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HISTÓRIA

JOSÉ LENALDO MOURA SILVA FILHO

A IMPORTÂNCIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS PARA A


COMPREENSÃO DA SOCIEDADE

Propriá/SE
2022
JOSÉ LENALDO MOURA SILVA FILHO

A IMPORTÂNCIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS PARA A


COMPREENSÃO DA SOCIEDADE

Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como


requisito parcial para a obtenção de média semestral nas
disciplinas norteadoras do semestre letivo.

Tutor (a): Janaina dos Santos Correia Rodrigues

Propriá/SE
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
2.1 RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO HUMANA............................4
2.2 A IMPORTÂNCIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS PARA A EMANCIPAÇÃO DO
HOMEM E PARA A COMPREENSÃO DA SOCIEDADE.............................................5
2.3 A REALIDADE REMANESCENTE DOS QUILOMBOS: UM EXEMPLO QUE
EXPLICA COMO AS CIÊNCIAS HUMANAS CONTRIBUI PARA ENTENDER A
SOCIEDADE.................................................................................................................6
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................7
REFERÊNCIAS.............................................................................................................8
LINK DO PADLET.........................................................................................................9
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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, as Ciências Humanas sofreram inúmeros ataques, os


quais tentaram desqualificar esse campo do conhecimento enquanto uma ciência
que produz pesquisas de extrema importância para a sociedade. Além disso, a
negligência ao estudo desta ciência atrapalhou o desenvolvimento de estudos e
pesquisas dentro da área, causando um grande impacto social. Por essa razão,
emergiu, ainda mais, a necessidade de se abordar a importância das ciências
sociais.
À luz deste cenário, esta produção possui como objetivo elucidar o papel
das ciências sociais no processo de compreensão das configurações sociais, a partir
de um olhar interdisciplinar que busca encontrar interfaces desta temática com a
Educação e a problemática da emancipação Humana, trabalhada por Adorno e Karl
Marx.
Para que isso seja possível, esta produção divide-se em três partes: (i)
relação entre educação e emancipação humana, em que o pensamento crítico
desenvolvimento no processo de aprendizagem permite a liberdade do indivíduo; (ii)
a importância das ciências humanas para a emancipação do homem e compreensão
da sociedade, parte esta que explora de forma mais ampla as contribuições dessa
área do conhecimento; e, por fim, (iii) realidade dos remanescentes de quilombos,
em que se exemplifica, a partir de uma problemática real, a imprescindibilidade das
ciências humanas.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO HUMANA


A emancipação, de acordo com o Dicionário, é qualquer ato de libertação.
De forma semelhante, Adorno (1995 apud AMBROSINI, 2012) afirma que a
emancipação humana consiste no meio pelo qual haveria a possibilidade de
rompimento e superação do modelo social do capital presente na nossa
sociedade e a instauração de um novo modelo social em que acabaria com a
dualidade do homem na sociedade.
De forma mais ampla, a emancipação humana está relacionada à
organização da sociedade capitalista, modelo este denunciado por Karl Marx, e
por suas contradições sociais, as quais mantém o homem em contraposição ao
outro, em uma luta entre opressores e oprimidos. Nesse sentido, Marx (2006
apud AMBROSINI, 2012) afirma que assim como na sociedade medieval havia a
condição de luta entre senhor feudal e servo, o qual era oprimido, na sociedade
moderna também haverá uma nova condição de opressão, transformada para os
moldes de produção capitalista: a burguesia e o proletariado são lados
antagônicos.
Nesse contexto, Adorno entende a emancipação como um projeto que
insere a libertação de todos os homens, através do reconhecimento da
liberdade, havendo uma relação direta com a independência econômica, com a
participação de homens e mulheres no mundo do trabalho em escala social.
Assim sendo, a emancipação humana relaciona-se com a ação política, afetivo-
emocional e social. Portanto, para emancipação humana só é possível quando o
indivíduo tomar consciência da situação social na qual está inserido e o
individual for superado e, coletivamente, determina-se como ser universal.
Para isso, é necessária uma nova consciência política e social, e isto,
exigiria uma formação integral do homem e de suas potencialidades, o que
ocorre através da Educação (ARAÚJO, 2021). Dessa maneira, a Educação
torna-se um meio pelo qual os indivíduos podem se apropriar dos
conhecimentos já produzidos pela humanidade, a partir de um pensamento
crítico acerca da superação dessa desigual forma de sociabilidade e na
perspectiva de uma sociedade em que o ser humano seja livre e não mais
submetido ao capitalismo. Portanto, há uma intrínseca relação entre educação e
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emancipação humana: esta última apenas é possível através de uma educação


crítica e transformadora.

2.2 A IMPORTÂNCIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS PARA A EMANCIPAÇÃO DO


HOMEM E PARA A COMPREENSÃO DA SOCIEDADE

As ciências humanas podem ser entendidas como um campo de estudo


que possui como finalidade estudar o ser humano e todos os seus aspectos,
sendo chamadas de “Humanas” devido a esse caráter múltiplo. Em outras
palavras, as ciências humanas vão explorar o homem enquanto ser social, isto
é, que está inserido em uma sociedade, em que realiza interações e
transformações. Desse modo, falar em ciência humana é falar em compreensão
do homem e da sociedade.
Consoante a isto, o filósofo Renato Ribeiro, citado por Costa (2020),
afirma que “são as ciências humanas que tratam do convívio das pessoas”. A
partir do momento em que esse campo do saber define o homem na sociedade
como objeto de estudo, este passa a possibilitar o conhecimento acerca da
história, do homem, da sociedade, da geopolítica, da arte e da literatura. Esses
conhecimentos fornecem um arcabouço de informações capazes de transformar
os indivíduos em seres mais críticos, conhecedores da realidade em que estão
inseridos.
Nesse sentido, as ciências humanas produzem conhecimentos a partir do
questionamento e crítica ao sistema, compartilham os conhecimentos
construídos e possibilitam que as pessoas questionem e critiquem a sociedade.
Desse modo, as ciências humanas são importantes para a emancipação do
homem, pois permite a tomada de consciência das configurações sociais e suas
implicações, contribuindo para seres mais críticos e reflexivos, capazes de lutar
pela sua emancipação libertadora.
Desse modo, entende-se que as ciências humanas possuem métodos
capazes de investigar as causas das configurações sociais, explicando o mundo
social no qual os indivíduos vivem e de que maneira é possível superar essas
determinações sociais que foram estabelecidas ao longo da história por um
grupo dominante. Para encerrar essa reflexão, cabe citar a seguinte explicação
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do historiador João Paulo Garrida, citado por Costa (2020), acerca do papel dos
cientistas da área das Ciências Humanas, ressoando os pensamentos de Marx
acerca da emancipação humana e da compreensão da sociedade.
“Como é possível um pobre não apenas votar, mas endossar
entusiasticamente projetos políticos voltados exclusivamente à prosperidade
material dos ricos? Pergunte a um sociólogo. Por que quase ninguém ousa
falar abertamente contra a ‘democracia’, embora ela seja abominada e
combatida por tantos? Pergunte a um cientista político. Por que grupos
sociais já desfavorecidos que assistem ao declínio cotidiano de sua
condição reforçam a lógica de exclusão, por exemplo por meio do consumo
de certas mercadorias e serviços? Pergunte a um antropólogo” (COSTA,
2020).

2.3 A REALIDADE REMANESCENTE DOS QUILOMBOS: UM EXEMPLO QUE


EXPLICA COMO AS CIÊNCIAS HUMANAS CONTRIBUI PARA ENTENDER A
SOCIEDADE
Segundo a Cartilha de Povos e Comunidades Tradicionais (2013), os
remanescentes de quilombos podem ser entendidos como um grupo étnico que
faz parte das comunidades tradicionais. É importante salientar que quilombos se
referem a comunidades que surgiram a partir de uma luta de resistência
territorial, cultural e social. Desse modo, entende-se que esse povo é
historicamente excluído, na medida em que desde suas origens enfrenta
desigualdades sociais
Como dito, as comunidades quilombolas surgiram como uma forma de
resistência, origem está que ressoa até os dias atuais nós remanescentes
quilombolas, os quais outorgam a sua identidade quilombola uma possibilidade
emancipatória (SCHMITT; TURATTI; CARVALHO, 2002), ou seja: ser
quilombola é buscar a liberdade.
Atualmente, a maioria das Comunidades Remanescentes de Quilombo
lidam com elevadas taxas de desigualdade, sobretudo no que diz respeito a
questões de cunho socioeconômico, tais como a disputa por territórios com o
setor agrícola, o preconceito e a falta de políticas públicas voltadas para a
Educação e Saúde.
Nesse contexto, as ciências humanas atuam como investigadoras das
razões para que a permanência dessa opressão e desigualdade sejam fortes no
Brasil e quais são os fatores que intensificam essas questões. Além disso,
também cabe ao pesquisador das ciências humanas propor possíveis soluções
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que auxiliem esses povos, sendo um exemplo o incentivo e a luta pela criação
de políticas públicas educacionais para o povo quilombola.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As reflexões realizadas ao longo desta produção permitiram visualizar a


importância das Ciências Humanas para a compreensão do homem e da
sociedade, na medida em que apenas através desta área de conhecimento é
possível entender como as atuais configurações sociais se estabeleceram, quais
são seus impactos nos indivíduos e quais caminhos percorrer para superar
desafios sociais.
Primeiramente, pode-se observar que a Educação, como parte das
ciências humanas, é fundamental para que os indivíduos consigam sua
emancipação, ou seja, sua liberdade das amarras do sistema atual, responsável
pelas desigualdades encontradas na sociedade. Além disso, também se notou
que os estudos realizados pelos profissionais das ciências humanas são
imprescindíveis para propagar os conhecimentos críticos da sociedade.
Como forma de ampliar esses pensamentos teóricos, concluiu-se que a
situação vivenciada por povos remanescentes de quilombos, os quais enfrentam
diversas opressões sociais, é um excelente exemplo de como os estudos sociais
podem auxiliar para compreender a sociedade. Por fim, espera-se que esta
produção possa auxiliar da divulgação das ciências humanas enquanto
essenciais para a sociedade.
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REFERÊNCIAS

AMBROSINI, Tiago Felipe. Educação e Emancipação Humana: uma


fundamentação filosófica. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, v. 12, n. 47, p.
378-391, set. 2012. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640058/7617
Acesso em:

ARAÚJO, Alberto Filipe et al. A educação na contemporaneidade: entre a


emancipação e o retrocesso. Revista Brasileira de Educação, v. 26, Maio 2021.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-24782021260028 Acesso em:

CARTILHA DOS POVOS E DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS. Coordenadoria


de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS). Ministério Público de Minas Gerais,
2013. Disponível em:
http://www.caa.org.br/media/publicacoes/PUBLICACAO_ESPECIAL_DIREITOS_DO
S_POVOS_E_COMUNIDADES_
TRADICIONAIS_oibAP6o.pdf. Acesso em:

COSTA, Claudia. As sociedades não evoluem sem as Ciências Humanas. Jornal


da USP. Maio, 2020. Disponível em: https://jornal.usp.br/cultura/a-sociedade-nao-
evolui-sem-as-ciencias-humanas/. Acesso em:

SCHMITT, A.; TURATTI, M. C. M.; CARVALHO, M. C. P. A atualização do


conceito de quilombo: identidade e território nas definições teóricas. Ambiente &
Sociedade, Campinas, SP, n. 10, p. 129-36, jan./jun. 2002. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
753x2002000100008. Acesso em:
10

LINK DO PADLET

https://padlet.com/Atividadefaculdade/xch1ffn44wf77dzk

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