Você está na página 1de 4

Método intuitivo

O que é?

o Ensino intuitivo é a metodologia para educação dos sentidos, das coisas e experiência.

Objetivo?

O ensino não acompanhou a revolução industrial e as exigências sociais, então foi criado esse
método para resolver os problemas da incompetência do ensino, a revolução industrial
também trouxe para esse método materiais didáticos como suporte do ensino.

Esses materiais apresentados na segunda metade do século XIX, teve a participação de


diversos países incluindo o Brasil, tinha peças para a escola como quadros negros parietais;
caixas para ensino de cores e formas; quadros do reino vegetal; gravuras; objetos de madeira;
cartas de cores para instrução primaria; aro; Mapas; linhas; diagramas; caixas com pedras e
metais; madeira; louças e vidros; iluminação e aquecimento. Alimentação e vestuário etc.

Abílio César Borges era médico de formação, tendo desenvolvido suas ideias educacionais
praticando as nos colégios as experiências de outros países, as três viagens que fez à Europa
para observar o funcionamento das escolas, adquirir materiais didáticos e contratar
professores.

Abilio César Borges, Conhecido como O Barão de Macahubas fez parte desse movimento, ele
criou o famoso Ginásio Baiano em salvador e depois o colégio Abilio da corte no Rio de Janeiro.

Ele colocou vários aparelhos que foram usados nas escolas como, os globos de horas relativas
de Juvet, o globo de Perce, o telúrio de Mac-Vicar, e alguns inventado por ele mesmo como o
aritmômetro fracionário.

Para o uso desses materiais foram criados os manuais para os professores, o mais famoso
manual é do americano Norman Allison Calkins chamado de Primeiras lições de coisas 1}
edição foi de 1861, refolhudo em 1870 e foi traduzido por Rui Barbosa em 1881 e publicado no
brasil.

Segundo o método intuitivo “o ensino deve partir de uma percepção sensível” oferecer dados
sensíveis e perceber o que o aluno compreendeu. Por isso foi desenvolvidos ilustração para
objetos, animais ou suas figuras.

A Pedagogia do método intuitivo se manteve como referência até a primeira república, em


1920 surge a Escola Nova, porém sua propagação terá resistência a hegemonicamente da
igreja católica na década de 1930

O caso paradigmático do ensino privado O Barão de Macahubas


Em 1871 Abilio inaugurou seu colégio, que funcionou até 1880 no rio de janeiro, foi
fechado devido ao rompimento da sociedade e o aumento da febre amarela na região.

Ele se mudou para Barbacena onde abriu um novo Colégio Abílio que funcionou até
1888 pois o mesmo voltou para o Rio e ficou até sua morte lá.

Dia 15 de março de 1888 o filho de Abílio junto com seu irmão reabriu a escola do Rio
de Janeiro que foi extinto em 1911

De acordo com o plano de ensino da escola de Abilio os estudos estavam divididos em duas
seções: Instrução Primária e Instrução secundária

Instrução Primária era feita em 3 anos com as seguintes disciplinas

1º ano: leitura, aritmética catecismo, geografia, história santa, lições sobre as coisas,
prática da língua francesa, desenho e caligrafia, dança e ginastica, música vocal. A essa
programação o texto do plano de estudos acrescentava a seguinte observação:
“Durante esse primeiro ano os discípulos nunca a banca de estudo em silencio, o que
aprendem, aprendem a somente nas aulas, e sem constrangimento não tendo jamais
ligação passada, e estudada de véspera. Os dias correm para eles, ora nas aulas, ora
nas recreações

2º ano: leitura, caligrafia, ortografia, aritmética, catecismo, geografia, história santa e


do Brasil, prática de língua francesa, lições sobre as coisas, gramática portuguesa,
música vocal, desenho, dança ginástica e natação.

3º ano: leitura, caligrafia, ortografia, aritmética, catecismo, sistema decimal de pesos e


medidas, geografia, cosmografia, história santa e do Brasil, história natural, gramática
portuguesa, lições sobre as coisas, prática de língua francesa, música vocal, desenho,
dança, ginastica e natação.

Segundaria: A distribuição das disciplinas pelos sete anos previstos era a seguinte:
1º Ano: latim; francês teórico; francês prático; inglês; geografia física e cosmografia;
história geral; religião; gramática portuguesa; curso prático de aritmética; desenho;
dança; música vocal; ginástica e natação.

2° Ano: latim; francês; inglês; geografia e cosmografia; história geral; língua


portuguesa; curso prático de aritmética; religião; desenho; dança.

3 Ano: latim; inglês; inglês e francês (aulas práticas de conversação nessas línguas e
versão de uma para outra reciprocamente, de improviso; geografia física e política;
história antiga; cosmografia; história geral; língua portuguesa; curso prático de
aritmética; religião; desenho, dança; música; ginástica; natação.

4 Ano: latim; francês e inglês: geografia física e política; língua portuguesa: religião;
alemão (opcional); curso prático de aritmética; dança: música; ginástica e natação.

5º Ano: aritmética (curso especial superior); francês; inglês; história da Idade Média;
língua portuguesa; religião; alemão; ciências; desenho, música e dança.
6 Ano: álgebra; aritmética; filosofia; história moderna e contemporânea; francês e
inglês; noções de física, química e história natural; retórica; religião; alemão; desenho;
dança; música, ginástica.

7° Ano: geometria; trigonometria; filosofia; francês e inglês; economia social e política;


literatura; religião; alemão; desenho; dança; música

O Abílio era amigo do imperador Dom Pedro II que o nomeou por decreto real o Barão
de Macahubas no dia 30 de Julho de 1881, ele foi delegado do Brasil e participou do
Congresso Pedagógico internacional de Buenos áreas onde expos suas seu discurso
abordando dois temas.

A) Melhor qualidade de trabalho para os professores para obter uma boa formação
de professores nas escolas primarias com a criação de Internatos normais.
B) Melhorar os meios para sustentação das disciplinas e tornar as aulas interessantes
para os alunos como a exclusão dos prêmios e castigos, pois o mesmo observou
que os alunos continuavam com o mesmo comportamento e a mesma aplicação
de estudo.

As obras do Barão

1. Epitome da Gramática Portuguesa, 1860;

2. Epitome da Gramática Francesa, 1860; 3. Epitome da Geografia Física, 1863;

4. Primeiro Livro de Leitura, 1886; 5. Segundo Livro de Leitura, 1886;

6. Terceiro Livro de Leitura, Bruxelas, 1871;

7. Os Luziadas [sic] (texto com a supressão das estâncias que não devem ser lidas por
meninos), 1879;

8. Pequeno Tratado de Leitura em voz alta (tradução do texto de Ernesto Legouvé), 1879;

9. Desenho linear ou Geometria Prática Popular, 1876; 10. Novo Primeiro Livro de Leitura -
Leitura Universal, 1888;

11. Cantos-Ensino da Música nas Escolas, Colégios e Famílias, 1888;

12. Quarto Livro de Leitura (com a colaboração de Joaquim Abílio Borges),1890;

13. Quinto Livro de Leitura (com Joaquim Abílio Borges), 1890 (?) [ALVES,1942, pp. 146-161].

Você também pode gostar