVA, A. C. J. S. R. et al. Tensão Pré-Menstrual: Critérios para
diagnóstico. FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia). 2018

O ciclo menstrual mensal representa um dos muitos ritmos fisiológicos essenciais


para a vida. Existem o ritmo dos hormônios sexuais que impulsionam o ciclo
menstrual e outros que regulam o crescimento e o metabolismo. Esses ritmos
também interagem entre si por meio da sincronização das atividades celulares com o
ambiente externo, por meio de mecanismos de feedback que promovem a
estabilidade dinâmica, como a interação entre os ritmos circadianos, o sono e o ciclo
menstrual.
DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic
patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p.
14568, 2018.

A VIDA É FEITA DE Somente


CICLOS em
mulheres
que ovulam
O CICLO MENSTRUAL DURA EM MÉDIA 28 DIAS E É DIVIDO EM TRÊS FASES:

Fase folicular: começa com o término do período menstrual, com os níveis de estrogênio
aumentado. Dura de 10 a 15 dias.

 Mais disposição;
 Melhora do humor;
 Menor estresse.

Ovulatória: pico do hormônio FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e LH (Hormônio


Luteinizante). Dura de 1 a 3 dias.
 Mais libido.

Lútea: nível de estrogênio sobe, termina com o início do sangramento menstrual e o


pico de progesterona. Dura em média 14 dias. Pode ser dividida em duas fases:

• Lútea inicial: uma semana antes da menstruação;


- Sem muitos sintomas da TPM

• Lútea tardia: segunda semana da fase lútea, com o maior nível de sintomas de
TPM.
Ciclo menstrual e os níveis hormonais:

Níveis hormonais de acordo com a fase do ciclo menstrual. Alterações nas concentrações dos
hormônios sexuais femininos (progesterona, hormônio luteinizante, hormônio folículo-
estimulante, estradiol) que caracterizam as 5 fases (ciclo menstrual, folicular, periovulatório,
lútea e pré-menstrual) do ciclo menstrual. Alterações na concentração de hormônio
estimulante folicular sobrepostas.

34 mulheres saudáveis Avaliação de 397 metabólitos e


micronutrientes testados no
plasma e urina
A VARIAÇÃO DOS METABÓLITOS DURANTE A FASE DO CICLO MENSTRUAL:
Este mapa de calor com gradientes de cor indica a ritmicidade ao longo do ciclo
menstrual. Onde quanto mais baixas as concentrações dos componentes mais
avermelhado estará

208 metabólicos foram significativamente alterados (<p 0,5)


O TRATAMENTO DA SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL É
INDIVIDUALIZADO!
DEVE-SE APLICAR A CONDUTA DE ACORDO COM OS
SINTOMAS APRESENTADOS PELO PACIENTE

Até 90% das mulheres experimentam alguma forma de TPM ao longo dos seus
anos reprodutivos. Essa etiologia não é clara ainda, mas um dos fatores que
pode estar relacionado é a baixa concentração de vitamina B, vitamina D, cálcio
e magnésio, visto que são vitaminas essenciais para a síntese de
neurotransmissores e para garantir um equilíbrio hormonal.

Magnésio: essencial para a síntese dopaminérgica do cérebro.


Vitamina B: está envolvida em várias etapas do metabolismo da serotonina,
incluindo na conversão do aminoácido triptofano em serotonina e na geração
das substâncias ativas necessárias para o metabolismo da serotonina.
Cálcio e vitamina D: Uma pesquisa observou que a deficiência de cálcio durante
a fase lútea entre mulheres com TPM era secundária à perturbação dos
hormônios reguladores de cálcio que acompanham o aumento das
concentrações de hormônios esteroides ovarianos e deficiência de vitamina D.
Outro estudo mostrou que mulheres que tinham um alto consumo de vitamina
D e cálcio tinham menor risco de desenvolver a TPM
A incidência de TPM é baixa entre mulheres que se alimentam com dietas
ricas em vitaminas e minerais.
KAEWRUDEE, Srinaree et al. Vitamin or mineral supplements
for premenstrual syndrome. Cochrane Database of
Systematic Reviews, n. 1, 2018.
A TPM também pode agravar os sintomas da depressão. Por isso, na fase lútea pode-se
utilizar substâncias que ativam a produção de serotonina ou que favorecem a inibição
da recaptação de serotonina na fenda sináptica.

O DIU não impede a ovulação, mas como não ocorre a menstruação na maioria
delas, as mulheres tendem a não sabem que tem TPM, porém os sintomas existem.
Por isso, deve-se sugerir que o paciente utilize diários emocionais para saber os dias
em que ela sente os sintomas de TPM.

Ex. de aplicativo para baixar:


CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO
Diagnóstico da TPM
1º A presença de pelo menos um dentre vários sintomas afetivos (depressão, explosões
de raiva, irritabilidade, ansiedade, confusão, isolamento social) e pelo menos um
sintoma somático (sensibilidade nos seios, inchaço abdominal, dor de cabeça, inchaço
extremidades) durante os cinco dias anteriores à menstruação em cada um dos três
ciclos menstruais anteriores;
2º A regressão espontânea desses sintomas em até quatro dias após o início da
menstruação.

(American College of Obstetricians and Gynecologists. Guidelines for


Women’s Health Care: A Resource Manual. 4th ed. Washington, DC:
American College of Obstetricians and Gynecologists; 2014:607-613.)

Atualmente, há um total de 150


sintomas conhecidos de SPM que
podem ser variáveis e inconstantes.

Diagnóstico da TDPM
Existe também, além da TPM, uma síndrome conhecida como TDPM (Transtorno
Disfórico Pré-Menstrual). A TDPM é um subtipo de TPM, porém de uma forma mais
grave, a prevalência do TDPM é de 3% a 8% e os sintomas estão relacionados ao
humor, PODENDO CAUSAR IMPACTO NA VIDA PROFISSIONAL, SOCIAL E FAMILIAR.
Os critérios utilizados para diagnosticar o TDPM são aqueles estabelecidos pelo Manual
de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM IV). Deve ser
feito por um Médico Psiquiatra. Devem estar presentes cinco ou mais sintomas na
maioria dos ciclos menstruais durante a última semana da fase lútea, sendo que estes
começam a diminuir após o início da fase folicular. Dentre os cinco ou mais sintomas
relatados, deve estar presente pelo menos um dos quatro primeiros listados a seguir:

 Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos


autodepreciativos;
 Acentuada ansiedade, tensão, sentimento de estar com “nervos à flor da pele”;
 Instabilidade afetiva acentuada;
 Raiva ou irritabilidade persistente e acentuada ou conflitos interpessoais
aumentados;
 Diminuição do interesse pelas atividades habituais;
 Sentimento subjetivo de dificuldade em concentrar-se;
 Letargia, fadiga fácil ou acentuada, falta de energia;
 Acentuada alteração do apetite, excessos alimentares ou avidez por
determinados alimentos;
 Hipersônia ou insônia;
 Sentimento subjetivo de descontrole emocional;
 Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, cefaléia, dor
articular ou muscular, sensação de “inchaço geral” e ganho de peso.

SILVA, A. C. J. S. R. et al. Tensão Pré-Menstrual: Critérios para


diagnóstico. FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia). 2018
Arab, A., Golpour-Hamedani, S., & Rafie, N. (2019). The Association
Between Vitamin D and Premenstrual Syndrome: A Systematic Review
and Meta-Analysis of Current Literature. Journal of the American
College of Nutrition, 1–9.
QUESTIONÁRIO DE TDPM
Na semana anterior ao período menstrual e/ou logo após o fim da menstruação você se
sente:
( ) deprimida, sem esperança ou com pensamentos autodepreciativos
( ) ansiosa, tensa, com os “nervos à flor da pele”
( ) com significativa instabilidade afetiva

( ) irritada, com raiva e tem os conflitos interpessoais aumentados


( ) com menos interesse pelas atividades habituais
( ) com dificuldade de concentração
( ) sem energia
( ) com alteração acentuada do apetite ou avidez por determinados alimentos

( ) com hipersonia ou insônia


( ) em descontrole emocional
( ) com sensibilidade ou inchaço das mamas, dor de cabeça, dor articular ou muscular,
sensação de inchaço geral “e ganho de peso”
RESULTADO: Se você marcou 5 sintomas e pelo menos um está entre os quatro primeiros
da lista acima e você teve estes sintomas em dois ciclos seguidos ou mais, procure um
especialista para avaliar se você pode estar em risco de sofrer de TDPM.
Fonte: Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de
São Paulo (USP) e Associação Psiquiátrica Americana
As mulheres devem buscar aceitar essas mudanças e entender que isso faz parte da
nossa natureza.

“Aquilo que não podemos


mudar, aceitamos e
ressignificamos. ”

Por que as mulheres têm mais desejos de


comer doce no período pré-menstrual?

Diminui a competição de
Glicose
triptofano com os Serotonina
Açúcar
Insulina aminoácidos de cadeia
ramificadas, como o BCAA
O período menstrual influencia o tamanho das refeições e do apetite, podendo levar ao
desenvolvimento de compulsão por certos tipos de alimentos. É muito comum
acontecer uma ingestão maior de carboidratos na fase lútea, que pode ser explicada
pela diminuição dos mediadores de serotonina nessa fase do ciclo. Uma modificação na
dieta de modo que se priorizem alimentos ricos em carboidratos faz com que aumente
a produção de 3-fosfoglicerato, um metabólito da glicólise que gera a síntese de
aminoácidos aromáticos, entre eles, o triptofano. Este através da enzima triptofano
hidroxilase, transforma-se em serotonina, aumentando sua concentração.
Costa, Y.R.; Fagundes, R.L.M.; Cardoso, R.B. Ciclo Menstrual e
Consumo de Alimentos. Rev Bras Nutr Clin, Vol. 22. Num. 3, 2007. p.
203-209

CAUSAS

Sensibilidade à oscilação dos hormônios

 Vulnerabilidade e suscetibilidade ao efeito dos hormônios sexuais;


 Sensibilidade - cerebral – circuitos no córtex pré-frontal (que tem vários receptores
hormonais, como no útero, pele, nos neurônios e entre outros);
 ETIOLOGIA GENÉTICA
O córtex pré-frontal é a região filogeneticamente mais moderna do cérebro humano,
desempenha um papel essencial na formação de metas e objetivos, e no
planejamento de estratégias de ação necessárias para a consecução destes objetivos,
selecionando as habilidades cognitivas requeridas para a implementação dos planos,
e coordenando as mesmas para aplicá-las na ordem correta. Além disso, ele é o
responsável pela avaliação do sucesso ou fracasso das ações dirigidas a objetivos
estabelecidos.
MOURAO JUNIOR, Carlos Alberto; MELO, Luciene Bandeira
Rodrigues. Integração de três conceitos: função executiva, memória
de trabalho e aprendizado. Psic.: Teor. E Pesq., Brasília, v. 27, n.
3, p. 309-314, Sept. 2011.
A sensibilidade adaptativa, bem como o desenvolvimento de sintomas de TDPM, é
provavelmente baseada na interação entre alterações hormonais, vulnerabilidade
individual (isto é, genética) e processos neuroquímicos. A relação entre genes,
hormônios, comportamento e TDPM não foi realmente explorada.
Em relação a vulnerabilidade, por conta da influência do estradiol e da progesterona na
circulação podem levar a expressão do RNA mensageiro. Esse RNA pode alterar as
atividades da rede cerebral relacionados a problemas cognitivos, comportamentais e
afetivos, levando os sintomas da TPM.
Comasco, E., & Sundström-Poromaa, I. (2015). Neuroimaging
the Menstrual Cycle and Premenstrual Dysphoric Disorder.
Current Psychiatry Reports, 17(10).

TRATAMENTO DA TDPM

Há necessidade de intervenção médica para o


tratamento da TDPM!

Tratamento padrão:

Os Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSS) inibem a receptação pré-sináptica da


receptação da serotonina, levando ao aumento da disponibilidade da serotonina
sináptica.
Ex. Fluoxetina
Eficazes em até 85% das mulheres com TDPM

Outros tratamentos:
 Utilização de contraceptivo oral – monofásico;
 Ovariectomia – retirada dos ovários.
TRATAMENTOS PARA A TPM

O nutricionista consegue ter mais eficácia para o


tratamento.

Paciente deve melhorar o estilo de vida:


 Qualidade do sono;
 Exercício físico;
 Meditação;
 Yoga.

Trabalhos sobre os benefícios da yoga:


Nutrientes chave na TPM
 Magnésio;

 B6;

 Cálcio;

 Vitamina D.

MAGNÉSIO
Mais de 50% da população em média possuem deficiência de magnésio.

Estudos mostraram a diminuição das concentrações circulantes de magnésio


durante a fase lútea entre mulheres com Síndrome Pré Menstrual.
Consequência: cólica, enxaqueca, depressão, redução da serotonina e do receptor de
serotonina
O magnésio é fundamental para:
 Formação da serotonina;
 Aumento da expressão de BDNF (fator de crescimento);
 Redução de ACTH;
 Ativação do Eixo HHA;
 Ação anti-inflamatória.

Por isso, na deficiência de magnésio, é muito comum as pessoas apresentarem alteração


de humor, como ansiedade, irritabilidade, nervosismo, depressão, insônia e
hiperatividade. Também participa para a síntese de dopamina (neurotransmissor do
prazer), GABA e noradrenalina.
Wang, J., Um, P., Dickerman, B., & Liu, J. (2018). Zinc, Magnesium,
Selenium and Depression: A Review of the Evidence, Potential
Mechanisms and Implications. Nutrients, 10(5), 584.

DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in


healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018.

SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica


funcional: Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p.
WANG, Jessica et al. Zinc, magnesium, selenium and depression: A
review of the evidence, potential mechanisms and
implications. Nutrients, v. 10, n. 5, p. 584, 2018.

Magnésio
Dose usual 250mg
Dose mínima 100mg
Dose máxima 700mg

PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a


prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577

Secreção de serotonina:

Triptofano
Nutrientes essenciais:
Vitamina B6, Vitamina B3,
zinco, ácido fólico e magnésio.

5-
hidroxitriptofano
Nutrientes essenciais:
Vitamina B6, Vitamina C, zinco,
ácido fólico e magnésio.
Serotonina
Secreção de dopamina e noradrenalina:

Tirosina
Nutrientes essenciais:
Vitamina B6, ácido fólico e
ferro.

L-Dopa

Nutrientes essenciais:
Vitamina B6 e magnésio.

Dopamina

Nutrientes essenciais:
Vitamina C e cobre.

Noradrenalina
ATIVIDADE DA SEROTONINA
Ela possui papel importante em diversas funções no nosso corpo, principalmente nos processos do
SNC, como na depressão, no trato gastrointestinal, na regulação mediada pelo sistema nervoso
entérico e entre outros.
No SNC, ela participa na regulação do sono, apetite, temperatura corporal, ansiedade, atividade
motora, ritmo biológico, aprendizagem e memória.
No trato gastrointestinal, ela aumenta a secreção de eletrólitos (Cl-, Na+ e K+), água na luz intestinal
e estimula a secreção de HCO3- nas criptas do íleo. A serotonina também modifica a absorção
intestinal de nutrientes. Sendo também importante para a contração e o relaxamento do músculo
liso presente no intestino, através da estimulação da liberação de acetilcolina e do óxido nítrico.,
respectivamente, e pela sinalização molecular, participando na transdução sensorial da mucosa do
estômago, estimulando as fibras nervosas aferentes intrínsecas, dando origem ao reflexo
peristáltico.
Sua deficiência pode causar doenças neuropsiquiátrica como desordens afetivas, conduta
compulsivo-obsessiva, síndrome do pânico e depressão. Também pode causar ansiedade, mau
humor, agressividade, nervosismo, problema no sono, fadiga e compulsão alimentar.
NAVES, Andréia. Nutrição clínica funcional: Modulação
Hormonal. São Paulo: VP editora. 2010. 272 p.

BDNF
O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) pertence à superfamília da neurotrofina e tem
um papel essencial na neurogênese e neuroplasticidade do cérebro. A sinalização do BDNF apoia
a sobrevivência dos neurônios existentes e encoraja a proliferação e diferenciação de novos
neurônios e sinapses no sistema nervoso central e periférico. No cérebro, o BDNF é altamente
expresso no hipocampo, no córtex e no prosencéfalo basal e tem um papel importante em regiões
vitais para a aprendizagem e a memória.
TOH, Yi Long et al. Impact of brain-derived neurotrophic factor genetic
polymorphism on cognition: A systematic review. Brain And Behavior,
[s.l.], p.1-14, 1 jun. 2018.
CÓLICA
Durante a cólica ocorre:
 Uma hipertrofia do miométrio e vasoconstrição arteriolar;
 Aumento da quantidade de marcadores da inflamação.

Na fase lútea inicial: há aumento da progesterona e acúmulo e Ômega 6 e AA nas


membranas celulares.
No pré-menstrual: há redução brusca da progesterona e libera esse Ômega 6 e AA.
Essa liberação inicia a cascata de prostaglandinas e leucotrienos no útero que por sua
vez induzem uma resposta inflamatória e à cólica e ao aparecimento de cãibras e
outros sintomas sistêmicos, como náuseas, vômitos, inchaço e dores de cabeça
atividade antagonista do cálcio sobre o músculo liso.

Magnésio é antagonista do cálcio no musculo liso


atuando na diminuição das cólicas e é um
importante modulador da inflamação
Parazzini F, Di Martino M, Pellegrino P. Magnesium in the
gynecological practice: a literature review. Magnes Res 2017 ; 30(1) :
1-7.

ENXAQUECA

Estudos estimam que cerca de 50% das mulheres sofrem de


enxaquecas relacionadas ao ciclo menstrual
Enxaqueca pré-menstrual está associada a alteração dos
hormônios (quedas naturais nos níveis de estrogênio durante a
fase lútea tardia do ciclo menstrual)

Parazzini F, Di Martino M, Pellegrino P. Magnesium in the


gynecological practice: a literature review. Magnes Res 2017 ; 30(1) :
1-7 doi:10.1684/mrh.2017.0419

Peikert et al, realizaram um ensaio controlado por placebo para avaliar a eficácia do
magnésio oral diário por 12 semanas e encontraram uma redução de 41,6% na
frequência de crises de enxaqueca no grupo que consumiu magnésio em comparação
com uma redução de 15,8% no grupo placebo.
A suplementação de magnésio também foi avaliada em combinação com a vitamina B6
e os resultados mostraram ser mais eficaz do que o magnésio sozinho e placebo na
diminuição dos sintomas da TPM.

Na fase lútea ocorre redução de B6. O risco de desenvolver TPM é


menor em mulheres com alta ingestão de vitamina B6 do que
naquelas com baixa ingestão (CHOCANO; BEDOYA, 2011).

VITAMINA B6
A piridoxina (B6) é uma vitamina hidrossolúvel que atua como cofator em mais de 100 reações
enzimáticas, incluindo reações do metabolismo de aminoácidos e proteínas como
hemoglobina, serotonina, dopamina, hormônios e prostaglandinas.
Sua deficiência causa baixa produção de dopamina, com consequência, leva ao aumento de
prolactina. A deficiência também pode causar depressão, distúrbios do sono, inflamação dos
nervos, síndrome pré-menstrual, letargia, diminuição da concentração, mobilidade alterada,
homocisteína elevada, náuseas, vômitos, dermatite seborreica, eczema em boca, nariz e
ouvidos, estomatite angular, glossite e queilose. Também foi associada a alterações de
marcadores inflamatórios, como a PCR (proteína C reativa) e com a ocorrência de doenças
inflamatórias.
SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica funcional:
Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p; KAEWRUDEE,
Srinaree et al. Vitamin or mineral supplements for premenstrual
syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 1, 2018.

Piridoxina (B6)
Dose usual 40mg
Dose mínima 30mg
Dose máxima 200mg

PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a


prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577
Fontes alimentares de B6: farelo de arroz, alho, fígado de boi, semente de girassol,
melado de cana, farinha de soja, atum fresco, banana, amendoim, abacate, castanha-
de-caju e entre outros.

Avaliar os efeitos do 126 mulheres


magnésio e vitamina B6 3 grupos (magnésio,
sobre a gravidade da TPM vitamina B6 ou placebo)

Resultados: o grupo da Vitamina B6 e placebo tiveram a maior e menor eficiência em


melhorar o escore médio da síndrome pré-menstrual.

Suplementação de magnésio

Magnésio dimalato* – 200 a 400mg

*Elementar

Fontes alimentares: Folhas verdes*, nozes, legumes e feijões.


*Folhas verdes concentram mais magnésio biodisponível, quando comparado as
leguminosas e grãos, pois os oxalatos das folhas verdes escuras prejudicam menos a
absorção do que os fitatos.
Dica: deixar as leguminosas e cereais de molho

FONTES ALIMENTARES DE MAGNÉSIO E MEDIDA CASEIRA:

Alimento Medida caseira Magnésio


(mg)

Arroz integral 6 colheres de sopa 99


(90g)

Grão-de-bico 3 colheres de sopa 88


cheias (60g)

Feijão preto 1 ½ concha pequena 84


(120g)

Castanha do Brasil 4 unidades (16g) 58

Ervilha em vagem 7 colheres de sopa 50


cheias (120g)

Espinafre (cozido) 4 ½ colheres de sopa 44


(50g)

Semente de abobora 2 colheres de sopa 43


(seca) cheias (8g)

Cacau em pó 1 colher de sopa rasa 40


(8g)

Amêndoa (torrada e 14 unidades (16g) 36


salgada)

Aveia 2 colheres de sopa 36


(30g)

Amendoim 2 colheres de sopas 34


rasas (20g)
Nozes 5 unidades (22g) 34

Mandioca (cozida) 4 pedaços pequenos 27


(100g)

Couve (refogada) 4 colheres de sopa 23


cheias (89g)

Lentilha (cozida) 5 colheres de sopa 22


(100g)

Camarão (cozido) 1 colher de servir cheia 19


(100g)

Rúcula 6 folhas (40g) 19

Banana-nanica 1 unidade média (60g) 17

Beterraba (cozida) ½ unidade média 17


(100g)

Abacate ¼ de abacate pequeno 15


(100g)

Quiabo (cozido) 2 colheres de sopa rasa 13


(35g)

Leite de vaca 1 copo americano 10


(integral) (100g)

Semente de girassol 1 colher de sopa cheia 6


(5g)

Uva passa (sem 1 colher de sopa cheia 5


semente) (17g)

Figo 1 unidade média (19g) 2


Confira o Plano
Alimentar Magnésio
no Material
Complementar do
curso!

CÁLCIO
O estradiol influencia no metabolismo do cálcio e da vitamina D ao longo do ciclo menstrual,
induzindo flutuações nas concentrações de cálcio e desencadeando os sintomas da fase lútea.

E2 representa estradiol; PTH - hormônio paratormônio; Ca ++ - cálcio ionizado.


Cálcio e TPM

O cálcio pode ajudar a prevenir e reduzir os sintomas da TPM


porque o cálcio afeta o comportamento celular normal e o
desenvolvimento da serotonina, o último dos quais afeta o humor.
O cálcio também está ligado à absorção da vitamina D, e altos
níveis de vitamina D têm sido associados à diminuição do risco do
desenvolvimento de TPM. Dado que muitas pessoas são
deficientes em (ou ambos) vitamina D ou cálcio.
Nos pacientes diagnosticados com SPM, a suplementação de
cálcio mostrou diminuir a gravidade dos sintomas, como
depressão e fadiga.
De maneira semelhante, um estudo mostrou que aqueles com alto consumo de cálcio
podem ser menos propensos a desenvolver TPM.

VITAMINA D E ABSORÇÃO DO CÁLCIO


O cálcio depende de vitamina D para a sua absorção. O efeito da 1,25 (OH)2D no transporte
ativo de cálcio ocorre nas células intestinais. A ,25 (OH)2D se liga ao receptor da vitamina
D regulando o transporte ativo através da célula. A vitamina D também exerce efeitos em
órgãos alvo como ossos, intestinos e rins, auxiliando no transporte de cálcio desses órgãos
na circulação.
Sem a vitamina D, somente 10% a 15% do cálcio dietético é absorvido.
SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica
funcional: Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p
Ensaio clínico, randomizado e duplo-cego

66 alunas diagnosticadas com TPM,


distribuídos aleatoriamente em dois
grupos (experimental e controle)

500mg de cálcio por dia ou placebo por


dois meses

Resultados: Houve diferenças significativas foram notadas entre os dois grupos de


intervenção no primeiro (P = 0,01) e no segundo ciclo menstrual (P = 0,001) após a
intervenção. As diferenças foram significativas em subgrupos de ansiedade,
depressão, alterações emocionais, retenção de água e alterações somáticas no
grupo de cálcio em comparação com grupo placebo no ciclo menstrual antes da
intervenção e dois ciclos menstruais após a intervenção e entre ciclos menstruais (0,
ciclo 1, ciclo 2) no grupo de cálcio (P = 0,01). No geral, os resultados do presente
estudo sugerem que o tratamento com suplementos de cálcio é um MÉTODO EFICAZ
para reduzir os transtornos de humor durante a TPM.
Sugestão de formulação:
Vira oral:
Cálcio quelato – 500mg
Aviar X doses em cápsulas*
*(1 dose rende em média 5 cápsulas)

Ou

Cálcio Taste free – 500mg


Aviar X doses em bombom

Duplo-cego randomizado controlado

76 estudantes
Dois grupos, grupo de intervenção 1, cálcio (500 mg)
e vitamina B6 (40 mg) e grupo 2, apenas vitamina B6
2x por dia durante 2 meses.

Resultados: O resultado mostrou que, embora a gravidade dos sintomas tenha


diminuído em ambos os grupos, essa redução foi mais significativa no grupo combinado
de cálcio e vitamina B6.

VITAMINA D

Durante a fase lútea:

Cálcio e
Vitamina D

Paratormônio

Deve-se prestar atenção no período menstrual em que a paciente está quando for
avaliar os níveis de vitamina D sérica
Estudos mostraram que existe redução no nível de vitamina D durante a
fase lútea e que essa deficiência pode estar associada à gravidade dos
sintomas pré-menstruais. Essa redução se dá pela presença de receptores
de vitamina D que é expresso em tecido ovariano, no endométrio e no SNC.
A vitamina D reduz a produção de prostaglandinas, substâncias inflamatórias e melhora
o humor por atuar na síntese de serotonina (agindo na Triptofano hidroxilase 2).
Papel da vitamina D na síntese de serotonina:

Triptofano

TRPH 1 (GLUT) BH4


Vitamina D
TRPH 2 (cérebro) Fe

5-HTP

Vit B6

Serotonina

A importância da Vitamina D:

A Vitamina D bloqueia a conversão de triptofano em 5-HTP no intestino

Aumento da absorção do triptofano no intestino

Via circulação sanguínea ultrapassa a barreira hematoencefálica

Chega nos neurônios da rafe


Converte triptofano em 5-HTP com a expressão da TRPH 2 (precisa de vitamina D)

Sua interferência no humor:


A vitamina D é um neurosteróide com a capacidade de atravessar a barreira
hematoencefálica. Os receptores de vitamina D são distribuídos em áreas do cérebro
associadas ao desenvolvimento de depressão e transtornos de humor. Portanto, a
vitamina D pode exercer significância clínica efeitos sobre sintomas como ansiedade,
depressão ou resposta emocional exagerada.
Arab, A., Golpour-Hamedani, S., & Rafie, N. (2019). The Association Between Vitamin D
and Premenstrual Syndrome: A Systematic Review and Meta-Analysis of Current
Literature. Journal of the American College of Nutrition, 1–9.

Análise transversal sobre os níveis de


vitamina D e alguns sintomas

998 mulheres entre 20 e 29 anos

Recrutadas no campus da Universidade de


Toronto de 2004 a 2010
Resultados: Comparado com participantes com o nível adequado de vitamina D,
aqueles com status inadequado de vitamina D (<20) tiveram um risco aumentado de
apresentar os seguintes sintomas leves: confusão e desejo de estar sozinho, assim como
os seguintes sintomas moderados/ graves: cãibras, fadiga, ansiedade, confusão e desejo
sexual. O status da vitamina D não foi associado a outros sintomas pré-menstruais (acne,
inchaço, alterações de humor, aumento do apetite, dor de cabeça, falta de jeito, insônia,
depressão ou náusea).

2019

Revisão sistemática e meta-análise sobre a relação da vitamina D


com a SPM

Embora nossa meta-análise de estudos observacionais não


tenha mostram qualquer associação significativa entre a
vitamina D sérica e SPM, evidências atuais de estudos
clínicos indicam que a terapia com vitamina D pode ser
proposta como segura, eficaz e método conveniente para
melhorar a qualidade de vida mulheres com TPM.
Como modular as alterações do período
pré-menstrual pela nutrição e
fitoterapia?

A conduta deve ser baseada nos sintomas do paciente!

Principal:
EMOCIONAL

SINTOMAS:
SPM: depressão, explosões de raiva, irritabilidade, ansiedade, confusão, isolamento
social
TDPM: Instabilidade afetiva acentuada (oscilação importante humor, sentimentos
repentinos de tristeza e vontade de chorar, aumento da sensibilidade à rejeição);
acentuada irritabilidade, raiva ou aumento de conflitos interpessoais; acentuado humor
deprimido, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos;
acentuada ansiedade, tensão e/ou sentimentos de estar tenso ou no limite.
Focar no que controla as emoções:

NEUROTRANSMISSORES

Controlam a ansiedade, tristeza, irritabilidade, desejos por doce e entre outros.


Ehring T. Et al. Emotion regulation and vulnerability to depression:
spontaneous versus instructed use of emotion suppression and
reappraisal. Emotion 10(4), 563–572 (2010).

Principal causa das alterações é a flutuação de:

Estrógeno Progesterona

Esses dois hormônios reprodutivos podem ter um impacto na amígdala e no córtex pré-
frontal e, portanto, podem ter efeitos no processamento e na regulação das emoções.
No período menstrual ocorre:
 Exacerbação do sistema límbico;
 Maior ativação das amígdalas;
 Maior ativação do eixo HHA.
Amígdala
A amígdala ou complexo amigdaloide, é um aglomerado heterogêneo de núcleos neurais
localizados no lobo temporal. Considerada o centro emocional cerebral, acredita-se que
a amígdala desempenhe um papel chave no planejamento comportamental baseado na
integração de informação íntero e exteroceptiva.
Tem-se atribuído uma grande variedade de funções para o complexo amigdaloide,
incluindo memória, atenção, interpretação do significado emocional dos estímulos
sensoriais e gênese dos aspectos emocionais dos sonhos.
A amígdala parece desempenhar um papel crítico no aprendizado sempre que este
envolver o condicionamento a um reforço com valor emocional, independente de se
tratar de recompensa ou punição, e estudos em humanos, roedores e primatas não
humanos sugerem que a atividade neural nessa estrutura é diferencialmente afetada pela
valência emocional do estímulo.
ALBUQUERQUE, Fabíola da Silva; SILVA, Regina Helena. Amygdala
and the slight boundary between memory and emotion. Revista
de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 31, n. 3, p. 0-0, 2009.
SAIBA MAIS
Estruturas do cérebro relacionadas à emoção:

ESPERIDIÃO-ANTONIO, Vanderson et al. Neurobiology of the


emotions. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 35, n. 2, p. 55-65, 2008.

Confira o artigo na íntegra


no Material Complementar
do curso:
Neurobiologia das emoções
Síntese do estradiol:

Inibe
Os neurônios produtores de serotonina são sensíveis à presença ou ausência de
estrogênio e durante a fase lútea, ocorre uma queda do estrogênio e uma
predominância de progesterona.
Estrogênio:
 Conversão do triptofano em serotonina;
 Inibição da MAO (monoamina oxidase);
 Inibição de COMT (Catecol O- Metiltransferase).

Progesterona:

 Estimula MAO (monoamina oxidase);


 Estimula COMT (Catecol O- Metiltransferase);
 Reduz GABA;
 Reduz Beta endorfinas.

MAO  degrada serotonina, dopamina e noradrenalina


COMT  degrada dopamina, adrenalina e noradrenalina

“Como aumentar a serotonina no cérebro


humano sem drogas”
Como aumentar a serotonina:

Filmes de Boas
Sorriso Bom humor
comédia companhias

Exercício
Rir Luz solar
físico

Aumenta o triptofano no
cérebro

É uma via de mão dupla:

Aumenta

BOM HUMOR
SEROTONINA
SORRISO

Aumenta
Exercício e síntese de serotonina:

“Evidências indicam que o exercício físico atua no sistema serotoninérgico através de medidas
de triptofano sanguíneo e concentrações de ácido 5- Hidroxiindolacético, que é o metabólico da
serotonina no fluido cérebro-espinhal. Durante o exercício físico, a distribuição do triptofano,
aminoácido precursor da serotonina seria alterado pela lipólise, já que uma concentração
crescente de ácidos graxos livres no plasma deslocaria o triptofano de seus sítios de ligação da
albumina elevando, assim, os níveis de triptofano livre. Por outro lado, ocorreria um aumento
da captação e oxidação dos aminoácidos de cadeia ramificada pelos músculos que estão sendo
submetidos ao exercício, e, consequentemente, a concentração desses aminoácidos na
circulação seria reduzida. Todo esse processo estimularia a capacidade de captação do
triptofano livre e promoveria tanto a síntese quanto a liberação de serotonina centralmente. ”
LESSA, Patrícia; OSHITA, Tais Akemi Dellai. A Influência do exercício físico para tratamento do portador de
transtorno afetivo bipolar. Unimontes científica, v. 7, n. 1, p. 87-94, 2008.
Outros cofatores para a síntese de serotonina:

 Triptofano - 5HTP;
 Zinco;
 Cobre;
 Ferro;
 Magnésio;
 B6;
 B9;
 Ácido fólico;
 B12;
 SAME (S adenosilmetionina).

Fluxo muito intenso  possível deficiência de ferro

AVALIAR HEMOGLOBINA,
HEMATÓCRITO E FERRITINA!
Como está o intestino do
seu paciente?

Na inflamação pode ocorrer a conversão do triptofano em outros compostos, gerando


aumento de Radicais Livres

Inflamação

3-hidroxi-quinurenina

**
*

Ácido quinolínico Quinurenina Triptofano

*Indoleamina-2,3-dioxigenase (IDO)
**Quinureninase, 3-hidroxi-antranilato, 3,4-dioxigenase
PRESENÇA DE NEUROTRANSMISSORES NOS ALIMENTOS

SEROTONINA (HUMOR)

Mamão Maracujá
Banana Banana- Abacaxi Ameixa
da-terra

Morango Feijão de Espinafre Tomate Arroz selvagem


Romã
veludo

Repolho chinês Café Avelã Urtica


Chicória

Cebola verde Alface Páprica Batata


GABA (RELAXAMENTO)

Crucíferas Soja Feijão comum Feijão azuki

Espinafre Cogumelos
Ervilha Tomate Trigo sarraceno

Batata e batata Apium


Aveia, trigo e cevada Arroz Passiflora
doce

Pilosella Phytolacca Erva de São Castanha


officinarum João
DOPAMINA (PRAZER)

Banana Banana-da-terra Abacate Laranja

Maçã Berinjela Espinafre Espinafre


Ervilha

Feijão de Feijão comum Tomate


veludo
NO PERÍODO PRÉ MENSTRUAL OCORRE
AUMENTO DO APETITE

Influência do apetite na SPM

Causa:
 Redução do estrogênio (menor ativação do núcleo da saciedade) e aumento da
progesterona;
 Redução da serotonina, GLP1 e PYY (peptídeos da saciedade);
 Aumento da grelina (hormônio da fome).
 Menor sensibilidade à CCK.
Geary N. Estradiol, CCK and satiation. Peptides 22: 1251–1263, 2001; MCKIE,
Greg L. et al. Characterizing the appetite-regulatory response throughout the
menstrual cycle. The FASEB Journal, v. 32, n. 1_supplement, p. 756.2-756.2,
2018.
Para aumentar os peptídeos da saciedade, consumir boas fontes proteicas e melhorar a
microbiota intestinal e consumir fontes de fibras para ocorrer a produção de AGCC
(ácidos graxos de cadeia curta).

NO PERÍODO PRÉ MENSTRUAL OCORRE


AUMENTO DO DESEJO POR ALIMENTOS COM
MISTURA DE GORDURA E AÇÚCAR

AÇÚCAR

DOPAMINA
GORDURA

Será que o desejo do chocolate na


TPM é fisiológico ou cultural?
É cultural!

Yen, J.-Y., Chang, S.-J., Ko, C.-H., Yen, C.-F., Chen, C.-S., Yeh, Y.-C., &
Chen, C.-C. (2010). The high-sweet-fat food craving among women
with premenstrual dysphoric disorder: Emotional response, implicit
attitude and rewards sensitivity. Psychoneuroendocrinology, 35(8),
1203–1212;

Hormes, J. M., & Niemiec, M. A. (2017). Does culture create craving?


Evidence from the case of menstrual chocolate craving. PLOS ONE,
12(7), e0181445.

NO PERÍODO DA FASE LÚTEA


TARDIA OFCORRE UM MAIOR
DESEJO DE DOCES
Estudos em ambiente controlado com
mulheres magras e saudáveis

 O esvaziamento gástrico é mais rápido;


 A fome e o consumo de energia são maiores (167kcal) (possivelmente pelo
maior gasto de energia desta fase);
 Maior nível de insulina e menor sensibilidade à insulina.

Resultados: Quase dois terços das mulheres com diabetes tipo 1 experimentam um
fenômeno do ciclo menstrual, atribuível a um aumento nas excursões hiperglicêmicas
durante a fase lútea.
Resultados:
 Aumento na frequência de hiperglicemia durante a fase lútea;
 Mulheres com diabetes tipo 1 nas duas fases do ciclo menstrual  devem ser levado
em consideração ao planejar a terapia com insulina.

Resultados:
 Inflamação na fase lútea reduz a sensibilidade à insulina em diabéticas tipo 2.

 Progesterona aumentaria mediadores inflamatórios e estrogênio reduziria.

ALTERNATIVAS
 Não cortar carboidrato, para não prejudicar a síntese de serotonina;
 Fornecer o carboidrato em horários estratégicos;
 Carboidrato com carga glicemica moderada;
 Doces ofertados pontualmente, em pequenas quantidades;
 Ou se o paciente tem muita vontade, ofertar em maiores quantidades, mas que
sejam nutritivos.
 Escolher carboidratos que irão promover a entrada do triptofano na barreira
hematocefálica e que não gere picos de glicemia  ex. grão de bico, batata salsa,
batata doce, batata inglesa e entre outros.
 Sempre ofertar proteínas, a partir do café da manhã, que irá trazer mais saciedade
 ex. panquequinhas de ovos com banana, shake com whey e cacau.
 Em todas as refeições, principalmente no café da tarde, ofertar carboidrato +
proteínas  irá diminuir a compulsão noturna.
 Ofertar chás de camomila ou maracujá  efeito calmante.
 Ofertar CHOCOLATE meio amargo. Mas abacate, nozes, semente de gergilim,
semente de girassol e azeite de olivasão uma boa opção para uma ingestão saudável
de gordura.

Durante a fase lútea inicial ocorre maior utilização de


gordura para a síntese esteroide. Nessa fase, pode
ocorrer redução de TGL em até 30% e redução de
colesterol também.

Por isso, pode-se consumir mais gordura nessa fase.

 Aumentar o aporte proteico.

Durante a fase lútea inicial ocorre maior


necessidade de proteína. Por conta da síntese de
hormônio, ocorre maior necessidade de
nitrogênio e uma queda de aminoácidos no
plasma.
SAIBA MAIS
Sugestão de suplementos de proteína

MOUSSE DE CACAU

Ingredientes:
1 abacate médio maduro ou 3 avocados;
5 colheres (sopa) de cacau em pó sem açúcar,
4 colheres (sopa) de açúcar demerara ou açúcar de
coco;
2 colheres (sopa) água ou leite amêndoas;
1 pitada de canela em pó;
Macadâmias picadas para decorar
Modo de preparo:
Coloque tudo no processador ou liquidificador e bata até adquirir consistência de
mousse. Distribua em potinhos ou taças e leve para geladeira por no mínimo 16 horas.
Distribua as macadâmias picadas quando for servir.

SMOOTHIE DE CACAU EM PÓ
Ingredientes:
200 ml de bebida vegetal de arroz;
1 banana prata congelada;
1 colher de chá de cacau em pó;
1 colher de sobremesa de semente de linhaça.

Modo de preparo:
Bater todos os ingredientes listados no liquidificador até formar uma mistura
homogênea. Leve para gelar e sirva

Confira algumas receitinhas de


doces nutritivos no Material
Complementar
Filme orodispersível para reduzir a vontade de doces

Formulação via oral:


Gymnena silvestre, extrato seco padronizado a 75% de ácidos
gimnêmicos, folhas -25mg;

Strip oral/filme orodispersível – 90 unidades

Posologia: Colocar o filme sobre a língua e deixar dissolver.


Usar 03 vezes ao dia antes das refeições. Não requer água para
ser administrado.

Formulação via oral:


Garcinia camboja, extrato seco padronizado a no mínimo de
50% de ácido hidroxicítrico – 25 mg
Strip oral/filme orodispersível – 90 unidades.

Apenas profissionais
habilitados em fitoterapia Posologia: colocar o filme sobre a língua e deixar dissolver. Usar
podem prescrever essa 03 vezes ao dia antes das refeições. Não requer água para ser
formulação. administrado.
Melissa officinalis

Estudo duplo-cego randomizado e controlado por placebo

Efeito da cápsula de M. officinalis


100 meninas do
sobre a intensidade da SPM em
ensino médio
meninas do ensino médio

Efeito da cápsula de M. officinalis


sobre a intensidade da SPM em
meninas do ensino médio

Grupo de intervenção (n = 50) recebeu 1.200 mg de extrato


de M. officinalis diariamente desde o primeiro até o último
dia do ciclo menstrual por três ciclos consecutivos

O segundo grupo (n = 50) recebeu o placebo

Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM


em meninas do ensino médio
Resultados: Os resultados do estudo revelaram uma diferença significativa entre os dois
grupos quanto à intensidade total média dos sintomas físicos, psicológicos e sociais da
SPM no primeiro, segundo e terceiro mês após a intervenção.
M. officinalis pode reduzir os sintomas da TPM através dos neurotransmissores GABA
(ácido gama-aminobutírico, sistema GABAérgico). Os neurotransmissores do GABA têm
grandes efeitos inibitórios no sistema nervoso central

Para prescrever esse extrato ou


tintura é necessário ter habilitação
em fitoterapia

Pode ser utilizado um chá de M. officinalis


mais concentrado

1 a 2 c/ sopa cheia para cada xícara

Ofertar 2 a 3 vezes ao dia

Cúrcuma Longa
Ensaio clínico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo

Cada amostra nos grupos placebo e


curcumina recebeu duas cápsulas por dia
Avaliaram o efeito da curcumina sobre durante sete dias antes da menstruação
o nível sérico de BDNF e a gravidade e durante três dias após a menstruação
dos sintomas da SPM em mulheres durante três ciclos menstruais sucessivos.
com SPM.

Efeito da cápsula de M. officinalis sobre


a intensidade da SPM em meninas do
Resultados: demonstram
ensino médioque a curcumina reduz a gravidade dos sintomas da TPM pode
ser através do aumento dos níveis séricos de BDNF.
Estudos sugeriram que os níveis circulantes de BDNF sérico têm correlação com a
ocorrência de sintomas da TPM e podem desempenhar um papel na fisiopatologia da
TPM. Existem evidências de que em mulheres com SPM, o nível sérico de BDNF é
diferente do que mulheres sem TPM e que a curcumina aumenta o BDNF.
Fanaei, H., Khayat, S., Kasaeian, A., & Javadimehr, M.
(2016). Effect of curcumin on serum brain-derived
neurotrophic factor levels in women with premenstrual
syndrome: A randomized, double-blind, placebo-controlled
trial. Neuropeptides, 56, 25–
31.doi:10.1016/j.npep.2015.11.003
Crocus sativus

Fitoterápico

Profissionais sem habilitação põem prescrever alguns nutracêuticos, que na ANVISA é


classificado como alimento:
 Saffrin®, Saffron®, Satiereal®.

Funções C. sativus:
 Melhora da glicemia
 Prevenção de DCV;
 Modulação da inflamação;
 Diminuição do apetite e sintomas do período pré-menstrual.

Princípios ativos do C. sativus:


 Crocina, crocetina e safranal.

As crocinas atuam como inibidores de recaptação de dopamina e noradrenalina. A


noradrenalina é antagônica à adrenalina é uma catecolamina um dos que mais influencia
o humor, ansiedade, sono e alimentação.
O safranal atua principalmente na receptação de serotonina e protege contra a
inflamação e o estresse oxidativo.
Kell, G., Rao, A., Beccaria, G., Clayton, P., Inarejos-García, A. M., & Prodanov, M.
(2017). Affron ® a novel saffron extract (Crocus sativus L .) improves mood in healthy
adults over 4 weeks in a double-blind, parallel, randomized, placebo-controlled clinical
trial. Complementary Therapies in Medicine, 33, 58–64.
Estudo duplo-cego e controlado por placebo

Investigar se o Crocus sativus L. poderia Mulheres entre 20


aliviar os sintomas da síndrome pré- e 45 anos
menstrual (TPM)

As mulheres foram aleatoriamente designadas


para receber 30 mg/dia de Crocus sativus L. ou
placebo cápsula

Duas vezes ao dia (15mg de manhã e à noite)

Resultados: Consumo oral de 15 mg de C. sativus duas vezes ao dia por dois ciclos
levaram a uma diminuição de 50% da gravidade dos sintomas da TPM em 75% dos
indivíduos e uma diminuição em 50% dos sintomas de depressão em 60% dos indivíduos
no grupo de intervenção.
Estudo mostrou que o C. sativus também reduz a frequência das
“beliscadas”
Snacking é um comportamento alimentar descontrolado, que
predispõe ao ganho de peso e obesidade. Ela afeta principalmente a
população feminina e é frequentemente associada ao estresse.

1 capsula de Saiereal (176.5mg de extrato/ dia)

Resultados: Houve redução dos snackings e perda de peso.

Aswhaganda – Whitania somnifera


Redução significativa
Alívio da insônia e a das concentrações de
Melhora a insônia e
depressão induzida cortisol e do efeito
disposição
pelo estresse imunossupressor do
estresse

Aumento da
Redução da PCR Melhora a libido
testosterona

Obs. Se tiver tendência à acne, a Whitania somnifera pode agravar o quadro por
aumentar testosterona.

Para o nutri que não pode prescrever fitoterápico:


 KSM-66 é o extrato de Whitania somnifera que no Brasil está classificado como
alimento e, portanto, pode ser prescrito por nutricionistas sem habilitação em
fitoterapia.
JANA 2008; 11:50–6; Indian J Psychiatry 2000, 42:295–301; Indian J
Psychol Med 2012, 34:255–62; J Int Soc Sports Nutr 2015, 12:43.

600mg à noite, 2 horas antes da


ingestão de alimentos com água.

Resultados: Melhora na qualidade do sono; Redução da depressão, ansiedade e PCR.

Pode ser utilizado:


1 dose de 300mg pela manhã e outra antes de dormir OU
600mg antes de dormir

Uma queima comum na SPM é a alteração do sono, que ocorre pela redução de
melatonina e do sono REM  Levando a diminuição da leptina e grelina, fazendo com
que a mulher tenha mais apetite durante o dia.

Na fase tardia  Redução de progesterona e GABA.


SHECHTER, Ari; VARIN, France; BOIVIN, Diane B. Circadian
variation of sleep during the follicular and luteal phases of the
menstrual cycle. Sleep, v. 33, n. 5, p. 647-656, 2010; DRAPER,
C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in
healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018.
Magnésio e sono
O magnésio pode melhorar o sono, através do aumento da secreção de melatonina da
glândula pineal, estimulando a atividade da serotonina N-acetiltransferase, a enzima
chave na síntese de melatonina, e sendo um agonista do ácido gama-aminobutírico
(GABA). O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, e
está bem estabelecido que a ativação dos receptores GABA favorece o sono.
Triptofano e o sono
Possíveis mecanismos de influência dos componentes da dieta na síntese de serotonina
e melatonina.
A  dieta como fonte de triptofano (TRP): TRP é metabolizado no cérebro ao longo de
diferentes vias para a serotonina, melatonina e niacina e parcialmente usado como um
fonte de síntese de proteínas.
B  influência dietética no transporte de TRP para o cérebro: outros componentes da
dieta, como carboidratos e outros grandes aminoácidos neutros (LNAAs) afetam a
intensidade do TRP no cruzamento da barreira hematoencefálica.
C  Estimulando a síntese de serotonina e melatonina: o 5-HTP é convertido em
serotonina por uma enzima, L-aminoácido aromático descarboxilase (AADC), que
necessita de piridoxina (vitamina B6) e enzima arilalquilamina-N-acetiltransferase (NAT)
que necessita de ácidos graxos
D  Disponibilidade de TRP para a síntese de serotonina e melatonina: triptofano 2,3-
dioxigenase (TOD) é uma enzima que catalisa a reação química do TRP à
formilquinurenina, que é rapidamente convertida em quinurenina e, finalmente, a
niacina. A niacina (vitamina B3) suprime a atividade do TDO, deixando assim mais TRP
para ser usado na síntese de serotonina.
Peuhkuri, K., Sihvola, N., & Korpela, R. (2012). Diet promotes
sleep duration and quality. Nutrition Research, 32(5), 309–
319.doi: 10.1016/j.nutres.2012.03.009
TRIPTOFANO NO CAFÉ DA MANHÃ

Semente de Abóbora Aveia em flocos Chia


V – 58 mg
10g 30g – 100 mg 10g – 44 mg

Ovo cozido Pistache Amêndoas


100g – 150 mg 50g – 125 mg 10g – 21 mg

Jantar e o sono
 Não seja um jantar pesado;
 Jantar com baixa ingestão de fibra e alta ingestão de gordura saturada e açúcar
está associada a um sono mais leve e menos restaurador com mais excitação.
WIRZ-JUSTICE, A.; KRAUCHI, K.; WERTH, E. et al.
Carbohydrate-rich meals: a zeitgeber in humans. J Sleep Res.
v. 7, 69, 308, 1998.

 Consumir carboidrato entre as 17h até 19h para dar tempo do CHO favorecer a
entrada do triptofano e poder garantir os níveis de melatonina à noite;
 Jantar de alto IG aumenta o triptofano plasmático e leva a um pico de serotonina e
melatonina imediato, mas leva a uma queda desses hormônios durante o sono REM,
prejudicando a qualidade do sono.
Advances in Nutrition: An International Review Journal,, 7 5, 938-949, 2016; WIRZ-
JUSTICE, A.; KRAUCHI, K.; WERTH, E. et al. Carbohydrate-rich meals: a zeitgeber in
humans. J Sleep Res. v. 7, 69, 308, 1998; KRAUCHI, K.; CAJOCHEN, C.; WERTH, E. et al.
Alteration of internal circadian phase relationships after morning versus evening
carbohydrate-rich meals in humans. J Biol Rhythms. v. 17, n. 4, p. 364-376, 2002.

 Consumir 2 kiwis antes de dormir diminui os distúrbios do sono por conter


serotonina e fitomelatonina.

LIN, Hsiao-Han et al. Effect of kiwifruit consumption on sleep quality in adults


with sleep problems. Asia Pacific journal of clinical nutrition, v. 20, n. 2, p. 169-
174, 2011; B ARNAO, Marino; HERNÁNDEZ-RUIZ, Josefa. The potential
of phytomelatonin as a nutraceutical. Molecules, v. 23, n. 1, p. 238,
2018.

Formulação via oral:


Magnésio dimalato – 300 mg
Piridoxal 5 fosfato – 20 mg
Nicotinamida – 10 mg

Associar com:
Fórmula Fitoterápica:
Griffonia simplicifolia*, extrato seco padronizado a no mínimo 90% de
5-hidroxitriotofano – 100mg

Aviar 30 doses em cápsulas qsp.


Posologia: Consumir 1 dose à noite 2 horas longe das refeições.

Apenas profissionais habilitados em fitoterapia


podem prescrever a segunda formulação
REGULAÇÃO DE FLUIDOS CORPORAIS

A retenção de líquidos ocorre por conta da


progesterona, que é o principal hormônio que
causa flacidez na parede venosa e prejudica a
drenagem e a retenção de água.
A progesterona também estimula a aldosterona
(hormônio antidiurético) que aumenta a retenção
de sódio e excreção de potássio, levando a
retenção de líquidos.
TACANI, Pascale Mutti et al. Characterization of symptoms and edema
distribution in premenstrual syndrome. International journal of
women's health, v. 7, p. 297, 2015.

Estratégia nutricional

 Reduzir o consumo de sódio;


 Reduzir o consumo de glutamato monosódico;
 Utilizar chás diuréticos, como: cabelo de milho ou cavalinha.

Cavalinha  Quisetum arvense L.,

A presença de altas concentrações de flavonóides, compostos fenólicos e sais minerais


são responsáveis pela ação diurética.
A atividade diurética também pode ser causada pela Cavalinha devido à irritação do
epitélio renal causada pela equisetonina e saponina presente na Cavalinha.
SAIBA MAIS
Chá diurético

Ingredientes:
• 2 colheres de sopa de hibisco (12,6g) (Hibiscus sabdariffa) (flor);
• 3 colheres de sopa (3,9g) de cavalinha (Equisetum arvense L.) (planta inteira e
partes aéreas);
• 1 colher de sobremesa (0,4g) de cabelo de milho (Zea mays L) (estigmas);
• 1 litro de água.

Modo de fazer: Colocar 1 litro de água para ferver, quando as bolhas começarem
(100°C) desligue. Após a água atingir 85°C adicione as ervas e abafe. Deixe em infusão
por 10 minutos. Consumir 1 xícara (200ml) antes de dormir.

Fitoterápicos Estimulantes do Metabolismo, Destoxificante e


Diurético
Formulação via oral:
Equisetum arvense L, Cavalinha, extrato seco padronizado a 2,0/2,5%
de flavonóides – 100mg
Cynara scolymus L., Alcachofra, extrato seco padronizado a 0,5%
cinarina – 100mg
Baccharis trimera, carqueja, extrato seco padronizado a 1% taninos
totais – 100mg

Aviar X doses em cápsulas.


Posologia: Consumir uma dose, três vezes ao dia, antes das principais
refeições.

Apenas profissionais habilitados em fitoterapia


podem prescrever essa formulação
Confira essa e outras formulações
no livro Manual de Formulações
para Prática Clínica

Para quem não tem habilitação em fitoterápico, é interessante utilizar:

Cacti-Nea®

Nome científico: Opuntia fícus indica (L.)

 Estudos in vivo apresentam o efeito diurético de Cacti-Nea.


 Resultados mostraram que Cacti-Nea dobrou o volume da urina ao mesmo tempo
em que preservou os minerais, prevenindo quadros de hipotensão.
 O consumo de Cacti-Nea induziu uma redução de ganho de peso de quase 20%
comparando-se com o grupo controle.

FEUGANG, J.M.; KONARSKI, P.; ZOU, D.; STINZING, F.C.; ZOU, C.


Nutritional and medicinal use of Cactus pear (Opuntia spp.) cladodes
and fruits. Frontiers in Bioscience, v.11, p.2574-2589, set.2006.

Comparou a eficácia da Cactínea vs.


Hidroclorotiazida

Estudos em animais

Resultados: Não foram observadas diferenças significativas nas concentrações de sódio,


potássio e ácido úrico na urina em comparação com o grupo controle. Os efeitos
diuréticos crônicos do Cacti-Nea® foram comparáveis aos do medicamento padrão
hidroclorotiazida.

500 a 1000mg/dia

Seu uso é contraindicado na gravidez e lactação!


SPM E INFLAMAÇÃO
Durante a fase lútea ocorre o aumento dos marcadores inflamatórios, como:
 Prostaglandinas 2;
 PCR;
 Acilcarnitinas;
 IL 1 Beta;
 Redução da conversão de ácido linoleico (w-6) em ácido gama linolênico (w-3).

Exacerbando os sintomas relacionados da SPM.


DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in
healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018.

Estratégia nutricional para ser utilizada principalmente esse período:

ALIMENTAÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA E ANTIOXIDANTE

 Rica em polifenóis;
 Muita fruta;
 Muita verdura;
 Chás variados;
 Temperos antioxidantes;
 Oleaginosas.
Suplementos indicados:

Alimentos fontes de antocianinas:


Como repolho roxo, mirtilo, groselha preta, amora, cereja, sabugueiro preto, soja preta,
chokeberry e jaboticaba.
Smoothie Super Skin

Ingredientes:
2 col. (sopa) mirtilos desidratados
2 col. (sopa) aveia em flocos
1 col. (sobremesa) chia
150mL de suco de laranja gelado
Modo de Preparo:
Deixe os mirtilos e a aveia de molho, por 2 horas, após
isso descarte a água da aveia, bata no liquidificador
todos os ingredientes e sirva em seguida!
Smoothie de Chá Verde
Ingredientes:
½ xícara de Chá Verde (já preparado)

½ xícara de Iogurte Grego Zero


1 xícara de Manga em cubos
3-5 cubos de gelo
Modo de Preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador e beba imediatamente.

MASTALGIAS
As três principais causas de dor periódica de mama são:
 Diminuição da progesterona;
 Aumento da prolactina;
 Aumento do processo inflamatório

Ocorre redução na proporção de ácidos graxos


insadurados para saturado em membranas, levando
ao aumento dos níveis de biomarcadores
inflamatórios, como interleucina 6 e TNF alfa
também têm sido propostos.

+ retenção de líquido que deixa o ceio com aspecto duro, pesado e causa dor.

JAAFARNEJAD, Farzaneh et al. Compare the effect of flaxseed,


evening primrose oil and Vitamin E on duration of periodic
breast pain. Journal of education and health promotion, v. 6,
2017.
 A progesterona diminui a conversão de ácido linolênico para ácido gama linolênico;

Metas para atingir:


 Diminuir a prostaglandina 2 inflamatória;
 Inserir o ácido gama linolênico.

O ácido gama linolênico (GLA) é um ácido graxo


ômega-6 insaturado, que inibe o ácido áraquidônico
e age como um precursor na síntese de
prostaglandinas 1. Levando ao equilibrio com a
prostaglandina 2.
Fontes de GLA:

Óleo de borragem e óleo de prímula

São classificados na ANVISA como alimento!

GAMA, Carlos Romualdo Barboza et al. Clinical Assessment of


Treatment Outcomes Following Borago officinalis Extract Therapy in
Patients Presenting with Cyclical Mastalgia. International Journal of
Clinical Medicine, v. 6, n. 06, p. 363, 2015.

Exemplos de suplementos:
É importante que o suplemento tenha uma maior quantidade de DGLA (ácido
gama linolênico)
*O Gamaline-V é o que mais contém DGLA, porém este produto é registrado como medicamento

Consumo:

Consumir de 3 a 4 cápsulas por dia durante a fase lútea

Outra opção para diminuir a mastalgia:

Chá de Hamamelis

Ingredientes:
• 1 xícara de água (250ml)
• 2 colheres de Hamamelis (20g)
Preparação: Ferver um copo de água e, quando estiver a ferver, adicione as colheres de
sopa de Hamamelis. Deixe a bebida repousar por 20 minutos, ou até atingir uma
temperatura adequada para uso
Modo de uso:
Mergulhe um pano ou algodão na infusão e aplique sobre os seios. Deixe atuar por 10
minutos, massageando continuamente para manter uma leve sensação de calor. Repita
sua aplicação até que a dor alivie.

Hamamelis diminui prolactina


Água de linhaça

Ingredientes:

• 1 colher de sopa de linhaça (10g)


• 1 xícara de água (250ml)
Preparação: Coloque uma colher de sopa de sementes de linhaça em uma xícara de água
morna. Cubra a bebida e deixe-a repousar durante a noite. No dia seguinte, coe e
aproveite o líquido gelatinoso.

Rica em Lignana que possui efeito estrogênico, leva a diminuição do efeito da


progesterona. Além de ser fonte de fibras, que gera a produção de AGCC e modulam
o processo inflamatório.

SAIBA MAIS

Confira no material de apoio o artigo: Vitex agnus castus na


saúde feminina
Chá de cavalinha
Retenção de líquidos

Ingredientes:
• 1 colher de chá de cavalinha (5 g);
• 1 xícara de água (250 ml).
Preparação: Coloque a colher de chá de cavalinha em um copo de água fervente. Cubra
a bebida e deixe-a repousar até atingir a temperatura ambiente por 10 minutos. Coe e
beba.
Modo de uso: Beba um copo de infusão duas vezes ao dia, 3 ou 4 dias antes do período
menstrual.
Promove a eliminação de líquidos , restaura a circulação para uma oxigenação
correta dos tecidos mamários.

MASTALGIA E CAFEÍNA
Atualmente, o Congresso Americano de Obstetrícia e Ginecologia, Associação de
Profissionais de Saúde Reprodutiva e outros grupos recomendam que as mulheres que
sofrem de TPM evitem totalmente a cafeína, particularmente mulheres que sofrem de
sensibilidade mamária.
Porém, estudos prospectivos de consumo de cafeína e café e síndrome pré-menstrual
não encontraram evidências que sugerissem que a ingestão total de cafeína ou o
consumo de café estivessem associados ao aumento da probabilidade de sintomas
específicos da TPM, como sensibilidade nos seios, irritabilidade e fadiga, mesmo em
mulheres que relataram ingestão de café com cafeína.
Purdue-Smithe, A. C., Manson, J. E., Hankinson, S. E., & Bertone-
Johnson, E. R. (2016). A prospective study of caffeine and coffee intake
and premenstrual syndrome. The American Journal of Clinical
Nutrition, 104(2), 499–507.doi:10.3945/ajcn.115.127027

Sugestão: FAÇA UMA AVALIAÇÃO CLÍNICA COM O SEU PACIENTE!


VITAMINA E

Mulheres iranianas que 200mg de vitamina E,


sofriam de mastalgia duas vezes ao dia

Resultados: Demonstrou ser efetivo em reduzir a gravidade da dor após quatro meses
do tratamento, em comparação com o grupo placebo.
Sugere-se que o mecanismo envolvido seja o efeito anti-inflamatório da vitamina E em
inibir os eicosanoides mediados por ciclo-oxigenases 1 e 2 (COX-1 e COX-2) além de
suprimir as vias de sinalização de NF-kB. Pode estimular síntese de PTG1 e regulação de
neurotransmissores.
JIANG, Q. Natural forms of vitamin E: metabolism, antioxidant, and
anti-inflammatory activities and their role in disease prevention and
therapy. Free Radical Biology and Medicine, v. 72, p.76-90, 2014

Fonte de Vitamina E:
GERME DE TRIGO: magnésio, zinco, cálcio, selênio, sódio, potássio, fósforo,
cromo, antioxidantes, incluindo betacaroteno (para vitamina A), vitamina E,
vitamina C, vitamina B12, vitamina B6, tiamina, riboflavina, niacina, ácido
fólico, ferro, aminoácidos e enzimas, e tem um alto valor dietético e
medicinal.
O ferro no germe de trigo é um cofator necessário para o triptofano
hidroxilase. Além disso, o papel do ferro tem sido relatado no metabolismo da
serotonina e do GABA. Os sintomas da deficiência de ferro incluem depressão, distúrbio
de atividade física e problemas cognitivos, e a relação entre o recebimento de ferro e a
redução dos sintomas da TPM tem sido relatada.
ATAOLLAHI, Maryam et al. The effect of wheat germ extract
on premenstrual syndrome symptoms. Iranian journal of
pharmaceutical research: IJPR, v. 14, n. 1, p. 159, 2015.

Ensaio clínico triplo-cego

Dois meses consecutivos, cápsulas de 400 mg de extrato de germe


de trigo ou placebo foram usadas três vezes ao dia, do dia 16 até o
dia 5 do próximo ciclo menstrual.

Resultados: O germe de trigo reduziu significativamente os sintomas físicos (63,56%),


os sintomas psicológicos (66,30%) e o escore geral (64,99%).
DESCONFORTO INTESTINAL

“Estudos já apontam que mulheres que possuem Síndrome do


Intestino Irritável (SII) tendem a ter piora das intolerâncias durante o
período da SPM. Tanto a SII-D (com diarreia) ou SII-C (com
constipação) ”

Resultados: Uma revisão de estudos publicada em 2015 concluiu que as flutuações


hormonais (especialmente estrogênio e progesterona) em mulheres em idade
reprodutiva influenciam a função gastrointestinal (GI).

Progesterona e motilidade intestinal


O musculo do cólon tem receptores de progesterona. Quando ela cai, estimula a
motilidade intestinal.
Por isso, mulheres que usam remédios anticoncepcionais com progestógenos (Ex. DIU)
tendem a ter piora da constipação intestinal. Alterando a função motora do cólon, tendo
sintomas como: constipação, inchaço e exacerbação dos sintomas intestinais.
As prostaglandinas 2 (PTG 2) geram relaxamento da musculatura lisa, gerando uma
diminuição da contração e com isso levando a constipação pré-menstrual.
Mulak, A. (2014). Sex hormones in the modulation of irritable bowel
syndrome. World Journal of Gastroenterology, 20(10),
2433.doi:10.3748/wjg. v20.i10.2433
Estratégias para melhorar a constipação:

 Avaliar a retirada de leite e derivados;

Lactose: fermenta mais nesse período


Betacaseomorfina 7: opioide derivada da
Betacaseína A1, causa inibição da motilidade
intestinal, que pode levar à constipação e estimular
a produção de muco através das vias mediadas pelo
receptor de opiáceos.

 Avaliar a retirada fontes de metano e enxofre, como: ovo cozido, brócolis, couve
flor, repolho, leguminosas, alho, cebola e entre outros;

Há evidências experimentais e clínicas de que o


metano provavelmente é capaz de retardar o
trânsito intestinal, implicando que ele pode ser
responsável pela constipação.
 Suplementar probióticos:

Probióticos – 1 a 10 bilhões de UFC:


 Lactobacillus reuteri
 Bifidobacterium longum/lactis
 Bifidobacterium infantis (melhora do humor).

Crowley, ET, Nutrients, 2013, 5, 253-266); (Zoghbi, S., Am. J.


Physiol. Gastrointest. Liver Physiol., 2006, 290 (6): G1105-13);
SHAH, Ayesha; MORRISON, Mark; HOLTMANN, Gerald. A
novel treatment for patients with constipation: Dawn of a
new age for translational microbiome research? 2018.
Suco laxativo Low FODMAPs
Ingredientes:
2 colheres (sopa) de sementes de chia deixadas de molho em 200 ml de água de um
dia para o outro
1 sachê (5g) de glutamina
1 cápsula de probiótico* (abrir a cápsula e misturar o conteúdo no suco)
½ mamão papaia ou 1 fatia de abacaxi
1 kiwi
Água e gelo à gosto.

Modo de preparo:
Bater os ingredientes no liquidificador e consumir 1 vez ao dia.

Glutationa na fase lútea

 Ocorre redução da Glutationa durante o período lúteo, diminuindo a capacidade


antioxidante e destoxificante.

Por isso, deve-se aumentar o consumo de alimentos antioxidantes, principalmente


nesse período!
DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in
healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018.
SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP)

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio


endócrino ginecológico comum, de etiologia
desconhecida, com prevalência variando de 8,7 a 17,8% em
mulheres em idade reprodutiva. Evidências sugerem que o
fenótipo da SOP pode variar amplamente e é mais
comumente observado no período pós-puberal. Apesar da
diversidade de fenótipos, as mulheres com SOP são
caracterizadas por ovários policísticos, anovulação
crônica, hiperandrogenismo e anormalidades
gonadotróficas.

Além das características inerentes à SOP, é comum a


ocorrência de anormalidades metabólicas e hormonais
associadas à obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e
dislipidemia. Uma combinação dessas características leva à SÍNDROME
METABÓLICA. A variedade de distúrbios metabólicos na SOP pode estar relacionada a
um maior risco de desenvolver doença cardiovascular. Esse fato pode explicar uma
predisposição à hipertensão arterial em mulheres que sofrem da síndrome. Embora a
associação entre alterações na pressão arterial e SOP ainda não tenha sido totalmente
elucidada, o aumento do risco de estado hipertensivo pode ser explicado pela
resistência à insulina e pelo hiperandrogenismo, mesmo quando ajustados pela idade,
índice de massa corpórea e outros parâmetros antropométricos.
ANDRADE, VICTOR HUGO LOPES DE et al. Current aspects of
polycystic ovary syndrome: A literature review. Revista da
Associação Médica Brasileira, v. 62, n. 9, p. 867-871, 2016.

SINAIS E SINTOMAS CARACTERÍSTICOS:


• Hirsutismo;
• Acne;
• Alopecia;
• Obesidade – Síndrome metabólica;
• Dificuldade para perder peso;
• Oligo ou anovulação: ovários não liberam um óvulo durante um ciclo menstrual (28
dias);
• Oligomenorreia ou amenorreia: a ausência da menstruação (por períodos de três a
seis meses).

DIAGNÓSTICO
Critérios Diagnósticos de SOP
PROTOCOLO CRITÉRIO CONDIÇÃO
NIH (1990) Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) HA e oligo-amenorreia obrigatórios,
Oligo-amenorreia US opcional
Critérios Ultrassonográficos

Rotterdam (2003; Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) Presença de pelo menos 2 dos 3
2012) Oligo-amenorreia critérios, nenhum obrigatório
Critérios Ultrassonográficos
AE-PCOS Society Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) Obrigatório, HA associado a mais um
(2009) Oligo-amenorreia dos 2 critérios, nenhum obrigatório
Critérios Ultrassonográficos
HA – hiperandrogenismo; US - ultrassonografia

O mais indicado e usado é o critério de ROTTERDAM (2003; 2012).

O histórico menstrual de oligo-amenorreia será caracterizado como a ausência de


menstruação por 90 dias ou mais, ou a ocorrência de menos de 9 ciclos menstruais em
um ano.

FISOPATOLOGIA
É muito comum a doença aparecer já na adolescência, evidências mostram que a doença
pode ter sua origem no ambiente intrauterino, indicando envolvimento
genético. Alguns estudos demonstraram uma influência definitiva dos polimorfismos
dos genes da interleucina-6 e interleucina-10, do interferon-c e do fator de crescimento
transformador-beta1 no desenvolvimento da SOP, embora nenhum padrão claro de
herança tenha sido identificado. Outros fatores causais são exposições epigenéticas,
destacando a associação entre exposição intrauterina e andrógenos maternos e
fenótipos relacionados à síndrome. Variações étnicas na SOP podem estar associadas a
fatores ambientais, como condições socioeconômicas e estilo de vida.

A patogênese da SOP ainda precisa de maior elucidação. No entanto, alguns


mecanismos fisiopatológicos são conhecidos, por exemplo, alterações na secreção do
hormônio liberador de gonadotrofinas, defeito na síntese de andrógenos e
desenvolvimento de resistência à insulina. Uma outra proposta é a perturbação do eixo
hipotalâmico-hipofisário, resultando na secreção desordenada de gonadotrofinas pelo
hipotálamo com consequente elevação dos níveis de hormônio luteinizante (LH) e níveis
normais e/ ou baixos de hormônio folículo-estimulante (FSH).
ANDRADE, VICTOR HUGO LOPES DE et al. Current aspects of
polycystic ovary syndrome: A literature review. Revista da
Associação Médica Brasileira, v. 62, n. 9, p. 867-871, 2016.

ESTÁGIOS PROPOSTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA SOP


ESTÁGIO 1: A primeira etapa dessa abordagem é examinar a produção de esteroides
sexuais, particularmente o estradiol, no folículo ovariano.

 Ovário secreta hormônios


 Na embriogênese (barriga da mãe) ocorre o desenvolvimento dos óvulos/ovócitos –
folículos
 Folículo é a unidade produtora de hormônios
O Hipotálamo estimula a hipófise a produzir FSH e LH. Esses hormônios agem nas células
ovarianas, conhecidas como TECA e GRANULOSA.

 GRANULOSA: produz estradiol e progesterona sob a estimulação do hormônio


folículo estimulante (FSH).
 TECA: desenvolvimento do folículo, ovulação e a produção de androgênio (ex.
testosterona) sob o estímulo do hormônio luteinizante (LH).
Duncan, W. C. (2014). A guide to understanding
polycystic ovary syndrome (PCOS). Journal of Family
Planning and Reproductive Health Care, 40(3), 217–
225.doi:10.1136/jfprhc-2012-100505

O folículo possui duas camadas de células esteroidogênicas: a camada de células


externas da teca e a camada de células da granulosa interna, separadas por uma
membrana basal. São as células da granulosa responsáveis pela síntese e secreção do
estradiol. Eles fazem isso inicialmente sob o estímulo do hormônio folículo-estimulante
(FSH) da glândula hipófise anterior, que se liga e ativa seus receptores de FSH. O
estradiol é um esteroide sexual e todos os esteroides são derivados do colesterol.
Portanto, o colesterol tem que ser transformado em estradiol por modificação
enzimática através de uma série de esteroides intermediários. Na via, as células da
granulosa contêm grandes quantidades de aromatase, mas não expressam proteínas e
enzimas que são necessárias para a conversão do colesterol em andrógenos e eles não
podem produzir andrógenos. Como eles não podem sintetizar o substrato de andrógeno
para fazer o estradiol, as células da granulosa precisam obter andrógeno de outra fonte.
O androgênio é produzido em células de teca e convertido em estrogênio nas células da
granulosa. As células de teca produzem androgênio sob estimulação do hormônio
luteinizante (LH) da glândula hipófise anterior, que ativa seus receptores de LH. Assim,
para facilitar a secreção de estradiol folicular, a produção de andrógeno e LH a partir de
células de colesterol e FSH promove a conversão desses andrógenos em estrogênios em
células da granulosa.
Os hormônios são fisiologicamente equilibrados (Figura abaixo).
ESTÁGIO 2:
O desenvolvimento de um ovário policístico está associado ao
aumento da exposição aos andrógenos (testosterona), já que
estes têm seus próprios efeitos no crescimento e
desenvolvimento folicular. Um ovário policístico contém um
número aumentado de pequenos folículos antrais que são os
pequenos folículos cheios de líquido. Eles não são "cistos", pois
contêm um oócito potencialmente saudável e podem ser
estimulados a crescer normalmente com FSH administrado
exogenamente. Os "cistos" ovarianos na SOP são, portanto,
folículos essencialmente em pausa, com crescimento celular
reduzido, bem como redução da morte celular (atresia).

O androgênio inibe o crescimento de folículos antrais maiores,


mas estimula o crescimento de folículos antrais menores.
Clinicamente, a morfologia da SOP está associada ao aumento
dos andrógenos endógenos. E a resposta do ovário ao
aumento de andrógenos é, portanto, o desenvolvimento de uma morfologia policística
e inibição do crescimento folicular posterior. Isso resulta em um aumento da incidência
de anovulação.

ESTÁGIO 3:

O terceiro ponto é entender os mecanismos pelos quais o ovário pode ser exposto a
concentrações locais aumentadas de andrógenos.

Está claro que as mulheres com SOP têm maior probabilidade de ter concentrações
basais de LH aumentadas, bem como aumento da amplitude e frequência do pulso de
LH. E é provável que o desequilíbrio LH: FSH seja algo com o qual nascem mulheres com
tendência à SOP e que isso cause anovulação.

Há evidências crescentes de modelos humanos e animais de que a SOP pode ser


programada pelo aumento da exposição fetal ao andrógeno antes do nascimento. Isso
pode programar permanentemente o aumento da secreção basal de LH, bem como
aumentar a quantidade de LH liberada em resposta ao hormônio liberador de
gonadotrofina (GnRH) e, portanto, a amplitude dos pulsos de LH. Uma maneira pela qual
o ovário pode ser exposto a um aumento de androgênio é, portanto, uma razão
aumentada de LH: FSH, que pode ser programada no período pré-natal.

ESTÁGIO 4:
Deve-se entender que há um regulador da biodisponibilidade androgênica. Isso poderia
ser imaginado como uma "esponja" que pode absorver o excesso de andrógeno, a fim
de evitar que ele afete o crescimento e o desenvolvimento folicular. Essa “esponja”
existe na forma de globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), que se liga e inibe
os andrógenos e, em menor grau, os estrogênios.

Se essa esponja for pequena, não absorverá completamente o excesso de andrógenos,


podendo haver aumento na biodisponibilidade de andrógenos na presença de
concentrações normais de LH e se houver um aumento na relação LH: FSH, uma pequena
esponja aumentaria a exposição aumentada de andrógenos.

A SHBG está inversamente relacionada ao peso. Ou seja, a medida


em que o peso aumenta, o SHBG da mulher diminui e a
disponibilidade de andrógenos irá, portanto, aumentar levando a
piora do quadro da SOP.

O peso é, portanto, um controlador da ação do LH no ovário e,


portanto, os efeitos do LH serão exagerados pela obesidade

ESTÁGIO 5:

Deve-se focar na regulação molecular da síntese de androgênio dependente de LH pelas


células da teca. A chave aqui é imaginar o efeito que um multiplicador de ação de LH
teria no nível da célula teca. A presença de um multiplicador aumentaria a produção de
androgênio para uma dada concentração de LH. Isso significa que o androgênio ovariano
pode ser aumentado na presença de concentrações normais de LH.

Esse multiplicador é a insulina, que é um cofator que aumenta a secreção de androgênio


induzida por LH. Na presença de resistência à insulina periférica (RI) são necessárias
concentrações aumentadas de insulina para promover a captação de glicose em tecidos
com um papel metabólico chave, como músculo e gordura. Embora estes possam ser
resistentes aos efeitos metabólicos da insulina, o ovário permanecerá sensível aos
efeitos da insulina. A hiperinsulinemia associada à RI, portanto,
significa que mais androgênio será produzido no ovário.

À medida que a RI se agrava e as concentrações de insulina


aumentam, os andrógenos ovarianos aumentam e a SOP piora.
E se ocorrer ao contrário, a SOP melhorará.

ESTÁGIO 6:
Esse último congrega as informações obtidas nos cinco primeiros estágios.

O grau de manifestação da SOP pode ser modificado tanto pelo aumento do peso e
quanto pelo fator da resistência à insulina. E há um ciclo vicioso onde à medida em que
o peso aumenta, a RI aumenta e os níveis circulantes de insulina aumentam. E a insulina
em si pode inibir a síntese de SHBG hepática.

Há, portanto, três impulsionadores para o aumento da produção de andrógenos


ovarianos: aumento de LH, hiperinsulinemia e aumento de peso. Mulheres magras com
SOP têm mais elevação do que mulheres obesas com SOP. Enquanto algumas mulheres
com SOP têm principalmente uma alta relação LH: FSH, algumas são principalmente
resistentes à insulina e algumas têm um grande problema de peso. A consequência
comum é o aumento de andrógenos que resulta em SOP. Na realidade, a maioria das
mulheres com SOP terá cada um desses fatores em diferentes graus.
Duncan, W. C. (2014). A guide to understanding
polycystic ovary syndrome (PCOS). Journal of Family
Planning and Reproductive Health Care, 40(3), 217–
225.doi:10.1136/jfprhc-2012-100505

Estima-se que entre 50 e 90% das mulheres com SOP manifestem resistência à
insulina.

RESISTÊNCIA À INSULINA
Estima-se que entre 50 e 90% das mulheres com SOP manifestem resistência à insulina.

Como uma resposta compensatória à resistência à insulina, desenvolve-se


hiperinsulinemia que, por sua vez, interage sinergicamente com o hormônio luteinizante
(LH) nas células da teca. Levando a ativação de uma enzima chave na biossíntese de
andrógenos ovarianos: aumentando a geração e liberação de andrógenos, piorando a
SOP.

RESUMINDO...
Visão geral da resistência periférica à insulina em SOP:

Fatores de risco para


Dislipidemia
Resistência à Insulina:
Mudanças no
colesterol e
metabolismo  Obesidade abdominal;
 História familiar de
Diabetes tipo 2;
Fígado  Predisposição genética;
↑ testosterona livre
↓ SHBG  Envelhecimento;
 Drogas (ex. esteroides);
 Estilo de vida.
Resistência à insulina Disglicemia
Hiperinsulinemia ↓ transporte de
glicose

Hipófise Ovário
↑ amplitude do pulso ↑ testosterona
de LH ↑ androstenediona
Andrógenos SÍNDROME DO
Ovário aumentados OVÁRIO POLICÍSTICO
Adrenal Adrenal
↑ atividade ↑ DHEA
P450c17α

DHEA= dehidroepiandrosterona

BARBER, T. M. et al. Polycystic ovary syndrome: insight into


pathogenesis and a common association with insulin
resistance. Clinical Medicine, [s.l.], v. 15, n. 6, p.72-76, 1 dez. 2015
ESTRATÉGIAS

O indicado é melhorar sensibilidade à insulina desse paciente, por meio:

 Perda de peso;
 Terapia medicamentosa;
 Manejo dietético.

Irá melhorar as características reprodutivas, hiperandrogênicas e metabólicas


envolvidas com a SOP.

SINTOMAS DA SOP
Uns dos sintomas que os pacientes vão apresentar são a acne e hirsutismo, devido a sua
relação com a enzima 5 alfas redutase, que na unidade pilossebácea e na pele, ela irá
converter a testosterona em diidrotestosterona (DHT) pela enzima 5α redutase.
Causando hirsutismo, acne, seborreia e alopecia.

O hirsutismo é definido como crescimento excessivo de pelos terminais em áreas andrógeno-


dependente das mulheres. É um dos critérios clínicos mais utilizados para o diagnóstico do
excesso de andrógeno, sendo observado em 50-80% das pacientes que apresentam
hiperandrogenismo.
A acne é uma desordem da unidade pilossebácea, com lesões na face, pescoço, dorso e região
peitoral.
A alopecia androgenética na mulher é caracterizada pela perda de cabelo na região central do
couro cabeludo, com repercussão psicossocial importante.
A dermatite seborreica é uma inflamação na pele que causa descamação e vermelhidão
principalmente em algumas áreas da face, como sobrancelhas e cantos do nariz, além de afetar
couro cabeludo e colo.
Formação da acne:

MOURA, Heloisa Helena Gonçalves de et al. Síndrome do ovário


policístico: abordagem dermatológica. An. Bras. Dermatol., Rio de
Janeiro, v. 86, n. 1, p. 111-119, Feb. 2011.
http://dx.doi.org/10.1590/S0365-05962011000100015.

IGF-1

Os receptores de insulina estão presentes nos ovários humanos normais e nos


policísticos. Um outro receptor também presente no ovário, chamado IGF-1,
compartilha características estruturais e funcionais com o receptor de insulina. E o
ligante do IGF-1 é sintetizado pelo ovário.
No entanto, os dímeros α e β do receptor de insulina e IGF-1 podem reunir-se e
formarem receptores híbridos, que podem ligar a insulina e o IGF-1 com afinidade
semelhante.
Assim, algumas ações da insulina no ovário podem ser mediadas pelo IGF-1 ou
receptores híbridos de insulina- IGF-1.
A hiperglicemia irá ocasionar:
 ↑ a concentração circulante de insulina e IGF-1;
 ↓proteína ligadora IGF-I do tipo 3 (IGFBP-3);
 Contribui para ↑ da biodisponibilidade plasmática de IGF-1.

Tanto a insulina quanto o IGF-1 estimulam a síntese de andrógenos ovariano e testicular.


E esses androgênios ↑ o nível de IGF-1 gera um círculo vicioso que contribui para o ↑
da proliferação de sebo. Além disso, esses hormônios inibem a síntese hepática de
SHBG, e, portanto, ↑ a biodisponibilidade dos andrógenos teciduais circulantes.

O IGF-1 potencializa a sinalização androgênica pela ativação da 5α-redutase e do


receptor de androgênio.
Ocorrendo:


andrógenos

Ativar a via
mTORC/SREBP1c
↑ insulina que ↑ a
comedogênese e
a inflamação.

↑ IGF-1

Também promove a proliferação do Propionibacterium acnes e inflamação dérmica,


aumento ainda mais a acne.
HISURTISMO
O hirsutismo, como já mencionado, é definido como
crescimento excessivo de pelos terminais em áreas
andrógeno-dependente das mulheres. Afeta 5-10% das
mulheres. É um dos critérios clínicos mais utilizados
para o diagnóstico do excesso de andrógeno, sendo
observado em 50-80% das pacientes que apresentam
hiperandrogenismo.
É resultado do ↑ da produção de andrógenos e/ ou
aumento da sensibilidade dos folículos pilosos aos
andrógenos.

O que pode transformar o pelo velos em pelos


terminais em áreas andrógeno-sensíveis da pele
de maneira irreversível.

SAIBA MAIS
Qual a diferença entre pelo Velus x Terminal?

Velus Terminal

É o pelo que substitui a lanugem após o É o pelo que substitui o velos. É mais
nascimento. É macio, fino (<0,1 mm), curto comprido (> 2cm), mais grosso (até 0,6
(< 2 cm) e pouco pigmentado. Pode ser mm), pigmentado, visível e medulado.
encontrado normalmente nas faces das Encontrado nas axilas, regiões pubianas,
mulheres ou na área de calvície dos pernas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode
homens. e cabelos do couro cabeludo.
A presença é determinada pelo Sistema de Pontuação Ferriman-Gallwey modificado
para o hirsutismo.
Cada uma das nove áreas do corpo é classificada como:
0 (ausência de pelos terminais) a 4 (crescimento extensivo de pelos terminais) os
números em cada área são adicionados para obter a pontuação total.
Uma pontuação ≥ 6 – 8 geralmente define o hirsutismo.
Yildiz, B. O. (2008). Assessment, diagnosis and treatment of a
patient with hirsutism. Nature Clinical Practice Endocrinology
& Metabolism, 4(5), 294–300.doi:10.1038/ncpendmet0789
EXAMES LABORATORIAIS

Glicemia em jejum Insulina em jejum TGL

HDL LDL Vit. D

Hormonais: DHEA,
Colesterol total LH e FSH* testosterona, 17-
hidroxiprogesterona

*Na SOP normalmente a relação LH/FSH é maior que 3

Resumindo...

 Pacientes com SOP apresentam altos níveis de andrógenos, IGF-1 e baixa


concentração de SHBG.
 Tanto a insulina quanto o IGF-1 estimulam a síntese de andrógenos ovariano.
 O ↑ da insulina provoca queda na síntese hepática de SHBG levando ao aumento
da testosterona livre, provocando com isso hiperandrogenismo.
 Os níveis de andrógeno podem ser minimizados pela diminuição da RI, seja pela
perda de peso, seja pelo uso de medicamentos associado ao manejo dietético.
MANEJO DIETÉTICO
Passo 1: Manejo Dietético
Exemplos:

 Fazer o controle de CG e IG;


 Low Carb;
 Mediterrânea;
 Outras estratégias.

Artigos que correlacionam a SOP com tratamento dietético:

Ácidos graxos monoinsaturados (MUFA; 17% energia) ou pobres em carboidratos (baixa


CHO; 43% energia

Dieta de Baixo CHO, que era relativamente baixa em carboidratos (43%) e colesterol,
rica em fibras e composta por 45% de gordura (18% de gordura monoinsaturada e <8%
de gordura saturada), melhorou perfil metabólico de mulheres com SOP em 16 dias.
Revisão sistemáticas
 Maior perda de peso para dieta rica em gorduras monoinsaturadas;
 Melhora da regularidade menstrual em uma dieta de baixo IG;

 Aumento no índice de andrógeno livre associado a uma dieta rica em CHO;


 Maiores reduções na RI, fibrinogênio, LDL e colesterol total associados a uma deita
de baixo teor de CHO ou baixo IG.

Dieta pobre em gordura: 55% de CHO, 18% de PTN e 27% LIP


Dieta pobre em carboidratos: 41% de CHO, 19 % de PTN e 40% de LIP

 ↓ da insulina e glicemia em jejum;

 ↑ da sensibilidade à insulina;
 Melhora da resposta “dinâmica” de células Beta pancreáticas;
 Perderam tanto tecido adiposo intra-abdominal; Gordura intermuscular;
 Tecido adiposo intra-abdominal foi positivamente associado com a mudança no TNF-
alfa (um marcador da inflamação).
60% de CHO; 15% de PTN e 25% de LIP
40% de CHO; 15% de PTN e 45% de LIP (<7% de gordura sat), 200mg de colesterol e
20g de fibras.

 ↓ concentração de insulina durante o dia todo na dieta baixa em CHO e maior em


gordura;
 Mudanças benéficas no perfil lipídico também foram observadas.

Comparar uma dieta de baixo índice glicêmico com uma dieta com índice glicêmico
normal
 24,6% (14/57) dos ciclos foram ovulatórios na dieta de baixo IG;
 Apenas 7,4% (4/54) dos ciclos foram ovulatórios (p = 0,014) na dieta de IG normal;
 Pode estar relacionada a uma diminuição nos níveis séricos de andrógenos
circulantes, secundária a uma melhora na resistência à insulina.
O excesso de glicose nas células mononucleares (MNC) gera um grande número de metabólitos
oxidados em mitocôndrias, levando a um aumento na produção de espécies reativas de oxigênio
(EROs). As ERO podem atuar como um potencial ativador de receptores Toll-like (TLR), mediando
a ativação e expressão de NF-κB, uma família de fatores de transcrição que controlam a
apoptose e expressão de citocinas pró-inflamatórias, com liberação aumentada de citocinas pró-
inflamatórias na corrente sanguínea. As citocinas pró-inflamatórias estimulam o fígado a
produzir uma variedade de proteínas conhecidas como reagentes de fase aguda, incluindo os
níveis de proteína C-reativa (PCR). A inflamação, quando presente na síndrome dos ovários
policísticos (SOP), contribui para o desenvolvimento de resistência à insulina e hiperinsulinemia
compensatória, embora com peculiaridades diferentes, ligadas à contribuição fundamental do
hiperandrogenismo, uma das características marcantes da SOP. Por sua vez, a hiperinsulinemia
e o hiperandrogenismo atuam como promotores da inflamação na SOP. Por outro lado, a
inflamação induzida por nutrientes, por si só, poderia estimular a produção de andrógenos
ovarianos, independente do excesso de adiposidade e da resistência à insulina. Nesse cenário
complexo, a nutrição pode atuar como um elemento aditivo na representação de um novo
"quarteto mortal" de fatores de risco metabólicos, juntamente com hiperinsulinemia,
hiperandrogenismo e inflamação de baixo grau, no ciclo vicioso que opera na fisiopatologia da
SOP, onde o hiperandrogenismo pode agir como o progenitor da inflamação induzida por dieta
na doença.

--------------------------------------------
SAIBA MAIS
Carga e índice glicêmico
O IG expressa o aumento da glicose no sangue após o consumo de um alimento fonte
de CHO, comparando com o consumo de um alimento controle, em geral glicose ou pão
branco, e foi proposto com a finalidade de classificar os alimentos a partir das respostas
glicêmicas, ou seja, capacidade que o alimento tem de aumentar a glicemia.
Cálculo: Área da curva glicêmica do alimento / área da curva glicêmica do alimento
controle x 100
A CG indica a qualidade e quantidade de CHO dentro de uma porção consumida de
nutrientes pela dieta. Esse parâmetro fornece o resultado do efeito glicêmico da dieta
como um todo, pois avalia a porção de CHO disponível nos alimentos e o IG. Dessa forma
fornece uma noção mais real do efeito glicêmico de diferentes porções alimentares.
Cálculo: porção de CHO disponível x IG /100.

--------------------------------------------
MEDITERRÂNEA

A dieta mediterrânea possui efeito benéfico em vários fatores de risco cardiovascular


relacionados à obesidade.

 Tolerância à glicose alterada;


 RI;
 Função vascular endotelial;
 Metabolismo lipídico.

Consiste na alta ingestão de:

 Cereais;
 Leguminosas;
 Nozes;
 Vegetais e frutas;
 Gorduras fornecidas principalmente pelo azeite de oliva;
 Consumo moderado de peixe, aves e produtos lácteos;
 Baixa ingestão de carne vermelha (1x na semana);
 Baixo consumo de álcool, geralmente na forma de vinho tinto.

Como a SOP é atualmente considerada um estado de risco cardiovascular, a dieta


mediterrânea pode ter esse feito benéfico para o tratamento da SOP.

COMO POSSO REDUZIR O IG E A CG DA DIETA?

FIBRAS
Existem dois tipos de fibras: solúveis e as insolúveis

Fibras solúveis:
 Maior impacto na resposta glicêmica;

 Aumentam a viscosidade do bolo alimentar;

 Diminuem a atividade de algumas enzimas digestivas influenciando na taxa de


digestão e absorção de nutrientes.

Essa influência está diretamente ligada à glicemia pós-prandial e resposta insulínica,


redução do colesterol e regulação do apetite.
Exemplos: farinha de casca de berinjela, farinha de casca de maracujá, casca de maçã e
laranja (pectina); goma guar (mucilagens); Psyllium; farelo de aveia e cevada (beta-
glucana).

AMIDO RESISTENTE
Existe muito interesse no papel fisiológico dos amidos resistentes, que dizem ser
similar ao das fibras
 ↓ concentrações séricas de triglicerídeos e colesterol - mediados pelo ↑ da
secreção de ácidos biliares, ↓ na absorção de colesterol e ↑ na expressão do
receptor de LDL hepático.
 Associado ao melhor controle da glicose e como prebiótico.

Exemplos: grãos, farinhas e leguminosas.

Outros alimentos e chás que podem modular a resposta glicêmica:


 Vinagre de maçã;
 Canela;
 Chá verde;
 Sementes de chia;
 Biomassa de banana verde.

Incluir gorduras mono e poli-insaturadas:


 Abacate;
 Óleo de abacate;
 Óleo de gergelim;
 Azeite de Oliva;
 Óleo de macadâmia;
 Óleo de semente de Uva;
 Oleaginosas (Noz, noz-pecan, castanhas, amêndoas, pistache, macadâmia, linhaça,
chia, semente de abóbora, azeitonas, sementes de girassol).
DICAS PARA ESCOLHER UMA ESTRATÉGIA

Se o paciente apresentar:
SOP + RI  Low carb do tipo mediterrânea.

Se o paciente apresentar:
SOP + RI alta  Cetogênica por 15 dias e uma manutenção com a Low Carb.

Se o paciente apresentar:
SOP sem RI (HOMA IR 1.5 a 2.0)  Mediterrânea.

SAIBA MAIS
Confira no material de apoio exemplo de plano alimentar

Passo 2: suplementação adequada.

A suplementação deve ser feita após uma avaliação correta dos exames do paciente,
após analisar seu recordatório, sinais e sintomas para suplementar somente se for
necessário.
MIOINOSITOL
Alimentos com maior concentração de mioinositol: frutas, feijões, milho e nozes.
Inositol foi definido no passado como "açúcar miometrial", no entanto, não é uma
substância pertencente ao grupo de carboidratos.
Porém definir o inositol como uma vitamina B também está sendo discutido de forma
controversa, pois o inositol não é uma substância essencial e pode ser produzido em
células humanas a partir da glicose.
De fato, vários estudos provaram que a molécula de inositol está diretamente envolvida
na sinalização celular da insulina.
Em relação à SOP, vários estudos mostraram que a deficiência de inositol nos
inositolfosfoglicano (IPG) é responsável pela resistência à insulina. E foi demonstrado
que a administração de D-chiro-inositol (convertido intracelularmente a partir de mio-
inositol) reduz a resistência à insulina.
Regidor, P.-A., Schindler, A. E., Lesoine, B., & Druckman, R.
(2018). Management of women with PCOS using myo-inositol and folic acid.
New clinical data and review of the literature. Hormone Molecular Biology and
Clinical Investigation, 0(0). Doi:10.1515/hmbci-2017-0067

Meta-análise para avaliar a eficácia e segurança do mioinositol para pacientes com SOP.
Doses de 500mg a 2g

x controle

Resultados: verificaram que pode melhorar a RI (melhora o índice HOMA e


hiperinsulinemia) e ter um certo efeito no eixo hipotalâmico-pituitário-ovariano (↑
estradiol e SHBG e ↓ o LH).

Conclusão:
O mioinositol pode ser recomendado para o tratamento de SOP com RI, para melhorar
os sintomas causados pela diminuição do estrogênio na SOP.
Mas os estudos clínicos atuais têm limitações:
 Inclui pequenos tamanhos de amostra;
 Curta duração.

Necessários mais estudos.

Dica de formulação:

Mioinositol – 500mg a 1g

Utilizar por 30 dias e


reavaliar

VITAMINA D

O status da vitamina D é um dos fatores nutricionais está relacionado à SOP.


Mulheres com SOP particularmente obesas têm uma alta prevalência de deficiência de
vitamina D, porque a vitamina D é lipossolúvel e seu acúmulo de tecido adiposo em
pessoas obesas reduz sua biodisponibilidade.

Muitos estudos indicaram que concentrações insuficientes de 25 (OH) D circulante estão


associadas à:
 Hiperandrogenismo;
 Síndrome metabólica;
 RI;
 ↑ do IMC;
 ↑ percentual de gordura corporal e circunferência da cintura.

Os receptores da vitamina D (VDR) estão expressos em vários tecidos humanos, como o


esqueleto, glândulas paratireoides e os ovários. Distúrbios nos efeitos da atividade da
VDR sobre o hormônio luteinizante (LH), concentrações de SHBG, níveis de testosterona,
RI e níveis séricos de insulina podem ser notados como a etiologia da SOP.
Tanto a suplementação de vitamina D quanto a dieta para perda de peso são
potencialmente benéficas para o hiperandrogenismo.
JAFARI-SFIDVAJANI, S. et al. The effect of vitamin D supplementation in combination
with low-calorie diet on anthropometric indices and androgen hormones in women with
polycystic ovary syndrome: a double-blind, randomized, placebo-controlled
trial. Journal Of Endocrinological Investigation, [s.l.], v. 41, n. 5, p.597-607, 6 nov. 2017.
3 grupos suplementados com vitamina D
1) 4000UI (n= 30)
2) 1000UI (n= 30)
3) Placebo (n= 30)

Durante 12 semanas

Resultados: A suplementação de vitamina D (4 000 UI), comparada com a vitamina D (1000 UI)
e placebo, levou à:

 ↓ da glicose em jejum;
 ↓ das [] séricas de insulina e HOMA-IR;
 ↓ triglicerídeos, VLDL, LDL e relação colesterol total/ HDL.

No geral, a suplementação de vitamina D na dose de 4.000 UI teve efeitos benéficos do


metabolismo da glicose e perfis lipídicos em comparação com 1.000 UI / dia de vitamina
D e grupos placebo.

COMO PRESCREVER A VITAMINA D?

1) Analise o nível sérico por meio de exame 25(OH) D


2) Se abaixo de 30ng/ ml, está insuficiente. O valor ótimo é entre 40-45 a 75ng/ ml.

Hipóteses para uma baixa vitamina D:


 Baixa exposição ao sol;
 Fototipo de pele (pessoas afrodescendentes e morenas possuem maior dificuldade
de converter a vitamina);
 Obesidade (tecido adiposo "sequestra" a vitamina);
 Doenças autoimunes;
 Envelhecimento;
 Polimorfismos genéticos.

3) Quanto suplementar:

 A cada 1000 UI de vitamina D suplementada diariamente, em 8 semanas é esperado


um aumento sérico de 6 a 10ng / mL;
 Então, se você deseja aumentar o nível sérico de 25 para 40, por exemplo, você vai
precisar de no mínimo 1500 UI por dia;
 Esse cálculo pode não dar certo, pois há pessoas que necessitam de doses maiores
de vitamina D devido às características genéticas.
4) Se a vitamina for manipulada, solicite sempre em base oleosa.

Se não for manipulada, consuma com uma fonte de gordura, pois ela atuará como
transportador da vitamina. Pode ser prescrita na forma de vitamina D2 ou D3.

5) A dose máxima que o nutricionista pode prescrever é de 2000UI/dia

Doses superiores são liberadas para médicos e farmacêuticos.


6) Conversão de unidades: 1 micrograma (mcg) de Vitamina D3 é equivalente a
aproximadamente 40 UI.

A vitamina do suplemento já está na forma ativa. Não precisará da exposição ao sol


para "ativá-la".

A suplementação de vit. D é na
forma de 1,25dihidroxi D3
A solicitação do exame: 25hidroxi D3 - a mais
circulante com meia vida de 3 semanas.

Vitamina D
Dose usual 200UI
Dose mínima 800UI
Dose máxima 2000UI

Vitamina D – Prática clínica

Exame bioquímico: deve-se solicitar a 25hidroxi D (a mais circulante


com meia vida de 3 semanas); se ela estiver baixa deve-se suplementar
a 1,25dihidroxi D3

Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 2000UI

A intoxicação pode ocorrer em níveis séricos maiores de 372nmol/L de 25-OHD e resulta


em hipercalcemia, favorecendo o depósito de cálcio em tecidos moles como rins,
artérias, coração, ouvido e pulmões. Sinais de toxicidade incluem: enxaqueca, fraqueza,
náusea, vômitos e obstipação.
DEVO ASSOCIAR A VITAMINA D COM CÁCIO E
VITAMINA K?

Randomizado, duplo-cego e controlado por placebo

Os participantes foram alocados aleatoriamente


em dois grupos para ingerirem

 200 UI de vitamina D + 90 μg de vitamina K +


500 mg de cálcio (n = 30)
 ou placebo (n = 30)

Duas vezes ao dia por 8 semanas

Resultados: a co-suplementação de cálcio com vitamina DK resultou:

 ↓ da testosterona livre de soro e DHEAS;


 ↑ significativo na capacidade antioxidante total no plasma (TAC);
 Diferença significativa nas concentrações plasmáticas de malondialdeído (MDA);
 A tendência para uma maior ↓ no hormônio LH.
Podendo ser interessante a suplementação para mulheres com SOP

Vitamina K
Dose usual 1mg
Dose mínima 1mg
Dose máxima 25mg

Por apresentar efeitos coagulantes, o uso por indivíduos submetidos a


tratamentos anticoagulantes, visando a prevenção de trombos, deve ser
evitado, isso por que o uso em excesso de vitamina K pode induzir a
agregação plaquetária e favorecer a formação de trombos.

Cálcio
Dose usual 100mg
Dose mínima 500mg
Dose máxima 1500mg

A suplementação de cálcio sem a suplementação de vitamina D tem sido


associada a incidência de infarto do miocárdio.
Por isso deve-se ter atenção e nunca fazer a suplementação de cálcio de forma isolada.
-------------------------------------------------------------------

SAIBA MAIS
Malondialdeído

Os produtos da peroxidação lipídica, como o


malondialdeído (MDA, C3H4O2), podem ser utilizados
como indicadores da ação dos radicais livres no organismo,
ele possui ação citotóxica e genotóxica, encontrando-se
em níveis elevados em algumas patologias associadas ao
estresse oxidativo. A quantificação de MDA nos sistemas
biológicos é um parâmetro importante para avaliação do estresse oxidativo celular.

ANTUNES, Marina Venzon et al. Estudo pré-analítico e de validação para


determinação de malondialdeído em plasma humano por cromatografia líquida
de alta eficiência, após derivatização com 2, 4-dinitrofenilhidrazina. Revista
Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 44, n. 2, p. 279-287, 2008.

-------------------------------------------------------------------

CÁLCIO

Randomizado, duplo cego e controlado por placebo


Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos para receber:

1) 1000 mg / d de cálcio + placebo de vitamina D;


2) 50.000 UI / semana vitamina D + placebo de cálcio;
3) 1000 mg de cálcio /d + 50.000 UI / semana de vitamina D;
4) Placebo de cálcio + placebo de vitamina D;
Durante 8 semanas.

Resultados: O co-suplemento de cálcio-vitamina D resultou em níveis mais elevados de


cálcio sérico e vitamina D em comparação com outros grupos. ↓ níveis séricos de
insulina e HOMA-IR. ↑ índice quantitativo de verificação da sensibilidade à insulina
(QUICKI). ↓ significativa nos níveis séricos de triglicerídeos e VLDL-colesterol. Não teve
efeitos significativos nos níveis de glicemia total, colesterol total, LDL, HDL e colesterol
não-HDL.

Cálcio – Prática clínica

Exame bioquímico: cálcio iônico.

Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 1534,67mg

Biodisponível: cálcio quelato

O excesso de cálcio pode provocar calcificação vascular e aumentar o risco


de mortalidade para DCV. Pode ocasionar nefrolitíase, síndrome da
hipercalcemia e insuficiência renal com ou sem alcalose. Atenção a interação entre ferro
e zinco.

ZINCO
A administração de zinco é proposta para melhorar as características clínicas e
bioquímicas dos pacientes com SOP. Pois ele está envolvido como um elemento básico
para muitas funções vitais, incluindo fertilidade e reprodução, inflamação e estresse
oxidativo.
O zinco é um nutriente essencial, sendo componentes de muitas enzimas; ele está
envolvido na síntese, armazenamento e liberação de insulina. Tendo efeito benéfico
sobre os resultados endócrinos, biomarcadores de inflamação e estresse oxidativo.

A deficiência de zinco pode ser um fator predisponente para:


 RI;
 Tolerância à glicose diminuída;
 ↑ do perfil lipídico;
 Diabetes mellitus;
 Aterosclerose e DCV;
 Podendo também promover os mecanismos subjacentes e características
metabólicas da SOP, causando RI, diminuindo a capacidade antioxidante e induzindo
a apoptose.

(JAMILIAN, Mehri et al. Effects of Zinc Supplementation on Endocrine


Outcomes in Women with Polycystic Ovary Syndrome: a Randomized, Double-
Blind, Placebo-Controlled Trial. Biological Trace Element Research, [s.l.], v. 170,
n. 2, p.271-278, 28 ago. 2015).

(Foroozanfard, F., Jamilian, M., Jafari, Z., Khassaf, A., Hosseini, A., Khorammian,
H., & Asemi, Z. (2015). Effects of Zinc Supplementation on Markers of Insulin
Resistance and Lipid Profiles in Women with Polycystic Ovary Syndrome: a
Randomized, Double-blind, Placebo-controlled Trial. Experimental and Clinical
Endocrinology & Diabetes, 123(04), 215–220. Doi:10.1055/s-0035-1548790).
Mas como o ZN pode contribuir para a melhora da RI?

1 - Este mineral estimula a fosforilação da subunidade β do receptor de insulina e promove a


ativação de fosfatidilinositol 3 quinase e proteína quinase B ou Akt, aumentando assim o
transporte de glicose para dentro das células.

2 - Autores demonstraram a presença de sítios de ligação do zinco na proteína tirosina fosfatase


(PTPase) 1B, uma enzima que regula a ação da insulina, catalisando a desfosforilação da
subunidade β de seu receptor. Assim, o nutriente desativa esta enzima, aumentando assim a
fosforilação do receptor de insulina.

3 - O zinco também inibe a ação da fosfatase e do homólogo da tensina (PTEN), uma enzima que
promove a desfosforilação do fosfatidilinositol 3,4,5-trifosfato (PIP3) e inibe a ativação da via de
sinalização da proteína Akt.

4 - Além disso, esse mineral induz diretamente a ação das enzimas fosfatidilinositol 3 quinase e
proteína Akt. Assim, o zinco promove a translocação de GLUT4 e a subsequente captação de
glicose pelas células.
5- O zinco age sobre os componentes estruturais envolvidos no transporte de glicose e assegura
sua responsividade à molécula de aminopeptidase regulada por insulina (IRAP), que é necessária
para manter a concentração de GLUT4 em quantidades adequadas nas células adiposas e
musculares.

6 - O zinco estimula a fosforilação do glicogênio sintase quinase 3 (GSK-3) e da proteína O1


(FoxO1), semelhante à ação da insulina. A fosforilação dos resíduos de serina GSK-3 inibe sua
ação, favorecendo a desfosforilação e a ativação do glicogênio sintase, envolvida na síntese de
glicogênio. A fosforilação de FoxO1 induz a translocação do núcleo para o citoplasma e inibe sua
ação de estimular a expressão de genes gliconeogênicos. Assim, o zinco induz o armazenamento
de glicose como glicogênio e inibe a produção desse monossacarídeo, contribuindo para a
homeostase da glicose.
Cruz, K. J. C., de Oliveira, A. R. S., Morais, J. B. S., Severo, J. S., Mendes,
P. M. V., de Sousa Melo, S. R., … Marreiro, D. do N. (2018). Zinc and
Insulin Resistance: Biochemical and Molecular Aspects. Biological
Trace Element Research.doi:10.1007/s12011-018-1308-z

52 mulheres diagnosticadas com SOP

Os participantes foram divididos aleatoriamente em 2 grupos para receber 1x


ao dia durante 8 semanas:

 220mg de suplementos de sulfato de zinco (contendo 50mg de zinco) (n =


26) ou
 Placebo (n = 26) por dia durante 8 semanas.
Resultados:
Após 8 semanas de intervenção:
 ↑ significativamente os níveis séricos de zinco em comparação com o placebo;
 ↓ da glicemia de jejum;
 ↓ níveis séricos de insulina;
 ↓ HOMA-IR;
 ↓ HOMA-B;
 ↑ do índice quantitativo de verificação da sensibilidade à insulina (QUICKI) em
comparação com o placebo;
 ↓ triglicerídeos séricos;
 ↓ VLDL.

Conclusão: Em conjunto, a suplementação de 220mg de sulfato de zinco por dia durante


8 semanas entre mulheres com SOP teve efeitos benéficos nos perfis metabólicos.

Randomizado, duplo-cego e controlado por placebo

48 mulheres com SOP:

 220 mg de sulfato de zinco (contendo 50 mg de zinco) (grupo


1; n = 24);
 Ou placebo (grupo 2; n = 24) por 8 semanas.
Resultados: ↓ alopecia, ↓ hirsutismo (escores modificados de Ferriman-Gallwey), ↓
níveis plasmáticos de malondialdeído, uma tendência ↓ níveis da proteína C reativa de
alta sensibilidade (PCR-as)
Não foi observada mudanças significativas na suplementação de zinco em perfis
hormonais, citocinas inflamatórias e outros biomarcadores de estresse oxidativo.

ZINCO E ACNE
O zinco é um micronutriente essencial para o bom funcionamento de vários processos
no corpo humano. Entre estes, o zinco parece desempenhar um papel em vários
distúrbios da pele.

 O Zn auxilia na manutenção da replicação celular adequada, atividade imunológica


e reparo de feridas;
 Manutenção da resposta imunológica, preservando a função dos macrófagos e
neutrófilos e estimulando a atividade das células NK e do complemento;
 Regulação inflamatória por inibição da produção de IL-6 e TNF-a;
 Inibição da produção de mediadores inflamatórios, como o óxido nítrico (devido à
sua presença em grupos protéticos Zn-Cu na SOD);
 Inibição da expressão do receptor integrina e TLR pelos queratinócitos, agindo assim
como um agente anti-inflamatório (Nota: P. acnes induz a produção de citocinas
através de uma via dependente do TLR);
 Inibição direta da proliferação de P. acnes.
 Inibição da 5a-redutase, bloqueando assim a conversão da testosterona em
diidrotesterona (DHT) e suprimindo a atividade das glândulas sebáceas (Nota: DHT
desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da acne, uma vez que
estimula a atividade das glândulas sebáceas.)

CERVANTES, Jessica et al. The role of zinc in the treatment of acne: A


review of the literature. Dermatologic Therapy, [s.l.], v. 31, n. 1, p.1-
17, 28 nov. 2017.
ZINCO
Dose usual 7mg
Dose mínima 15mg
Dose máxima 30mg

Zinco – Prática clínica

Exame bioquímico: zinco eritrocitário

Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 29,59mg

Biodisponível: zinco quelato

O excesso de Zn pode induzir a deficiência de cobre, que prejudica o


metabolismo do Fe, podendo causar anemia e diminuir a atividade da SOD,
ceruloplasmina e da enzima citocromo C oxidase.

MAGNÉSIO
 Regula funções fundamentais, como contração muscular, condução neuromuscular,
controle glicêmico, contração miocárdica e pressão arterial.
 Ele desempenha um papel vital na produção de energia e no desenvolvimento ósseo.
 O magnésio é um cofator importante para enzimas envolvidas no metabolismo de
carboidratos.
 O magnésio é necessário para a secreção de insulina e a reposição de magnésio em
pessoas com deficiência de Mg restaura a secreção de insulina.
 Além disso, a deficiência de magnésio reduz a sensibilidade dos tecidos à insulina e
em adultos, baixa tolerância à glicose sérica e intracelular e aumento do risco de
DM2.
Sua deficiência está relacionada a hipertensão, arritmias, pré-eclampsia, RI e diabetes, e DCV,
inflamação, estresse oxidativo.

A deficiência de magnésio e vitamina D tem sido cotada como principal fator de risco
para DCV.
Sharifi, F., Mazloomi, S., Hajihosseini, R., & Mazloomzadeh, S.
(2011). Serum magnesium concentrations in polycystic ovary
syndrome and its association with insulin resistance. Gynecological
Endocrinology, 28(1), 7–11.doi:10.3109/09513590.2011.579663

60 indivíduos com SOP com idade entre 18 e 40 anos


Foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos:
 250mg de suplementos de óxido de magnésio mais
sulfato de zinco (contendo 50mg de zinco) (n= 30) ou
 Placebo (n= 30)

Duas vezes ao dia por 12 semanas

Resultados:
 A co-suplementação de magnésio e zinco ↓ PCR;
 ↑capacidade antioxidante total (TAC) no plasma significativamente aumentados;
 ↓ a expressão gênica IL-1;
 ↓ TNF-α;
 Em geral, a suplementação de magnésio e zinco, entre as mulheres com SOP teve
efeitos benéficos sobre a PCR sérica do soro, TAC e expressão gênica de IL-1 e TNF-
α.

Mulheres com SOP randomizadas em dois grupos:


 100 mg de magnésio, 4mg de zinco, 400mg de cálcio
mais 200UI de suplementos de vitamina D (n=30) ou
 Placebo (n= 30)

Duas vezes ao dia por 12 semanas

Resultados:
 ↓ hirsutismo;
 ↓ PCR e malondialdeído plasmático;
 ↑ significativo no plasma concentração total de capacidade antioxidante;
 Não encontramos nenhum efeito significante da suplementação de magnésio-zinco-
cálcio-vitamina D no índice de androgênio livre, e outros biomarcadores de
inflamação e estresse oxidativo;
 Em geral, a suplementação de magnésio-zinco-cálcio-vitamina D por 12 semanas
entre mulheres com SOP teve efeitos benéficos
Limitações:
 Não conseguiram avaliar os efeitos da co-suplementação com magnésio-cálcio-
vitamina D na expressão gênica relacionada à inflamação e ao estresse oxidativo.
 Também é difícil concluir quando quatro produtos (magnésio-zinco-cálcio-vitamina
D) estão sendo usados contra o placebo.
 Portanto, mais estudos são necessários com a suplementação única para cada
comparação com co-suplementação para determinar os efeitos benéficos de cada
um sobre os perfis hormonais, biomarcadores de inflamação e estresse oxidativo.

MAGNÉSIO
Dose usual 100mg
Dose mínima 250mg
Dose máxima 700mg

Vários estudos mostraram que pelo menos 300 mg de magnésio devem ser
suplementados para estabelecer concentrações séricas de magnésio significativamente
aumentadas. Mostrando que a maioria das pessoas precisam de um adicional de 300 mg
de magnésio por dia, a fim de reduzir o risco de desenvolver inúmeras doenças crônicas.

Magnésio – Prática clínica

Exame bioquímico: magnésio eritrocitário

Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 350mg

Biodisponível: Magnésio Quelato OU dimalato OU L-treonato


Atenção em pacientes com insuficiência hepática e em cardíacos
descompensados, pois o rim, quando tem sua função alterada, perde a
capacidade de controlar a homeostase de magnésio, podendo ocorrer
sobrecarga.

COQ10
É uma benzoquinona lipossolúvel que desempenha um papel antioxidante importante
na (eliminação ERO e na inibição da oxidação de lipídios). Essa enzima diminui o estresse
oxidativo e participa do metabolismo endotelial, o que, por sua vez, pode resultar em
aumento da lipólise dos triglicerídeos.
Sugerem-se a importância da administração de CoQ10 em indivíduos com SOP.
SAMIMI, Mansooreh et al. The effects of coenzyme Q10
supplementation on glucose metabolism and lipid profiles in women
with polycystic ovary syndrome: a randomized, double-blind, placebo-
controlled trial. Clinical Endocrinology, [s.l.], v. 86, n. 4, p.560-566, 10
jan. 2017.

60 mulheres com SOP divididas aleatoriamente em dois grupos:


 100 mg de suplementos de CoQ10 (n= 30)
 Placebo (n= 30)
Uma vez ao dia por 12 semanas

 Marcadores do metabolismo da insulina e perfil lipídico foram avaliados na


primeira e 12 semanas após a intervenção.
Resultados:
 ↓ significativamente a glicose plasmática em jejum;
 ↓ as concentrações séricas de insulina;
 ↓ HOMA-IR;
 ↓ HOMA-beta;
 ↑ o índice quantitativo de verificação da sensibilidade à insulina (QUICK);
 Além disso, as alterações nas concentrações séricas de colesterol total e LDL nas
mulheres suplementadas foram significativamente diferentes daquelas das
mulheres no grupo placebo.
 Teve efeito benéfico no metabolismo da glicose, níveis séricos de colesterol total e
LDL, mas não afeitou outros perfis lipídicos.

Isto sugere que a suplementação com CoQ10 pode conferir um potencial terapêutico
vantajoso para indivíduos com SOP. Mais pesquisas são necessárias em outros pacientes
e por períodos mais longos para determinar a segurança dessa abordagem suplementar.

Coenzima Q10
Dose usual 100mg
Dose mínima 90mg
Dose máxima 200mg

Ubiquinol é a forma mais ativa.


Recomenda-se suplementar em base lipossolúvel (TCM)

CARNITINA
A carnitina desempenha um papel importante na perda de peso, tolerância à glucose,
função da insulina e metabolismo dos ácidos graxos. Alguns estudos relataram que os
níveis circulantes de L-carnitina livre e total foram significativamente menores em
mulheres com SOP.
Sua suplementação indica uma melhoria nos parâmetros da homeostase da glicose,
particularmente durante um estado de RI.
60 mulheres com SOP divididas randomizadas em dois grupos:
 250 mg de suplementos de carnitina (n= 30) ou
 Placebo (n= 30)
Por 2 semanas

Resultados:
 ↓ significativa no peso, IMC, circunferência da cintura (CC) e circunferência do
quadril (HC) em comparação com placebo.
 ↓ significativa na glicose plasmática em jejum,
 ↓ nos níveis séricos de insulina,
 ↓ HOMA IR e DHEA.
 No entanto, não afetou os perfis lipídicos ou a testosterona livre.
Concluíram que como um todo, os resultados deste estudo de revisão sistemática
mostraram que a carnitina pode levar à perda de peso e melhorar o status glicêmico,
e pode reduzir a RI em pacientes com SOP.
No entanto, os efeitos da carnitina no perfil lipídico foram contraditórios.
Ela possui efeito na melhora da função dos folículos e o tamanho das células do ovário,
mas não tem efeito significativo sobre os hormônios sexuais.
Mais estudos são necessários para determinar os mecanismos exatos dos efeitos da
carnitina em pacientes com SOP.

CARNITINA
Dose usual 1mg
Dose mínima 500mg
Dose máxima 2mg

ÔMEGA 3
Estudos têm mostrado que os distúrbios metabólicos em pacientes com SOP podem ser
melhorados pela intervenção de fatores dietéticos, como alimentos anti-inflamatórios.
Entre os fatores dietéticos, os ácidos graxos ômega-3 desempenham um papel
importante na regulação imunológica, na sensibilidade à insulina, na diferenciação
celular e na ovulação. Podendo ser usado para melhorar a desordem da foliculogênese
causada por estresse oxidativo excessivo e a hiperinsulinemia em mulheres com SOP.
A suplementação de ácidos graxos ômega-3 também tem efeito benéfico sobre alguns
fatores de risco cardiometabólico em mulheres com SOP, o que é conseguido através
da:
 Redução da síntese de prostaglandinas pela inibição competitiva da ciclooxigenase
2 (COX-2);
 Aumento da atividade de enzimas antioxidantes.

Revisão sistemática e meta-análise fornecem evidências de que o ácido graxo ômega-3


pode ser um novo medicamento para pacientes com SOP.

E com base nas evidências atuais, o ômega 3 pode ser recomendado para o tratamento
de SOP com resistência à insulina, bem como altos níveis de CT (especialmente LDL-C) e
TG.

No entanto, os estudos controlados, randomizados, atuais têm limitações, incluindo


pequenos tamanhos de amostra e curta duração.
Estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo

68 mulheres com SOP divididas em dois grupos:


 1g de ômega-3 do óleo de linhaça contendo 400mg de ácido α-linolênico +
400UI de vitamina E (n= 34) ou
 Placebo (n= 30)
Durante 12 semanas

Resultados:
 ↓ significativa da insulina;
 ↓ HOMA IR;
 ↓ HOMA Beta;
 ↑ significativo QUICK;
 ↓ significativas na testosterona sérica total e testosterona livre;
 Não observamos efeito significativo sobre a glicose plasmática em jejum e outros
efeitos hormonais.
Randomizado, duplo-cego e controlado por placebo

60 mulheres com SOP divididas em dois grupos:


 1g de ômega-3 do óleo de peixe ômega 3 contendo 400mg de ácido α-
linolênico + 400UI de vitamina E (n= 34) ou
 Placebo (n= 30)
Durante 12 semanas após o almoço

Resultados:
 Melhora significativa no Inventário de Depressão de Beck, questionário geral de
saúde e escala de ansiedade e estresse depressivos;
 ↓significativamente os níveis séricos de insulina;
 ↓ HOMA IR;
 ↓ testosterona total;
 ↓ hirsutismo;
 ↑ QUICK;
 ↓ PCR;
 ↓ malondialdeído;
 ↑ glutationa total no plasma.
Ômega 3
Dose usual 3g
Dose mínima 1g
Dose máxima 6g

QUERCETINA

A quercetina é um flavonoide, um composto natural bem reconhecido com funções


antioxidantes e anti-inflamatórias. Efeitos benéficos na síndrome metabólica,
inflamação, obesidade, diabetes e resistência à insulina têm sido estudados.
 Este flavonol é encontrado em alguns alimentos, como maçã, cebola, chá e vinho
tinto.

Objetivo: observar o efeito terapêutico da quercetina na RI em um modelo


de rato SOP e explorar o mecanismo subjacente.

Resultados:
 ↓ significativamente os níveis de insulina no sangue;
 ↓ IL-1b, IL-6 e TNF-alfa;

 ↓ a translocação nuclear de NF-kB da célula granulosa no modelo de rato SOP


resistente à insulina.
 O tratamento inibiu a expressão de genes relacionados à inflamação, a LDL e TLR4,
no tecido ovariano;
 Melhorou a RI e demonstrou um efeito terapêutico favorável nos ratos SOP.

Mecanismo: O mecanismo subjacente da quercetina envolve potencialmente a inibição


da via de sinalização do TLR/ NF-kB e a melhora da resposta inflamatória
no microambiente do tecido ovariano do modelo de rato SOP.

Objetivo: Determinar o efeito da quercetina sobre a sensibilidade à insulina mediada


por adiponectina em pacientes com SOP.

84 mulheres com SOP distribuídas aleatoriamente em dois grupos:

 1g de quercetina (duas cápsulas de 500mg) ou


 Placebo

Durante 12 semanas

 Além das avaliações antropométricas, os níveis séricos de adiponectina em


jejum, adiponectina de alto peso molecular (HMW), glicose, insulina,
testosterona, LH e SHBG também foram medidos no início e no final do estudo.
Resultados:
 ↑ adiponectina;
 ↓HOMA-IR;
 ↓ testosterona;
 ↓ LH;
 ↓ glicose em jejum;
 ↓ insulina.

A suplementação oral de quercetina foi eficaz na melhora da RI mediada pela


adiponectina e do perfil hormonal de mulheres com SOP.

------------------------------------------------------------------

ADIPONECTINA
É uma adipocitocina secretada principalmente pelos adipócitos e apresenta efeitos anti-
inflamatórios e ateroprotetores no tecido vascular. Apresenta ainda ação
sensibilizadora para a insulina nos tecidos musculares esquelético e cardíaco bem como
no tecido adiposo, com ação importante no controle dos valores glicêmicos e lipídicos.
PETTO, Jefferson et al. Adiponectin: Characterization,
Metabolic and Cardiovascular Action. International Journal
of Cardiovascular Sciences, [s.l.], v. 28, n. 5, p.424-432, 2015.

------------------------------------------------------------------

QUERCETINA
Dose usual 200mg
Dose mínima 200mg
Dose máxima 500mg
CROMO
O cromo é um elemento essencial que está envolvido no metabolismo de carboidratos
e lipídios.

4
1

1- Aumenta a atividade da subunidade B do receptor de insulina para aumentar a atividade dos


efetores da cascata PI3K e Akt para aumentar a translocação do GLUT4 para a superfície da
célula.

2- Regula negativamente TIROSINA FOSFATASE (PTP-1B), o regulador negativo da sinalização de


insulina e melhora o estresse do RE nas células

3- Regulação positiva transitória de AMPK leva ao aumento da captação de glicose

4- Cromo medeia o efluxo de colesterol das membranas causando translocação do GLUT4 e


melhorando a captação de glicose.
Estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo

64 mulheres com SOP distribuídas aleatoriamente em dois grupos:

 200mg de suplementos de picolinato de cromo (n= 32) ou


 Placebo (n=32)

Durante 8 semanas

Resultados:
 ↓ significativas nos níveis séricos de insulina;
 ↓ HOMA IR;
 ↓ HOMA B e no índice QUICKI em comparação ao placebo;
 Além disso, foi observada uma tendência a um efeito significativo na diminuição das
triglicérides séricos, VLDL e colesterol total.

Conclusões: A suplementação de cromo é favorável sobre os marcadores do


metabolismo da insulina.
CROMO
Dose usual 200g
Dose mínima 100g
Dose máxima 1g

Cromo – Prática clínica

Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 250mg

Biodisponível: picolinato de cromo

A administração de cromo deve ser feita preferencialmente com CHO e os


horários também são importantes (de manhã tem maior pico de insulina, se
não houver o consumo com CHO o paciente pode sentir tontura, indisposição
e até desmaiar).

FOLATO
A síndrome do ovário policístico é uma das condições associadas a níveis elevados de
homocisteína. A homocisteína pode causar efeitos citotóxicos no endotélio vascular.
Sendo um fator de risco para aterosclerose, tromboembolismo, hiperinsulinemia e,
consequentemente, doença cardiovascular.

O ácido fólico é um dos suplementos que tem um efeito fisiológico bem conhecido na
redução da Hcy. Por isso, pode melhorar a função endotelial.
Ciclo da homocisteína

4
5
6

1. Ácido fólico entra na dieta e é convertido, através da MTHFR, em 5-MTHF.

2. Quando há polimorfismos genéticos, a MTHFR estará alterada e não funcionará da forma


correta.

3. A MTHFR depende da vit. B12, Vit. D, colina, betaína e Vit. B6

4. O 5-MTHF irá metilar a homocisteína em metionina

5. A metionina irá se transformar em SAME

6. O SAME pela reação de metilação será responsável por formar DNA, RNA, proteínas, lipídios,
hormônios… A reação de metilação de DNA é vital para diversos processos patológicos.

7. Esse ciclo também se correlaciona com o ciclo da Biopterina, o qual é responsável por formar
vários neurotransmissores (serotonina, dopamina…)

8. E o SAME participa desse processo.

9. Estudos já tem mostrado relação com mutação da MTHFR com distúrbios psiquiátricos/
psicológicos.
A suplementação com Folato, através da ↓ da RI e dos níveis séricos de Hcy, pode ter um
efeito benéfico em pacientes com SOP.

Estudos mostram melhora da função do endotélio vascular e à redução da Hcy sérica


entre as mulheres.
Amini, L. et al. Antioxidants and management of polycystic ovary
syndrome in Iran: A systematic review of clinical trials. Iran J Reprod
Med Vol. 13. No. 1. Pp: 1-8, January 2015

ASEMI, Zatollah; KARAMALI, Maryam; ESMAILLZADEH, Ahmad.


Metabolic response to folate supplementation in overweight women
with polycystic ovary syndrome: A randomized double-blind placebo-
controlled clinical trial. Molecular Nutrition & Food Research, [s.l.], v.
58, n. 7, p.1465-1473, 15 maio 2014.

Randomizado, duplo-cego e controlado por placebo

81 mulheres obesas (peso: 65-110kg) com SOP distribuídas


aleatoriamente em três grupos:

 Folato-1: 1mg/ dia de suplemento de folato (n= 27);


 Folato-5: 5mg/ dia de suplemento de Folato (n=27) ou
 Placebo (n= 27)

Durante 8 semanas

Resultados:

A suplementação de folato (5 mg), em comparação com folato 1 e placebo, resultaram:


 ↓ da homocisteína no plasma;
 ↓ HOMA IR, e proporção de colesterol total / HDL-C.

Conclusão: 5 mg/ dia de suplementação de folato por 8 semanas entre mulheres com
SOP tiveram efeitos benéficos nos perfis metabólicos.

Randomizado, duplo cego e controlado por placebo

69 mulheres com SOP distribuídas aleatoriamente em três grupos:

 Folato-1: 1mg/ dia de suplemento de folato (n= 23);


 Folato-5: 5mg/ dia de suplemento de Folato (n=23) ou
 Placebo (n= 23)

Durante 8 semanas

 Todos os participantes forneceram três registros dietéticos (um


dia de final de semana e dois dias de semana) e três registros de
atividade física

Resultados:
A suplementação com 5mg/ d de folato resultou:
 ↓ Hcy;
 ↓ HOMA-B;
 ↓ PCR;
 ↓ MDA em comparação com os grupos folato-1 e placebo;
 ↑TAC e GSH.

As doses dos estudos são geralmente muito altas. Deve-se ficar atento,
pois o limite máximo que o nutricionista pode prescrever é de 1mg

FOLATO
Dose usual 400g
Dose mínima 400g
Dose máxima 1g

Magnésio – Prática clínica

Exame bioquímico: ácido fólico

Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 614,86mg

Biodisponível: 5-MTHF
Passo 3: modulação intestinal.
As bactérias intestinais fornecem benefícios ao hospedeiro:
 Modulação do sistema imunológico;
 Inibição da colonização do patógeno;
 Liberação de nutrientes dos alimentos.

A Disbiose intestinal tem sido implicada em muitos estados de doença, incluindo


diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares.
Estudos demonstram que os níveis de hormônios sexuais exerceram influências
específicas na composição da microbiota. É interessante explorar o papel da microbiota
intestinal na SOP, pois o nível de andrógenos nas mulheres com SOP sempre são
elevados.
Alguns autores sugerem que a disbiose da microbiota intestinal trazida por uma dieta
rica em açúcares gordurosos em pacientes com SOP leva a um aumento na
permeabilidade intestinal.
O LPS produzido por bactérias gram-negativas atravessa a parede do intestino “leaky
gut" para a circulação, levando a um estado crônico de inflamação de baixo grau –
envolvido em vários processos patológicos A ativação do sistema imune interfere no
receptor de insulina, elevando o nível de insulina, o que aumenta a produção de
testosterona no ovário levando à SOP.
GUO, Yanjie et al. Association between Polycystic Ovary
Syndrome and Gut Microbiota. Plos One, [s.l.], v. 11, n. 4, p.1-
0, 19 abr. 2016.
A teoria do dogma para criação de SOP

O estudo relatou que a modificação do equilíbrio bacteriano do cólon através do uso


de prebióticos e probióticos tem o potencial de ser um tratamento efetivo da SOP,
trazendo várias vantagens sobre os tratamentos tradicionais, pois tem como alvo a
Disbiose e o “leaky gut''.
Objetivo: revisar sistematicamente ensaios clínicos randomizados (ECR)
para esclarecer os efeitos da suplementação pró / simbiótica em medidas
antropométricas e bioquímicas em mulheres com síndrome dos ovários
policísticos (SOP).

Pesquisa em artigos indexados até setembro de 2018.

 Oito ensaios clínicos randomizados (nove braços de tratamento) foram incluídos.

A suplementação pró/ simbiótica reduziu significativamente a glicose no sangue em


jejum, insulina, HOMA IR, proteína C- reativa e testosterona total em mulheres com SOP.
No entanto, mudanças na diferença média de peso e índice de massa corporal não
atingiram um nível estatisticamente significativo.
Os achados sugerem que a suplementação pró/ simbiótica pode melhorar os
parâmetros de homeostase da glicose, os índices hormonais e inflamatórios em
mulheres com SOP.
O manejo da microbiota deve conter:
Probióticos:
 L. plantarum; L. acidophilus; L. rhamnosus - Alterações na composição corporal,
aumento do HDL-C e modificação na microbiota intestinal
 B. breves -Alteração na composição corporal e diminuição da insulina, da fosfatase
alcalina e da proteína C-reativa de alta sensibilidade
 L. salivarius -Redução do LDL-c e do colesterol total, e da glicemia em jejum
 B. longum; L. bulgaricus - Diminuição da glicose plasmática em jejum e da Proteína
C-reativa e aumento da glutationa em pacientes diabéticos
 L. gasseri – perda de peso

Prebióticos:
 Aspargos: FOS e Inulina; modo de preparo: frescos e crus, ou ligeiramente cozidos
no vapor.
 Alho-poro e Cebola: Maiores concentrações de FOS e Inulina;
Modo de preparo: frescos e crus, ou ligeiramente cozidos.
 Alho: FOS e Inulina; estimula o crescimento de Bifidobacteria e promover um
ambiente de pH baixo (ácido) no cólon, o que é favorável para bactérias benéficas.
 Raiz de Chicória e Alcachofra: Inulina.
 Leguminosas: Galacto-oligossacarídeos (GOS), Rafinose-oligossacaídeos (ROS) e
Amido resistente; (CUIDAR COM O PRÉ-PREPARO)
 Banana verde - Amido resistente;
 Batata Inglesa Cozida e Refrigerada: Amido resistente;
Modo de consumo: Cozida e Refrigerada (Amido resistente)
 Cogumelo Ganoderma lucidum: 200 a 500mg. Capacidade de reverter a disbiose
intestinal induzida por dietas ricas em gorduras; mantém a integridade da barreira
intestinal; reduz a endotoxemia metabólica;
------------------------------------------------------------------

SAIBA MAIS
Pré-preparo: deixar a leguminosa em remolho por 12 horas
em água e substância ácida (limão ou vinagre de maçã),
trocando a água no mínimo 3 vezes e incluir substância ácida
(soro do iogurte, limão ou vinagre de maçã). Cozinhar
normalmente após esse preparo.

ATENÇÃO PARA A DISTENSÃO ABDOMINAL: pode-se utilizar Digeliv ou ervas


carminativas (erva-doce, gengibre e cominho).

------------------------------------------------------------------

Pacientes com distensão: utilizar Fibregum B® é uma fibra prebiótica bifidogênica ou


Fibersol®

HORA DA RECEITA
Biomassa de banana verde

Modo de preparo:

 Retire as bananas do cacho com cuidado, preservando os talos


(não pode ter abertura na banana);
 Higienize as bananas com água e sabão;
 Coloque no fogo uma panela de pressão com água até a metade
e deixe ferver;
 Assim que a água ferver, coloque as bananas higienizadas na
água quente da panela de pressão para que levem choque
térmico
 Tampe e deixe em fogo alto até começar a chiar
 Quando começar a apitar, abaixe o fogo e deixe na pressão por
10 minutos
 Desligue e espere a pressão sair normalmente, sem forçar
 Abra a panela e com a ajuda de um pegador, retire as bananas e vá retirando
a casca da banana.
 Coloque as polpas em um liquidificador ou processador e bata com um pouco
de água, sem colocar água demais
 Não deixe esfriar, bata a polpa quente até formar uma pasta bem espessa, a
biomassa
 Guarde em porções pequenas, cubos para sucos e 1/2 xícara e 1 xícara para
pratos culinários.

DEFICIÊNCIA DO CONSUMO DE FIBRAS NO NOSSO INTESTINO:


A erosão do muco pode causar:

 Risco para absorção de bactérias patogênicas;


 Risco para permeabilidade intestinal;
 Inflamação da mucosa;
 Risco para câncer de cólon.

Se o paciente tem um consumo Terá uma erosão do muco, uma


de alimentos industrializados permeabilidade intestinal
aumentada e consequentemente
+ um aumento da RI, favorecendo
Baixo consumo de fibras ainda mais a SOP.

RECOMENDAÇÃO DE FIBRAS:
De 25 a 20g no mínimo.
NA PRÁTICA CLÍNICA:

40g no mínimo.
Ex. Psyllium e aveia

PERMEABILIDADE INTESTINAL

GLUTAMINA

Evidências sugerem a glutamina como sendo a principal fonte de nutrição dos


enterócitos, desempenhando assim, importante papel na manutenção das atividades
metabólicas do intestino. A mucosa do intestino apresenta grande concentração de
glutaminase em suas células epiteliais, demonstrando compatibilidade com as taxas de
captação e consumo da glutamina.

CHÁ VERDE

Os polifenóis do chá verde são metabolizados pela microbiota intestinal e apresentam


efeitos prebióticos, podendo inibir o crescimento de bactérias patogênicas como
Clostridium difficile e Staphylococcus spp, e estimular o crescimento de bactérias
benéficas como Bifidobacterium spp.

ENZIMAS DIGESTIVAS

Digestão de proteínas.

CURCUMINA

Redução da permeabilidade intestinal.

RAIZ DE ALCAÇUZ

Redução da permeabilidade intestinal, aumento da mucosa gástrica e da acidez do


estômago; 500mg, 3 vezes ao dia.

QUERCETINA

Atua nas proteínas de junção.

VITAMINA D

Induz a expressão de vários peptídeos antimicrobianos e é importante na manutenção


da formação de tight junctions adequadas.
OUTRAS DICAS:

 Associar os probióticos com os prebióticos e os polifenóis;


 A microbiota torna o polifenol biodisponível por transformar da forma glicosídica
para a forma aglicona.

Behav Brain Res. 2014; 268: 1–7 Int Immunopharmacol. 2008;


8: 484–494 Behav Brain Res. 2012; 228: 359–366

Efeitos dos polifenóis na microbiota intestinal:

Bifidobactérias Lactobacilos Bacteroides Clostridia Salmonella Staphylococcus


typhimurium aureus
Polifenóis ↑ ↑ ↓ ↓ ↓ ↓

Journal of Translational Medicine. 2017; 15; 73

Alimentos fontes em polifenóis:


TRATAMENTO CONVENCIONAIS NA SOP:

 Anticoncepcionais;
 Progestogênios;
 Antidiabético/Antiandrogênico: Metformina;
 Antiandrogênios: Espironolactona.

METFORMINA:

RENA, Graham; HARDIE, D. Grahame; PEARSON, Ewan R.. The mechanisms of


action of metformin. Diabetologia, [s.l.], v. 60, n. 9, p.1577-1585, 3 ago. 2017.
Efeitos colaterais:

 Deficiência de B12;
 Diarreia;
 Flatulência;
 Indigestão;
 Síndrome de má absorção;
 Náuseas;
 Astenia;
 Cefaleia;
 Acidose lática;
 Interações: O cromo e a coenzima Q-10 podem causar aumento nos efeitos
hipoglicêmicos.

Passo 4: utilização de fitoterápicos

Ganoderma lucidum:

Em um estudo de pesquisa que explora os efeitos antiandrogênicos de 20 espécies de


cogumelos, os cogumelos reishi tiveram a ação mais forte na inibição da testosterona.

Esse estudo descobriu que os cogumelos reishi reduziram significativamente os níveis


de 5-alfa redutase, impedindo a conversão da testosterona em DHT mais potente.

Altos níveis de DHT são um fator de risco para condições como hipertrofia prostática
benigna (BPH), acne e calvície – preferência pela pele, folículo piloso, próstata….

GRANT, Paul; RAMASAMY, Shamin. An Update on Plant


Derived Anti-Androgens. International Journal Of
Endocrinology And Metabolism, [s.l.], v. 10, n. 2, p.497-502,
1 dez. 2012.
Glycyrrhiza glabra

O alcaçuz é considerado uma planta medicinal há milhares de anos.

Os autores investigaram o efeito do alcaçuz no metabolismo de andrógenos em nove


mulheres saudáveis entre 22 e 26 anos, na fase lútea do ciclo.

Elas receberam 3,5 g de uma preparação comercial de alcaçuz (contendo 7,6% W.W. de
ácido glicirrízico) diariamente por dois ciclos. Eles não estavam em nenhum outro
tratamento.

A testosterona sérica total diminuiu de 27,8 +/- 8,2 para 19,0 +/- 9,4 no primeiro mês e
para 17,5 +/- 6,4 ng / dL no segundo mês de terapia (p <0,05).

Ele retornou aos níveis pré-tratamento após a descontinuação.

CONCLUSÕES: O alcaçuz pode reduzir a testosterona sérica provavelmente devido ao


bloqueio da 17-hidroxiesteróide desidrogenase e 17-20 liase. O alcaçuz pode ser
considerado uma terapia adjuvante do hirsutismo e da síndrome do ovário policístico.

ARMANINI, Decio et al. Licorice reduces serum testosterone in healthy


women. Steroids, [s.l.], v. 69, n. 11-12, p.763-766, out. 2004.

Dose usual 300mg


Dose mínima 50mg
Dose máxima 1500mg
Ensaio clínico e randomizado

Mostrou que beber chá de hortelã duas vezes ao dia por 30 dias (vs. Chá de camomila,
que foi usado como controle), pode ocasionar:

 ↓ níveis plasmáticos de gonadotrofinas e andrógenos.


 Houve uma mudança significativa nos índices de qualidade de vida relacionados à
dermatologia auto-relatados pelos pacientes, mas nenhuma mudança objetiva na
escala de Ferriman-Gallwey.
 É possível que o uso diário de chá de hortelã possa resultar em redução adicional do
hirsutismo.
Resumo dos efeitos dos anti-andrógenos derivados de plantas:

Momordica charantia (Melão amargo)

Houve melhora da condição hiperglicêmica em animais experimentais


ALAM, Md Ashraful et al. Beneficial Role of Bitter Melon
Supplementation in Obesity and Related Complications in Metabolic
Syndrome. Journal of Lipids, [s.l.], v. 2015, p.1-18, 2015.
Mecanismos:

(a) prevenção da absorção de glicose no tubo digestivo;

(b) aumento da captação de glicose pelos tecidos;

(c) aumento do metabolismo da glicose;

(d) aumento da ação semelhante à insulina e estimulação das células beta pancreáticas.

Efeito do melão amargo em vários órgãos e prováveis alvos moleculares para melhorar
a obesidade e diabetes:

ALAM, Md Ashraful et al. Beneficial Role of Bitter Melon


Supplementation in Obesity and Related Complications in Metabolic
Syndrome. Journal of Lipids, [s.l.], v. 2015, p.1-18, 2015.
Dose usual 500mg
Dose mínima 250mg
Dose máxima 1000mg

Cinnamomum verum (Canela)

O cinamaldeído, capacidade de prevenir o desenvolvimento do diabetes e suas


complicações. Como um líquido amarelo e viscoso, o cinamaldeído constitui 98% do óleo
essencial de casca de canela
Zhu, R., Liu, H., Liu, C., Wang, L., Ma, R., Chen, B., … Gao, S.
(2017). Cinnamaldehyde in diabetes: A review of pharmacology,
pharmacokinetics and safety. Pharmacological Research, 122, 78–
89.doi: 10.1016/j.phrs.2017.05.019
O cinamaldeído pode ter ação no tecido adiposo através da estimulação de Tecido
Adiposo Marrom, lipólise e oxidação, absorção de glicose e também pela libertação de
moléculas inflamatórias. Como mostra a figura a seguir:
Também pode atuar no musculo esquelético através de alterações no teor de glicogênio,
biogênese mitocondrial, absorção de glicose e sinalização de insulina. Como mostra na
próxima imagem:
O cinamaldeído exerce atividade fígado, pâncreas, trato gastrointestinal, hipotálamo e
rim:

Zhu, R., Liu, H., Liu, C., Wang, L., Ma, R., Chen, B., … Gao, S.
(2017). Cinnamaldehyde in diabetes: A review of
pharmacology, pharmacokinetics and safety.
Pharmacological Research, 122, 78–89. Doi:10.1016/ j.
phrs.2017.05.019
TGI: inbição Ingestão de
alimentos cumulativa e
taxa de esvaziamento
gástrico

Rim: Redução do peso


Pâncreas: promoção da do rim; Prevenção
secreção de insulina e dahiperplasia e
regeneração celular hipertrofia celular e
inibição da hipertensão

CINAMALDEÍDO Tecido adiposo:


Estimulação do tecido
adiposo marrom;
Outros: melhora da promoção da lipolise e
disfunção cognitiva; da oxidação de ácidos
inibição da α-PTP1B graxos; aumento da
captação de glicose;
melhora na
sensibilidade à insulina.

M. esquelético:
Fígado: Promoção da
Aumento do teor de
síntese de glicogênio;
glicogênio e captação
Inibição da
de glicose; Melhora da
gluconeogenese;
sensibilidade a insulina;
normalização da enzima
promoção da biogênese
hepática.
mitocondrial.

Zhu, R., Liu, H., Liu, C., Wang, L., Ma, R., Chen, B., … Gao, S.
(2017). Cinnamaldehyde in diabetes: A review of pharmacology,
pharmacokinetics and safety. Pharmacological Research, 122, 78–89.doi:
10.1016/j.phrs.2017.05.019
TODAS as 66 mulheres com SOP estavam tomando acetato de
progesterona 10mg/ dia durante os últimos 10 dias de seus ciclos
menstruais.

Foram divididas em dois grupos aleatoriamente:

 Com cápsulas de canela em pó de 1,5g/ dia;


 Com cápsulas de placebo semelhantes.

Em 3 doses divididas durante 12 semanas

Resultados:

 O cinamaldeído foi o principal constituinte (92,06%);


 ↓ Insulina em jejum (p = 0,024) e HOMA IR foi reduzida após 12 semanas no grupo
canela em comparação com o placebo;
 ↓ significativa do LDL no grupo canela;
 No entanto, mudanças em outras medições de resultados não levaram a diferença
estatisticamente significativa com o placebo.
 A suplementação de canela com a dose diária de 1,5 g por 12 semanas em
combinação com a terapia com progesterona foi bem tolerada e melhorou
significativamente a sensibilidade à insulina e diminuiu o nível de insulina e LDL.

Dose usual 125mg


Dose mínima 112mg
Dose máxima 550mg
Dentre suas aplicações destaca-se o tratamento da amenorreia,
diretamente relacionado com a ocorrência de abortos. Não utilizar em
gestantes, altas doses podem provocar irritação das mucosas e hematúria.

Bauhinia foficata (pata-de-vaca)

É amplamente utilizada por suas propriedades hipoglicemiantes e antidiabéticas,


atribuídas ao flavonoide kaempferitrina presente nas folhas;

O mecanismo hipoglicemiante exercido pela kaempferitrina possui um efeito


semelhante à insulina no consumo da glicose periférica, a inibição da reabsorção de
glicose no rim, um atraso no catabolismo da insulina e/ou potenciação do efeito da
insulina residual;

O flavonoide kaempferitrina também apresenta ação antioxidante, contribuindo para a


prevenção de complicações associadas ao diabetes.

Dose usual 150mg


Dose mínima 150mg
Dose máxima 250mg

RESUMO:
 A SOP tem uma relação muito forte com RI, por isso, deve-se atentar a redução dessa
condição no tratamento;
 Minimizar os sinais e sintomas; avaliando exames e realizando a suplementação de
forma certa e efetiva;
 Modular a microbiota intestinal, visto que um intestino integro e funcionando de
forma adequada favorece a metabolização e absorção de nutrientes de forma
eficiente;
 Utilizar os fitoterápicos no manejo dos sinais e sintomas de forma responsável.
ESTUDO DE CASO
Paciente M. C., 27 anos, psicóloga
Motivo da consulta: procura o nutricionista para emagrecimento (obesidade) e controle
da SOP.

Diagnóstico de SOP: Há 1 ano atrás pelo médico ginecologista.


Medicamento: Faz uso de anticoncepcional e Metformina – prescrição médica.
Histórico: Mãe hipertensa e pai obeso.
Outras informações:
Já iniciou outros acompanhamentos nutricionais, mas sem sucesso, e atribui isso ao
estresse e rotina. Está disposta a mudar, pois seu corpo a incomoda. É sedentária. Bebe
socialmente. A ingestão hídrica é de aproximadamente 500ml/ dia – não gosta, diz que a
água tem um “gosto ruim”. Dorme tarde. Deita e demora para pegar no sono, e o sono é
agitado durante a noite. Intestino é irregular. As vezes fica um dia inteiro sem ir ao
banheiro. Relata cefaleia, náuseas, indigestão e flatulência. Unhas frágeis e queda de
cabelo. Demonstra hirsutismo leve e acne na região das mandíbulas.
Não tem exames recentes, apenas:
Insulina em jejum = 20;
Glicose em jejum = 190.
Rotina alimentar:

Avaliação da alimentação:
 Leite e derivados - ↑IGF1;
 Baixo consumo de folhas;
 Baixo consumo de frutas;
 Chás adoçados - ↑ insulina/glicose;
 Alimentos com farinha refinada (pão) - ↑ insulina/glicose;
 Embutidos;
 Margarina;
 Jantar e ceia de alto IG.
Avaliação dos exames:
Exame: insulina em jejum = 20; Glicose em jejum = 190

Conduta:
 Iniciar com uma cetogênica (5 – 10% de CHO) mediterrânea por 15 dias – reavaliar;
 Manutenção: LOW CARB moderada (26 – 44% de CHO).
Para conseguir a redução dessa glicemia e da insulina e com que a paciente enxergue
resultados e se anime mais.
Low carb: Fazer uma educação nutricional acerca do consumo de folhas verdes; ensinar
receitas, ex: charutinhos de couve folha recheados (sãos ricos em Folato);

 Alternar o consumo de carne – deixar a vermelha para apenas 1x na semana;


 Aumentar o consumo de peixes;
 Inserir frutas nos lanches;
 Estimular o consumo de chá verde ou hortelã, por exemplo.
 Reduzir o consumo de carboidratos no almoço – orientar para escolher apenas 1
tipo.
 Para substituir os lanches: passar receitas que tenham densidade nutritiva, como:
crepioca recheada, muffin de atum, quiche de brócolis, etc.
 Aumentar a ingestão hídrica, ensinar receita de água saborizada (de acordo com o
gosto do paciente);
 Orientar a utilização de app para o celular que fica notificando para lembrar do
consumo de água (estabelecer metas quanto a isso);
 Aumentar o consumo de fibras (aveia, psyllium) – alertar sobre a importância do
consumo hídrico;
 Trocar a margarina por outras opções: azeite de oliva temperado, patês saudáveis,
tahine ou hommus;
 Estimular a prática de exercício físico – estabelecer metas alcançáveis.
 Cefaleia: reduzir cafeína, industrializados, embutidos, enlatados, álcool, queijos.
Inserir fontes de B12, B6, magnésio, ác. Fólico;
 Náuseas, indigestão: gengibre – água saborizada. Água com limão. Volumes menores
de refeição, evitar alimentos gordurosos;
 Flatulência: orientar o consumo de ervas carminativas – erva-doce, cominho,
gengibre, orientar o molho das leguminosas (molho de 12 a 16h, com limão, não usar
a mesma água para cozinhar).

Exames para solicitar (verificar a possibilidade):


 Insulina em jejum
 Glicose em jejum
 Hemoglobina glicada
 Estradiol
 SHBG
 FSH
 LH
 Estradiol
 17-OH-Progesterona
 Colesterol Total
 Triglicerídeos
 Colesterol LDL
 Colesterol HDL
 TSH
 25(OH) D
 Homocisteína
 Vitamina B12
 Hemograma completo
 PCR
 Ferritina
Formulações:
Disbiose com constipação:
Lactobacillus acidophilus - 2 bilhões de UFC
Bifdobacterium bifidum - 1 bilhão de UFC
Lactobacillus rhamnosus - 1 bilhão de UFC
Lactobacillus paracasei - 1 bilhão de UFC
Lactobacillus gasseri -1 bilhão de UFC

Aviar X doses em cápsulas.


Posologia:
Consumir uma dose ao dia, 30 minutos antes do almoço.

Associar com:

Fibregum B®, Acácia gum, caule - 5g

Aviar X doses em sachês.


Posologia:
Diluir o conteúdo em 200ml de água.
Consumir uma dose ao dia.

Associar com:

Glutamina – 5g

Aviar X doses em sachê/pó.


Posologia:
Diluir o conteúdo em 200ml de água.
Consumir uma dose ao dia antes de dormir.

Realizar a suplementação com base nos exames laboratoriais que serão solicitados,
conforme vimos na aula.
LIBIDO FEMININA
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a sexualidade é influenciada pela interação
de fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos, políticos, culturais, éticos, legais,
históricos, religiosos e espirituais. Constitui um aspecto fundamental do ser humano,
envolvendo as identidades de gênero, sexo, orientação sexual, erotismo, prazer,
intimidade e reprodução.

A sexualidade é vivida e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes,


valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos, embora nem todos eles
sejam sempre experimentados ou expressos ao longo da vida.

A disfunção sexual tem alta prevalência entre as mulheres. Ocorrendo um aumento nas
queixas na fase da pré-menopausa, sendo de 40 a 49 anos e uma redução na procura
sexual com o avançar da idade, de 70 a 79 anos.

A disfunção sexual feminina é um problema de saúde frequente, com um impacto


negativo na qualidade de vida e que inclui: disfunção no desejo/ excitação sexual,
disfunção do orgasmo e dor genitopélvica. Essa disfunção pode ser multifatorial,
incluindo fatores biológicos, psicológicos, relacionais e socioculturais.

Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.30 no.6 Rio de Janeiro June 2008

Essa disfunção ocorre por conta da libido.

Embora ocorra um aumento na disfunçao sexual com a idade, ocorre


tambem uma adaptaçao e redução da angustia.
Desejo sexual:
É uma sensação de vontade de ter relação sexual que gera
bem-estar físico e mental em relação ao sexo.

Diabetes

Antidepres Hiperten-
-sivos são

BAIXA
LIBIDO

Hormônios Psicológico

Quimiote-
rapia

A partir dos 30 anos também ocorre uma diminuição do estrogênio e da


testosterona. No homem também ocorre essa queda, a partir dos 40. Mas no caso
das mulheres a queda da testosterona é suprimida pelo aumento do estrogênio.
HORMÔNIOS SEXUAIS
Estrogênio:
O estrogênio é o principal hormônio sexual feminino, tem função na reprodução, efeitos
no sistema no sistema ósseo, cardiovascular e no sistema nervoso central. Existem três
tipos de estrogênio, sendo que um pode ser convertido no outro e vice e versa:
Estrona (E1): Considerado o estrogênio do “mal”, ele é produzido pelos adipócitos e é o
responsável pelo acúmulo de gordura na região abdominal e ao redor dos órgãos. Ele
bloqueia os efeitos do estradiol e tem relação com o câncer de mama e de útero. Na
mulher jovem os níveis são baixos, pois os ovários convertem a estrona em estradiol.
Após a menopausa, o ovário perde essa função e a estrona passa a ser produzida pelo
fígado e tecido adiposo.
Estradiol (E2): Considerado o estrogênio do “bem”, ele é o hormônio mais forte e
prevalente. Responsável pelo acúmulo de gordura na região glúteo femoral, pela
lubrificação vaginal e pela libido. Previne infecções urinárias. É importante para a
absorção de cálcio, zinco e magnésio para estimular a produção óssea, estimula a
produção de óxido nítrico e HDL, tem efeito no sistema nervoso, mantém a saúde da
pele e é um potente antioxidante.
Estriol (E3): É considerado o mais fraco estrogênio, bloqueia os efeitos deletérios da
estrona, parece ter efeitos positivos nas funções autoimunes e é produzido
naturalmente durante a gravidez pela placenta.
Testosterona:
A testosterona é conhecida como o hormônio sexual masculino, é secretado pelas
células de Leydig. No plasma, cerca de 2% da testosterona circula livre,
aproximadamente 66% circula ligada à globulina ligadora de esteroides sexuais
(SHBG) e 33% liga-se à albumina e a outras proteínas. A produção hepática de SHBG é
positivamente regulada pelo estradiol e negativamente pela testosterona. Assim, níveis
aumentados de testosterona permitem uma maior biodisponibilidade da fração livre e
reduz os níveis de SHBG, o que em mulheres pode ser prejudicial por fazer parte de
algumas desordens como a Síndroma de Ovários Policísticos.
NAVES, Andréia. Nutrição Clínica Funcional: Modulação
Hormonal. São Paulo: VP editora. 2010. 272p
Fatores associados às disfunções sexuais femininas

Lara LA, Lopes GP, Scalco SC, Vale FB, Rufino AC, Troncon JK, et al. Tratamento das
disfunções sexuais no consultório do ginecologista. São Paulo: Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo -
Ginecologia, nº 11/Comissão Nacional Especializada em Sexologia).

Baixa lubrificação
Outro sintoma que as mulheres relatam é a diminuição do fluxo vaginal durante o ato
sexual. A diminuição dos níveis de estradiol na menopausa provoca uma diminuição da
lubrificação vaginal e causa a dispareunia (dor durante o ato sexual).
Fatores psicológicos
O ciclo de resposta sexual é influenciado negativamente por fatores psicológicos, entre
eles a ansiedade, baixa autoestima, distúrbios da percepção da imagem corporal, medo
de rejeição, ansiedade do desempenho sexual, experiências sexuais traumáticas
passadas, históricos de abuso e qualidade do relacionamento e entre outros inúmeros
fatores.

Fatores socioculturais
Os fatores socioculturais que mais frequentemente causam ou mantém a disfunção
sexual são problemas de relacionamento, a disfunção sexual do parceiro (disfunção
eréctil).

Fármacos
Vários fármacos podem ter um efeito inibitório da função sexual, como os inibidores
seletivos de receptação de serotonina (ISRS) e os inibidores seletivos da receptação de
serotonina e noradrenalina (ISRSN), os antiestrogênicos (tamoxifeno e inibidores da
aromatase) e os estrogênios orais (como os contraceptivos hormonais combinados).

Consumo alimentar
O consumo alimentar também pode alterar a produção de estrogênio. Mulheres que
têm uma dieta desequilibrada com o alto consumo de frituras e alimentos gordurosos
podem ter uma produção de qualidade ruim de estrogênio.
CICLO DE RESPOSTA SEXUAL FEMININA
O primeiro ciclo de resposta sexual feminino foi descrito por William Masters e Virginia
Johnson em 1966. O modelo foi constituído por quatro fases: excitação, platô, orgasmo
e resolução. Em 1979, Kaplan sugeriu um novo modelo, composto por três fases: desejo,
excitabilidade e orgasmo, eliminando a de resolução, pois acreditava ser uma ausência
de resposta sexual, em vez de parte do próprio ciclo. Excluiu-se também a fase de platô,
por imaginar ser essencialmente uma continuação da fase de excitação.
Um pesquisador propôs um modelo de resposta sexual diferente e composto por quatro
aspectos da sexualidade da mulher:
 Comparada ao homem, em que a testosterona inicia a estimulação, a mulher tem
pouca influência de hormônios para o início do estímulo sexual;
 A motivação feminina decorre de “recompensas” ou “ganhos” que não são
estritamente sexuais, como a proximidade emocional com o parceiro que ativa o
ciclo de resposta sexual seguinte;
 A excitação sexual da mulher é mental e subjetiva, podendo ou não ser
acompanhada por alterações vasoconstritoras na genitália e outras manifestações
físicas;
 O orgasmo pode ou não ocorrer, e quando acontece, manifesta-se de formas
diferentes, variando de mulher para mulher.

MENDONÇA, Carolina Rodrigues de et al. Função sexual feminina: aspectos


normais e patológicos, prevalência no Brasil, diagnóstico e
tratamento. Femina, v. 40, n. 4, 2012.

Plataforma:
OMGyes
ETILIOGIA DA DISFUNÇÃO SEXUAL
O ciclo de resposta sexual é influenciado negativamente por fatores psicológicos, entre
eles a ansiedade, baixa autoestima, distúrbios da percepção da imagem corporal, medo
de rejeição, ansiedade do desempenho sexual, experiências sexuais traumáticas
passadas, histórico de abuso e qualidade do relacionamento, e outros fatores como
desequilíbrio hormonal (baixos níveis de andrógenos e hiperprolactinemia), vasculares,
fisiológicos, condições médicas específicas (urogenital, neurológicas e distúrbios
endócrinos, disfunções do assoalho pélvico, menopausa, gravidez e pós-parto),
musculares (lacerações perineais decorrentes do parto, fraqueza muscular e músculos
disfuncionais hipertônicos) e ou em virtude de cirurgia ou medicamentos.

Deve-se considerar também a bagagem cultural, religiosa e social da pessoa, que pode
influenciar o desejo, e expectativas quanto ao desempenho sexual.

Outro determinante importante que interfere na capacidade de resposta sexual são os


fatores biológicos, incluindo a depressão, que pode inibir a excitação sexual, e a fadiga
decorrente de alguma condição médica (como insuficiência renal ou esclerose múltipla)
ou por falta de sono.

Approbato relata que a libido em mulheres é influenciada por múltiplos fatores: sociais
(estabilidade de parceiro e tipo de trabalho), econômicos (renda familiar) e biológicos
(cirurgia pélvica, tempo de relacionamento sexual, leucorreia, dispareunia, gestações,
idade, dor no hipogástrio, coitos por semana, orgasmo), e são extremamente complexos
para avaliação.

Dados recentes apontam também uma predisposição genética para a função sexual. Um
estudo exploratório correlacionou fatores genéticos e não genéticos da sensibilidade à
ansiedade, angústia sexual e disfunção sexual feminina e encontrou um componente
genético comum destacando a necessidade da inclusão da angústia na classificação de
transtornos do funcionamento sexual feminino.
As mudanças que ocorrem em resposta sexual feminina:
ÓRGÃOS FASE EXCITATÓRIA FASE FASE DE RESOLUÇÃO
ORGÁSTICA
Pele Dura de vários minutos a várias horas; 3 a 15 10 a 15 minutos; se não houver
excitação elevada antes do orgasmo, de segundos orgasmo o rubor diminui na
30 segundos a 3 minutos Rubor bem ordem inversa do aparecimento;
imediatamente antes do orgasmo; desenvolvido surgimento inconsistente de
rubor sexual aparece de forma
película de transpiração nas solas
inconsistente; erupções maculopapular
se origina no abdome e se espalha para dos pés e nas palmas das mãos
a face e para o pescoço, podendo incluir
ombros e antebraços
Mamas Ereção dos mamilos em dois terços As mamas Retorno normal em cerca de 12 a
das mulheres, congestão venal e podem se 24 horas
aumento aureolar; o tamanho fica tornar trêmulas
um quarto a mais que o normal
Clitóris Aumento do diâmetro da glande e Nenhuma O corpo do clitóris retorna à
do corpo do clitóris; imediatamente alteração posição normal em 5 a 10
antes do orgasmo, o clitóris se retrai segundos; detumescência em 5 a
para dentro do prepúcio 30 minutos; se não houver
orgasmo, a detumescência leva
várias horas
Grandes Nulípara: elevam-se e achatam-se Nenhuma Nulípara: aumento ao tamanho
lábios contra o períneo; alteração normal em 1 a 2 minutos
Multípara: congestão e edema Multípara: diminuição para o
tamanho em 10 a 15 minutos
Pequenos Tamanho aumenta para duas a três Concentrações Retorno ao normal dentro de
lábios vezes do normal, mudança para dos pequenos cinco minutos
rosa, vermelho profundo antes do lábios
orgasmo proximais
Vagina Mudança de cor para roxo escuro, 3 a 15 A ejaculação forma pool seminal
transudato vaginal aparece de 10 a contrações do nos dois terços superiores da
30 segundos após o início da terço inferior vagina; a congestão desaparece
excitação; alongamento e distensão da vagina a em segundos ou, se não houver
vaginal; terço inferior da vagina se intervalos de orgasmo, entre 20 a 30 minutos
contrai antes do orgasmo 0,8 segundos
Útero Ascende para a pelve falsa; Contrações As contrações cessam e o útero
contrações semelhantes às do parto durante todo o volta para a posição normal
começam na excitação elevada orgasmo
imediatamente antes do orgasmo
Outros Miotonia Perda do Retorno ao estado de linha de
controle base em segundos há minutos
Algumas gotas de secreção mucoide muscular Cor e tamanho do colo retornam
das glândulas de Bartholin durante voluntário ao normal e o colo baixa sobre o
o aumento da excitação Reto: pool seminal
Colo incha literalmente e se eleva contrações
passivamente com o útero rítmicas
Hiperventilação
e taquicardia

MENDONÇA, Carolina Rodrigues de et al. Função sexual feminina: aspectos normais e


patológicos, prevalência no Brasil, diagnóstico e tratamento. Femina, v. 40, n. 4, 2012

Estudou-se o 7 estados 1.219 mulheres


comportamento sexual brasileiros maiores de 18 anos

Resultados: A prevalência de DSF aumentou de acordo com a idade e o baixo nível


educacional. Pelo menos uma disfunção sexual foi relatada por 49,0% das mulheres;
26,7% afirmaram falta de desejo sexual; 23,1% dor durante o intercurso sexual; 21%
disfunção orgástica.
J Impot Res. 2004;16(2): 160-6.

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS


Estão cada vez maiores, principalmente a SÍFILIS

Sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano,
causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações
clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos
estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A
sífilis pode ser transmitida através da relação sexual sem o uso da camisinha com uma
pessoa infectada, ou para crianças durante a gestação ou parto.
A Sífilis é dividida em quatros tipos:
Sífilis primária:

 Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina,


colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90
dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.
 Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar
acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.

Sífilis secundária:

 Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento


e cicatrização da ferida inicial.
 Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas
das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias.
 Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.

Sífilis latente – fase assintomática:

1. Não aparecem sinais ou sintomas.


2. É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis
latente tardia (mais de dois anos de infecção).
3. A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e
sintomas da forma secundária ou terciária.

Sífilis terciária:

 Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.


 Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas,
cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

Além disso, ainda existe a sífilis que é transmitida durante a gestação:

Sífilis congênita:
É transmitida para a criança durante a gestação (transmissão vertical). Por isso, é
importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado
for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e seu parceiro sexual, para evitar
a transmissão.
Recomenda-se que a gestante seja testada pelo menos em 3 momentos:

 Primeiro trimestre de gestação


 Terceiro trimestre de gestação
 Momento do parto ou em casos de aborto

Sinais e sintomas
Pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de
vida da criança. São complicações da doença: aborto espontâneo, parto prematuro, má-
formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições
Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Sífilis. Disponível
em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-
ist/sifilis> Data de acesso: 13 de jun. 2019.
Estágios da sífilis:

ORGASMO

Orgasmo:
“São múltiplas contrações prazerosas na genitália, sendo a primeira mais
intensa e as demais vão ficando mais fracas até que cessam, então,
levando a uma sensação de relaxamento geral. O clitóris fica ereto, os
batimentos cardíacos e o ritmo da respiração aceleram-se. O orgasmo
ocorre com o movimento do pênis dentro da vagina, por estímulo
no clitóris ou pela combinação de ambos. Essa estimulação pode ser
causada pela atividade sexual, pela masturbação, pelo sexo
oral, por vibrador e outros modos. É possível que todas as mulheres
consigam atingir o orgasmo, mas algumas delas, que não o conseguem
espontaneamente, podem sentir orgasmo mediante técnicas fornecidas
pela terapia sexual (TS). ”
Lara LA, Lopes GP, Scalco SC, Vale FB, Rufino AC, Troncon JK, et
al. Tratamento das disfunções sexuais no consultório do
ginecologista. São Paulo: Federação Brasileira das Associações
de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo
Febrasgo - Ginecologia, nº 11/Comissão Nacional Especializada
em Sexologia).
21% das mulheres tem O orgasmo não ocorre da
dificuldade de chegar ao mesma maneira para todas
orgasmo
as mulheres.

“O sexo é uma dança e quando se dança muito com o mesmo parceiro, vocês ficam
muito bom nisso. Mas se cada vez que você sair, você dançar com um parceiro
diferente, vocês dançarão músicas diferentes e terão um descompasso. “

Fatores que influenciam:


A música que está tocando no momento, o ambiente, o cheiro do local e entre outras
coisas vão influenciar se a mulher vai conseguir ter orgasmo ou não. É preciso que os
parceiros se conheçam muito bem, por um bom tempo, para a mulher poder ter o
orgasmo.

A mulher deve se conhecer


para entender seus próprios
gostos e o saber que dá certo
para ela

TRATAMENTO

Bupropiona Mostrou ser eficaz na terapia do


(depressão) distúrbio de desejo sexual hipoativo.
A maioria dos remédios para depressão, atuam diretamente nos hormônios do prazer,
causando uma maior diminuição da libido.

Pode ser usado no tratamento de


Estrogênio
distúrbios de excitação sexual
vaginal
feminina.

Eletroterapia, exercício com o treinamento


Fisioterapia dos músculos do assoalho pélvico
aumentam a força muscular e melhoram a
função sexual de mulheres com
incontinência urinária.

Estrogênio em
capsula Terapia de reposição hormonal

Acta Obstet Gynecol Scand. 2000;79(7):598-603.


Funcionamento do orgasmo feminino

EXCITAÇÃO ORGASMO PÓS ORGASMO

PRESSÃO LABIAL

PRESSÃO
VAGINAL

VOLUME DE
SANGUE
CLITORIANO

Os eventos psicogênicos e hemodinâmicos do ciclo sexual feminino normal. As respostas


psicossexuais da excitação, orgasmo e pós-orgasmo aproximam as pressões vaginais e labiais,
bem como o volume do clitóris. O aumento da excitação que culmina no orgasmo demonstra
aumentos nas pressões vaginais e labiais e no enchimento do clitóris. Os dados são compilados
de várias fontes referenciadas no texto.
Atualmente, existem poucas opções farmacológicas disponíveis no tratamento da
Disfunção Sexual Feminina (FSD). Historicamente, os pacientes com FSD foram tratados
através de terapia psicológica; no entanto, à medida que passamos a compreender a
extensão do distúrbio, mais pesquisas científicas básicas e reconhecimento clínico foram
desenvolvidos para abordar o problema. Várias iniciativas farmacológicas estão em
desenvolvimento visando aumentar o fluxo sanguíneo para os genitais, melhorando as
deficiências androgênicas e aumentando a estimulação do sistema nervoso central. A
tabela acima resume as opções de tratamento atuais e potenciais disponíveis para FSD.

ALLAHDADI, Kyan J.; TOSTES, Rita CA; WEBB, R. Clinton. Female


Sexual Dysfunction: Therapeutic Options and Experimental
Challenges. Cardiovasc Hematol Agents Med Chem, v. 7, n. 4, p.
260-269, 2009.

A ingestão de gorduras de má qualidade afeta o mecanismo das prostaglandinas


O que são prostaglandinas?
As prostaglandinas (PG) são encontradas em praticamente todos os tecidos e órgãos.
São moléculas lipídicas autócrinas e parácrinas, que são rapidamente metabolizadas e
participam de uma variedade de eventos fisiológicos, incluindo a regulação do fluxo
sanguíneo.
Especificamente, a isoforma PG do PGE1 (sinalizando através do seu receptor EP2) causa
relaxamento do músculo liso no músculo liso vaginal, uterino e peniano. A ativação de
PGE1 / EP2 conduz a aumentos no AMPc resultando na ativação da proteína quinase A,
que causa relaxamento do musculo liso (olhar a figura). As prostaglandinas têm sido
usadas na disfunção sexual masculina, especialmente disfunção erétil (administrada por
injeção peniana), por algum tempo e têm mostrado resultados positivos para certas
mulheres com distúrbio da excitação sexual genital, provavelmente através do aumento
da secreção vaginal e relaxamento da musculatura lisa.

Mecanismo de relaxamento do músculo liso e locais de inibição periférica. Abreviaturas: óxido nítrico
(NO), NO sintase neuronal (nNOS), NOS endotelial (eNOS), prostaglandina (PGE1), receptor PGE1 (EP2),
trifosfato de guanosina (GTP), guanilato ciclase (GC), monofosfato de guanosina cíclico (cGMP),
fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), trifosfato de adenosina (ATP), proteína quinase dependente de cGMP tipo
I (cGKI), proteína quinase A (PKA), monofosfato de adenosina cíclico (cAMP), peptídeo intestinal vasoativo
(VIP), receptor VIP (VIPR) e endopeptidase neutra (NEP).
ALLAHDADI, Kyan J.; TOSTES, Rita CA; WEBB, R. Clinton. Female Sexual
Dysfunction: Therapeutic Options and Experimental Challenges. Cardiovasc
Hematol Agents Med Chem, v. 7, n. 4, p. 260-269, 2009.
Estudo de 4 semanas controlado Mulheres no período pré, peri ou ArginMax®
por placebo pós-menopausa que tinham falta
de desejo sexual 200mg

Resultados: As mulheres exibiram aumentos estatisticamente significativos na


sensibilidade do clitóris, satisfação sexual, aumento da frequência de relações sexuais e
diminuição da secura vaginal, em comparação a mulheres no grupo controle.

A L-arginina atua no aumento da produção de (óxido nítrico)

As disfunções sexuais femininas apresentam natureza multifatorial e está sob o


controle de fatores psicológicos, hormonais (testosterona e estrogênio +
lubrificação + fluxo sanguíneo) neurológicos, vasculares (arginina, oxido nítrico)
e musculares.
Acta Obstet Gynecol Scand. 2000;79(7):598-603.
Produtos homeopáticos para o tratamento da disfunção sexual

JAYNE, Christopher J. et al. New developments in the


treatment of hypoactive sexual desire disorder–a focus on
Flibanserin. International journal of women's health, v. 9,
p. 171, 2017.

Nutricionista não trabalha com a homeopatia, mas pode indicar para um médico
especializado

SEROTONINA

As alterações na regulação da transmissão, ligação e metabolismo da serotonina, são


induzidas por estrogênios em áreas do cérebro implicadas na regulação do afeto e
cognição.
Inversamente ao estrogênio, a progesterona atua aumentando a atividade da MAO,
resultando em diminuição dos níveis de serotonina e produzindo efeito depressivo.
Rev. psiquiatr. clín. vol.33 no.2 São Paulo 2006
Estratégias:

Usar alimentos fontes de triptofano

O triptofano (Trp) é um aminoácido essencial que deve ser consumido através da dieta.
Depois que o Trp é ingerido, a albumina se une a ele no sangue e é transportada através
da barreira hematoencefálica por um transportador específico para aminoácidos, atinge
o Sistema Nervoso Central (SNC), é convertido em neurotransmissor serotonina (5-
hidroxitriptamina, 5-HT). Estas reações são limitadas pela disponibilidade de triptofano
no soro. Sendo que apenas 2% do triptofano da dieta é utilizado para a síntese de
serotonina.

A serotonina modula alguns eventos de desenvolvimento, como migração de neurônios,


diferenciação celular, divisão celular ou sinaptogênese. Também está envolvido em uma
ampla variedade de funções do SNC, incluindo o controle do apetite, sono, memória e
aprendizagem, regulação da temperatura, humor, comportamento (incluindo sexual),
cognição ou transtornos mentais, entre outros.
NAVES, Andreia. Nutrição clínica funcional: Modulação
hormonal. VP editora: São Paulo. 272 p.

BRAVO, Rafael et al. Tryptophan and hops: Chrononutrition


tools to improve sleep/wake circadian rythms. 2018.
Maca peruana (Lepidium meyenii Walp)

Dose usual 500mg


Dose mínima 500mg
Dose máxima 1500mg

PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a


prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577.

É uma planta andina da família das brássicas (mostarda).

As preparações da raiz da maca foram relatadas para melhorar a função sexual.

Surgiram as primeiras pesquisas


científicas sobre as ações e o efeito
desta espécie na área da
fertilidade
Anos 60

Surgiu estudos sobre as


propriedades químicas da maca e
seus efeitos sobre a reprodução.

Identificaram a presença de
Anos 80 benzilisotiocianato e
premetoxibelzil isotiocianato.
Houve a identificação de ácidos
graxos, aminoácidos e fitoesteróis

Anos 90

A partir da década de 90 duas classes de compostos, as macaenas e as macamidas, foram


identificadas, utilizando padrões purificados (conhecido como MacaPure-01 e
MacaPure-02), como também os fitoesteróis, isotiocianatos, ácido cetoacíclico e
macaridina. Atualmente esses padrões isolados e purificados são patenteados pela
indústria farmacêutica americana.
Não foi comprovada toxicidade mesmo em altas doses como de 1g/kg.

São encontrados na maca: alcaloides, fitoesteróis, compostos


fenólicos, flavonoides, taninos, glicosídeos, saponinas, aminas
secundárias alifáticas, aminas terciárias, antocianidinas, dextrinas e
glucosinolatos.

Possuem: 5 a 9% de benzil-isotiocianato, 1 a 3% de fitoesterol, 20 a


30% de ácidos graxos e cerca de 10% ou mais de macamida, 50 a
70% de carboidratos, 8 a 9% de fibras solúveis, 23% de fibras
insolúveis e 8 a 18% de proteínas.
(MUHAMMAD, et al., 2002; WANG et al, 2007)

MUHAMMAD et al, 2002 Suplementação: 2,5 mg/kg


WANG et al, 2007 Suplementação: 25 a 100 mg/kg

45 pacientes ambulatoriais deprimidos com idade Maca 1,500 – 3,000 mg


entre 18 a 65 anos (média de 41,5 anos) que
sofria dos efeitos dos antidepressivos no
momento. Era necessário que os pacientes
estivessem em remissão de qualquer transtorno
depressivo ou de ansiedade.

Resultados: A maca foi bem tolerada e a raiz da maca pode aliviar a disfunção sexual
induzida por SSRI, principalmente em mulheres na pós-menopausa.

Maca peruana x infertilidade


De uma forma geral, os compostos presentes na maca (glucosinolatos e fitoesteróis)
modulam os mecanismos que garantem o equilíbrio hormonal
Outros compostos com teores elevados no extrato de maca contribuem
somatoriamente para o efeito do fitocomplexo:
 A L-arginina é precursora direta do óxido nítrico (NO), que coordena o
mecanismo da vasodilatação, responsável pela ereção peniana.
 A histidina está indiretamente envolvida no processo da ejaculação e do
orgasmo;
 O zinco participa da espermatogênese e consequentemente da fertilidade.
 Os antioxidantes presentes na maca protegem o espermatozoide e o seu DNA
dos danos oxidativos, responsáveis por grandes prejuízos à fertilidade, pelo
aumento da incidência de abortos e pelos possíveis danos ao embrião;
 O betacarboline é um inibidor da monoaminoxidase (MAO), qualificando o
humor, que é fundamental para otimização do desejo sexual.
(ZHENG, 2000)

Outros artigos relatando os benefícios da maca peruana:

INOSITOL
É um componente essencial de fosfolipídios da membrana celular. Tem fraca atividade
lipolítica e pode remover a gordura do fígado e células do intestino delgado. O inositol
é um constituinte do sistema mensageiro secundário intracelular fosfatidil-inositol,
relacionado à serotonina, noradrenalina e receptores colinérgicos. Ele possui uma
variedade de estereoisômeros, incluindo o mio-inositol e D-inositol. O mio-inositol é a
forma mais abundante no sistema nervoso central (SNC). Ajudando a mulher na
excitação.

Suplementação: 4g

Ainda não possui muitas


Altern Med Rev. 2002 Jun;7(3):244-8. pesquisas
TRIBULUS TERRESTRIS

Dose usual 500mg


Dose mínima 750mg
Dose máxima 1500mg

PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a


prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577.

É uma erva rasteira, da família Zygophyllaceae, usada há muito tempo pela medicina
tradicional na Grécia, China e Índia (medicina ayurvédica) para o tratamento de
infertilidade, impotência, disfunção erétil e libido baixa.
GAUTHAMAN, 2008

Dissertação mostrando a eficácia do Tribulus:


250mg oral
Foi aplicado um
3x/dia por
questionário
90 dias

74 mulheres
pós-menopausa
Houve melhora:
 Na lubrificação vaginal durante o ato sexual ou na preliminar;
 Na sensação nas genitálias durante a relação sexual ou em outros estímulos;
 Nas relações sexuais e outras estimulações sexuais;
 Na capacidade de ter o orgasmo.

POSTIGO, 2016
2018

Mostrou que:
 As mulheres que receberam T. terrestris tiveram níveis aumentados de
testosterona livre e biodisponível.

O T. terrestres pode ser uma alternativa segura para o tratamento de mulheres na


pré-menopausa quando na menopausa, uma vez que foi eficaz na redução dos
sintomas, provavelmente devido a um aumento nos níveis séricos da testosterona
livre e biodisponível.
Gynecol Endocrinol. 2018 May;34(5):442-445.

LADY PRELOX®

100 mulheres saudáveis (37 a 45 anos) com


Avaliado o Índice de Função disfunção sexual moderada, submetidas a um
Sexual Feminina (FSFI) programa de controle de estilo de vida, dieta,
exercício e controle do estresse.
20 mg de picnogenol®
200 mg L-arginina
200 mg de L-citrulina
50 mg de extrato de roseta rosvita®
Durante 8 semanas

Resultados:
Houve melhora significativa na função sexual em todos os domínios avaliados pelo FSFI
em mulheres saudáveis em idade reprodutiva tardia. A melhora no FSFI também está
associada a uma diminuição significativa no estresse oxidativos.

Produto facilmente
encontrado nas farmácias

PANAX GINSENG
Dose usual 200mg
Dose mínima 100mg
Dose máxima 600mg

PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a


prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577.

Administração oral do extrato


de Korean Red Ginsend Mulheres na pré-menopausa
500mg por 20 semanas

Houve uma melhora significativa na função sexual das mulheres.


Evid Based Complement Alternat Med. 2015; 2015: 913158; J Sex Med. 2010 Apr;7(4 Pt 1):1469-77.
O ginseng é um produto patenteado  Extrato G115®

O Ginseng é comumente administrado em indivíduos saudáveis, como


estimulante ou tônico, em estados de fadiga e de stress. No entanto, pode
ser prescrito como adjuvante no tratamento de patologias como neurose,
depressão, alcoolismo, tuberculose e cancro.
(PANOSSIAN, 2003)

Efeitos colaterais:

Não pode ser utilizado por mulheres


grávidas ou em fase de
amamentação

A sintomatologia do excesso de Ginseng se


assemelha aos efeitos originados pelos
corticosteroides, que inclui: insônia, tensão
nervosa e irritabilidade por conta da
excitação do sistema nervoso central.
Causando também hipertensão, erupções
cutâneas, edema e diarreia matinal.

(WHO, 1999; Nocerino et al., 2000; Coon e Ernst, 2002;


Cunha e Roque, 2005; Cunha et al., 2009).
DEVEMOS TAMBÉM:

Conversar ao longo da consulta

SAIBA MAIS
Prescrição Libido Feminina
• Lepidium meyenii, Maca Peruana - 2g a 5g/dia (5 cápsulas contendo 400mg
cada - 25 a 100mg/kg peso). Tomar por 90 dias.
• Inositol - 50mg/dia. Tomar por 90 dias. Junto a refeição.

• Ω-3 - 2g/dia. Tomar por 90 dias. Junto a refeição.


• Vitamina E - 200mg/dia. Tomar por 90 dias. Junto a refeição.
• L-Arginina – 200mg/dia. Tomar por 60 dias.
• Vitamina B6 (piridoxina) - 15mg/dia.
• Panax ginseng, Ginseng, extrato seco - 200 a 600mg/dia (vasodilatador), não
usar em hipertensos ou portadores de Rosacea.

• Pinus pinaster, Pycnogenol - 40mg/3x dia (120mg).


• Triptofano - 500mg/dia.
• Tribulus terrestres, Tribulus - 250mg/2x dia. Tomar por 90 dias.
CLIMATÉRIO E MENOPAUSA

O período do climatério é uma fase biológica do ciclo vital feminino que tem início
normalmente por volta dos 40 anos de idade, podendo se estender até os 65. É
determinado pela queda de produção dos hormônios estrogênio e progesterona pelos
ovários. Os sintomas do climatério podem ser desde leves a muito intenso dependendo
de vários fatores.

Alguns dos sintomas:


 Ondas de calor ou fogachos;
 Insônia;
 Nervosismo;
 Depressão;
 Hipertensão arterial;
 Incontinência urinária;
 Dor de cabeça;
 Alterações sexuais;
 Dor durante o ato sexual.

A dor durante o ato sexual pode ser consequência do ressecamento vaginal, devido ao
hipoestrogenismo, que é um dos principais causadores do desconforto sexual que pode
causar alterações sexuais na vida da mulher.
Florianópolis, 2015 Jan-Mar; 24(1): 64-71.

Duração de 1 a 5 anos
Os sintomas climatérios mais prevalentes foram:

Nervosismo  82%

Fogachos  70%
Cefaleia  68%
Irritabilidade  67%
Sudorese  59%

A frequência e a
intensidade variam de Fluxo sanguíneo
acordo com

Pode ser dividido em três aglomerados:


O primeiro fator incluiu as ondas de calor, sudorese (aglomerado vasomotor);

O segundo incluiu depressão, nervosismo e irritabilidade (aglomerado psicológico);

O terceiro, tontura e palpitação (aglomerado atípico).

PEDRO, Adriana Orcesi et al. Síndrome do climatério: inquérito populacional


domiciliar em Campinas, SP. Revista de Saúde Pública, v. 37, p. 735-742, 2003.

As vezes as mulheres podem


apresentar os três, como
também podem não
apresentar nenhum
CLIMATÉRIO
SINAIS E SINTOMAS

 Alterações de pele, cabelo e unha;


 Perda de massa muscular e óssea;
 Aumento do risco de doenças cardíacas;
 Aumento da resistência periférica à insulina;
 Modificação na distribuição da gordura corporal;
 Fogachos;
 Insônia;
 Mudança de humor.

FASES DA MENOPAUSA
Pré-menopausa
Em geral, ocorre entre os 35 e 48 anos, mas o período ainda gera debates entre os
especialistas que nem sempre concordam com essa idade. As taxas de estrogênio e
progesterona começam a sofrer alterações, ainda que nem sempre perceptíveis. A
característica mais marcante da pré-menopausa é efetivamente a queda na fertilidade,
que pode reduzir para 20% após a faixa da idade entre 35 e 40 anos.

Perimenopausa (climatério)
A perimenopausa, ou conhecida, de modo mais popular, como climatério, em geral,
começa entre os 45 e 50 anos, sendo que essa é a fase de transição para a menopausa
(peri = em torno). Também é o período em que os sintomas relacionados ao fim da
menstruação estão mais presentes e acentuados.
Para a maioria das mulheres, a perimenopausa começa cerca de 2 anos antes da última
menstruação e se estende até 1 ano após ela.

Menopausa
É de fato a última menstruação. No entanto, apenas após 1 ano é possível determinar
que o sangramento foi a menopausa. Portanto, ela é, na verdade, um evento bastante
pontual. Uma margem ampla considera que a menopausa ocorre entre 45 a 55 anos,
mas a média das brasileiras fica em 51 anos. Aproximadamente 5% das mulheres sofrem
a menopausa tardia, que acontece após os 55 anos e outros 5% das mulheres vivenciam
a menopausa precoce, que ocorre antes dos 45 anos.
Pós-menopausa
Vai da última menstruação até os 65 anos, quando a mulher atinge a terceira idade. No
entanto, após a menopausa, por aproximadamente 1 ano, a paciente se encontra ainda
na perimenopausa, sendo que as fases ocorrem juntas.
Sinais de irritação na região intima, mucosas ressecadas, infecções e incontinência
urinárias, redução de interesse sexual, dificuldade de lubrificação vaginal, dores e
desconforto durante o sexo tendem a ocorrer com mais predominância nessa fase.
É nesse período que as manifestações tardias tendem a aparecer. Entre elas:
Alterações na pele: rugas, perda de elasticidade e da resistência da pele;
Problemas íntimos: secura vaginal, infecções, irritação e dificuldade de lubrificação;
Disfunções urinárias: cistite e incontinência urinária;
Problemas neuromentais: aumento do risco das doenças de Alzheimer, AVC, déficit de
concentração, dificuldade de concentração e redução de memória;
Doenças cardiovasculares: aumento de risco de enfarte agudo do miocárdio;
Disfunções ósseas: maiores riscos de osteoporose*.

Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008

*A diminuição do estrogênio, diminui a absorção e a reabsorção de cálcio.

Suplementação de citrato de cálcio

A suplementação tem que ser fracionada


em 2 a 3x por dia

Ou inserir o consumo de leite em pó na rotina.


ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CLIMATÉRIO
O consumo inadequado de alimentos pode contribuir para agravos, como a
osteoporose, e o consumo em excesso podem comprometer a saúde como surgimento
da obesidade que, além de ser uma doença crônica, pode aumentar os riscos para o
desenvolvimento de hipertensão arterial e de diabetes mellitus.

Controle de
peso

Diminuição do
Diminuição de
valor
industrializado
energético

Seleção de CHO
de baixo índice
glicêmico

Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008

Para realizar o diagnóstico nutricional em mulheres adultas (≥ 20 e < 60 anos) o


profissional de saúde deve calcular o IMC (índice de Massa Corporal):
Para complementar o diagnóstico nutricional do adulto, o profissional poderá utilizar a
medida da circunferência da cintura. Este indicador correlaciona-se com o IMC e avalia
o tecido adiposo visceral.

Deve-se manter uma alimentação


saudável, associada à prática de atividade
física e modos de vida saudáveis são os
principais elementos para promover
saúde e melhoria da qualidade de vida.

Principalmente a musculação afim


de preservar a massa muscular e
prevenir a sarcopenia

O consumo excessivo de sódio e de carne


vermelha (devido ao seu elevado teor de
aminoácidos sulfurados) está relacionado
ao maior risco de osteoporose

Manual da Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008


TERAPIA NO CLIMATÉRIO

Manual da Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008

CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS À TERAPIA HORMONAL:


 Câncer de mama;
 Câncer de endométrio;
 Doença hepática grave;
 Sangramento genital não esclarecido;
 História de tromboembolismo agudo e recorrente;
 Porfiria (purpuras);
 Entre as contraindicações relativas estão a hipertensão arterial e o Diabetes
mellitus não-controlados, a endometriose e miomatose uterina.

Site de indicação:
Associação brasileira do climatério

Aborda sobre:
 Terapia Hormonal;
 Alimentação;
 Menopausa e climatério;
 Entre outros.

DA TPM AO CLIMATÉRIO

Menopausa: é caracterizada pela


ausência da menstruação por um
período de 12 meses. Geralmente
ocorre entre 40 e 60 anos.
Pós – menopausa: compreende o
período após a menopausa e perdura
por 10 anos.

A menopausa é a fase na vida da mulher caracterizada pelo término da menstruação.


Ela é parte de um processo biológico que começa, na maioria das mulheres, por volta
dos 35 anos. Durante esse período, os ovários gradualmente produzem menos
quantidades de hormônios sexuais: estrogênio e progesterona.

Estrogênio: promove o desenvolvimento dos seis femininos e útero, controla o ciclo de


ovulação e afeta muitos aspectos da saúde física e emocional da mulher.
Progesterona: controla a menstruação e prepara o revestimento do útero para receber
o óvulo fertilizado.

SINAIS E SINTOMAS DA MENOPAUSA

Ondas de Suores Variação de Aumento


Taquicardia
calor noturnos PA do FSH e LH

Estrogênio Progesterona

LH vem para FSH vem para


compensar compensar
Deve-se sempre solicitar e monitorar os exames de FSH e LH

Anticoncepcional e Não aparecem no


reposição hormonal exame de sangue

Aparecem o
hormônio natural
E1 e E2

MENOPAUSA PRECOCE
Em mulheres que retiraram o útero, a menopausa ocorre artificialmente, embora os
ovários mantenham seu funcionamento. Já nas situações de retirada dos ovários, a
menopausa pode ser acompanhada das manifestações clínicas do hipoestrogenismo –
diminuição do estrogênio, ocorrendo com mais frequência e intensidade do que na
menopausa natural.
Sintomas:
 1º aumento do fluxo sanguíneo e período maior;
 Alteração de humor: irritada, triste, alegre.
 Ansiedade;
 Depressão;
 Sudorese.

O anticoncepcional ajuda na prevenção desses sintomas do climatério.


Fitoterápicos no climatério

Morus alba L. (Amoreira branca)


Calendula officinalis L. (Calêndula)

As plantas medicinais podem ser consideradas um recurso para o auxílio do


tratamento o climatério (antecede a menopausa) (ROCHA, 2018).

MENOPAUSA E SEXUALIDADE
Uma das áreas afetadas na menopausa é a sexualidade. As repercussões hormonais no
organismo da mulher se somam às transformações biológicas, psicológicas, sociais e
culturais. A sexualidade da mulher no climatério é carregada de muitos preconceitos e
tabus. Isso porque existem vários mitos que reforçam a ideia de que, nesse período, a
mulher fica assexuada.
1º mito: identificação da função reprodutora com a função sexual.
2º mito: a atração erótica se faz às custas somente da beleza física associada à
jovialidade.
3º mito: a sexualidade feminina relacionada diretamente aos hormônios ovarianos,
vinculados a diminuição da função do ovário com a diminuição da função sexual.
Nessa fase mais experiente da vida, o conceito de satisfação muda, permitindo a procura
de novas formas para exercer a sexualidade, motivada pela sabedoria adquirida, melhor
conhecimento do corpo e maturidade para buscar outras opções. As mulheres no
climatério, mais frequentemente após a menopausa, podem apresentar uma
lubrificação vaginal menos intensa e mais demorada, dor nas relações sexuais, tornando
a perspectiva do sexo com penetração, motivo de ansiedade e de falta de satisfação.
Abordagem clínica

A avaliação clínica da mulher no climatério deve ser voltada ao seu estado de saúde
atual e também pregresso e envolve uma equipe multidisciplinar. A atenção precisa
abranger além da promoção da saúde, prevenção de doenças, assistência aos sintomas
clínicos e possíveis dificuldades dessa fase.
A rotina básica de exames na consulta da mulher no climatério consta de exames para
prevenção de doenças, detecção precoce ou mesmo para avaliação da saúde em geral.
Deve ser repetida com regularidade (semestral, anual, bianual, trianual) de acordo com
os protocolos específicos em vigor:
 Hemograma, hormônios da tireoide, glicemia, colesterol total e HDL;
 Triglicerídeos, TGO, TGP, urina e fezes;
 Mamografia e ultrassonografia mamária;
 Exame preventivo do câncer do colo do útero;
 Ultrassonografia transvaginal;
 Densitometria óssea.

Agravos à saúde mais frequentes durante o climatério


 Indisposição;
 Hipotireoidismo;
 Doenças cardiovasculares;
 Hipertensão;
 Obesidade;
 Diabetes mellitus;
 Transtornos psicossociais;
 Alterações gastrointestinais;
 Alterações urogenitais;
 Alterações da saúde bucal;
 Efeitos do tabagismo;
 Câncer no climatério;
 Osteoporose.

O pH vaginal também sofre alterações, com tendência à alcalinização e mudança da


flora, predispondo muitas vezes ao crescimento bacteriano com ocorrência da vaginite
ou vaginose.
TERAPIA HORMONAL

Testosterona: Recomendado para mulheres que apresentam diminuição do desejo


sexual, alguns trabalhos sugerem que este hormônio pode aumentar a motivação sexual
e/ou melhorar a resposta sexual.
Vias de administração: Oral, transdérmica, vaginal, intramuscular, implantes
subcutâneos, etc.
Indicações atuais da TH:

 Correção da disfunção menstrual na perimenopausa;


 Melhoria dos sintomas climatéricos;
 Prevenção e melhoria da osteoporose;
 Prevenção e tratamento da atrofia urogenital, implantes subcutâneos, etc.

Contraindicações absolutas à Terapia Hormonal:


 Câncer de mama;
 Câncer de endométrio;
 Doença Hepática Grave;
 Sangramento Genital Não Esclarecido;
 Entre as contraindicações relativas estão a hipertensão arterial e o Diabetes
mellitus não controlados, a endometriose e miomatose uterina.

É NECESSÁRIO O ACOMPANHAMENTO DE UM GINECOLOGISTA E ENDÓCRINO PARA


A REALIZAÇÃO DA TERAPIA HORMONAL

TERAPIAS COMPLEMENTARES
Fitoterapia:
Existem fitoterápicos com propriedades estimulantes sobre os receptores hormonais
específicos (receptores beta), melhorando assim, as manifestações clínicas
apresentadas. Diferencial é a sua ação altamente seletiva, sendo considerados
moduladores seletivos dos receptores estrogênicos (serms), o que faz com que tais
substâncias tenham baixíssimos índices de efeitos colaterais.
Ex:
• Cimicífuga (Cimicifuga racemosa)
• Trevo Vermelho (Trifolium pratense)
• Soja (Glycine max)

Para os sintomas psicoemocionais, que podem acompanhar esta fase da vida da mulher,
é válido ressaltar o uso de:
• Hiperico perforatum (nutri não pode prescrever);
• Valeriana officinalis (nutri não pode prescrever);
• Melissa officinalis.

Melissa officinalis
Dose usual 200mg
Dose mínima 100mg
Dose máxima 600mg

PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a


prática clínica. SC: Ed. do autor, 2019, p577.

Apenas no Canada estão liberados:


• Glycine max;
• Hypericum perforatum (sintomas da depressão);
• Dioscorea villosa (reduz sintomas da menopausa);
• Cimicifuga racemosa (reduz fogachos).

(ROCHA, 2018)
Dica de prescrição:

Maca peruana – 500mg


Posologia: Consumir 1 dose, 4 vezes ao dia. Cerca de 30 minutos antes do café da manhã,
almoço, café da tarde e antes do jantar. Durante 60 a 90 dias.

Resultados:

↓ peso ↓ pressão ↑ níveis de ↓ transpiração


↓ Calor
corporal arterial HDL excessiva

↓ distúrbios Melhorou Melhorou Melhorou


↑ estrógeno
do sono nervosismo depressão palpitações

↑ densidade ↑ densidade Melhorou a


↓ FSH
óssea óssea libido (30%)

(MEISSNER et al, 2006)

Soja (Glycine max)


Extrato padronizado de 40% a 70% de isoflavonas.
Uso: 50 a 180mg por dia, que devem ser divididos em duas tomadas (12/12h)
Dose de ataque: 80 -100mg (1 mês)
Dose de manutenção: 40 – 50mg por dia
Possíveis efeitos colaterais: alergias, interferência com a absorção de certos minerais
(pela presença de ácido fítico), constipação, flatulência, náuseas e irritação gástrica.
Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008

Trevo vermelho (trifolium pratense)


Extrato padronizado a 8% de isoflavonas
Uso: 40mg a 60mg por dia com dose única diária.
É um fitocomplexo que tem na sua composição várias isoflavonas, além de outros
componentes da planta. Vem sendo utilizado por longa data para diversas finalidades,
sendo útil para os sintomas do climatério devido a sua forte ação estrogênica-símile.
Pesquisas têm mostrado também uma boa perspectiva para manutenção dos perfis
ósseo e lipídico, assim com uma ação antineoplásica, inflamatória, cicatrizante e
cumarínica, diminuindo a coagulabilidade sanguínea e a perfusão periférica.
No entanto, os produtos registrados pela Anvisa se referem à padronizado e dosagem
específicas para ao alívio dos “fogachos”.
Possíveis efeitos colaterais: semelhantes aos de produtos à base de isoflavonas. O uso
concomitante de anticoagulantes orais ou heparina pode ter seu efeito potencializado.
Manual da Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008

Cimicífuga (Cimicifuga racemosa)


É utilizado para o tratamento dos sintomas do climatério e menopausa, tendo ação
central (hipotalâmica) e periférica, nos receptores. Está indicado principalmente para os
sintomas neurovegetativos do climatério (fogachos) e age na melhora da atrofia da
mucosa vaginal (ação periférica).

Cimicífuga racemosa – 40 a 80mg/dia


Extrato padronizado entre 2,5 e 8% de 27-deoxiacteína
Associar com:
Isoflavonas.

Possíveis efeitos colaterais: são muito raros. Incluem dor abdominal, diarreia, cefaleia
vertigens, náuseas, vômito e dores articulares.

Hipérico (hiperico perforatum)


É uma planta de reconhecidas propriedades antidepressivas e calmantes, podendo ser
indicada para quadros leves a moderados de depressão não endógena. Atua no SNC
inibindo a receptação de vários neurotransmissores, entre eles a serotonina relacionada
ao equilíbrio emocional e ao humor.

Hiperico perforatum – 300 a 900mg


Extrato padronizado a 0,3% de hipericinas

No caso de utilizar a maior dose (900mg), dividir em 3 tomadas diárias.

Possíveis efeitos colaterais: Irritação gástrica, sensibilização cutânea – fotodermatite,


insônia, ansiedade. Contraindicações: gravidez, lactação. Evitar exposição ao sol.

Valeriana (valeriana officinalis)


Conhecida mundialmente pelo seu efeito sedativo, alívio da ansiedade e insônia.

Extrato seco com 0,8% de ácidos valerênicos.

Valeriana officinalis – 300 a 400mg ao dia, divididos em duas a três tomadas.


Possíveis efeitos colaterais: Hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Devem
ser respeitadas as dosagens, pois em excesso pode causar cefaleia e agitação. Grandes
quantidades podem induzir a sonhos, dispepsia e reações alérgicas cutâneas.
Contraindicações: hipersensibilidade, gestação e lactação.

Por que ensinar esses compostos já que o


nutri não pode prescrever?
Porque a legislação pode mudar a qualquer momento!

Melissa (melissa officinalis)

Pode ser utilizada para o alívio de ansiedade, insônia e algumas desordens digestivas
como cólicas intestinais, flatulência, dispepsia, além de outras indicações,
principalmente quando associada à valeriana.

Melissa officinalis – 80 a 240mg ao dia, em três tomadas.

Possíveis efeitos colaterais: Entorpecimento e bradicardia em indivíduos sensíveis.


Contra - indicações: gestantes, portadores de glaucoma e de hipertireoidismo e
hipersensibilidade aos constituintes da planta.

A associação de valeriana com melissa já pode ser encontrada comercialmente e tem


sido indicada como indutor do sono e para ansiedade.

OUTRAS TERAPIAS
Isoflavonas (genisteína e daidzeína) / Soja – 150mg
Para terapias nos primeiros 15 dias e depois 75mg dia.

Lignanas / linhaça escura – 1 a 2 c/ sopa por dia

Coumestanos / alfafa, trevo vermelho – 500mg/ dia (8% isoflavonas) 1x ao dia

Dong Quai (Angelica sinensis) – 200mg 1x ao dia

Indol-3-Carbinol – 200 a 400mg 1x ao dia

Se a paciente apresentar Disbiose ou Síndrome do


Intestino Irritável, deve-se tratar primeiro o
intestino.

Probióticos – 60 dias

Associar com:

Suplementação de soja e fitoestrógeno


Pycnogenol®

Dose usual 100mg


Dose mínima 50mg
Dose máxima 200mg

PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a


prática clínica. SC: Ed. do autor, 2019, p577.

38 mulheres 100mg por dia 8 semanas

Resultados:
Foi bem tolerado, houve melhora significativa no controle dos sintomas da menopausa
e qualidade de vida. Nenhum efeito colateral foi relatado e a adesão foi muito boa com
98,6% dos comprimidos usados conforme prescrito.
Panminerva Med. 2011 Sep;53(3 Suppl 1):65-70.

OUTROS ASPECTOS NUTRICIONAIS

 Evitar carne vermelha de cortes gordurosos (para diminuir o teor de colesterol e


gordura saturada)

Consumir 1 a 2 vezes por semana no máximo


Preferir: filé mignon, lagarto, patinho, chan e alcatra.
 Evitar o uso de refrigerantes, pode causar osteopenia.

Os refrigerantes possuem benzoato de fosforo que potencializam a saída do cálcio do


nosso corpo.

 Evitar a cafeína e a bebida alcoólica.


Aumentam a circulação, causam agravos nas ondas de calor e aumentam a
excreção de cálcio.
 Manter o controle do peso.

Quanto maior o peso, maior o risco para doenças não transmissíveis


 Diminuir o consumo de gordura saturada

 Suplementar Ômega 3

Também ingerir fontes de ômega 3 2x vezes na semana, como o salmão e o atum

 Utilizar fibras

Aveia grossa: 4 – 5 c/ sopa por dia


Farelo de aveia: 4 – 5 c/ sopa por dia
Psyllium: 1 c/ sopa por dia

 Sugerir o consumo de soja

Cuidar, pois no Brasil a soja é transgênica

 Cuidar do intestino

Utilizar lactobacillus e bifidum


CUIDAR DO PACIENTE COMO UM TODO!

CANDIDÍASE

Leveduras do gênero Candida são patógenos oportunistas frequentemente isolados das


superfícies mucosas de indivíduos normais, mas podem levar ao desenvolvimento de
infecções denominadas candidíases, que variam desde lesões superficiais até infecções
disseminadas.
Clinicamente a candidíase pode ser cutânea, mucosa, cutaneomucosa ou visceral. O
microrganismo cresce melhor em superfícies quentes e úmidas, causando
frequentemente vaginite, dermatite das fraldas e candidíase oral.
A microbiota vaginal normal é rica em lactobacillus produtores de peróxido de
hidrogênio, precursores de ácido láctico, que acarreta uma acidez adequada (Ph 4,5) do
ambiente vaginal, dificultando a proliferação da maioria dos patógenos. A cândida se
prolifera em ambiente muito ácido (Ph 2).
Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo 2007; 52(2):48-50.

Existem duas grandes categorias:


 Candidíase cutaneomucosa crônica: AIDS
 Candidíase vaginal crônica: é desencadeada por fatores de risco, como gestação,
uso de contraceptivos orais, antibioticoterapia e diabetes mellitus.

(ALVARES, C. A., et al 2007)

FATORES QUE FAVORECEM A CANDIDÍASE:


Diabetes mellitus;
Imunodeficiência;
Fatores hormonais;
Imunidade local mediada por células cândida – específica;
Antibióticos de largo espectro;
Hábitos de vida, vestuário, vida sexual;
Resistência aos antifúngicos.

Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo 2007; 52(2):48-50.

OUTROS FATORES:

• Relação sexual pode piorar, pois o esperma tem pH alcalino na faixa de 8 a 8,3 e gera
atrito;
• O pH natural da vagina é de 3,8 a 4,2. Favorecendo lactobacilos;
• Mudanças no pH favorecem vaginose provocadas por bactérias que se adaptem ao
pH mais alcalino;
• Os fungos geralmente se adaptam bem ao pH mais ácido, mas não se proliferam pela
competição natural bacteriana.
J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.43 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2007

Candidíase

É originada pelo fungo do gênero Cândida


albicans em 80 a 90% dos casos
Outro tipo de cândida pode se
proliferar nas unhas, gerando o
escurecimento nas suas laterais

Fungos no banheiro também é


da família da cândida

Atenção ao utilizar os banheiros: quando a pessoa urina e dá a descarga no mesmo


momento, pode estar exposto a cândida. Pois com o vapor da água, ela sai e pode
contaminar o indivíduo.

Pode-se obter cândida na boca.


Conhecido como mucosite ou
“sapinho”.
75% 40 a 50% 5%
Um episódio na Novos surtos Terão recorrente
vida

4 ou mais episódios
no período de um
ano.

(Álvares, C. A. et al 2007)

SINTOMAS
 Ardor;
 Prurido;
 Corrimento branco e espesso (os quais se agravam em períodos pré-menstruais
por diversos fatores, como aumento da acidez vaginal.
 Perda da libido.

BIOFILME
Estudos tem revelado que a maioria das bactérias não crescem como células individuais,
mas em comunidades estruturadas como organismos pseudomulticelulares ou
biofilmes, estando presentes em praticamente todos os ecossistemas naturais e
patogênicos.
A adesão bacteriana, seja em uma superfície abiótica (inanimada, como plásticos e
metais) ou biótica (como células e tecidos animais ou vegetais), é o primeiro estágio na
formação de biofilmes e é considerado um processo bastante complexo.
Revista Liberato, Novo Hamburgo, v. 14, n. 22, p. 113-238, jul. /Dez. 2013.

Resistência aos medicamentos


O crescimento tipo biofilme pode ocorrer durante muitos tipos de infecções, sendo uma
das principais causas de infecção recorrente.
Várias investigações examinaram a contribuição
da matriz extracelular de biofilme para o fenótipo
de resistência a drogas associado ao estilo de vida
de biofilme de Cândida.
O passo final na formação de biofilme é marcado
pela liberação e dispersão de células de levedura
para novos locais tornando a infecção sistêmica.
A dispersão ocorre ao longo do processo de
formação do biofilme, mas é vista como mais
profunda durante o estágio intermediário de
formação do biofilme.
(J. Fungi 2018, 4, 140)
Desenvolvimento do biofilme

O ciclo de vida do biofilme de C. albicans compreende a ligação de células livres de C. albicans à superfície,
formação de hifas, produção de matriz extracelular e descolamento (dispersão) de células que podem
iniciar a formação de biofilme em novos locais. Por simplicidade, poucos genes, incluindo fatores de
transcrição (em negrito) envolvidos nos estágios indicados (identificados em condições in vitro e in vivo)
são apresentados na caixa. As setas indicam as propriedades das células de levedura dispersas, como
maior aderência, virulência e resistência a antifúngicos.
(J. Fungi 2018, 4, 140)

EQUILIBRIO VAGINAL
A flora vaginal composta por lactobacilos constitui uma barreira defensiva importante à
CANDIDÍASE VULVO VAGINAL (CVV), sendo que os lactobacilos atuam em três diferentes
níveis.
Em primeiro lugar, competem com os fungos pelos nutrientes. Em segundo, realizam
um processo de co-agregação, podendo com isso, além de competir com os fungos,
bloquear os receptores epiteliais para eles, inibindo a adesão dos mesmos ao epitélio
vaginal. Esse mecanismo defesa é o mais importante.
Em terceiro lugar, são capazes de produzir substâncias (bacteriocinas) capazes de inibir
a germinação de micélios. Isso talvez explique porque tratamentos com antibióticos
podem desencadear CVV em decorrência da depleção da flora vaginal.
J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.43 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2007

FATORES QUE PROTEGEM CONTRA O FUNGO:


 Sistema imune em homeostase;
 PH vaginal e oral;
 Bactérias benéficas (Probióticos e prebióticos);
 Alta ingestão de fibras;
 Diminuir o consumo de álcool.

 Leva a diminuição da disbiose intestinal

A prática de exercício
físico melhora o sistema
imune

Leva 60 dias para o corpo se adaptar ao exercício físico

+ Respira + Exposição

↓ a resposta imunitária (abre a


janela de oportunidades de 1h)
A principal fonte de leveduras vaginais é o trato gastrointestinal, através de um
processo chamado transmissão endógena).

FATORES QUE AGRAVAM A DISBIOSE INTESTINAL


 Uso de antibióticos, corticoides, anticoncepcionais, laxantes, antiácidos;
 Xenobióticos;
 Estresse;
 Doenças metabólicas;
 Alimentação inadequada;
 Flora intestinal;
 Permeabilidade intestinal.

TRATAMENTO PADRÃO
Para o tratamento padrão, o fluconazol e a nistatina são os mais utilizados.

• No entanto, a nistatina tem pouco efeito terapêutico.


• Já o fluconazol está associado ao desenvolvimento de resistência.
• E o fentizol tem sido bastante efetivo.

CONDUTA NUTRICIONAL DA CANDIDÍASE

Alimentos prejudiciais
Qualquer alteração dos níveis de glicose, especialmente em situações de hiperglicemia,
e qualquer estado em que se produz elevação do glicogênio vaginal podem desencadear
uma crise.
Altos níveis de produção de hormônios femininos, especialmente a progesterona,
aumentam a disponibilidade de glicogênio no ambiente vaginal, o qual serve como
excelente fonte de carbono para o crescimento e a germinação das leveduras (5 dias
anteriores a menstruação).
A microbiota vaginal normal é rica em lactobacilos produtores de peróxido (bacilos de
Doderlein), os quais formam ácido lático a partir do glicogênio, presente principalmente
no citoplasma das células escamosas do tipo intermediárias do epitélio vaginal, cuja
produção é estimulada pelos hormônios sexuais femininos. Esse mecanismo propicia
acidez adequada do ambiente vaginal (pH em torno de 4,5), dificultando a proliferação
da maioria dos patógenos.
(Álvares, C. A., et al. 2007)

Deve-se levar a consideração o ciclo menstrual da mulher

FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL

O ciclo menstrual dura em média 28 dias, sendo dividido em três fases:


FASE FOLICULAR (proliferativa ou estrogênica): começa com o início do
sangramento e leva em média, de 10 a 15 dias.
FASE OVULATÓRIA: dura de 1 a 3 dias e culmina com a ovulação.
FASE LÚTEA (secretória ou progestacional): duração de aproximadamente 13
dias, e termina com o início do sangramento menstrual e aumento da
progesterona.

Pois o aumento da progesterona, aumentam a disponibilidade de glicogênio no


ambiente vaginal, que serve como excelente fonte de alimento para o crescimento e a
germinação das leveduras. Aumentando a oferta de nutrientes para as cândidas e irão
se multiplicar com mais rapidez.

AÇÚCAR
As células de leveduras da cândida precisam de açúcar para construir suas paredes
celulares e expandir suas colônias. Por isso, os diabéticos têm maior probabilidade e
recidiva da cândida.
A hiperglicemia pode induzir a produção de uma proteína de superfície (CD11B) em C.
albicans que promove sua aderência ao epitélio vaginal e prejudica o reconhecimento
fagocitário.
Outros fatores que favorecem o crescimento da microbiota é a disbiose, comumente
encontrada em pessoas com prisão de ventre recorrente ou Síndrome do Intestino
Irritável.

UTILIZAÇÃO DE PROBIÓTICOS

DICA DE FORMULAÇÃO:
Lactobacillus rhamnosus – 1 bilhão UFC
Lactobacillus acidophilus – 1 bilhão UFC
Lactobacillus bulgaricus – 1 bilhão UFC
Lactobacillus casei –1 bilhão UFC
Bifidobacterium bifidum – 1 bilhão

Tomar 1 dose a noite.


Durante 60 dias.

GIL, N.F. et al. Vaginal lactobacilli as potential probiotics against


Candida spp. Braz J Microbiol; 41: 6-14, 2010.

STRUS, M. et al. The in vitro activity of vaginal Lactobacillus with


probiotic properties against Candida. Infect Dis Obstet Gynecol;
13(2): 69–75, 2005
Lactobacillus rhamnosus Tem relação direta com
Escherichia coli

Ao prescrever os Probióticos deve-se ter conhecimento que:

1 bilhão UFC 109 100mg

Formulações prontas:
Forma de consumo:

1 vez

 Primeiros 5 dias tomar ½ sache


 Após tomar 1 sache, dia sim e dia não, por 30 dias
 Depois de tomar 30 dias, tomar 1 sache todos os dias
 Inserir junto a refeição

Consumir os probióticos em jejum, faz com que entre em contato


com o ácido clorídrico do estômago. Visto que os probióticos são
muito sensíveis à ambientes ácidos.

Quando o paciente faz uso do fluconazol:

DICA DE FORMULAÇÃO: Evita a formação


Lactobacillus rhamnosus – 1 bilhão UFC do biofilme
Lactobacillus reuteri – 1 bilhão UFC

Previne a cândida
Tomar 1 dose a noite.
crônica
Durante 60 dias.

Martinez, R. C. R., Franceschini, S. A., Patta, M. C., Quintana, S. M.,


Candido, R. C., Ferreira, J. C., … Reid, G. (2009). Improved treatment
of vulvovaginal candidiasis with fluconazole plus
probioticLactobacillus rhamnosusGR-1 andLactobacillus reuteriRC-
14. Letters in Applied Microbiology, 48(3), 269–274.
GLUTAMINA

Estimula a recuperação do enterócito, por ser fonte de energia para eles.

Com isso, leva a produção de IgA e melhora a cândida.


A glutamina é o aminoácido livre mais encontrado no corpo humano, quando
relacionado à aplicação em lesões clínicas, pode auxiliar na recuperação dos quadros
graves, mostrando diminuição das infecções e, até mesmo, do tempo.
A glutamina pode reduzir a resposta inflamatória, antagonizando a prostaglandina e
regulando também as atividades de linfócitos NK citotóxicos, bem como de neutrófilos,
sendo a redução de seu nível sérico extremamente prejudicial ao organismo.
Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(3):399-401

CÚRCUMA
Espécies vegetais com
MENTHA PIPERITA ação anti - Candida

PERSEA AMERICANA (ABACATE)


Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.1, p.175-185, 2015.

Cúrcuma = 1 colher de
chá duas vezes ao dia
(anti-inflamatória)

25 gotas de própolis e
½ limão exprimido
Mentha piperita
(controle dos hormônios)

1L de água c/ 10 folhas

Sem ferver e sem abafar

Abacate (1 abacate ao dia,


adição de fibras, melhora do
intestino)

Aveia e açúcar de coco

Diversos alimentos podem ser incluídos para conseguirmos o efeito antifúngico


Recomenda-se a ingestão de orégano, alho, cebola, diversidades de legumes e
verduras; alimentos com efeitos prebióticos, como biomassa de banana-verde e
batata-yacon.

Óleo de orégano por maceração:

ÓLEO POR MACERAÇÃO

(1:1) 1 óleo vegetal


1 maço de orégano fresco
Deixar por 10 dias no frasco
1 colher de sopa 2 x ao dia.
SALGUEIRO, L.R.; CAVALEIRO, C.; PINTO, E. Chemical
composition and antifungal activity of the essential oil of
Origanum virens on Candida species. Planta Med; 69(9): 871-
874, 2003.

SOUZA. E.L. et al. Effectiveness of Origanum vulgare L.


essential oil to inhibit the growth of food spoiling yeasts.
Food Control; 18(5): 409–413, 2007.

Óleo de alho por maceração:

ÓLEO POR MACERAÇÃO

15 dentes de alho macerado


500ml de azeite de oliva
Deixar por 10 dias no frasco
1 colher de sopa 2 x ao dia.

Resultados: demonstraram que o Allium sativum apresentam atividade antifúngica in


vitro, com valores menores de CMI para os extratos de bulbilhos de alho macerado.

LEMAR, K.M. et al. Allyl alcohol and garlic (Allium sativum)


extract produce oxidative stress in Candida albicans.
Microbiology; 151(10): 3257–3265, 2005.
Rodrigues, Marianni de Moura; Santos, Silvana Soleo Ferreira
dos; Claro, Cristiane Aparecida de Assis; Scherma, Alexandre
Prado. Avaliação in vitro da atividade antifúngica do allium
sativum sobre cepas de candida albicans isoladas de cavidade
bucal. Periodontia;19(2):124-132, 2009. Ilus, tab, graf.

PODE-SE UTILIZAR OS DOIS AO MESMO TEMPO


Alecrim e gengibre na
forma de tintura Alho
50ml álcool / 50ml água

Resultados: o extrato de alho não foi tão efetivo quanto o a tintura de alecrim e
gengibre

O alho tem compostos lipídicos e possuem maior afinidade dentro do azeite. Por
isso, a extração alcoólica não será tão benéfica.

Tintura:

Rosmarinus officinalis (Alecrim) - 20%


Stryphnodendron adstringens (Barbatimão) - 20%
Allium sativum (Alho) - 20%
Arctium major (Bardana) - 20%
Zingiber officinale (Gengibre) - 20%

100 ml
Tomar 30 gotas 1 x ao dia. Durante 30 dias.
ÓLEOS
O óleo de peixe tem atividade antifúngica comprovada, havendo também benefícios
através da ingestão de peixes como truta, salmão, sardinhas, atum e bacalhau por pelo
menos 3 vezes/ semana.
O óleo de prímula, de borragem, a groselha preta e de linhaça são ótimas fontes de
ômega 3.
Todos estes óleos têm propriedades antifúngicas.

CHÁS

 Consumir 3x ao dia
 1L de água quente;
 Não deixar ferver;
 Não abafar;
 15g de chá.

Unha de gato Equinácea Gengibre Orégano


OUTRAS CONSIDERAÇÔES
 Manter bons níveis de zinco e vitamina C;
 Eliminar: açúcar, leite, glúten, fermento e álcool, ultra processados e
industrializados;
 Suplementar probióticos;
Utilizar CEPAS – Saccharomyces boulardii;
Utilizar L. acidophilus e L. rhamnosus, plantarum, duas espécies
Bifidobacterium (B. longum e B. bifidum), duas Saccharomyces (S. boulardii e
S. thermophiles) e E. Faecalis;
 Suplementar glutamina;
 Ofertar dieta rica em fibras solúveis, como Fibergrum e Inulina;
 Peptídeos do colágeno para reduzir permeabilidade intestinal;
Optar por Verisol® ou Peptan®, que são colágenos patenteados.
 Utilizar própolis – 15 gotas 2 vezes ao dia;
 Utilizar vinagre de maçã – 2 colheres de sopa 2 vezes ao dia;
 Utilizar óleo essencial de orégano ou tomilho;
 Suplementar complexo B;

Você também pode gostar