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sócio histórica
sobre o ensino de
Língua Inglesa no
Brasil
A língua de um povo representa poder, por isso era muito comum nas épocas das
invasões e colonizações que a língua e a cultura dos dominadores fossem impostas
aos dominados ,provocando apagamento de hábitos e costumes.
No Brasil, os primeiros relatos de ensino de línguas datam de 1808. Nesse ano, a
família real chega ao Brasil com a concepção de ensino de línguas centrada na
Europa. Além disso, a Inglaterra, que tinha um acordo comercial com Portugal,
apoiou a vinda de D. João VI por questões comerciais.
D. João VI
E, segue:
O curso clássico seria orientado mais para a formação intelectual e um maior
conhecimento de filosofia e acentuado estudo das letras antigas e o curso
científico, seria marcado pelo estudo maior das ciências e matemática. As aulas
seriam ministradas em dois tipos de estabelecimentos de ensino secundário:
Ginásio e o Colégio. O ginásio seria destinado a ministrar o curso do primeiro
ciclo (ginasial) e o colégio ministraria além do curso ginasial, os dois cursos do
segundo ciclo, o curso clássico e o científico. (Ribeiro, s/ano. p, 1868).
Segundo o decreto, artigo 11, o ginasial teria as seguintes disciplinas por série:
ARTIGO 11
Primeira série: 1) Português. 2) Latim. 3) Francês. 4) Matemática. 5) História
geral. 6) Geografia geral. 7) Trabalhos manuais. 8) Desenho. 9) Canto orfeônico.
Segunda série: 1) Português. 2) Latim. 3) Francês. 4) Inglês. 5) Matemática. 6)
História geral. 7) Geografia geral. 8) Trabalhos manuais. 9) Desenho. 10) Canto
orfeônico.
Terceira série: 1) Português. 2) Latim. 3) Francês. 4) Inglês. 5) Matemática. 6)
Ciências naturais. 7) História do Brasil. 8) Geografia do Brasil. 9) Desenho. 10)
Canto orfeônico.
Quarta série: 1) Português. 2) Latim. 3) Francês. 4) Inglês. 5) Matemática. 6)
Ciências naturais. 7) História do Brasil. 8) Geografia do Brasil 9) Desenho. 10)
Canto orfeônico.
Disponível
em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Var
gas/decreto-lei%204.244-1942%20reforma%20capanema-ensino%20secund
%E1rio.htm
ARTIGO 14
Primeira série: 1) Português. 2) Latim. 3) Grego. 4) Francês ou inglês 5)
Espanhol. 6) Matemática. 7) História geral. 8) Geografia geral.
Segunda série: 1) Português. 2) Latim. 3) Grego. 4) Francês ou inglês 5)
Espanhol. 6) Matemática. 7) Física. 8) Química. 9) História geral. 10) Geografia
geral.
Terceira série: 1) Português. 2) Latim. 3) Grego. 4) Matemática. 5) Física. 6)
Química. 7) Biologia. 8) História do Brasil. 9) Geografia do Brasil. 10) Filosofia.
ARTIGO 15
Primeira série: 1) Português. 2) Francês. 3) Inglês. 4) Espanhol. 5) Matemática.
6) Física. 7) Química. 8) História geral. 9) Geografia geral
Segunda série: 1) Português. 2) Francês. 3) Inglês. 4) Matemática. 5) Física. 6)
Química. 7) Biologia. 8) História geral. 9) Geografia geral 10) Desenho.
Terceira série: 1) Português. 2) Matemática. 3) Física. 4) Química. 5) Biologia. 6)
História do Brasil. 7) Geografia do Brasil. 8) Filosofia. 9) Desenho.
Disponível
em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Var
gas/decreto-lei%204.244-1942%20reforma%20capanema-ensino%20secund
%E1rio.htm
Strategies
Those processes which are consciously selected by learners and which may resukt
in action taken to enhance the learning or use of a second or foreign language ,
through the storage, retention, recall and application of information about the
language.
(Cohen, 1998, p.4)
A língua e a cultura andam juntas, ajguns autores dizem ser uma relação
"intrínseca". Mas o que caracteriza uma relação intrínseca?
O dicionário PRIBERAM estabelece o significado como:
INTRÍNSECO
in·trín·se·co
(latim intrinsecus, -a, -um)
adjetivo
1. Que se encontra na essência ou na natureza de algo ou alguém. = ÍNTIMO
2. Que é inerente ou essencial a alguém ou algo.
3. Que é real e não depende de uma convenção (falando do valor de uma coisa sem
atender à sua estimação ou circunstâncias).
LITERATURA
A literatura de um povo também representa um dado cultural que vale ser
explorado. O professor tem a condição de expandir o conhecimento cultural ao
adotar leituras que o retratem. Além disso, temos a oportunidade de trabalharmos
com textos reais.
Praticando
As atividades apresentadas, apesar de simples, podem motivar os alunos a
aprenderem.
Poemas e Cultura
Fonte: Alsing-Borgesen, Kai et al. (1993) - The Lift Basisbog for Hf Og Gymnasiet, Gyldendal
Undervisning , p.50
Datas comemorativas também são elementos culturais, a única questão é que não
podemos ensinar somente isso como cultura, mas uma atividade bem planejada,
com propósitos pode ser muito divertida e proveitosa. Há várias sugestões de
atividades que podem ser adaptadas de acordo com as necessidades de sua turma,
assim basta pesquisar bastante e, acima de tudo, ter em mente que a atividade
deve estar integrada ao seu projeto como um todo.
Para melhor elucidar essa definição, vamos falar de alguns conceitos nela
propostos. O campo da atividade humana, também chamado de esferas de
atividade, são as diferentes áreas nas quais os textos produzidos (orais ou escritos)
circulam e que vai influir diretamente no modo como será compreendido e nas
escolhas de eslito e construção composicional. Há muitos campos de atividade, tais
como: acadêmico, jornalístico, jurídico, político, médico, pessoal etc. Para cada
campo teremos diferentes gêneros formados por diferentes estilos e diferentes
construções composicionais.
O estilo está ligado à estrutura do texto. Tomando como exemplo a esfera
acadêmica, uma conversa entre professor e aluno a respeito do atraso na chegada
para a aula. O aluno explica que teve um dia difícil, que havia muito trânsito e o
metrô quebrou. Para essa situação e contexto sociais observa-se, em termos de
estilo, o uso de frases curtas, com pausas e exitações. Isso porque o propósito do
aluno é explicar ou convencer o professor de que não se atrasou de propósito, ou
seja, o estilo está ligado à finalidade - frases curtas são de fácil compreensão,
pausas deixam tempo para analisar a resposta (mesmo que apenas em gestos) do
professor e exitação deixa escapar um pouco de insegurança, mas também pode
mostrar humildade, o que ajuda a atingir o propósito.
A construção composicional está ligada às escolhas linguísticas feitas na interação,
em um dado contexto e situação sociais, além do estilo (que também é escolhido de
acordo com o tipo de interação, contexto e situação). Retomando o exemplo acima
temos: a interação acontece em um campo de atividade (contexto) - acadêmica;
situação - sala de aula, atraso do aluno, desculpa para o professor; estilo - frases
curtas, pausas e exitações; construção composicional - dia difícil, trânsito, metrô
quebrou. A escolha de palavras é feita juntamente com o estilo e reforço o
propósito comunicativo, ou seja, o uso da colocação 'dia difícil' cria no professor a
consciência de que o aluno teve problemas. Mencionar problemas de trânsito
também é lugar comum e compreensível a todos que vivem em grandes cidades e
finalmente 'o metrô quebrou', indica que o problema não foi causado pelo aluno,
mas sim pelo acado, por outro, a culpa é do funcionamento do metrô.
O exemplo dado acima, mostra um tipo curto de enunciado, que forma um gênero
específico, concreto e único dado o contexto e situação da interação. Esse gênero
poderia ser chamado de 'conversa entre professor e aluno a respeito de atraso'. Esse
enunciado é único porque é formado e compreendido pelos participantes daquela
comunidade discursiva (professores e alunos) naquele contexto e naquela situação
social. Se a escola, o aluno e o professor vivessem em uma cidade pequena, sem
trânsito ou metrô, a conversa não faria sentido ou não alcançaria o propósito de dar
uma desculpa plausível para o atraso do aluno.
No entanto, no contexto situacional, comunidade discursiva e campo de atividade
adequados (a cada situação), os gêneros são compreensíveis aos participantes da
interação porque, embora sejam muitos e suas características sofram mudanças de
tempos em tempos, eles apresentam algumas características que são estáveis, como
mencionado por Bakhtin no último parágrafo da citação anterior, possibilitando seu
reconhecimento.
POR QUE ENSINAR GÊNEROS TEXTUAIS?
Assim como há debates teóricos a respeito da noção de gênero, também há um
grande embate a respeito de sua utilização no ensino. Isso porque de um lado, há
linguistas e educadores que acreditam que ao ensinar línguas por meio de gêneros
discursivos ou textuais, o aluno aprende a língua do modo como ela é usada no
mundo, de outro lado, há contestação a seu uso por conta da grande quantidade de
diferentes textos que se pode encontrar e dificuldade em descrever esses gêneros.
Como mencionado no conceito de gênero, eles são enunciados relativamente
estáveis e que variam de acordo com o contexto e a situação, por isso novos
gêneros surgem frequentemente.
Ainda que haja essas dificuldades, os uso de gêneros no ensino parece estar
começando a ganhar destaque. Ensinar por meio de gêneros está prescrito nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), são parte obrigatória do material
didático do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), além de serem
relativamente fáceis de serem adaptados para uso em abordagens variadas (mas não
em todas elas). Essa prescrição ocorre porque ao longo dos anos, tanto a partir de
pesquisas linguísticas, como na educação, percebeu-se que o aluno aprendia
línguas (inclusive o próprio português) sem saber compreendê-las ou perceber o
propósito de cada texto, sem notar que não há texto neutro, todo texto tem um
propósito e é escrito ou falado de modo a realizar esse propósito.
1. Os PCNs
Nos PCNs observa-se grande preocupação com o domínio do discurso nas
situações comunicativas, inclusive na língua portuguesa, como demonstra o trecho
abaixo preconizado que:
“no processo de ensino e aprendizagem dos diferentes ciclos do ensino
fundamental espera-se que o aluno amplie o domínio ativo do discurso nas diversas
situações comunicativas, sobretudo nas instâncias públicas de uso da linguagem,
de modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da escrita, ampliando suas
possibilidades de participação social no exercício da cidadania (PCN-EF, 1999, p.
32).”
()
A proposta dos PCNs de Língua Portuguesa para o ensino fundamental faz clara
referência ao ensino de gêneros do discurso uma vez que exige que o ensino tenha
foco nas situações comunicativas para agir no mundo (participação social). No
caso da Língua estrangeira (LE), existe preocupação similar, que o ensino de LE
lide com a linguagem em uso para construção de significados na interação que
ocorre sócio-históricamente. Vejamos alguns trechos:
“ao ensinar uma língua estrangeira, é essencial uma compreensão teórica do que é
a linguagem, tanto do ponto de vista dos conhecimentos necessários para usá-la
quanto em relação ao uso que fazem desses conhecimentos para construir
significados no mundo social.”
“O uso da linguagem (tanto verbal quanto visual) é essencialmente determinado
pela sua natureza sociointeracional, pois quem a usa considera aquele a quem se
dirige ou quem produziu um enunciado.”
“Quem usa a linguagem com alguém, o faz de algum lugar determinado social e
historicamente.” (PCN-EF, 1998, pp. 27 a 33).
()
Além disso, o texto também explica que para tratar da construção de significados
dentro dessa noção de linguagem usam-se três tipos de conhecimento: o sistêmico,
o de mundo e o da organização textual. Considera-se que o aluno estará pronto
para se engajar discursivamente quando ele é capaz de utilizar estes três
conhecimentos ao mesmo tempo.
O conhecimento sistêmico relaciona-se à organização linguística, ou seja, escolhas
lexicais (de vocabulário), escolhas morfológicas, sintáticas, semânticas etc. O
conhecimento sistêmico está ligado à construção composicional do gênero.
O conhecimento de mundo tem que ver com aquilo que o aluno já conhece sobre as
coisas do mundo, ou seja, o que costuma-se chamar de conhecimento prévio.
O terceiro tipo de conhecimento, o da organização textual, tem relação com o
estilo, mencionado anteriormente (na definição de gênero), isto é, o conhecimento
que um usuário da língua tem sobre o modo como se organiza o texto dentro das
rotinas interacionais. Como exemplificado nos PCNs (1998, p. 31 ):
“..., para dar uma aula expositiva é necessário o conhecimento de como organizar a
informação na interação, que é de natureza diferente da organização da informação
em uma conversa. Em uma aula expositiva, há toda uma preocupação em organizar
a fala para a introdução ao assunto, para seu desenvolvimento e sua conclusão,
para facilitar a compreensão do aluno. Já em uma conversa informal, essa
preocupação não está presente.”
()
BREVE HISTÓRICO
O conceito de tema transversal surgiu na Inglaterra quando o currículo mais
fechado do mundo começou a abrir espaço para outras concepções de educação.
Assim como a transdisciplinaridade, ele veio como resposta à necessidade de um
ensino mais globalizado, que trata-se da pluralidade cultural e social. No Brasil,
durante o militarismo, essa noção de tema transversal foi transformada em outra
disiciplina segmentada - Educação Moral e Cívica. Porém, ao longo do tempo e
com mudanças políticas acontecendo, notou-se que ter apenas uma disciplina
tratando a questão não era o suficiente para suprir a demanda de um ensino mais
voltado para o desenvolvimento do ser humano. Assim em 1996 foram realizadas
alterações na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que possibilitaram a criação e
inclusão dos temas transversais nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de
1997 e 1998, como uma proposta inovadora de trabalho entre as disciplinas
escolares.
O QUE E QUAIS SÃO OS TEMAS TRANSVERSAIS?
Os temas transversais são propostas de temas a serem utilizados pelas várias
disciplinas de modo transdiciplinar, que tratam da vida pessoal e coletiva e com a
afirmação do princípio da participação política. Eles são chamados de transversais
porque são dotados de conteúdos que perpassam todas as disciplinas e podem ser
trabalhados em todas ao mesmo tempo. Os PCNs apresentam seis temas principais,
a partir dos quais pode-se extrair outros sub-temas, são eles: ética, saúde, meio
ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual e educação e trabalho.Os temas
transversais expressam conceitos e valores básicos à democracia e à cidadania e
obedecem a questões importantes e urgentes para a sociedade contemporânea. Os
temas transversais atuam como eixo unificador, em torno do qual organizam-se as
disciplinas, e precisam ser trabalhados de forma contextualizada e coordenada, não
individualmente em cada disciplina, daí sua ligação com a transdisciplinaridade.
Cada tema tem características próprias, alguns parecem destacar-se mais, como é o
caso do meio-ambiente, no entanto, é preciso atentar-nos para o fato de que é o
tema Ética que permeia e se faz presente implicita ou explicitamente em todos os
outros. No caso da Ética pode-se debater atitudes tanto do dia a dia, por exemplo,
furar fila, não devolver o troco, acusar um colega sem ter certeza ou prova da
acusação, arrancar uma planta de uma jardim, jogar lixo no chão, como nos
negócios, política, profissão, dentre outras. Cada um dos assuntos tem relação com
algum outro tema: jogar lixo, arrancar planta tem relação com o meio ambiente -
acusar alguém sem provas tem relação com pluralidade cultural e educação e
trabalho. A Ética tem como vantagem poder fazer parte de qualquer disciplina.
O tema Saúde pode ser proposto de vários modos, desde atitudes simples e
cotidianas como lavar as mãos, como políticas públicas para a saúde e a ética de
quem trabalha na saúde pública (médicos, enfermeiros, etc.) que não cumprem a
legislação ou seu horário de trabalho, prejudicando a todos que necessitam desse
serviço. A Saúde é um tema que pode fazer parte de todas as disciplinas, mas
parece encaixar-se mais facilmente em ciências, educação física, português e
inglês.
Quanto ao tema Meio Ambiente , muito se discute a esse respeito, o que o torna um
tema recorrente no dia a dia escolar. Este é outro tema que pode ser facilmente
trabalhado em todas as disciplinas, destacando-se claro ciências, história e
geografia.
Em se tratando da Pluralidade Cultura , a proposta é apresentar ao estudante as
diversas formas de expressão cultural no Brasil e no Mundo e não apenas aquela
mais comum na mídia. O trabalho com este tema precisa ir desde a arte em todas as
suas manifestações, mas também os regionalismos linguísticos, musicais e teatrais.
Observa-se tentativas de sua inclusão nas disciplinas de português, inglês, artes,
história e geografia principalmente, no entanto, é possível incluí-lo em outras
disciplinas que não parecem ter afinidade com o tema, mas que complementaria
todo o trabalho. Tomando a cultura indígena, por exemplo, o professor de
matemática poderia mostrar o sistema numérico indígena, o que fazem para
determinar quantidades.
A Orientação Sexual , que tem relação estreita com o tema saúde, no que diz
respeito às discussões em torno do conhecer o corpo, entender como ele funciona.
Ele é também um tema controverso no que diz respeito às noções sobre
sexualidade e gênero, por ser ainda um assunto considerado tabú para as famílias e
na maioria das religiões. Este também é um tema que pode ser tratado dentro das
ciências, da arte, da educação física, etc.
No caso da Educação e Trabalho , o tema é bastante abrangente, pois visa a discutir
não só o desenvolvimento do ser humano, mas também como esse
desenvolvimento vai refletir nas possibilidades e oportunidades de trabalho. Este é
outro tema que pode facilmente ser inserido em quaisquer das disciplinas
escolares.
Para facilitar a compreensão, leiam o esquema abaixo:
A presença dos Temas Transversais nos PCNs expressam conceitos e valores
fundamentais à uma sociedade democrática e que se preocupa com o
desenvolvimento do ser humano como um todo, socialmente, fisicamente,
profissionalmente e psicologicamente. O que faz com que a escola passe a ter o
papel de facilitar, fomentar e integrar ações de modo contextualizado, através da
interdisciplinaridade e transversalidade, ou seja evitando fragmentar os
conhecimentos para que o aluno desenvolva para agir no mundo e como meio de
transformação social (Brasil, 1998 : 52). Para reforçar o que são os temas e sua
importância, citamos ainda Yus (1998 : 17):
Temas transversais são um conjunto de conteúdos educativos e eixos condutores da
atividade escolar que, não estando ligados a nenhuma matéria particular, pode se
considerar que são comuns a todas, de forma que, mais do que criar novas
disciplinas, acha-se conveniente que seu tratamento seja transversal num currículo
global da escola.
(YUS, R. Temas transversais em busca de uma nova escola. Porto Alegre: Artmed, 1998, p. 17)
Grigoletto, 1999: 61,62 reforça a ideia de que o livro serve aos objetivos citados:
O professor recebe um 'pacote' pronto e espera-se dele que o utilize. Ele é visto
como usuário, assim como o aluno, e não como analista. Ele é um consumidor do
produto, segundo as diretrizes ditadas pelo autor. Essa concepção do professor
como consumidor e não construtor, como usuário e não analista pode ser inferida
também por outra característica do livro do professor, bastante difundida, embora
haja livros que não a sigam, que é a de apresentar respostas a todos os exercícios.
Tais procedimentos, que estabelecem o LD como um objeto fechado à
interpretação, revelam a concepção, pelo autor e editor do LD e, possivelmente,
também pelos seus consumidores, de que o livro seja um lugar no qual os sentidos
se fecham, se completam e aparecem de forma transparente ao professor (1999, p.
68,69).
(Grigoletto, 1999: 61,62)
Instrumentos avaliativos do
processo de ensino aprendizagem de
língua inglesa
Apresentar e discutir os principais métodos de avaliação no ensino de LE no ensino
fundamental II
Avaliar o aprendizado de idiomas é sempre um processo crítico, uma vez que esse
aprendizado se dá de forma contínua, não linear. Sabemos também que se trata de
um processo longo. Segundo Menezes (2012:146) " não é possível medir o
desenvolvimento em períodos curtos como os demandados pelos sistemas de
avaliação escolar."
A palavra demandados na citação acima, nos leva a refletir sobre a obrigação da
avaliação nos sistemas escolares. Nem sempre é algo que pode ser abolido. Assim ,
o professor pode estabelecer avaliações e métodos mais significativos em relação
ao ensino de idiomas.
A autora chama nossa atenção para os diferentes vocábulos relacionados as formas
de avaliação em inglês. Ela discute três: evaluation, assessment e testing.
Vamos entender o que significa cada um deles.
A avaliação foi utilizada historicamente como forma de punição ou ameaça.
Atualmente, encoraja-se professores a utilizarem a avaliação mais no sentido
de ASSESSMENT. Dessa forma, é possível refletir sobre a prática de sala de aula.
Vantagens desse tipo de avaliação:
* Diagnóstico - serve para o professor diagnosticar o nível de conhecimento ou de
progressão de sua turma ou de um aluno em específico;
* Reorientação - serve para o professor refletir sobre sua prática e redirecionar o
seu trabalho pedagógico;
* Feedback - o professor consegue oferecer um feedback eficaz;
* Envolvimento - leva os alunos a um maior envolvimento com sua aprendizagem.
É comprovado que há mais falhas do que avanços quando o professor utiliza
somente a avaliação tradicional em sala de aula de LE. Martinez (2009: 91)
explica:
" (...) as expectativas são frequentemente mal explicadas (caso da versão, para a
qual não há nenhum modelo ideal); os critérios, mal estabelecidos (em expressão
escrita, a forma e o fundo); anotação desigual (a prova oral); a fraca motivação
(em ditado, zero para cinco ou trinta erros) etc.
(Martinez, 2009:91)
A variação das ferramentas de avaliação tende a permitir que o aluno seja autor de
sua própria aprendizagem. O propósito do teste e sua relação com o processo de
desenvolvimento da língua estrangeira devem estar claros para os alunos.
Ampliando o conceito de avaliação em Língua
Estrangeira
Apresentaremos alguns tipos de avaliação, que buscam medir o processo de ensino
e não somente a produção final do aluno. Todos os tipos apresentados podem ser
modificados ou ajustados para atender às necessidades específicas dos alunos.
Currículo.
O que são os PCNs?
Os PCNs são os Parâmetros Curriculares Nacionais, que têm por objetivo atender
as demandas da atualidade, as demandas da sociedade em que vivemos. No
documento, lemos:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados procurando, de um lado,
respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, de outro,
considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo
educativo em todas as regiões brasileiras.
(PCN, 1998, p.5)
Para que o estudo dos PCNs seja adequado, solicitamos que visite a página do
MEC, que apresenta os PCNs:
http://portal.mec.gov.br/par/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-
2007048997/12657-parametros-curriculares-nacionais-5o-a-8o-series
Os volumes dos quais trataremos nesta disciplina são:
Volume 1 - Introdução aos PCNs e
Volume 9 - Língua Estrangeira
Faça o download dos documentos e esteja com eles sempre disponíveis para
consulta, solução de dúvidas e orientações.
Discutindo o volume 1 - Introdução
fatores históricos;
fatores relativos às comunidades locais;
Fatores Históricos
Há de se pensar na relevância que determinada língua possui para os alunos.
Historicamente, a língua que possibilite maior troca em relação aos acordos
comerciais, importância e uso é a língua ensinada. Encontramos a seguinte
fundamentação para a escolha da língus inglesa no PCN:
O caso típico é o papel representado pelo inglês, em função do poder e da
influência da economia norte-americana. Essa influência cresceu ao longo deste
século, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, e atingiu seu apogeu
na chamada sociedade globalizada e de alto nível tecnológico, em que alguns
indivíduos vivem neste final do século. O inglês, hoje, é a língua mais usada no
mundo dos negócios, e em alguns países, como Holanda, Suécia e Finlândia, seu
domínio é praticamente universal nas universidades. É possível antever que, no
futuro, outras línguas desempenhem esse papel. (PCN, vol.9, p. 23).
No entanto, o documento ainda fortalece o uso da língua espanhola, devido aos
acordos no Mercosul (veja mapa).
Mercosul _ Países Integrantes
fotos computadores
revistas internet
bonecos tablets
Considerando todas estas perguntas podemos começar a ter uma ideia melhor de
como utilizar a tecnologia. Tanto para as técnicas como para as não técnicas, é
preciso pensar e repensar seu uso. Além dessa reflexão, Brinton, Donna M. (2001,
pp 463) propõe que:
"Na realidade, instruções para a seleção, adaptação, desenvolvimento e
implementação de materiais utilizando mídias não diferem radicalmente do tipo de
instrução que se usa mais universalmente no planejamento de aulas e avaliação de
livro didático. Portanto, problemas do tipo, o material ser apropriado para a
audiência alvo, sua qualidade técnica e pedagógica, seu objetivo de ensino, e os
procedimentos pré e pós aula a serem usados, têm papel importante na seleção e
uso de mídias audiovisuais tanto quanto no uso de mídias impressas. (tradução
livre)"
(Brinton, Donna M. The Use of Media in Language Teaching. In: The Cambridge Guide to Teaching
English to Speakers of Other Languages. Cambridge: Cambridge University Press. 2001, pp 463)
Isso significa dizer que , muito além de ensinar a entender os códigos linguísticos,
é necessário fazer com que o aluno observe e perceba as características explícitas e
os significados implícitos de um texto, seja esse qual for – uma notícia, uma foto,
uma pintura, um poema, uma música, uma conversa telefônica sobre a conta de luz.
Em todos esses casos, ao aprender a tratar o texto criticamente o aluno terá
condições de perceber as intenções que permeiam um dado texto.
O letramento crítico pressupõe que para agir no mundo são necessárias habilidades
linguísticas avançadas, como explica BRYDON (2011 :105):
O mundo contemporâneo requer habilidades de letramento avançadas e isto inclui a
capacidade de pensar criticamente, incluindo contextualização, análise, adaptação,
tradução de informação e interação entre os indivíduos dentro e além de sua
comunidade.
(BRYDON, D. Local Needs, Global Contexts: Learning New Literacies. In: Maciel, R.F. e Araujo, V. de
A. Formação de Professores de Línguas: Ampliando Perspectivas. Jundiaí, Paco Editorial 2011, p. 93-
109.)
1. Estrutura do texto
1. Relação de poder
How does the text depict age, gender and/or cultural groups?
What kind of person, and with what interests and values, composed
the text?
What view of the world and values does the composer of the text
assume that the reader/viewer holds? How do we know?
1. Sobre o texto
Who would be most likely to read and/or view this text and why?
Interdisciplinaridade
Este conteúdo tem como objetivo fornecer e discutir conceitos ligados à
interdisciplinaridade, bem como apresentar diferença entre conceitos similares tais
como: multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade e transdisciplinaridade.
BREVE HISTÓRICO
Acredita-se que as primeiras discussões a respeito da interdisciplinaridade tenham
ocorrido no início da década de 60, na França e Itália. Nesse período ocorreram
muitos movimentos estudantis exigindo a modernização do ensino para que este
focasse mais as questões de ordem social, política e econômica da época. O
surgimento da interdisciplinaridade possivelmente aconteceu como meio para
suprir essa necessidade. Isso porque desde aquela época já era percebida a
dificuldade em resolver determinados problemas dentro de apenas uma ou outra
disciplina. Se pensarmos bem, toda questão política, social e econômica lida com a
linguagem. Impossível abordar o assunto sem adentrar o âmbito da História e
Geografia. Além disso, deve-se muito do desenvolvimento econômico às
conquistas da matemática e das ciências e tecnologias. Portanto, era necessário um
trabalho conjunto das disciplinas para que esse avanço no ensino acontecesse.
No Brasil, a noção de interdisciplinaridade chegou no final da década de 60 e
influenciou a elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71, além de mais
recentemente fazer parte da nova LDB Nº 9.394/96 e dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN).
Embora muito presente nas leis e parâmetros que regem o ensino brasileiro, a
interdisciplinaridade raramente ocorre nas escolas da forma como foi concebida. O
que se observa são tentativas individualizadas de professores e coordenadores de
unir conhecimentos em projetos desenvolvidos na escola. O que ainda vemos é a
multidisciplinaridade fortemente influenciada pela abordagem tradicional de
ensino.
O QUE É INTERDISCIPLINARIDADE?
A interdisciplinaridade, grosso modo, é vista como um trabalho de ensino no qual
uma disciplina permeia a outra dentro de um determinado tema ou assunto, ou seja,
ocorre um diálogo entre as disciplinas. Segundo Tavares (2008 :136):
A interdisciplinaridade não é um caminho de homogeneidade, mas de
heterogeneidade. Por isso, um dos principais pressupostos para se caminhar
interdisciplinarmente é o diálogo. Este deve ser reflexivo, crítico, entusiástico, que
respeita e transforma. Num trabalho interdisciplinar em equipe é imprescindível
que todos estejam abertos ao diálogo em qualquer momento.
(TAVARES, D. E. A interdisciplinaridade na contemporaneidade ? qual o sentido? In: O QUE É
INTERDISCIPLINARIDADE?, FAZENDA, I. São Paulo: editora Cortez, 2008.)
Pluridisciplinaridade
Na pluridisciplinaridade observamos algum tipo de relação nas disciplinas, porém
muito mais relacionadas ao nível hierárquico que ao que seus conteúdos têm em
comum. Existe cooperação entre as disciplinas, mas não uma ordenação. Artes,
Português e inglês; história e geografia; matemática, física e química.
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade, como definida anteriormente é caracterizada pela presença
de partes comuns a um grupo de disciplinas ordenadas em nível hierárquico
imediatamente superior, apresentando a noção de finalidade entre as disciplinas.
Figura 3) Relação entre as disciplinas na Interdisciplinaridade
Transdisciplinaridade
A transdisciplinaridade representa um nível de integração disciplinar além da
interdisciplinaridade. No qual os conteúdos são perpassados e retomados nas
diferentes disciplinas e a cada momento permitindo a geração de um conhecimento
novo a partir dos conhecimentos adquiridos anteriormente. Um conceito é
apresentado em matemática, seu enunciado compreendido em português (e ou
inglês), sua origem estudada em história, seu uso apresentado em ciências, então
retorna para a matemática para ser desenvolvido , disciplina na qual um novo
conceito será apresentado a partir do anterior e assim por diante, até que o aluno
possa ver as relações entre os conteúdos, pouco a pouco formando um todo.
Figura 4) Relação entre as disciplinas na Transdisciplinaridade
A APRENDIZAGEM DE LÍNGUA NA
INFÂNCIA
A aprendizagem de línguas, principalmente a primeira língua, passa por muitas
fases e são descritas de modo diferente de acordo com a crença de cada
teórico/pesquisador, psicopedagogo ou pedagogo.
De modo geral, ao redor do mundo, ainda que em diferentes idiomas a aquisição de
primeira língua pare ser similar. Estudos com bebês apontam para o fato de que a
criança parte da compreensão da língua e somente após essa compreensão é que
começa a falar. Algo possível de se notar no dia a dia ao observarmos um bebê.
Aos 8 meses aproximadamente o bebê dá tchau quando alguém dia tchau, manda
beijo quando alguém pede, porém ainda não fala as palavras que descrevem estas
ações (tchau, manda, beijo). Com 12 meses os bebês começam a dizer algumas
palavras, normalmente um adjetivo ou substantivo, algo que descreva o que ele
quer e apontam. Aos 2 anos começam a formular frases simples com 3 a 4
palavras. Observe que esse tempo é aproximado, depende de cada criança e do
estímulo recebido do ambiente em que vive.
Considerando-se a descrição anterior, podemos dizer que a linguagem da criança se
desenvolve em estágios, via de regra ela está relacionada ao desenvolvimento
cognitivo da criança. Um exemplo disso é o fato da criança só começar a usar
palavras como: ontem, hoje, agora, daqui a pouco etc., a partir do momento que
começa a entender o que é o tempo.
Quiz
Exercício