Você está na página 1de 15

MANUAL DE TRATAMENTO DE CALÇADAS PÚBLICAS:

CIRCUITO ENTRE OS DOIS CENTROS URBANOS

ORIENTADOR:
PROF. DR. CRISTIANO ALEXANDRE DOS SANTOS

AUTORA
EDINÉA DE OLIVEIRA ANGELO

DIAGRAMAÇÃO E ARTE
MARIA LYGIA FERREIRA DE MOURA
INTRODUÇÃO

O Manual Técnico de Tratamento para Calçadas Públicas faz parte do Relatório de Conclusão do Programa de Pós-
Graduação em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio, Mestrado Profissional, da Universidade Estadual de Goiás -
Campus Cora Coralina (PROMEP/UEG).

O Manual
- surge da necessidade de repensar os conceitos de planejamento
urbano na cidade de Goiás, do ponto de vista da mobilidade humana;

- direciona para um dos circuitos de conexão entre o centro histórico e


o centro econômico do bairro João Francisco;

- aborda e emprega práticas de duas publicações:

- busca sensibilizar o poder público para enfrentamento dos principais


problemas encontrados no circuito entre os dois centros urbanos;

- objetiva oferecer subsídios para a formação, no sentido de tornar


aptos os projetistas e a mão de obra local sempre que intervir em
vias públicas, levando em consideração a diversidade das pessoas e
suas diferentes necessidades.
EDINÉA DE OLIVEIRA ANGELO
CIRCUITO ENTRE OS DOIS CENTROS URBANOS

No circuito proposto para aplicação do manual é


PRAÇA BRASIL
RAMOS CAIADO possível constatar inúmeras situações que
impedem a livre circulação de pessoas,
prejudicando a inter-relação de forma contínua
entre os dois centros urbanos.

Rua São Paulo

Rua Braz Abrantes

Rua Gonzaga Jaime

Rua Santos Dumont

Rua Damiana da Cunha

“ O que a cidade viva realmente precisa é uma


combinação de espaços públicos bons e
convidativos e certa massa crítica de pessoas
PRAÇA JOÃO que queira utilizá-los” (GEHL, 2015).
FRANCISCO

Vias públicas de acesso à Praça do João Francisco


Fonte: Disponibilizada pelo Prof. Dr. Pedro Alves Vieira - 2013
EDINÉA DE OLIVEIRA ANGELO
PARTE I
PARTE II
1. Conceitos básicos
2. Princípios da calçada
1.1. Mobilidade urbana, mobilidade humana e acessibilidade
2.1. Dimensionamento adequado
1.2. Pessoas com deficiência ou restrição permanente de
mobilidade 2.2. Acessibilidade universal

2.3. Conexões seguras

2.4. Sinalização coerente

2.5. Espaço atraente

2.6. Segurança permanente


Rua Moretti Foggia - GO Pça. João Francisco - GO
Fonte: Autora Fonte: Autora
2.7. Superfície qualificada
1.3. Barreiras na locomoção
2.8. Drenagem eficiente

Referências

Rua Damiana da Cunha - GO


Fonte: Autora

EDINÉA DE OLIVEIRA ANGELO


2. PRINCÍPIOS DA CALÇADA
Parte da via pública que destina-se a circulação dos pedestres, mobiliário, vegetação e placas de sinalização.

PRINCÍPIO DA CALÇADA COMO CONTRIBUÍ PARA A


O QUE É?
QUALIDADE DA CALÇADA

Dimensionamento adequado Uso de elementos para facilitar o acesso por todas as


pessoas

Acessibilidade universal Elementos urbanos que interligam as calçadas e Contribui para tornar o espaço urbano inclusivo
contribuem para a formação de uma rede

Conexões seguras Conjunto de sinais que orientam os pedestres no espaço Facilita e dá prioridade aos deslocamentos a pé
urbano

Conjunto de sinais que orientam os pedestres no espaço


Sinalização coerente Provê informações sobre a cidade na escala do
urbano
pedestre

Elementos que contribuem para tornar o espaço


Espaço atraente Motiva as pessoas a caminharem e permanecerem
agradável
no espaço público urbano

Aumenta a sensação de segurança nos


Segurança permanente Aspectos que conferem melhoria de segurança pública
deslocamentos a pé
ao ambiente urbano

Superfície qualificada Técnicas para assegurar um piso firme e regular Confere segurança e conforto para os
para o calçado pedestres

Drenagem eficiente Técnicas para promover o escoamento das águas Contribui para manter a funcionalidade da
pluviais calçada
EDINÉA DE OLIVEIRA ANGELO
Fonte: WRI Brasil
2.1 DIMENSIONAMENTO ADEQUADO

Visão geral da calçada Dimensão da faixa livre


Fonte: SÃO PAULO, Desenho universal e Fonte: SÃO PAULO, Desenho universal
acessibilidade na cidade de São Paulo e acessibilidade na cidade de São Paulo

Estabelecer dimensões adequadas as calçadas permite que diferentes


usos ocorram sem conflitos e que os equipamentos urbanos não se
tornem barreiras aos deslocamentos dos pedestres.

Faixa de serviço (1)


Faixa livre (2)
Faixa de acesso (3)
REBAIXAMENTO DA CALÇADA
2.2 ACESSIBILIDADE UNIVERSAL
1,20M [MÍNIMO]
REBAIXAMENTOS ALINHADOS COM A
FAIXA DE TRAVESSIA DE PEDESTRES

Inclui pessoas com as mais diversas


INCLINAÇÃO: 8,33%
[MÁXIMO]
características corporais e sensoriais: desde
pessoas com restrição de mobilidade, como
usuários de cadeira de rodas e idosos, até
pessoas com limitações temporárias, como um SINALIZAÇÃO
TÁTIL DE ALERTA
usuário ocasional de muletas, uma mulher
grávida ou pais com um carrinho de bebê. Rebaixamento da calçada
Fonte: WRI Brasil

Faixa elevada para travessia, ou rebaixamento total


da largura da calçada

Rua Santos Dumont/GO


Fonte: Autora
INCLINAÇÃO LONGITUDINAL Calçadas muito íngremes podem se tornar
obstáculos para pessoas com mobilidade reduzida.
- A inclinação longitudinal da faixa livre das calçadas
deve acompanhar a inclinação da via lindeira de
forma contínua.

Rua Braz Abrantes - GO


Fonte: Autora

Declividade acentuada
Fonte: SÃO PAULO, Desenho universal e
acessibilidade na cidade de São Paulo

Rua Damiana da Cunha - GO


Fonte: Autora
2.3 CONEXÕES SEGURAS O planejamento das conexões inclui não apenas os
equipamentos urbanos, mas também a operação das
Além das calçadas, o caminho percorrido pelos vias.
pedestres envolve também outros espaços urbanos,
travessias, becos, escadarias e pontos de parada do
transporte coletivo.

Confluência das Ruas: Santos Dumont, São Paulo e


Braz Abrantes - GO
Fonte: Autora

TRAVESSIA DE
PEDESTRES

ESQUINA PONTOS DE
PARADA DO
TRANSPORTE
COLETIVO

Coxões Seguras
Fonte: WRI Brasil

Rua São Paulo - GO


Fonte: Autora
2.4 SINALIZAÇÃO COERENTE

A sinalização utilizada nas cidades, geralmente,


orienta a circulação dos veículos motorizados. No
entanto, assim como os motoristas dos veículos,
pedestres também necessitam de informações
claras e coerentes para saber como se comportar e
se localizar no ambiente urbano.

Confluência das Ruas: Santos Dumont, São Paulo e


Braz Abrantes - GO
Fonte: Autora

SINALIZAÇÃO
INFORMATIVA

Sinalização coerente
Fonte: WRI Brasil
2.5 ESPAÇO ATRAENTE

Um espaço atraente é medido pela ambiência que o


espaço urbano transmite, pela facilidade de
deslocamento, pela possibilidade de permanência e
pelo significado que é criado no lugar.

vegetação - pavimento - locais de descanso

Se bem planejados, podem tornar as calçadas locais


Rua Pça. do João Francisco - GO
de interação social Fonte: Autora

VEGETAÇÃO MOBILIÁRIO
URBANO
Rua Pça. Maestro João Ribeiro - GO
Espaço atraente Fonte: Autora
Fonte: WRI Brasil
2.6 SEGURANÇA PERMANENTE 2.7 SUPERFÍCIE QUALIFICADA

A escolha do material do pavimento depende de

A intensidade de utilização das vias varia conforme o diversos fatores, como a função da calçada, o fluxo

tipo de uso do solo existente e o período do dia ou de pedestres, a topografia do local, o tipo de

da semana. subsolo, a periodicidade de manutenção e o uso e


ocupação do solo.

ILUMINAÇÃO PAVIMENTAÇÃO DA FAIXA LIVRE DEVE GARANTIR A


ACESSIBILIDADE

Segurança permanente Superfície qualificada


Fonte: WRI Brasil Fonte: WRI Brasil
Na área de estudo, principalmente os núcleos centrais, é muito
comum:
- calçadas pavimentadas com piso cerâmico
- retalhos em laje de pedra

Pça. Do Coreto - GO Rua Damiana da Cunha - GO


Fonte: Autora Fonte: Autora

Pça. do João Francisco - GO Pça. do João Francisco - GO


Fonte: Autora Fonte: Autora
2.8 DRENAGEM EFICIENTE

Um local alagado é impróprio para caminhada.


Calçadas que acumulam água tornam-se
As pessoas em geral buscam cotidianamente nas
inapropriadas para os pedestres, que acabam
cidades oportunidades de melhor qualidade de vida.
arriscando a sua segurança.
Por sua vez, as calçadas exercem um papel
fundamental como elemento de interação local,
desenvolvimento cultural e crescimento econômico.

Uma boa cidade é vista como aquela que atente um


tratamento igualitário, onde as pessoas encontram
diversidade social e compreende o outro, através do
convívio no mesmo espaço urbano.

Drenagem eficiente
Fonte: WRI Brasil
Jean Gehl

Como cidades já construídas fora do que seria a escala humana


podem ser repensadas e reabilitadas?

“A minha própria cidade, Copenhague, tem duas estratégias municipais muito fortes.
Uma delas é: nós seremos a melhor cidade do mundo para pessoas, nós faremos uma
cidade fantástica para caminhar, em todas as regiões e para qualquer idade. Nós
também faremos o melhor para a vida em comunidade”.

Você também pode gostar