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Sistema de Ensino Profissional CEDTEC

Joanilson Tedesco Junior

TOMOGRAFIA

Serra- ES
2022

História da Tomografia Computadorizada (TC)


O advento da tomografia computadorizada (TC) é considerado uma

das grandes inovações no campo da radiologia desde o anúncio dos

raios X, por Wilhelm Conrad Röntgen, em 1895. Essa técnica de

imagens por secção permite o diagnóstico com melhor percepção da

área a ser avaliada, aumentando as chances de assertivas quanto ao

planejamento de tratamento e ao controle.

Apenas nas décadas de 1960 e 1970, com os relatos de Allan Cormack

e Godfrey Hounsfield, desenvolveu-se o primeiro tomógrafo, que lhes

rendeu o Prêmio Nobel em Medicina em 1979. Entretanto, estudos

sobre conceitos básicos de TC datam de 1917, com o estudo de Johann

Radon e suas reconstruções matemáticas.

Em 1980, pesquisas apresentaram avanços no uso da TC,

demonstrando eficiência para o diagnóstico de câncer de pulmão.


Além disso, a técnica passou também a ser utilizada para o

diagnóstico de lesões cerebrais.

Atualmente, a TC é um dos mais importantes métodos de diagnóstico:

possibilita aquisição de imagens em cortes, sem sobreposições, com

melhor contraste entre os tecidos do que a radiografia convencional,

permitindo a observação da topografia total da área de interesse.

Permite, assim, melhor visualização de uma estrutura específica ou de

regiões de tecido mole que, com outras técnicas, não poderiam ser

observadas.
Conceitos

Conceitualmente, “tomografia” é uma palavra de origem grega: “tomos”


significa “corte”, e “grafia” significa “imagem”. O termo foi adotado em 1962 pela
Comissão Internacional em Unidades e Medidas Radiológicas (ICRU)

Cada corte tem a finalidade de determinar a composição de uma única


secção do corpo e é formado por um conjunto de elementos de imagem digital,
denominados pixels. A quantidade e a espessura dos cortes estão diretamente
relacionadas ao tamanho dos pixels, influenciando na qualidade final da imagem.
Com um conjunto de pixels forma-se a imagem tridimensional, com os elementos
cúbicos de imagem denominados voxels.
Antes da aquisição das imagens, é necessário estabelecer o protocolo a ser
seguido. Isso inclui as seguintes variáveis, passíveis de serem alteradas de acordo
com a área a ser estudada:

• Espessura do corte (espessura da fatia) – influencia diretamente na


qualidade final da imagem.

• Campo de visão (FOV) – corresponde ao tamanho do campo visual,


podendo ser colimado de acordo com a região a ser escaneada.

• Intervalo de reconstrução – corresponde ao espaçamento entre os cortes,


que sofre interpolação (superposição), tornando possível a reconstrução do volume
a partir da união de vários cortes. Quanto menor for o intervalo de reconstrução,
melhor será a RMP obtida.

• Matriz da imagem – representa o número de pixels que formam a imagem,


de acordo com o tomógrafo. Quanto maior é a matriz, menor é o pixel e maior é a
riqueza de detalhes da imagem. Entretanto, maior também é a quantidade de dados
a ser processada, requerendo mais tempo e maior capacidade de armazenamento.

A fonte predominante de ruído é a variação do número de fótons de raios X


detectados. Portanto, depende da eficiência dos detectores e do fluxo de fótons de
raios X que os atinge.

O fluxo de fótons de raios X é determinado pelos seguintes fatores:


• Tensão aplicada no tubo de raios X, pela corrente no tubo de raios X

– Fase de produção dos raios X;

• Filtro físico;

• Espessura do corte, espessura e composição da região do corpo a ser


estudada – fase de interação dos raios X com a matéria.

São reconhecidas quatro gerações de tomógrafos convencionais

Primeira geração: fonte e detector são deslocados linearmente cerca de 1


grau para cada nova aquisição. Ao final, há uma varredura de 180 graus ao redor do
paciente. Assim, o tempo de varredura é longo, e a imagem apresenta um único
plano de corte.

Segunda geração: obedecia ao mesmo regime de trabalho da geração


anterior, com aumento no número de detectores. Isso possibilitou redução
considerável do número de posicionamentos, passando de 180 para 6. Houve
redução no tempo de varredura e, consequentemente, no tempo de exame.

Terceira geração: apresentou como diferencial a conformação em arco


móvel do conjunto de detectores que, juntamente com a fonte de raios X,
descreviam um giro de 360 graus em torno do paciente.

Quarta geração: foi implementado o anel de detectores fixo. Houve uma


melhora significativa na imagem, diminuindo a geração de artefatos devido a
problemas mecânicos.

Quinta geração: Rotação continua. Movimento de translação da mesa.


Tempo de sub-segundo na aquisição. Tubo com apenas um foco.

Uma fileira de detectores, exames com menos filmes.

Sexta geração: Rotação contínua do tubo translação da mesa. Tubo com


duplo foco. Dupla fileira de detectores. Redução do tempo de escaneamento.
Scanners de sexta geração com capacidade helicoidais e com quatro bancos
paralelos de detectores, capazes de obter quatro cortes de TC em uma rotação do
tubo de raio x. Vantagens desse método é a velocidade de obtenção de imagens.
Essa obtenção mais rápida de imagens torna possíveis.

Vantagens

As vantagens da TC, fazendo referência à TC espiral, partem da contínua


aquisição de dados em um curto tempo de escaneamento. Com a TC convencional,
pequenas lesões não eram notadas, principalmente devido ao erro causado pela
respiração do paciente. Entretanto, com a TC espiral, o mesmo volume pode ser
observado em um mesmo intervalo de respiração, eliminando movimentos. O uso da
técnica de interpolação de imagem aperfeiçoou a visualização de pequenas lesões,
eliminando efeitos de volume parcial. Quando a colimação é fina, imagens
bidimensionais (2D) podem ser geradas em vários planos, e são geradas
reconstruções 3D de boa qualidade.

Com o curto tempo de escaneamento, pode-se usar contraste intravenoso


com maior efetividade, fornecendo maior contraste ou diminuição no volume do
material de contraste a ser utilizado. Isso trouxe avanço significativo na detecção de
lesões hepáticas e pancreáticas. O alto contraste vascular também é fundamental
para a angiografia por TC, método possível somente com a TC espiral. A aquisição
em volume e o pouco tempo de exame são fundamentais para capturar o realce do
contraste arterial e gerar imagens vasculares tipo angiografia.

Desvantagens

As desvantagens da TC recaem sobre aparelhos antigos que necessitam de


menor dose de radiação por rotação, podendo levar a uma baixa qualidade da
imagem. Aparelhos mais modernos empregam tecnologia avançada em fonte de
radiação, não havendo tal limitação. Apesar de o tempo de escaneamento ser curto,
há mais dados a serem processados, o que pode aumentar o tempo para
reconstrução da imagem. Aparelhos modernos requerem aproximadamente
Reconstrução 3D de uma angiografia por TC para avaliação de obstrução das
artérias coronarianas.

O curto tempo de exame também pode complicar a administração de


contraste médio, podendo ocorrer novos tipos de artefato. Uma técnica errônea na
aplicação do contraste pode gerar um resultado falso ou aquém do real. Mesmo em
tomógrafos mais modernos, os artefatos metálicos ainda representam grande
limitação para interpretação da imagem. Os metais atenuam os raios X, formando
imagens hiperdensas pronunciadas e interferindo na imagem.

Tipos de tomografia

O método tomográfico de detecção de imagens pode ser elencado em mais


de 40 variações diagnósticas a fim de analisar inúmeras estruturas corporais, além
de poder ser utilizado como suporte durante diversos procedimentos invasivos.
Rotineiramente, pode-se realizar a tomografia com ou sem contraste com foco em
áreas específicas do corpo.

Quando a primeira tomografia computadorizada foi criada, a imagem


demorava muito para ser gerada. Esse tipo ainda hoje é conhecido como
convencional e nele cada vez que o tubo gira é feito uma imagem do paciente.
Como o passar dos anos, especialistas criaram a tomografia helicoidal (espiral), que
lembra muito a espiral de um caderno, na qual o paciente passa no túnel, o tubo gira
e adquire as imagens de forma helicoidal.

Para que serve a tomografia

O exame de tomografia pode ser feito em diversas partes do corpo e com


finalidades diagnósticas muito diferentes. O médico pode recomendar uma
tomografia computadorizada para ajudar a:
 Diagnosticar distúrbios musculares e ósseos, como tumores ósseos e
fraturas identificar a localização de um tumor, infecção ou coágulo sanguíneo
 Orientar procedimentos como cirurgia, biópsia e radioterapia
 Detectar e monitorar doenças e condições como câncer, doenças
cardíacas, nódulos pulmonares e massas hepáticas
 Monitorar a eficácia de certos tratamentos, como o tratamento do
câncer
 Detectar ferimentos internos e sangramento interno.

Como é feita a tomografia

O exame de tomografia é feito por um técnico de radiologia e depois


analisado por um médico. Antes de fazer o procedimento, o paciente deve responder
um questionário ou fazer uma entrevista médica.

Ao entrar na sala da tomografia computadorizada, primeiramente é feito um


raio-x do local onde as imagens são adquiridas e então são escolhidos os planos de
corte, onde começa e termina a aquisição de imagens.

“Depois disso o paciente se deita na mesa, que passa dentro do túnel que
adquire as imagens. O paciente pode receber instruções específicas, como encher o
peito de ar e segurar”.

A duração do exame varia de acordo com a área estudada, a idade do


paciente, a capacidade de se manter imóvel durante o exame e o equipamento
utilizado. Contudo, o tempo varia entre 30 e 50 minutos.

Quando a tomografia é indicada?

A tomografia computadorizada tem inúmeras indicações clínicas, sendo que as


principais são para:

Sistema corporal ---Condições


Cérebro e medula espinhal --- Defeitos congênitos; Hemorragia cerebral;
Abscessos cerebrais; Tumores cerebrais; Hidrocefalia; Ruptura ou hérnia de disco;
Fraturas da coluna vertebral; Derrame (isquêmico).

Trato digestivo --- Apendicite; Bloqueios no intestino; Diverticulite; Pancreatite;


Tumores.

Olhos --- Objeto estranho no olho; Infecções no globo ocular e infecções em


volta da cavidade ocular (órbita); Tumores da cavidade ocular (órbita) ou do nervo
óptico.

Coração e vasos sanguíneos --- Aneurisma da aorta; Dissecção aórtica.

Rins e trato urinário --- Hemorragia nos rins ou em volta dos rins; Pedras nos
rins ou no trato urinário; Tumores nos rins ou em volta dos rins.

Fígado --- Esteatose hepática (excesso de gordura no fígado); Tumores


hepáticos.

Pulmões --- Bronquiectasia (dilatação das vias aéreas); Enfisema; Tumor


pulmonar; Pneumonia; Embolia pulmonar.

Músculos e ossos --- Fraturas e outros problemas com ossos e tecidos moles.

Dose de Radiação

Existem diversas variáveis para descrever a dose de radiação para o paciente, mas
as mais significativas são dose local, dose total e dose efetiva.

A dose local é a ferramenta que indica a média de dose a que o paciente é


submetido em determinada região escaneada. Essa medida é expressa em miliGray
(mGy). Essa variável permite a comparação direta entre dose de radiação e
parâmetros de escaneamento, mesmo entre aparelhos de diferentes fabricantes.
Entretanto, não indica a dose precisa de um paciente individualmente; é preferível
como índice de dose para um aparelho e um exame em particular.

A dose total é a dose acumulada (total de energia) transferida ao paciente. Essa


medida considera não somente a média de dose por área escaneada, mas também
o comprimento da região de interesse.

A dose efetiva pode ser estimada a partir de um padrão masculino ou feminino e de


um modelo matemático aplicado por uma variedade de programas disponíveis no
mercado.

Preparo do paciente para realizar o exame de tomografia

De forma geral, antes de fazer a tomografia deve-se realizar jejum conforme a


orientação do médico assistente, podendo ser de quatro a seis horas para que o
contraste seja melhor absorvido.

Além disso, o uso da medicação hipoglicemiante metformina deve ser


suspenso 24 horas antes da realização do exame, uma vez dada a potencial reação
com o contraste iodado.

O contraste é necessário em algumas tomografias para ajudar a destacar as


áreas do corpo que estão sendo examinadas. O material de contraste bloqueia os
raios X e aparece branco nas imagens, o que pode ajudar a enfatizar vasos
sanguíneos, intestinos ou outras estruturas. O contraste pode ser administrado:

 Via oral: se o esôfago ou estômago estiver sendo escaneado, pode ser


necessário engolir um líquido que contenha material de contraste. Esta bebida pode
ter um gosto desagradável
 Por injeção: os agentes de contraste podem ser injetados através de
uma veia do braço para ajudar a vesícula biliar, o trato urinário, o fígado ou os vasos
sanguíneos a sobressair nas imagens. Sensações de calor durante a injeção ou
gosto metálico na boca são comuns
 Por enema: um material de contraste pode ser inserido no reto para
ajudar a visualizar os intestinos. Este procedimento pode provocar inchaço e
desconforto

Possíveis complicações/riscos

Os benefícios do diagnóstico da tomografia superam significativamente os


riscos. As tomografias podem diagnosticar condições possivelmente ameaçadoras à
vida.

No entanto, a tomografia produz radiação ionizante (uma forma de radiação


que tem o potencial de prejudicar o tecido vivo). Este é um risco que é aumentado
com o número de exposições somadas ao longo da vida do indivíduo. No entanto, o
risco de desenvolver câncer a partir da exposição à radiação é geralmente pequeno.

Em algumas pessoas, o contraste pode causar efeitos colaterais como:

1. Alergia
2. Sensação de calor ou rubor
3. Gosto metálico
4. Tontura
5. Náusea
6. Urticária.

O que pode ser detectado na Tomografia

Uma dúvida comum quando o assunto é tomografia computadorizada diz


respeito a quais doenças podem ser detectadas pelo exame.
As indicações da TC são variadas: o exame serve, por exemplo, para auxiliar
no diagnóstico de doenças musculares e ósseas, identificar tumores, infecções e
coágulos e monitorar problemas de saúde e lesões.

Conheça alguns dos principais tipos de tomografia e para que servem:

Tomografia do pulmão: serve para avaliar a saúde dos pulmões, permitindo


detectar alterações como infecções, nódulos e tumores. Também é usada para o
diagnóstico precoce do câncer de pulmão.

Tomografia do tórax: diagnostica alterações ósseas, fraturas, hematomas,


tumores e outros problemas na área do tórax, incluindo o tecido pulmonar. O exame
também auxilia no diagnóstico da covid-19, permitindo analisar os danos pulmonares
causados pela doença já no princípio da infecção, tanto em quem tem o diagnóstico
confirmado quanto naqueles com suspeita.

Tomografia do crânio: permite investigar traumas, infecções, ocorrência de


hemorragia, presença de aneurismas e hidrocefalia, dentre outros.

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