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1. Empresas Industriais............................................................................................................................

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1.1 Conceito.......................................................................................................................................2
1.2 Tipos de industriais......................................................................................................................2
2. Regimes de Fabrico.............................................................................................................................2
2.1 Principais tipos de Fabricação......................................................................................................3
3. Metodos de Apuramento do Custo Industrial dos Produtos.................................................................4
3.1 Metodo Directo ( ou de Custeio por Encomenda)........................................................................4
3.1.1 Características do método direto..............................................................................................5
3.2 O método direto nas empresas industriais....................................................................................6
3.3 Apuramento do custo por fases, por processos ou método indireto..............................................6
3.3.1 Características do metodo indireto...........................................................................................7
4.Aspetos distintivos dos Métodos Direto e Indireto..................................................................................7
5.Referências Bibliográficas........................................................................................................................8
1. Empresas Industriais

1.1 Conceito
As empresas industriais são aquelas incumbidas de transformar a matéria-prima num tipo
de produto que se da o nome de manufactura, isto é, são aquelas que transformam
matérias-primas, manualmente ou com auxílio de máquinas e ferramentas, fabricando
mercadorias.

1.2 Tipos de industriais


1. Mecânicas- as que produzem maquinas e ferramentas, automóveis, armas, etc.;

2. Químicas- as de sabão, adubos, produtos farmacêuticos, etc;

3. Metalúrgicas- as que se dedicam à transformação de matais: ferro, prata,


alumínio, etc;

4. Alimentares- as de farinha, açúcar, massas, etc;

5. Têxteis- as que produzem tecidos (de algodão, de lã, etc).

2. Regimes de Fabrico
O regime de fabrico indica a forma como os diversos factores de produção (matérias-
primas, mão-de-obra directa e gastos gerais de fabrico) são imputados em cada momento
da produção.

A transformação das matérias – primas pode exigir um número maior ou menor de


operações, e desenvolver-se num só centro de actividades ou distribuir-se por diversos
serviços ou departamentos fabris.

Quanto ao número de produtos que se podem obter, a fabricação pode ser:

 Uniforme- a empresa fabrica um único produto;

 Múltipla- a empresa fabrica diversos produtos.

Por sua vez, a fabricação múltipla pode ser:

 Conjunta- a partir da mesma transformacao de uma matéria-prima ou um


conjunto de matérias, obtêm-se simultaneamente diversos produtos. Ex: na
refinação de petróleo obtêm-se a gasolina, o gasóleo, óleos, etc.

 Disjunta- os diversos produtos obtem-se em operações de transformacao


absolutamente distintas. Ex: fabrico de móveis, conservas de carne e peixe, etc.
Quanto ao tipo de elaboração ou processo, a fabricação pode ser:

 Contínua ou ininterrupta- a produção em curso apresenta-se, em qualquer momento, nas


diversas fases de transformação (refinação do petróleo, fabrico de cimento, etc);

 Descontínua- é o caso contrário do acima mencionado (fabrico de móveis, tipografia,


etc.).

Quanto ao número de operações, a fabricação pode ser:

 Simples- verifica-se numa só operação de transformação.

 Complexa- verificam-se várias operações de transformação.

A fabricação complexa pode ser:

 Linear- quando existem linhas de produção;

 Composta- consiste em elaborar separadamente vários componentes que por


combinações sucessivas dão finalmente um produto (fabricação de automóveis);

A fabricação composta pode ser:

 Convergente- diversas operações para obter um único produto;

 Divergente- diversas operações para obter diversos produtos.

2.1 Principais tipos de Fabricação


Tendo em conta os regimes de fabrico, os principais tipos de fabrico são os seguintes:

 Fabricacao contínua de um único produto- tem um único produto fabricado


quase sempre em diversas fases como os casos de cerveja, óleos alimentares,
etc.;

 Fabricacao por fases- as matérias passam por estados diferentes e sucessivos


até se obter o produto acabado. Por exemplo, o fabrico de tijolos passa por três
fases; preparação do barro, moldagem, secagem e cozedura.

 Fabricacao de produtos diferentes do ponto de vista de qualidade- neste caso,


ou diferem as matérias-primas empregues, ou diferem os processos de
fabricacao ou diferem uma e outra. É o caso do fabrico de medalhas de metais
preciosos (ouro, prata, bronze)- diferentes materiais i idênticas transformações;
fabrico de tecidos de algodão- as mesmas matérias-primas e tratamentos
diferentes; e o fabrico de conservas de frutas e legumes- diferentes matérias-
primas e tratamentos diferentes.
 Fabricação por obras (encomenda) ou tarefas- É um caso de fabricação
descontínua. O fabrico processa-se de forma que possibilita que um produto
seja distinguível dos demais durante todo o ciclo de fabricação, permitindo que
se individualizem os custos que lhe respeitam. A produção aparece fraccionada
em partes desiguais, ao contrário do que acontece na produção em massa. O
tempo de execução de cada encomenda ou cada serie, varia de caso para caso.
O objecto da encomenda pode ser um navio, uma casa, uma dúzia de cadeiras,
um cento de cartões-de-visita, um milhar de calendários, etc.

3. Metodos de Apuramento do Custo Industrial dos Produtos


Tendo em conta as características de fabricacao podemos distinguir os seguintes métodos de
apuramento do custo dos produtos:

 Metodo Directo ou de Custeio por Ordens de Produção- neste método, os custos


industriais são apurados relativamente as ordens de produção.

 Metodo Indirecto ou de Custeio por Processos- procede-se a acumulação mensal, por


produtos, dos custos industriais, determinando-se o custo unitário de cada produto pelo
quociente daqueles custos mensais pelas quantidades produzidas nesse período.

 Metodos mistos- em certos casos, o custeio dos produtos é feito ate determinada fase por
um dos métodos referidos, continuando nas fases seguintes com o outro método.

3.1 Metodo Directo ( ou de Custeio por Encomenda)


O método directo é considerado o mais adequado para as empresas que fabricam produtos
diversificados, a medida do cliente, como mobiliário, construção naval, construção civil,
metalomecânica, entre outros (Caiado, 2009; Ferreira et al., 2014).

Alguns autores referem que, o produto e/ou serviço é realizado com base num pedido
especifico do cliente, sendo bem determinado, quer em qualidade, quer em quantidade, de
forma que é perfeitamente destacado dos restantes processos de fabricação.

De acordo com Franco et al. (2015), este método consiste na atribuição dos custos diretos e
imputação dos custos indirectos a cada uma das ordens de produção e/ou de prestação de
serviços.

A aplicação deste método, segundo Horngren, Sudem e Stratton (2002) segue as seguintes
etapas:

1. Identificar o objecto de custo, ou seja, o produto e/ou serviço que se pretende


conhecer o custo;

2. Identificar os custos diretos que afetam directamente o objeto de custo a custear, e


que lhe podem ser atribuídos de uma forma economicamente viável;
3. Identificar os custos indiretos que estão relacionados com o produto e /ou serviço,
mas que não seja possível serem atribuídos de forma economicamente viável, como é
o caso da depreciação do edifício onde se encontra a sede da empresa;

4. Selecionar uma base de inputacao adequada para repartir os custos indiretos, como
por exemplo número de horas aplicadas na prestação de serviços;

5. Determinar o coeficiente de inputacao dos custos indirectos, através da divisão do


avlor do custo indireto que se pretende repartir, pela base de imputação seleccionada;

6. Por fim, determinar o custo dos produtos fabricados e/ou serviços prestados, através
do somatório dos custos diretos, com os custos indiretos que resultam na
multiplicação do coeficiente determinado no ponto anterior, com a respectiva base de
imputação.

3.1.1 Características do método direto


Segundo Ferreira et al. (2014) e Franco et al. (2015), é possível concluir que o método
direto se caracteriza essencialmente pelo facto de ser possível identificar o produto e/ou
serviço ao longo de todo o processo de fabrico; ser viável a identificação e determinação de
todos os custos relativos ao objeto de custo, quer sejam atribuídos diretamente, quer através
do recurso as bases de inputacao; e o facto de permitir que todos os custos referentes a cada
obra, lote ou encomenda sejam acumulados em fichas de custo, indepentemente do período
contabilístico. Portanto, através deste método é possível controlar os resultados, ajustar os
orçamentos e controlar a eficiência (Ferreira et al., 2014).

Para Ferreira et al. (2014), o essencial deste método é o mesmo a possibilidade de


conseguir que os custos sejam imputados aos produtos de forma individual, tal como
acontece quando cada ordem é uma unidade distinta.

Figura 35-V- Fluxo contabilístico do método direto


Fonte: Baseado em Ferreira et al. (2014: 196)

3.2 O método direto nas empresas industriais


Inicialmente o metodo direto foi aplicado em empresas industriais. No entanto, devido
à evolução do setor dos serviços e da informação, passou a ser também utilizado nas
empresas não industriais (Ferreira et al., 2014).

Os autores afirmam que as designações contabilísticas e os procedimentos de registo,


para as empresas não industriais, são em tudo similares aos apresentados no subponto
anterior, tendo apenas a ressalva de que, como se trata de empresas do setor de serviços e
da informação, os aspetos relacionados com a atribuição de matérias-primas não se
aplica, sendo a mão-de-obra colocada em ênfase. Neste caso os custos indiretos são
distribuídos pelas ordens de serviço com base nas horas de mão-de-obra direta ou no
montante de horas pagas.

3.3 Apuramento do custo por fases, por processos ou método indireto


O método indireto é aplicado a empresas que produzem bens e/ou prestam serviços de
forma uniforme ou pouco diversificada, como por exemplo a industria de produção de papel,
lacticínios, petróleo, entre outros (Caiado, 2009; Ferreira et al., 2014; Franco et al. 2015).

De acordo com os autores, este método consiste na determinação dos custos suportados pela
produção de todos bens e/ou prestações de serviços similares, verificados num certo período,
obtendo-se um custo médio ou unitário.

De acordo com Horngren et al. (2002) o método indireto para ser aplicado deverá seguir as
seguintes etapas:

1. Determinar o número de unidades de produtos e/ou serviços em vias de fabrico,


quer no inicio, quer no final de período, e do número de unidades de produto
fabricado e/ou serviço prestado durante o período;

2. Determinar os custos suportados durante o período contabilístico definido,


suponhamos o período mensal;

3. Determinar os custos totais suportados até ao final do período contabilistico, ou


seja, alem dos custos suportados no mês, acrescer os custos acumulados no início
deste;

4. Repartir os custos totais suportados pelos produtos e/ou serviços em vias de fabrico
no final do mês e os produtos acabados e/ou serviços concluídos durante o mês.
3.3.1 Características do metodo indireto
O método indireto é caracterizado essencialmente pelo facto de o produto e/ou serviço
não ser identificado ao longo do processo produtivo, devido à produção de um elevado número
de bens e/ou serviços homogéneos durante um período; a valorização dos produtos e/ou serviços
é determinada indiretamente pelo custo médio que tem em conta a acumulação dos custos de
cada objeto de custo corresponde ao definido para efeitos de acumulação dos custos,
normalmente um mês (Franco et al., 2015). Em concordância com isto, Ferreira et al., 2014,
acrescenta ainda que este metodo permite a determinação dos custos em cada fases ou processo,
quer dos semi-produtos, quer o custo dos produtos acabados.

4.Aspetos distintivos dos Métodos Direto e Indireto


Método Direto Método Indireto

Regimes de Fabrico Produção múltipla, Produção uniforme ou com


diversificada, descontinua. Ex: pequeno numero de produtos.
construção civil e reparação Ex: refinação de petróleo,
naval. cerveja, massas, …

Forma de calculo do custo Por ordens de produção (lotes, Por produtos;


industrial obras, etc);

O custo unitário nem sempre é


Dado que o produto é
determinável, dado que a
homogéneo, é possível
ordem de produção pode
determinar o custo unitário.
abranger artigos
diversificados.

Período a que respeita o Custo Corresponde ao tempo de É necessariamente o mês.


Industrial do Produto produção da ordem.

Identificação do Produto É identificável ao longo de O produto não é identificável


todo o processo de produção por ordens de produção.
pela ordem de fabrico

Identificam-se os custos
Basta conhecer a produção do
relacionados com a ordem.
mês e os respetivos custos
diretos.
5.Referências Bibliográficas

Caiado, A.C e Cabral, J.V. (2004). Casos práticos de Contabilidade Analítica. Lisboa: Áreas
Editora, SA

Ferreira, D., Caldeira, C., Asseiceiro, J., Vieira, J., e Vicente, C. (2014). Contabilidade de
Gestão: Estratégias de Custos e Resultados. Parede: Letras e conceitos, Lda.

Gray, J.C e Ricketts, D. ( 1982). Cost and managerial accounting. Nova Iorque: McGraw-Hill

Silva, F.V.G (1991). Contabilidade industrial (9. Ed.). Lisboa: Augusta Sá da Costa, Lda

Mortal, A.B. (2007). Contabilidade de Gestão. Lisboa: Rei dos Livros.

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