Você está na página 1de 17

Brazilian Journal of Development 1805

ISSN: 2525-8761

Relação das possíveis interações entre medicamentos e nutrientes em


pacientes em Terapia Nutricional Enteral (TNE)

Relationship of possible interactions between drugs and nutrients in


patients on Enteral Nutritional Therapy (ENT)

DOI:10.34117/bjdv8n1-115

Recebimento dos originais: 07/12/2021


Aceitação para publicação: 09/01/2022

Karla Mariana Santos Ferreira


Nutricionista especialista em Nutrição Clínica Hospitalar Clínica Pérolla
Endereço:Rua São Judas Tadeu, n 128, Centro - Itajubá, MG-CEP 37500172

Cláudio Luiz Ferreira Júnior


Mestre em Ciências Farmacêuticas
Superintendência Regional de Saúde de Diamantina. Endereço:
Endereço:Praça da Alvorada, Nº 60, Bairro da Glória, CEP 39100-000,Diamantina,
MG, Brasil
E-mail: claudiofarmac@yahoo.com.br

Nilo César do Vale Baracho


Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)-
Belo Horizonte/MG. Professor Titular da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt)-
Itajubá/MG
Faculdade de Medicina de Itajuba, Laboratório de Bioquímica e Farmacologia.
Endereço:Av. coronel Rennó Júnior, 368-Medicina-37502138 - Itajubá, MG - Brasil

RESUMO
Estudo retrospectivo, observacional que teve como objetivo avaliar a relação da interação
medicamento nutriente e distúrbios gastrointestinais em pacientes em TNE. Englobou
159 pacientes, maiores de 18 anos, que utilizaram TNE. Foram investigados prontuários,
assim como indicadores de intercorrências, realizados pelo Serviço de Nutrição e
Dietética da instituição. Inicialmente, foi realizada uma análise descritiva dos dados,
sendo esses agrupados em planilha do Excel/2007 e organizados em gráficos e tabelas.
Para análise estatística foi utilizado o software R, sendo realizado o teste Qui-quadrado
seguido do teste exato de Fischer, quando apropriado. O nível de significância
considerado foi de 5%. Houve maior prevalência de utilização de sonda nasoentérica
(63,5%), em relação às outras vias de administração. A fórmula enteral mais prescrita foi
a normocalórica/normoproteica, sem fibras (38,5%). A diarreia foi o distúrbio
gastrointestinal mais presente na população em estudo (39,6%), estando relacionada à
utilização de medicamentos da classe dos antibióticos, diuréticos e anticonvulsivantes, p<
0,05. Os resultados revelaram um número importante de possíveis interações entre

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1806
ISSN: 2525-8761

medicamentos e nutrientes, e associação dos medicamentos com distúrbios


gastrointestinais.

Palavras-chave: interações medicamento-nutriente, distúrbio gastrointestinal, terapia


nutricional, terapia farmacológica, pacientes hospitalizados.

ABSTRACT
Retrospective, observational study that aimed to assess the relationship between nutrient
drug interaction and gastrointestinal disturbances in ENT patients. It included 159
patients, older than 18 years, who used ENT. Medical records were investigated, as well
as indicators of complications, carried out by the Nutrition and Dietetics Service of the
institution. Initially, a descriptive analysis of the data was performed, which were grouped
in an Excel/2007 spreadsheet and organized into graphs and tables. For statistical
analysis, the R software was used, and the Chi-square test was performed, followed by
Fisher's exact test, when appropriate. The significance level considered was 5%. There
was a higher prevalence of use of nasoenteric tube (63.5%) compared to other routes of
administration. The most prescribed enteral formula was normocaloric/normoprotein,
without fibers (38.5%). Diarrhea was the most common gastrointestinal disorder in the
study population (39.6%), being related to the use of antibiotics, diuretics and
anticonvulsant drugs, p<0.05. The results revealed an important number of possible
interactions between drugs and nutrients, and their association with gastrointestinal
disorders.

Keywords: drug-nutrient interactions, gastrointestinal disturbance, nutritional therapy,


drug therapy, hospitalized patients

1 INTRODUÇÃO
O alimento, independentemente da cultura do indivíduo e da época vivida, é um
fator essencial e indispensável à manutenção e à ordem da saúde. Sua importância está
associada à sua capacidade de fornecer ao corpo humano, nutrientes necessários ao seu
sustento. Para o equilíbrio harmônico desta tarefa, é fundamental a sua ingestão em
quantidade e qualidade adequadas, de modo que funções específicas, como a plástica, a
reguladora e a energética sejam alcançadas, mantendo assim a integridade estrutural e
funcional do organismo.1
No ambiente hospitalar, é comum que pacientes não consigam se alimentar por
via oral. Dessa forma, aqueles previamente desnutridos, com ingesta por via oral (VO)
nula ou mínima de 60% do Gasto Energético Total (GET) por cinco ou mais dias, e com
o trato gastrointestinal (TGI) funcionante, são candidatos ao suporte nutricional (Terapia
Nutricional Enteral - TNE), instrumento fundamental na diminuição da morbimortalidade
de pacientes críticos e na diminuição da taxa de permanência hospitalar.2,3

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1807
ISSN: 2525-8761

Dessa forma, define-se como Nutrição Enteral, alimentos para fins especiais, com
ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, especialmente
formulada e elaborada por uso de sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada
exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em regime
hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos,
órgãos ou sistemas.4
No entanto, observa-se que durante a TNE, há interação entre nutrientes e
medicamentos, um problema de grande relevância na prática clínica, uma vez que os
nutrientes podem modificar os efeitos dos medicamentos por interferir em processos
farmacocinéticos, como absorção, distribuição, biotransformação e excreção,5,6,7
acarretando prejuízo terapêutico. Concomitantemente, o medicamento pode interferir na
absorção dos nutrientes, acarretando prejuízos nutricionais além de disfunções
gastrintestinais. Isso ocorre porque a absorção dos nutrientes e de alguns medicamentos
ocorre por mecanismos semelhantes e frequentemente competitivos e, portanto,
apresentam como principal sítio de interação, o trato gastrointestinal.6,8
Um maior conhecimento em relação a este processo conduz a um controle mais
efetivo da administração do medicamento e do alimento, favorecendo assim, a adoção de
terapias mais eficazes. Portanto, o presente trabalho tem como propósito apresentar os
diversos aspectos envolvidos na interação medicamento-nutriente e a relação desta com
frequentes distúrbios gastrintestinais.

2 OBJETIVO
Avaliar a relação da interação medicamento com nutrientes e sua possível
associação com distúrbios gastrointestinais, como a diarreia, em pacientes em Terapia
Nutricional Enteral (TNE).

3 METODOLOGIA
O Projeto de pesquisa foi submetido para aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da Faculdade de Medicina de Itajubá (Parecer: 919.407 de 09/12/2014),
e após aprovação, foi solicitada autorização para acesso aos prontuários.
Trata-se de um estudo retrospectivo, do tipo observacional. Englobou 159
pacientes, maiores de 18 anos, que já haviam estado internados na enfermaria de clínica
médica da instituição, e que fizeram uso de Terapia Nutricional Enteral (TNE).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1808
ISSN: 2525-8761

Foram investigados 159 prontuários de pacientes, assim como os indicadores de


intercorrências com pacientes em TNE, realizados mensalmente pelo Serviço de Nutrição
e Dietética (SND) da instituição em estudo, do período de janeiro de 2010 a janeiro de
2015.
Para coletar as informações de interesse, a respeito dos pacientes e da terapia
medicamentosa a que foram submetidos, foi utilizada uma ficha padronizada. Para
caracterização da amostra, foram coletadas as seguintes informações: a) em relação aos
sujeitos: gênero, idade, efeitos gastrointestinais relatados; b) em relação à terapia
medicamentosa: medicamentos prescritos, número de medicamentos; c) em relação à
terapia enteral: fórmulas industrializadas administradas, tipos de TNE. Para cada paciente
foram coletados os dados referentes à prescrição médica e nutricional, durante todo o
período de internação hospitalar.
Inicialmente, foi realizada uma análise descritiva dos dados coletados nos
prontuários dos pacientes internados, em enfermaria de clínica médica, em uso de TNE.
Esses dados foram agrupados em uma planilha no programa Excel versão 2007 da
Microsoft e foram apresentados em números absolutos e percentuais, em forma de
gráficos e tabelas e, posteriormente, esses resultados foram confrontados com a literatura
pertinente à temática. O programa utilizado para análise estatística foi o software R, sendo
realizado o teste Qui-quadrado seguido do teste exato de Fischer, quando apropriado. O
nível de significância considerado foi de 5%, p < 0,05.

4 RESULTADOS
Dos 159 prontuários selecionados, que atenderam aos critérios de inclusão da
pesquisa, observou-se prevalência de pacientes do sexo masculino (56,6%), e idade média
de 67 anos. Com relação aos tipos de Terapias Nutricionais Enterais (TNE), houve maior
frequência de utilização de sonda em posição nasoentérica 101 (63,5%), seguida da
associação da mesma com dieta administrada por via oral, 24 (15,0%) (Figura 1).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1809
ISSN: 2525-8761

Figura 1: Classificação dos tipos de Terapia Nutricional Enteral (TNE) quanto à sua frequência de
utilização. Itajubá (MG), 2015.

As principais fórmulas enterais prescritas foram: dieta


normocalórica/normoproteica, sem fibras 184 (38,5%); hipercalórica/hiperproteica, com
fibras 103 (21,5%); seguida de dieta hipercalórica/hiperproteica, sem fibras 100 (20,9%)
(Figura 2).

Figura 2. Classificação dos tipos de fórmulas enterais quanto à sua frequência de utilização. Itajubá (MG),
2015

.
Da população total estudada, 152 (95,6%) pacientes apresentaram algum distúrbio
gastrointestinal, após o início da TNE, como pode ser observado na Tabela 1.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1810
ISSN: 2525-8761

Tabela 1. Frequência e percentual (%) de distúrbios gastrintestinais em pacientes hospitalizados, em TNE


(Terapia Nutricional Enteral). Itajubá (MG), 2015.
Variável Número Percentual (%)
Diarreia 63 39,62 %
Constipação 46 28,93 %
Vômito 37 23,27 %
Melena 6 3,78 %
Ausência de distúrbios 7 4,40 %
Total 159 100,00 %

A mediana de medicamentos prescritos/em uso foi de sete (07) medicamentos.


Foram selecionados então os medicamentos mais prescritos, com base nas 06 classes mais
frequentes, totalizando 44 medicamentos analisados, e destes, três apresentaram relação
significativa com um distúrbio gastrointestinal, a diarreia (p < 0,05), registrada em
prontuário, após administração do fármaco em pacientes em TNE. Como se pode observar
na Tabela 2, os fármacos em questão foram a piperacilina sódica (p <0,001), a furosemida
(p= 0,0385) e o fenobarbital (p= 0,0439). As interações entre os medicamentos e
nutrientes, e os distúrbios gastrintestinais esperados, conforme literaturas também estão
descritas na Tabela 2.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1811
ISSN: 2525-8761

Tabela 2. Análise de possíveis interações entre alimentos/nutrientes e medicamentos prescritos em


prontuários de pacientes hospitalizados em uso de Terapia Nutricional Enteral (TNE), e relação da
utilização desses fármacos com a diarreia registrada após administração do medicamento, n=159. Itajubá
(MG), 2015.

FÁRMACOS/ NÚMERO DE INTERAÇÕES DISTÚRBIOS ASSOCIAÇÃO COM


PACIENTES RELATADAS EM GASTROINTESTINAIS DIARREIA RESGISTRADA
LITERATURA ESPERADOS EM PRONTUÁRIO
Antibacterianos:
Piperacilina sódica (n=17) - Diarreia, dor abdominal, 0,00**
náusea, vômitos, constipação e
dispepsia.
Ceftriaxona (n=32) - Fezes amolecidas ou diarreia, 0,6502
náusea, vômito, estomatite e
glossite.
Imipenem (n=4) - Náuseas, vômitos, diarreia, 0,3015
pigmentação dos dentes e/ou da
língua.
Ciprofloxacino (n=10) A administração com laticínios Diarreia, náusea, vômito e 0,9322
leva a redução da absorção do flatulência.
medicamento.
Vancomicina(n=7) - Colite pseudomembranosa, 0,1145
náusea.
Azitromicina (n = 12) Tem a biodisponibilidade Anorexia, náusea, vômito, 0,3611
retardada pela presença do diarreia, fezes amolecidas,
alimento. Deve ser administrado dispepsia, desconforto
de 1 a 2 horas após as refeições. abdominal (dor/cólica),
constipação, flatulência, colite
pseudomembranosa e raros
relatos de descoloração da
língua.
Levofloxacino (n =16) - Náusea, diarreia. 0,8548
Sulfadiazina (n=2) - Diarreia, náusea, vômito. 0,4799
Unasyn (ampicilina/sulbactam) - Náusea, vômito, diarreia, 0,4799
(n=8) enterocolite e colite
pseudomembranosa.
Meropenem (n=5) - Náusea, vômito, diarreia, 0,3438
inflamação no intestino.
Polimixina B (n=2) - 0,3962
Clindamicina (n=6) - Dor abdominal, náusea, vômito, 0,6819
diarreia, esofagite e úlcera
esofágica.
Antiulcerosos:
Ranitidina (n=51) Depleção na absorção de - 0,3002
vitamina B12.
Omeprazol (n= 46) Depleção na absorção de Diarreia e gastroenterite. 0,2861
vitamina B12.
Sucralfato ( n= 2) Complexação com nutrientes Disfagia ou obstrução 0,4164
através de íons alumínio. gastrointestinal, constipação.
Diminuição da ação da pepsina.
Anticoagulantes:
Heparina Sódica (n=9) - - 0,3205
Enoxaparina (n=20) - - 0,9706
Varfarina (n=1) Inibição da regeneração de Diarreia. 0,3962
vitamina K através do epóxido.
Evitar alimentos ricos em
vitamina K. Pode interagir com
a vitamina K da nutrição.
Antihipertensivos:
Enalapril Redução nos níveis séricos de Íleo paralítico; pancreatite; 0,1528
(n=4) potássio e lítio. insuficiência hepática; hepatite
(hepatocelular ou colestática);
icterícia; vômitos; constipação;

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1812
ISSN: 2525-8761

estomatite; pancreatite; dor


abdominal; dispepsia; anorexia.
Carvedilol (n=7) Administração com alimentos Náusea, dor abdominal e 0,2455
diminui a hipertensão diarreia, apresentando
ortostática. raramente, vômitos e
constipação intestinal.
Hidralazina (n=3) Há decréscimo de absorção e Náusea, vômito, diarreia, falta 0,9765
concentração do fármaco de apetite, constipação.
Metoprolol (n=4) - 0,6489
Atensina (n=1) - Constipação, náusea, vômito. 0,3962
Anlodipino (n=9) Proteínas aumentam a - 0,7410
biodisponibilidade do fármaco.
Propanolol (n=1) Administração com alimentos Náusea, vômito, dor 0,4164
diminui a absorção do fármaco. epigástrica, cólica abdominal,
diarreia, constipação, trombose
arterial mesentérica, colite
isquêmica.
Captopril (n=11) A presença de alimentos no Disgeusia. 0,0900
tubo gastrointestinal reduz a
absorção em 30% a 40%,
devendo, portanto, ser
administrado 1 hora antes das
refeições.
Indapamida (n=1) - Diarreia, constipação, vômito, 0,9867
náusea, irritação no estômago.
Losartana (n=5) - Diarreia. 0,6489
Acetazolamida (n=1) - Falta de apetite, náusea e 0,3962
vômito.
Furosemida (n =21) Recomenda-se que seja Diarreia, vômito. 0,0385*
ingerido com o estômago vazio.
Distúrbios eletrolíticos
sintomáticos e alcalose
metabólica podem se
desenvolver na forma de
aumento gradual de déficit
eletrolítico.
Espironolactona (n=8) Retém potássio. Sua Distúrbios gastrointestinais e 0,1476
administração concomitante náusea.
com alimento aumenta sua
biodisponibilidade por
aumentar a absorção e
possivelmente diminuir o efeito
de primeira passagem
da espironolactona.
Hidroclorotiazida (n=3) Proteínas aumentam absorção Anorexia, desconforto gástrico, 0,8221
do fármaco e depletam sódio. náuseas, vômitos, constipação,
Pode levar a distúrbios icterícia colestática e
hidroeletrolíticos, pancreatite.
principalmente hiponatremia,
alcalose hipoclorêmica e
hipopotassemia.
Manitol (n=2) - Diarreia. 0,3962
Anti-inflamatórios:
Profenid (cetoprofeno) O uso concomitante com Dispepsia, náusea, dor 0,9164
(n=1) alimentos pode retardar a abdominal e vômito, podendo
absorção do cetoprofeno, ocorrer também constipação,
entretanto não foram diarreia, flatulência e gastrite.
observadas interações
clinicamente significativas.
Decadron (Dexametasona) Distúrbios hidro-eletrolíticos: Úlcera péptica com eventual 0,8580
(n=7) retenção de sódio, retenção de perfuração e hemorragia,
líquido, perda de potássio, perfuração de intestino grosso e
alcalose hipocalêmica, delgado, pancreatite, distensão
hipertensão. abdominal e esofagite
ulcerativa.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1813
ISSN: 2525-8761

AAS (Ácido Acetilsalicílico) Depleção na absorção das Irritação da mucosa gástrica e 0,4649
(n=20) vitaminas C e K. Aumenta o pH sangramento digestivo.
gástrico e reduz a solubilidade.
Metilpredinisolona Aumenta a glicose sanguínea. Úceração péptica; perfuração 0,3962
(n=1) Lipomatose; retenção de sódio, intestinal; hemorragia gástrica;
retenção de fluidos, alcalose pancreatite; peritonite; esofagite
hipocalêmica; dislipidemia; ulcerativa; esofagite; distensão
prejuízo da tolerância. abdominal; dor abdominal;
diarreia, dispepsia, náusea.
Prednisona (n=3) Distúrbios hidro-eletrolíticos: Úlcera péptica com possível 0,5630
retenção de sódio, retenção de perfuração e hemorragia,
líquido, perda de potássio, pancreatite, distensão
alcalose hipocalêmica, abdominal e esofagite
hipertensão. ulcerativa.
Ansiolíticos/Anticonvulsivantes (psicotrópicos):
Diazepam (n=13) Interage com glicídio, lipídeo e Náusea.
proteína, retardando o 0,3757
esvaziamento gástrico,
aumentando o tempo de
permanência gástrica do
medicamento.
Fenobarbital (n=10) Interfere na absorção do cálcio. Diarreia. 0,0439*

Valproato de sódio (n=4) - - 0,9867


Hidantal (Fenitoína) (n=28) Redução da biosdisponibilidade Náusea e vômito. 0,4364
pelos alimentos.
Bromazepam (n=2) Retardo do esvaziamento Náusea 0,5185
gástrico.
Carbamazepina (n=4) Há diminuição da absorção e o Náusea e vômito. 0,6489
fármaco pode aderir à sonda
* Medicamentos que apresentaram relação, estatisticamente significativa, com a ocorrência de diarreia p <
0,05, após sua administração ao paciente em uso de TNE.
** p< 0,001
- As células vazias significam que não foram encontradas interações no nível gastrointestinal com nutrientes
para os fármacos enumerados, ou os fármacos são administrados por via parenteral, ou não há relatos de
distúrbios gastrointestinais nas revisões e estudos consultados (ver referências).

5 DISCUSSÃO
A Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde
classifica cronologicamente como adulta a pessoa entre 19 e 59 anos, e como idosa a
pessoa com 60 anos ou mais em países em desenvolvimento. Estima-se que 23% da
população brasileira consome cerca de 60% da produção nacional de medicamentos,
principalmente aquela acima de 60 anos.9,10,11
Durante o estudo, observou-se idade média de 70 anos. Sabe-se que com a chegada
da velhice, há uma série de alterações fisiológicas no organismo do idoso, que podem
afetar sensivelmente tanto a farmacocinética como a farmacodinâmica da maioria dos
fármacos. Nesta faixa etária há diminuição da massa muscular, do teor de água corporal,
do metabolismo hepático, dos mecanismos homeostáticos, além da capacidade de
filtração e excreção renal, o que torna os idosos mais propícios à hospitalização e a
utilização de Terapia Medicamentosa e Nutricional.12,13

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1814
ISSN: 2525-8761

Segundo Carvalho et al2, independentemente do tempo, a utilização de TNE em


ambiente hospitalar pode propiciar a proliferação de microrganismos patogênicos no trato
respiratório e no trato oral dos pacientes, fazendo com que a posição gástrica seja a mais
indicada, quando comparada com a posição intestinal.
Observou-se maior proporção de uso de sonda na posição enteral – 63,5% dos
sujeitos, contra os 36,5% restantes que utilizaram terapia nutricional por outra via de
administração. Alguns autores defendem que complicações do TGI como diarreias,
náuseas e distensão abdominal, características da utilização de sonda na extremidade
enteral, podem ser muito frequentes dentre os sujeitos, podendo levar a complicações
graves, inclusive ao óbito.3,4,14
Carvalho et al2 e Matsuba15 acreditam que as complicações da terapia nutricional
enteral se relacionam basicamente com: mau posicionamento da sonda, obstrução,
contaminação, administração inadequada da dieta ou intolerância a algum componente da
fórmula. A obstrução da sonda faz parte das complicações mecânicas. É uma
intercorrência que pode causar inúmeros inconvenientes, dentre eles, a interrupção da
terapia nutricional, reduzindo o aporte calórico previsto, a oferta de vitaminas requeridas
diariamente e inclusive, interferir na terapia medicamentosa prescrita por esta via.
As vantagens oferecidas pelo emprego da TNE muitas vezes tornam secundárias
as complicações derivadas de sua utilização. Uma das principais complicações da nutri-
ção enteral é a contaminação das fórmulas, que pode estar associada a complicações
infecciosas, sendo a diarreia a mais frequente. A contaminação microbiana na fórmula
pode acontecer em qualquer etapa, mas é especialmente crítica na manipulação.2
Durante o período de internação, observou-se prevalência (80,97%) na utilização
de fórmulas enterais industrializadas em Sistema Fechado (fórmula
normocalórica/normoproteica, sem fibras; hipercalórica/hiperproteica, com fibras e
hipercalórica/hiperproteica, sem fibras), quando comparado a utilização de fórmulas
enterais industrializadas em Sistema Aberto (19,03%) (hipercalórica/hipoproteica, sem
fibras; normocalórica/normoproteica, com fibras e hiperproteica/normocalórica, com
fibras).
Normalmente, as dietas administradas em Sistema Aberto (SA), são produzidas
numa área restrita e específica onde os nutrientes industrializados (em forma de pó ou
líquido) são misturados, possibilitando que a NE seja particularizada em termos de
composição da dieta e ainda apresente um menor custo. Já as dietas em Sistema Fechado

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1815
ISSN: 2525-8761

(SF), têm composição e volume padronizados, não precisando de uma área para prepara-
ção, uma vez que são constituídas por dietas líquidas industrializadas, estéreis,
acondicionadas em bolsas prontas para administração. Assim, se bem utilizadas, reduzem
o risco de contaminação e infecção.8
No geral, nesses sistemas abertos de alimentação enteral podem ocorrer
contaminações que, frequentemente, estão relacionadas à falta de cuidado dos
manipuladores em relação à higiene adequada.16
A administração de fórmulas eventualmente contaminadas pode não somente
causar distúrbios gastrintestinais, mas contribuir para infecções mais graves, especial-
mente em pacientes imunodeprimidos.2 Furnaleto-Maia e Pangoni17 defendem que a
contaminação microbiana das fórmulas enterais pode ocorrer em diversas etapas, sendo a
manipulação uma etapa especialmente crítica para a contaminação. Como não foi
realizada análise estatística para indicar qual Sistema (Aberto ou Fechado), estaria mais
relacionado com os diversos distúrbios gastrintestinais, não se pode afirmar que há
relação direta entre ambos os dados. Mas, sabe-se que esse é um fator determinante na
ocorrência de distúrbios gastrintestinais, principalmente de diarreia, em pacientes em
TNE.
Proporcionar adequada administração de medicamentos a pacientes
impossibilitados de deglutir e submetidos à NE é um verdadeiro desafio para os
profissionais de saúde. Quando os pacientes que fazem o uso de sondas de alimentação
enteral não apresentam deglutição eficaz e correm risco de aspiração pulmonar, as sondas
de nutrição também são utilizadas para a administração de medicamentos, sendo este um
procedimento de rotina na prática hospitalar. Porém, o uso dessa via para administração
de medicamentos pode, se não planejado adequadamente, também se tornar parte de suas
potenciais complicações.3,18,19
Nos estudos realizados por Hoefler e Vidal3 e por Lima et al20, ambos chegaram
à conclusão de que, antes de se implementar uma terapia farmacológica via sonda enteral,
diversas considerações devem ser feitas, o que se torna um problema frente à escassez de
informações encontradas na literatura e também nas especificações do fabricante. Alguns
aspectos devem ser previamente avaliados pelo farmacêutico, como: possibilidade de
substituição do medicamento (forma farmacêutica, via de administração ou fármaco
alternativo), sítio de absorção e de ação do fármaco, efeitos da nutrição enteral na
absorção deste, bem como o tipo de sonda e sua localização no TGI.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1816
ISSN: 2525-8761

Dos 159 (cento e cinquenta e nove) sujeitos do estudo, a maioria estava sob o uso
da polifarmácia, que segundo Linjakumpu21 e Secoli12 pode ser definida como o uso de
cinco ou mais medicamentos concomitantemente por um indivíduo.
Segundo a literatura3,20, formas farmacêuticas líquidas são de escolha preferencial
para a administração de medicamentos pela via enteral, no entanto, a indisponibilidade
destas acarreta a derivação de formas sólidas. Uma vez que essas formas não são
desenvolvidas com a finalidade de administração via sonda enteral, muitas das
recomendações seguidas são baseadas em empirismo, e os pacientes que recebem NE e
medicamentos devem ter monitoramento especial da resposta clínica. Ainda sem tradução
oficial para o português, usa-se o termo off label para se referir ao uso diferente do
aprovado em bula ou ao uso de produto não registrado no órgão regulatório de vigilância
sanitária no País, que, no Brasil, é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Engloba variadas situações em que o medicamento é usado em não conformidade com as
orientações da bula, incluindo a administração de formulações extemporâneas ou de doses
elaboradas a partir de especialidades farmacêuticas registradas; indicações e posologias
não usuais; administração do medicamento por via diferente da preconizada;
administração em faixas etárias para as quais o medicamento não foi testado; e indicação
terapêutica diferente da aprovada para o medicamento.22
Moriel et al23 acredita que o uso de medicamentos através de Terapia Nutricional
Enteral (TNE) frequentemente acaba sendo um uso off label, uma vez que a maioria das
drogas não é desenvolvida com essa finalidade e seus fabricantes muitas vezes não
dispõem de estudos sobre este uso. Neste contexto, compreende-se que este não é um uso
incorreto se não claramente contraindicado pelo fabricante. Desse modo, afirmam que a
articulação das informações sobre este uso, que frequentemente são inexatas ou escassas,
é fundamental na busca da alternativa terapêutica mais adequada e mais assertiva para
cada caso.
Das seis classes medicamentosas analisadas (Antibióticos, Antiulcerosos,
Anticoagulantes, Anti-hipertensivos, Anti-inflamatórios, psicotrópicos), é possível
observar que há apontamentos de interações medicamento-nutriente em grande parte dos
medicamentos. A interação medicamento nutriente é definida como uma alteração da
cinética ou dinâmica de um medicamento ou nutriente, ou, ainda, o comprometimento do
estado nutricional como resultado de administração de um medicamento.24
A absorção dos nutrientes e de alguns fármacos ocorre por mecanismos
semelhantes e, frequentemente, competitivos, apresentando como principal sítio de

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1817
ISSN: 2525-8761

interação o TGI. Essas interações podem alterar a disponibilidade, a ação ou a toxicidade


de uma destas substâncias ou de ambas. Elas podem ser físico-químicas, fisiológicas e
patofisiológicas. Interações físico-químicas são caracterizadas por complexações entre
componentes alimentares e os fármacos. As fisiológicas incluem as modificações
induzidas por medicamentos na ingestão de alimentos, digestão, esvaziamento gástrico,
biotransformação e clearance renal. As patofisiológicas ocorrem quando os fármacos
prejudicam a absorção e/ou inibição do processo metabólico de nutrientes.8,25
A partir da análise estatística, observou-se que a utilização dos medicamentos
Tazocin (piperacilina sódica), Furosemida e Fenobarbital teve relação significativa com
a diarreia, distúrbio gastrointestinal de maior recorrência entre os pacientes do estudo.
Sabe-se que a diarreia tem várias etiologias, sendo muitas vezes os antibióticos de amplo
espectro, que aceleram o trânsito intestinal através de estimulação sobre o hormonio
intestinal motilina, um dos responsáveis por essa complicação.26
Sabe-se também que a maioria dos medicamentos e dos nutrientes é absorvida no
intestino delgado. As interações podem alterar essa absorção por meio da redução do
tempo de esvaziamento do trato digestório e pela formação de quelatos, originados a partir
de reações entre cátions metálicos, presentes na matriz dos alimentos, com os fármacos,
devido as suas características físico químicas, bem como pelas mudanças na absorção de
gorduras, vitaminas lipossolúveis e de colesterol devido às lesões produzidas na mucosa
intestinal.27
Segundo Rozich, Haraden e Resar28 os analgésicos e os antibióticos estão entre os
fármacos mais envolvidos em eventos adversos, embora Dormamm et al29 afirmem que
a medicação cardiovascular também figure entre as classes mais imputadas. Hardmeier et
al30, sugerem uma revisão crítica da terapia anticoagulante, uma vez que complicações do
sangramento, associadas à indicação inadequada de anticoagulantes, estão entre as
principais causas de eventos adversos evitáveis. Assim como, observou-se que uso
prolongado e ingestão de altas doses de diuréticos, está relacionada à eleva excreção de
minerais. Um exemplo é a furosemida, diurético de alça, que acarreta perda de potássio,
magnésio, zinco e cálcio.31
Silva e Lisboa8, em revisão integrativa da literatura, identificaram um estudo in
vitro e estudos clínicos com a varfarina, que mostrou a diminuição da biodisponibilidade
da droga quando administrada em conjunto com a alimentação entérica. Como
recomendações, eles sugerem maior atenção para os possíveis riscos na prescrição e
administração de medicamentos.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1818
ISSN: 2525-8761

Lopes et al32, através de um estudo descritivo exploratório, de abordagem


quantitativa observacional direta, realizou uma análise das possíveis interações entre
nutrientes e medicamentos prescritos. A partir da análise, observou-se um grande número
de interações entre alimentos e nutrientes, que levaram a interferências no tratamento e
terapêutica, necessitando de avaliação individual de cada caso.

6 CONCLUSÃO
Os resultados revelaram um número importante de possíveis interações entre
medicamentos e nutrientes, durante o tratamento clínico dos pacientes internados, bem
como alterações na motilidade intestinal, o que demanda maiores estudos. Houve maior
prevalência de utilização de sonda nasoentérica (63,5%), em relação às outras vias de
administração. A fórmula enteral mais prescrita foi a normocalórica/normoproteica, sem
fibras (38,5%). A diarreia foi o distúrbio gastrointestinal mais presente na população em
estudo (39,6%), estando relacionada à utilização de medicamentos da classe dos
antibióticos, diuréticos e anticonvulsivantes. Dessa forma, entender como alimentos e
medicamentos podem interagir, sobretudo, em pacientes debilitados em uso de TNE pode
contribuir para melhorar a qualidade de assistência a esses pacientes, principalmente
evitando-se, quando possível, medicamentos que alterem a motilidade intestinal
dificultando a absorção de nutrientes essenciais para recuperação. Nosso estudo
demonstrou que, dentre os medicamentos possivelmente associados a diarreia, a
piperacilina apresentou forte evidência estatística (p < 0,001) quando introduzida nesse
grupo de pacientes, demandando, portanto, maior atenção no seu uso e manejo na prática
clínica.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1819
ISSN: 2525-8761

REFERÊNCIAS

1. Moura MRL, Reyes FGR. Interação fármaco-nutriente: uma revisão. Rev Nutr.
2002;15(2):223-38.

2. Carvalho AMR, Oliveira DC, Neto JEH et al. Análise da Prescrição de Pacientes
Utilizando Sonda Enteral em um Hospital Universitário do Ceará. Rev Soc Bras Farm
Hosp Serv Saúde. 2010;1(1):1-24.

3. Hoefler R, Vidal JS. Administração de medicamentos por Sonda. Bol


Farmacoterapêutica. 2009;3(4):1-6.

4. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC


nº 63, de 6 de julho de 2000. Reg Téc ter nutr enteral. Brasília, 2001.

5. Oliveira GG. A Interação fármaco-nutriente sua importância na terapêutica. A Folha


Méd. 1991;102(4):137-42.

6. Yamreudeewong W, Henann NE, Fazio A, Lower DL, Cassidy T. Drug-food


interaction in clinical practice. J F Pract.1995;40(4):376-84.

7. Wix AR., doering PL, Hatton RC. Drug-nutrition counseling programs in teaching
hospitals. Am J Hosp Pharm. 1992;49(4):855-60.

8. Silva LD; Lisboa CD. Consequências da interação entre nutrição enteral e fármacos
administrados por sondas: Uma revisão integrativa. Rev Cogitare Enferm.
2011;21(16):134-40.

9. Chehuen NJA; Delgado AAA; Galvão CCGD et al. Uso de medicamentos por idosos
de Juiz de Fora: um olhar sobre a polifarmácia. Rev Hosp Univ Juiz Fora.
2012;37(3):305-13.

10. Organização Pan-americana da Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde.


Brasília. OPAS, 2005.

11. Organização Mundial da Saúde. Active Aging: A policy framework. Geneva, 2002.

12. Secoli SR. Polifarmácia: interações e reações adversas no uso de medicamentos por
idosos. Rev Bras Enferm. 2010;63(1):136-40.

13. Rozenfeld S. Prevalência, fatores associados e mau uso de medicamentos entre os


idosos: uma revisão. Cad Saúde Pública. 2003;19(3):717-24.

14. Prybys KM, Melville H, Hanna J et al. Polypharmacy in the elderly: clinical
challenges in emergency practice: part 1 overview, etiology, and drug interactions. Rev
emerg med. 2002;23(8):145-53.

15. Matsuba CST. Obstrução de sondas nasoenterais em pacientes cardiopatas


[Dissertação]. São Paulo: Univ Fed São Paulo, 2003.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1820
ISSN: 2525-8761

16. Mauricio AA, Gazola S, Matioli G. Dietas enterais não industrializadas: análise
microbiológica e verificação de boas práticas de preparação. Rev Nutr. 2008;21(1):29-
37.

17. Furnaleto-Maia L, Pangoni G. Avaliação microbiológica de preparações artesanais de


dietas enteral em uma unidade de alimentação e nutrição. Cienc Biol Saúde.
2009;11(1):27-30.

18. Gorzoni ML, Torre AD, Pires SL et al. Medicamentos e sondas de nutrição. Rev
Assoc Med Bras. 2010;56(1).

19. Chan LN. Drug-nutrient interactions in transplant recipients. J Parenter Enteral Nutr.
2001;3:132-41.

20. Lima G, Negrini NMM et al. Assistência farmacêutica na administração de


medicamentos via sonda: escolha da forma farmacêutica adequada. Hosp Israelita Albert
Einstein – HIAE. 2009;7(1):9-17.

21. Linjakumpu T, Hartikainen S, Klaukka T et al. Use of Medications and Polypharmacy


are Increasing Among the Elderly. J Clin Epidemiol. 2002;55:809-17.

22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciências, Tecnologias e Insumos


Estratégicos. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Informes
Técnicos Institucionais. Uso off label: erro ou necessidade? Brasília, 2012.

23. Moriel P, Shoji P, Bortoletto TC, Mazzola PG. Uso off label de medicamentos através
de sondas: divergências entre informações. Rev Bras Farm Hosp. 2012;3(2):20-4.

24. Brunton LL, Parker KL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics: the dynamics of
drug absorption, pharmacogenetics, distribution, action, and elimination. In: Brunton LL,
Parker KL, Blumenthal D, Buxton I, editors. Goodman & Gilman’s manual of
pharmacology and therapeutics. New York: McGraw-Hill; 2008. p. 1-25.

25. Centro de Farmacologia de Alfenas. Interações entre medicamentos e alimentos. Bol


Inf Univ Fed Alfenas. 2009;7(2).

26. Borges RM, Campos AD, Filho AB. Incidência de complicações em terapia
nutricional de pacientes em estado grave. Rev Bras Ter Intensiva. 2005;7(2):98-103.

27. Pronsky ZM, Fada SR, Crowe JP, Pharmd RPH. Interações entre alimentos e drogas.
In: Mahan LK, Escott-Stump S. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 11a ed. São Paulo:
Roca; 2005. Capítulo 19.

28. Rozich JD, Haraden CR, Resar RK. Adverse drug event trigger tool: a practical
methodology for measuring medication related harm. Qual Saf Health Care.
2003;12(3):194-200.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.


Brazilian Journal of Development 1821
ISSN: 2525-8761

29. Dormann H, Muth-Selbach U, Krebs S, Criegee-Rieck M, Tegeder I, Schneider HT,


et al. Incidence and costs of adverse drug reactions during hospitalisation: computerised
monitoring versus stimulated spontaneous reporting. Drug Saf. 2000;22(2):161-8.

30. Hardmeier B, Braunschweig S, Cavallaro M, Roos M, Pauli- Magnus C, Giger M, et


al. Adverse drug events caused by medication erros in medical inpatients. Swiss Med
Wkly. 2004;134(45-46):664-70.

31. Anderson KE, Conney AH, Kappas A. Nutritional influences on chemical


biotransformations in humans. Nut Rev. 1982;40(6):161-71.

32. Lopes EM, Carvalho RBN, Freitas RM. Análise das possíveis interações entre
medicamentos e alimento/nutriente em pacientes hospitalizados. Einstein.
2010;8(3/1):298-302.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 1805-1821 jan. 2022.

Você também pode gostar