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Material Teórico
Classificação e Sistemática de Pteridófitas
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Classificação e Sistemática
de Pteridófitas
• Introdução
• Evolução das Plantas Vasculares
• Grupos Extintos - As Divisões de Plantas Vasculares sem Sementes
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar uma visão geral sobre as principais características das
Pterifófitas, seus principais grupos, aspectos evolutivos e reprodutivos
deste grupo tão importante das plantas.
ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, entraremos no mundo da sistemática das plantas vasculares
sem sementes, as Pteridófitas! Aprofundaremos nosso conhecimento sobre
as plantas em um grupo que existe há milhares de anos e aprenderemos
muito sobre sua evolução, principais características e reprodução.
Contextualização
Conforme citado em capítulo anterior, segundo os registros fósseis e a opinião
de muitos pesquisadores, as plantas terrestres surgiram há cerca de 400 milhões
de anos e a primeira delas foi uma Pteridófita do gênero Rhynia. Apenas deste
fato já podemos observar a notável importância deste grupo de plantas durante a
evolução dos organismos vegetais.
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Introdução
Os grupos de plantas que discutiremos a partir de agora (Briófitas, Pteridófitas,
Gimnospermas e Angiospermas), comentados em módulo anterior são as,
comumente, chamadas de Embriófitas. Abordando especificamente o grupo
das plantas vasculares sem sementes - as pteridófitas, as quais possuem como
principais características serem todas criptógamas (plantas sem flores), vasculares e
conhecidas popularmente como o grupo das samambaias, avencas e plantas a fins.
Diferentemente das briófitas (discutidas no capítulo anterior), estas possuem como
geração duradoura o esporófito que tem maior desenvolvimento, diferenciação
anatômica e morfológica. Neste grupo, o gametófito apresenta-se como uma
lâmina verde que vive na superfície do solo, possuindo rizoides, que podem ser
subterrâneos e incolores, vivendo como saprófitas.
Utilize o site abaixo e encontre o Atlas de Sistemática de Criptógamas que mostra diversas
Explor
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UNIDADE Classificação e Sistemática de Pteridófitas
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Grupos Extintos - As Divisões de Plantas
Vasculares sem Sementes
As plantas vasculares sem sementes possuem três grandes divisões que se
encontram extintas: Rhyniophita, Zosterophyllophyta e Trimerophyta, as quais
prosperaram durante o Devoniano.
Quaternário
2 milhões
Terciário Lycophyta Outras Samambaias
6,5 milhões Herbáceas Gimnospermas
Cretáceo
144 milhões
Jurássico
213 milhões
Triássico
248milhões
Permiano
286milhões Pteridos-
Lycophyta
Carbonífero Permales
Pennsilvaniano Arbóreas
320milhões
Mississipiano
360milhões
Pró-Gimnospermas
Devoniano
Zostero-
Phyllophyta Trimerophyta
Rhyniophyta
408 milhões
Siluriano
Figura 2. Figura mostrando algumas das espécies extintas que viveram no Devoniano,
da esquerda para a direita Cooksonia, Rhynia e Zosterophyllum
Fonte: Raven (2001).
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UNIDADE Classificação e Sistemática de Pteridófitas
Divisão Rhyniophyta
A divisão das Rhyniophytas é o grupo das primeiras plantas vasculares
conhecidas que datam do período Siluriano Médio (cerca de 420 milhões)
e consistiam de plantas relativamente simples e similares com eixos simples e
dicotomicamente ramificados com esporângios terminais. Não apresentavam
diferenciação do caule, raízes e folhas e apresentavam homosporia.
Divisão Zosterophyllophyta
Outro grupo extinto de plantas vasculares sem sementes é o das Zostero-
phyllophyta que datam do período Devoniano Inferior ao Superior (cerca de
408-370 milhões de anos atrás) e assim como as Rhyniophytas não apresen-
tavam folhas e eram dicotomicamente ramificadas. Por terem caules aéreos re-
vestidos por uma cutícula e somente os caules que ficavam na região superior
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possuíam estômatos, é possível que esse grupo fosse composto por plantas de
ambiente aquático. Sugere-se que os ramos produzidos que ficavam mais abaixo
produziam ramos laterais que se dividiam; com isso, os ramos que cresciam para
baixo poderiam ter atuado como uma raiz, proporcionando sustentação e permi-
tindo maior expansão da planta. O nome do grupo provém da semelhança com
a Zostera, uma angiosperma marinha similar a uma gramínea.
Divisão Trymerophyta
As Trymerophytas são provavelmente as plantas ancestrais das progimnos-
permas, derivadas das Rhyniophytas. As Trymerophytas apresentavam tama-
nho superior e eram mais complexas em relação às Rhyniophytas ou Zoste-
rophytas e surgiram inicialmente no Devoniano Inferior (395 milhões de anos
atrás) e foram extintas no final do Devoniano Médio (20 milhões de anos após),
sugerindo que existiram durante um período curto no curso da evolução.
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Divisão Psilophyta
Esta divisão inclui dois gêneros, Psilotum e Tmesipteris, ambos atuais. O
primeiro gênero não apresenta raízes e nem folhas entre os representantes atuais.
Seu esporófito aéreo se ramifica dicotomicamente com pequenos apêndices em
forma de escama ou em forma de múltiplos rizoides. Apresenta homosporia e seus
esporângios são formandos nas porções finais dos ramos laterais. A partir dos
esporos, surgem os gametófitos que são bissexuados e similares ao rizoma, sendo
que, alguns contêm tecido vascular. Os anterozoides produzidos possuem flagelos
(multiflagelos) e precisam da água para fertilizar a oosfera.
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Divisão Lycophyta
Este grande grupo se originou no Devoniano, possivelmente das
Zosterophyllophytas. Dentre as Lycophytas atuais, podemos dividi-las em três
famílias: Lycopodiaceae, Selaginellaceae e Isotaceae.
Lycopodiaceae
A família Lycopodiaceae possui cerca de 400 espécies e habita desde regiões
do Ártico até os trópicos, em sua maioria constituída de plantas herbáceas,
com sistema radicular composto por raízes adventícias e caule do tipo rizoma.
O esporófito da maioria dos representantes desse grupo apresenta o rizoma
ramificado de onde partem caules aéreos e raízes adventícias, sendo que ambos são
protostélicos. Seus micrófilos possuem disposição espiralada e os esporângios se
dispõem individualmente sobre a região superior dos micrófilos férteis denominados
esporófilos, lembrando que possuem homosporia. Nos gêneros Huperzia e
Phlegmariurus, os esporófilos são similares a micrófilos estéreis e são difusos entre
si. Após a germinação, os esporos originam gametófitos bissexuados que possuem
morfologia gênero-dependentes e podem ser lobadas e verdes até estruturas
micorrizicas subterrâneas e não fotossintetizantes. A água é necessária para a
fecundação sendo que o anterozoide biflagelado nada para fertilizar o arquegônio.
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Selaginellaceae
A família Selaginellaceae possui um único gênero, Selaginella e cerca de 700
espécies, sendo a maioria habitante da região tropical.
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Isotaceae
A família Isotaceae é formada por apenas um gênero, o gênero Isoetes. O
hábito dessas plantas pode ser aquático ou crescer em áreas como lagos que
possuem estação seca.
Divisão Sphenophyta
Esta divisão, assim como a divisão Lycophyta, surgiu no Devoniano e atingiu
seu ápice de diversidade e abundância na Era Paleozoica e eram representadas, por
exemplo, pelas Calamites, que eram árvores de 18 metros de altura. Atualmente,
as Sphenophytas são representadas pelo gênero herbáceo de Equisetum com
15 representantes. São espécies popularmente conhecidas por cavalinhas e
habitam locais úmidos ou pantanosos e são facilmente reconhecidas pelo caule
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Divisão Pterophyta
A divisão Pterophyta inclui as samambaias e avencas e possuem abundância
com relação a sua distribuição em seus registros fósseis que datam desde o
Período Carbonífero até os dias de hoje. Atualmente, são representadas por
aproximadamente 11.000 espécies, sendo o maior grupo de plantas excluindo
as fanerógamas.
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ou iniciais estão localizadas na superfície do tecido que dará origem ao esporângio.
Essas células iniciais, então, irão se dividir e originar camadas de células, as quais
umas serão mais internas e outras mais externas. A camada mais externa por
divisões paralelas e perpendiculares irá construir o esporângio com várias camadas.
A camada mais interna origina uma massa de células irregularmente dispostas que
são provenientes das células-mãe dos esporos. Vale lembrar que os eusporângios são
maiores que os leptosporângios e contêm muito mais esporos e são característicos
de todas as divisões de plantas vasculares discutidas até este ponto.
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Filicales
Essa ordem difere das Ophioglossales e Marattiales por serem leptosporangiadas
e das samambaias aquáticas por serem homosporadas. Dentro desse grupo, estão
grande parte das samambaias familiares com cerca de 10.500 espécies.
Importante! Importante!
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Figura 15. Figura mostrando os esporos da espécie de Filicales.
Fonte: Wikimedia Commons
Samambaias aquáticas
Duas ordens de samambaias habitam o ambiente aquático: as Marsileales
e Salviniales que diferem estruturalmente entre si, no entanto, acredita-se que
surgiram a partir de ancestrais terrestres. Dentro desse grupo de pteridófitas
aquáticas, existem 5 gêneros e todos são heterosporadas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Introdução à Sistemática
https://goo.gl/qNhCDg
Ciclo Reprodutivo das Samambaias - Pteridófitas
https://goo.gl/xWwjhc
Ciclo Reprodutivo da Samambaia
https://goo.gl/43NBya
Ferns-Pteridophyte life cycle
https://goo.gl/ROOspU
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Referências
Raven, H, P.; Evert, R.F.; Eichhorn, S.E. Biology of Plants. 6 edição. Rio de
Janeiro. Ed. Guanabara Koogan, 2007. 906p.
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