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Deficiência
a para Pessoas com
Natação Terapêutic ade
Equipe André Trind
Natação e TEA
8 Atividades para
colocar em prática
Introdução E-BOOK
Estudos recentes apontam que crianças com TEA entre 6 e 11 anos realizam
atividade com menor frequência quando comparados com crianças da
mesma idade na população geral, podendo impactar em alterações de saúde
ou taxas elevadas de sobrepeso e obesidade. Desta forma, a atividade física
orientada tem sido importante para amenizar este quadro, além de contribuir
positivamente para as questões encontradas no TEA, como as dificuldades
na coordenação motora, as estereotipias, os episódios de agitação,
interesses restritos e nas dificuldades de interação social.
Descrição: O profissional deverá mostrar um objeto ao aluno e explicar que cada um corresponde a uma ação a ser
executada. Deixe separado 3 brinquedos de bichinhos que são utilizados na piscina. Aqui na proposta temos o cachorro
com a ação do abraço, a galinha, na qual, deve ser executado o movimento que ela faz com as asas e o coelho com a
ação de saltar na água ou fazer a imersão. Além disso, podemos incluir um objeto com a cor vermelha para simbolizar o
movimento de estátua. Inicialmente é interessante que o profissional faça com seu (sua) aluno (a) de forma individualizada
e explique como funciona o jogo. Então, você irá esconder os objetos e mostrar um de cada vez para ser realizada a ação.
Por exemplo o cachorro, vocês dois dão um abraço.
Quando a criança já compreendeu bem a atividade podemos incentivar a fazer junto com outros amigos e assim
conseguimos contribuir um pouco mais nas relações sociais. Primeiramente esse contato se dá com o profissional e cabe
a ele intermediar para estimular a melhora dessa relação, familiarizando a criança com espaço e com as pessoas a sua
volta no ambiente aquático.
Descrição: Nesta atividade é muito importante você conhecer bem a criança e o que ela mais gosta de fazer. Porque a
ideia é mudar o foco dela em situações de agitação e até mesmo em momentos que podem desencadear uma crise.
Quando você conhece a estratégia certa para aquela criança você consegue ter um ótimo resultado para evitar situações
de comportamentos inadequados. Por exemplo: Eu sei que aquela criança gosta de um brinquedo específico ou tem
alguma atividade preferida, então, posso utilizar ao meu favor, quando percebo que está ficando agitada.
Uma aluna no começo da adaptação não queria usar a touca, então eu disse para a mãe que quando ela estivesse mais
adaptada a piscina poderíamos tentar novamente, pois isso estava desencadeando muita agitação. Após 4 meses e ela
bem adaptada a piscina, cheguei na mãe e disse que era o momento de começar a estimular o uso da touca. Como a mãe
disse que não conseguia e que ela não deixava, eu disse que iria estimular nas aulas.
Nesse momento eu comecei uma verdadeira saga, colocava a touca na cabeça dela e ela jogava longe e nisso foram
várias tentativas, não contei a quantidade, mas foram diversas vezes que fui buscar a touca bem distante. Tentei de
diferentes formas, fora da água, dentro da água, ela segurando na barra, sentada na borda, em cima da plataforma. A
mesma ação acontecia, a touca era arremessada longe e eu ia atrás, até que tive uma ideia, segurar a touca com as duas
mãos e não deixar ela conseguir arremessar, mas foi um fiasco e quase tomei uma mordida. Então, após 25 longos
minutos peguei o tapete e já tinha deixado a touca de lado, ela começou a brincar e se divertir, eu pensei vou tentar
colocar a touca e se ela jogar longe não vou insistir, pois não quero que vá embora estressada, por incrível que pareça, ela
ficou bem os 4 minutos finais da aula com a touca na cabeça. Sucesso. A mudança de foco que ela precisava era o
tapete. Na aula seguinte a saga durou apenas 5 minutos, mas mesmo em cima do tapete ela estava resistindo, então
comecei a jogar água com o regador e funcionou, fez o restante da aula com a touca.
Hoje em dia é engraçado porque ela chega com touca na mão para eu colocar na cabeça dela e quando a touca sai em
um mergulho por exemplo, ela entrega na minha mão para eu colocar. Até brinco as vezes e fujo dela, mas ela me alcança
e entrega a touca. Uma história do Profº Reinaldo Jr.
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ATIVIDADE 3: Reforçador como estratégia E-BOOK
Descrição: Ao identificar a fixação ou interesse restrito por algum objeto/brinquedo, o profissional deve utilizá-lo
como referência e POTENCIAL para o desenvolvimento das aulas. Como exemplo, quando o aluno tem interesse
por algum desenho (Thomas e seus amigos - A Locomotiva do Canal Discovery Kids) o professor poderá
confeccionar em material EVA o modelo que representa o desenho e colar na borda da piscina.
Importante ressaltar que o objetivo desta atividade é facilitar o desenvolvimento e utilizar a estratégia para a
evolução do aluno e não como um reforçador negativo. Aos poucos o objeto/brinquedo pode ser substituído ou
retirado do ambiente aquático para que as habilidades sejam estimuladas de outras formas e de maneira
independente.
Da mesma forma, o professor pode utilizar a fixação a seu favor em situações onde o aluno (a) apresenta
comportamentos agitados (como mencionado anteriormente), não como recompensa, mas ao identificar uma
possível crise de agitação ou ansiedade, o brinquedo pode facilitar o vínculo entre aluno e professor.
Antecipe-se. Identifique. Estimule.
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ATIVIDADE 4: Afetividade E-BOOK
Objetivo: Estimular a afetividade (Olhar nos olhos, abraço e cumprimentos como aperto de mão e beijo no rosto).
Descrição: Os participantes em duplas deverão sinalizar com os dedos das mãos, os números de 1 à 4 ao
mesmo tempo, similar ao “Jokenpô”. Cada número equivale a uma ação, que deverá ser reproduzida quando os
números escolhidos coincidirem. Por exemplo os dois colocaram o número 1 ao mesmo tempo, então deverão
olhar nos olhos do amigo (a).
Objetivo: Estimular a coordenação motora fina, reconhecer o contato com novas textura, explorar o tato e a coordenação
óculo-manual.
Descrição: A própria água já envolve uma grande questão sensorial para as crianças com TEA, mas também podemos
potencializar essas sensações. Como por exemplo, combinar um dia para que a criança entre com roupa na piscina, isso
irá trazer outra experiência em seus sentidos, além disso, podemos nessas questões trabalhar a segurança aquática
simulando essa situação de entrar com roupa na piscina e sair. Nadar e buscar a borda, nadar em diferentes posições.
Nas questões sensoriais na água podemos utilizar materiais de diferentes texturas, materiais, formas, cores e tamanhos
variados. Por exemplo nas texturas podemos utilizar bolinhas lisas, áspera, com cravinhos, com espuma, leve, pesada,
etc.
Podemos cruzar esses estímulos, como por exemplo com uma mão manipular uma bola lisa e na outra uma bola áspera.
Isso vale para os outros materiais. Dessa forma, potencializamos a experiência sensorial durante as nossas aulas.
Descrição: Geralmente as crianças com TEA apresentam atrasos motores em diversas habilidades.
Podemos criar um circuito do lado de fora (na borda da piscina) para que a criança passe pelos
obstáculos. Como exemplo, um circuito montado para o começo da aula, no qual a criança tenha que
passar por cima de um obstáculo, engatinhar, fazer zig zag entre as pool boias, andar por cima de uma
plataforma e ao final descer com a contagem de 1, 2, 3 e já. Podendo até ajudá-la a descer com um
abraço. Além disso, para facilitar a compreensão do participante pode ser incluído algumas pistas visuais
como setas em E.V.A, instruções verbais e visuais (demonstrando o que deve ser feito) se for preciso e
também dar a mão para direcionar os movimentos do (a) aluno (a).
Descrição: Um jogo muito simples, porém, para muitas crianças com TEA não é nada fácil. É uma
atividade que a criança deverá manter o contato visual. Para começar você deverá colocar a criança
sentada na borda da piscina e segurar na altura do tronco para que ela não entre na piscina até o seu
comando. Você vai pedir para a criança olhar nos seus olhos para fazer a contagem do 1, 2, 3 e já.
Nesse momentos você pode dizer que só irá contar se ela olhar nos seus olhos. Algumas estratégias
para facilitar com que a criança olhe. Coloque a mão na altura do seu rosto e conte mostrando os dedos,
toque no rosto da criança e sem forçar tente direcionar seu olhar para você e conte para ela entender que
dessa forma ela irá voltar para a piscina. Tenha paciência e espere. No começo pode não ser tão fácil,
mas a ideia é que você faça outras vezes para que vá melhorando com o tempo. Além disso, o 1, 2, 3 e
já você vai poder utilizar com outras atividades e isso vai ajudando a criança com TEA a entender
comandos, que vão colaborar tanto quanto o contato visual.
Descrição:Alguns alunos (as) com TEA terão facilidade para identificar as imagens, objetos ou brinquedos que poderão ser associados a algum
movimento ou ação específica da natação. Nesse sentido, a referência da imagem poderá ser utilizada para desenvolver uma sequência
pedagógica das habilidades natatórias, para a estimulação da consciência corporal e inclusive na identificação das potencialidades de cada aluno.
Lua - Para o aluno (a) realizar o movimento alternado de pernas em decúbito dorsal (costas)
Sapo - Para o aluno (a) realizar o movimento simultâneo de pernas, imitando a perna do sapinho, semelhante a pernada do nado peito.
Tartaruga - Para o aluno (a) realizar a posição grupada (abraçando os joelhos) e consequentemente o bloqueio respiratório, preparando o corpo
para a cambalhota.
Coração - Para o aluno (a) realizar o movimento de braços simultâneos na altura do peito, desenhando um coração na água, semelhante a
braçada do nado peito.
Golfinho - Para o aluno (a) realizar o movimento de ondulação, semelhante ao movimento do nado borboleta.
Após a compreensão da atividade, o aluno (a) poderá seguir uma sequência que facilite a execução de dois ou mais movimentos em conjunto. Por
exemplo: A perna de SAPO com o braço de CORAÇÃO, semelhante ao nado peito completo.
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