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UNIVERSIDADE FEEVALE

RITA SABRINA SULZBACH

RESULTADOS OBTIDOS NO TESTE SSW, DE DISSÍLABOS ALTERNADOS,


EM
SUJEITOS IDOSOS COM AUDIÇÃO NORMAL E A RELAÇÃO COM OS
RESULTADOS OBTIDOS NO PROTOCOLO HHIE-S

Novo Hamburgo
2011
RITA SABRINA SULZBACH

RESULTADOS OBTIDOS NO TESTE SSW, DE DISSÍLABOS ALTERNADOS, EM


SUJEITOS IDOSOS COM AUDIÇÃO NORMAL E A RELAÇÃO COM OS
RESULTADOS OBTIDOS NO PROTOCOLO HHIE-S

Trabalho de Conclusão de Curso

Orientadora: Profa. Me. Fga. Ana Lúcia P. A. da Costa

Novo Hamburgo
2011
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RITA SABRINA SULZBACH

RESULTADOS OBTIDOS NO TESTE SSW, DE DISSÍLABOS ALTERNADOS, EM


SUJEITOS IDOSOS COM AUDIÇÃO NORMAL EM RELAÇÃO AOS RESULTADOS
OBTIDOS NO PROTOCOLO HHIE-S

Universidade Feevale
Instituto de Ciências da Saúde
Curso de Fonoaudiologia
Trabalho de Conclusão de Curso

Orientadora: Profa. Me.Fga. Ana Lúcia P. A. da Costa

Novo Hamburgo
2011
RITA SABRINA SULZBACH

Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Fonoaudiologia,


entitulado Resultados obtidos no Teste SSW, de dissílabos alternados em
sujeitos idosos com audição normal em relação aos resultados obtidos no
protocolo HHIE-S, submetido ao corpo docente da Universidade Feevale, como
requisito necessário para a obtenção do grau de Bacharel em Fonoaudiologia.

Aprovado por:

__________________________________
Profª Me. Ana Lúcia P. A. da Costa
Orientadora

__________________________________
Profª Me. Ananda Ramos Pereira
Banca Examinadora

__________________________________
Profª Dra. Me. Denise Rangel
Banca Examinadora

Novo Hamburgo, novembro de 2011.


4

“" Se em certa altura


Tivesse voltado para a esquerda em vez da direita;
Se em certo momento
Tivesse dito sim em vez de não ou não em vez de sim;
Se em certa conversa
Tivesse dito às frases que só agora, no meio do sono elaboro –
Se tudo isso tivesse sido assim,
Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro
Seria insensivelmente outro também.”.”

Fernando Pessoa
5

Dedico ao meu marido Luciano, pelo amor incondicional e


pelo ensinamento, com palavras e exemplo, da
importância da busca incessante do conhecimento,
para o crescimento acadêmico e pessoal.
Dedico essa conquista ao meu filho, que é a
maior de todas as minhas comquistas.
Obrigada por tudo!
6

AGRADECIMENTOS

Ao meu marido, Luciano, que representa minha segurança em todos os

aspectos, meu companheiro incondicional, o abraço espontâneo e tão necessário,

amor da minha vida, agradeço pela paciência, pelo incentivo, por toda a ajuda nos

momentos de dúvidas, por todas as críticas e soluções. Obrigada por me fazer sentir

tão amada, também por estar presente nos momentos mais difíceis da nossa vida.

Essa conquista é também tua. Sem você tudo seria muito mais difícil.

Aos meus irmãos pelo carinho e atenção que sempre tiveram comigo, em

especial ao meu irmão Rodrigo, o amigo e irmão mais velho, aquele em quem

enxergo as mesmas raízes que me alimentam. A quem considero um segundo pai, por

ter sido tão dedicado em minha criação, sempre me apoiando em todos os momentos,

enfim por todos os conselhos e pela confiança em mim depositada meu imenso

agradecimento. Obrigada por ser a minha referência de tantas maneiras e estar

sempre presente na minha vida de uma forma indispensável.

Aos meus familiares em especial aqueles de coração, Alexandre e Vera, pela

companhia constante e tão querida, sacrifício ilimitado em todos os sentidos, orações,

palavras, abraços e aconchego e pelas horas de internet e cafezinho e muito amor.

Meu eterno amor e muito obrigada à minha cunhada Ana Julia e a minha irmã

Rochele pelo companheirismo, auxilio e prontidão que carinhosamente dedicaram-se

ao meu filho Davi, durante o desenvolvimento desse trabalho, e aos meus sobrinhos

lindos João Pedro, Bernardo, Mateus e Brenda.

A minha mãe Nelci, obrigado por tudo. Infelizmente não há espaço para

escrever e agradecer aqui afinal sou grata a você pela minha existência. Saiba que a

tua história de superação para poder estudar, me deu força e motivação para que

hoje nós comemoremos essa vitória. Obrigado novamente mamãe.

Aos amigos de perto e de longe, pelo amor e preocupação demonstrados

através de ligações, visitas, orações e e-mails. Obrigada, vocês que aliviaram minhas

horas difíceis, me alimentando de certezas, força e alegria.

A minha professora, amiga e orientadora deste trabalho, Ana Lucia, pelo

desprendimento ao escolher me dar apoio, mesmo quando aceitou orientar uma

aluna com dificuldade, demonstrando sempre compreensão, incentivo, carinho e

apoio na realização deste projeto. Obrigada por sua frase que me deixou segura:

“Pergunte quantas vezes quiser!” Lembrarei eternamente.


7

À professora Dra. Ms. Leticia Ribas, pela disponibilidade e apoio para

melhoria do trabalho. Também pelas palavras de incentivo e afeto, que me

incentivaram nos momentos de dúvidas. Que se tornou minha co-orientadora

virtual, pela paciência ao me transmitir seus valiosos conhecimentos.

À professora Denise Rangel pela fonte de inspiração a execução deste

trabalho, Sandra Inês Marcon Paniz e Ananda Ramos Pereira por todas as

contribuições como banca do TCC I e TCC II

Meus agradecimentos a todos os professores do curso de fonoaudiologia, pela

paciência, dedicação e ensinamentos disponibilizados nas aulas, cada um de forma

especial contribuiu para a conclusão desse trabalho e consequentemente para minha

formação profissional.

Aos amigos que fiz durante o curso, pela verdadeira amizade que

construímos em particular aqueles que estavam sempre ao meu lado (Ana Paula

Vieira, Bruna Teixeira da Costa e Renata Tavares) por todos os momentos que

passamos durante esses anos, meu especial agradecimento. Sem vocês essa trajetória

não seria tão prazerosa.

Muito obrigada, nunca será suficiente para demonstrar a grandeza do que

recebi de vocês. Peço a Deus que os recompense à altura.

E é a Ele que dirijo minha maior gratidão. Deus, mais do que me criar, deu

propósito à minha vida. Vem dEle tudo o que sou, o que tenho e o que espero.

Agradeço a Deus, pelo dom da vida, pela família, pelos amigos, pelo trabalho, por

tudo que sou e tudo que conquistei. Obrigada por permitir tantas maravilhas na

minha vida.

Agradeço a todas as colegas de curso, por todos os momentos, pela amizade e

aprendizado. Sucesso a todas!

Aos sujeitos desse estudo, que voluntariamente participaram da pesquisa e

contribuíram para meu crescimento.

Muito obrigada!
LISTA DE REDUÇÕES

ATL Audiometria Tonal Linear


CEP Comitê de Ética e Pesquisa
dB NA Decibel(s) nível de audição
DC Direita Competitiva
DD Dicótico de Dígitos
DNC Direita Não Competitiva
DPAC Desordem do Processamento Auditivo Central
DPS Teste de Reconhecimento do Padrão de Duração
EC Esquerda Competitiva
ENC Esquerda Não Competitiva
Hz Hertz
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IES Instituição de Ensino Superior
IRF Índice de Reconhecimento de Fala
LRF Limiar de Reconhecimento de Fala
MLD Limiar de Mascaramento
ms milissegundo
NPS Nível de Pressão Sonora
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
PA Processamento Auditivo
PAC Processamento Auditivo Central
PPS Teste de Reconhecimento do Padrão de Freqüência
RGDT Random Gap Detection Test- Teste de Resolução Temporal
RGDT Teste de Detecção de Intervalo Aleatório
SAC Sistema Auditivo Central
SNAC Sistema Nervoso Auditivo Central
SNC Sistema Nervoso Central
SSI Teste de Identificação de Sentenças Sintéticas
SSW Staggered Spondaic Word- Teste de Dissílabos Alternados
HHIE-S Hearing Handicap Inventory For The Elderly
TR Tendência de Resposta
9

SPSS Statistical Package for Social Sciences


MEEM Mini Exame do Estado Mental
10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Subperfis do distúrbio do processamento: localização na via


auditiva central e alterações comportamentais .................................................... 54

Quadro 2 - Teste SSW na adaptação em português ............................................ 60

Quadro 3 - Classificação do timpanograma.......................................................... 69


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Valores acústicos médios de frequência e intensidade dos sons da


fala do português brasileiro, aprontado no gráfico do audiograma ................... 33

Figura 2 - Anatomia do ouvido ............................................................................... 36

Figura 3 - Desenho esquemático apresentando a formação da via auditiva


aferente, em corte transversal ............................................................................... 40

Figura 4 - Desenho esquemático apresentando a formação da via auditiva


eferente, em corte transversal ............................................................................. ..41

Figura 5 - Desenho esquemático da localização do córtex pré-frontal .............. 41

Figura 6 - Desenho das regiões cerebrais envolvidas na


audição.................................51

Figura 7 - Desenho esquemático do estimulo dicotico no teste ssw ................. 61


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Número de participantes da pesquisa................................................. 73

Gráfico 2. Média de acertos dos participantes da pesquisa no teste MEEM em


relação ao diferentes níveis de escolaridade....................................................... 73

Gráfico 3: Idade dos participantes da pesquisa, idade mínima, máxima e desvio


padrão...................................................................................................................... 75

Gráfico 4: Escolaridade dos participantes da pesquisa .....................................75

Gráfico 5: Número de sujeitos com resultados alterados nos diversos testes de


processamento auditivo aplicados........................................................................ 78

Gráfico 6: quando comparados com o valor médio de referência 90%. EC: (t = -


3,123, p = 0,006) Ou (t = -3,123, p < 0,05)................................................................80

Gráfico 7: Distribuição por graus de percepção do handicap


auditivo......................................................................................................................82
13

SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................................16
ABSTRACT ...............................................................................................................18
INTRODUÇÃO...........................................................................................................20
JUSTIFICATIVA.........................................................................................................23
1 OBJETIVOS............................................................................................................26
1.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................26
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS…………………………………………………………26
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 26
2.1 ENVELHECIMENTO ........................................................................................... 27
2.1.1 O Processo de Envelhecimento .................................................................... 27
2.1.2 A Audição no Processo de Envelhecimento ................................................. 29
2.1.3 O Processo da Comunicação e a Percepção Auditiva no Envelhecimento .. 32
2.2 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO ........................................................... 35
2.2.1 Vias Auditivas Aferentes e Eferentes ............................................................ 39
2.2.1.1 Vias Auditivas Aferentes ............................................................................ 39
2.2.1.2 Vias Auditivas Eferentes ............................................................................ 40
2.3 FUNÇÕES COGNITIVAS .................................................................................... 42
2.4 FUNÇÕES EXECUTIVAS.................................................................................... 43
2.4.1 Funções Executivas em Idosos .................................................................... 48
2.5 O PROCESSAMENTO AUDITIVO E AS SUAS DESORDENS ............................ 49
2.5.1 Avaliação Processamento Auditivo Central .................................................. 56
2.6 TESTE DE DISSÍLABOS ALTERNADOS (TESTE STAGGERED SPONDAIC
WORD-SSW) ............................................................................................................ 58
2.7 QUESTIONÁRIO HEARING HANDICAP INVENTORY FOR THE ELDERLY –
SCREENING VERSION (HHIE-S) ............................................................................ 64
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 66
3.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ............................................................................... 66
3.2 DELINEAMENTO ................................................................................................ 66
3.3 LOCAL E DATA DAS AVALIAÇÕES .................................................................... 66
3.4 PARTICIPANTES DO ESTUDO .......................................................................... 66
3.5 ENTREVISTA E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ........................................... 68
14

3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA...................................................................................... 73


3.7 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA................................................................73
4 ANÁLISE DE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................................75
4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO ESPECÍFICO
1..............................................................................................................................76
4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO ESPECÍFICO 2
................................................................................................................................78
4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO ESPECÍFICO
3..............................................................................................................................79
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO ESPECIFICO 4
............................................................................................................................... 81
4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO ESPECÍFICO
5..............................................................................................................................81
4.6 ANÁLISE E RESPOSTA AO OBJETIVO GERAL.............................................83
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 84
6 REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………..86
6 APÊNDICES ........................................................................................................ 100
APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .......... 102
APENDICE B - ANAMNESE................................................................................... 104
7. ANEXOS ............................................................................................................. 105
ANEXO A - MINIEXAME DE ESTADO MENTAL ................................................... 107
ANEXO B – HEARING HANDICAP INVENTORY FOR THE ELDERLY (HHIE)
(VENTRY, WEINSTEIN ,1982 - VERSÃO ADAPTADA POR WIESELBERG, 1997)
................................................................................................................................ 109
ANEXO C - PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO .................................. 111
ANEXO D - LISTA DE TRISSÍLABOS E POLISSÍLABOS..................................... 113
ANEXO E -LISTA DE PALAVRAS DO IRF ............................................................ 115
ANEXO F - IMITANCIOMETRIA ............................................................................. 117
ANEXO G – PROTOCOLO DO TESTE RGDT - RANDON GAP DETECTION TEST
................................................................................................................................ 119
ANEXO H - PROTOCOLO DO DICÓTICO DE DÍGITOS ....................................... 120
ANEXO I - PROTOCOLO DO TESTE MLD - LIMIAR DIFERENCIAL DE
MASCARAMENTO ................................................................................................. 122
15

ANEXO J - PPS – TESTE DE PADRÃO DE FREQUÊNCIA .................................. 123


ANEXO K - DPS – TESTE DE RECONHECIMENTO DO PADRÃO DE DURAÇÃO
................................................................................................................................ 127
ANEXO L - SSI - TESTE DE SENTENÇAS SINTÉTICAS ..................................... 128
ANEXO M- PSI- TESTE DE ESCUTA MONOCÓTICA E DICÓTICA COM
SENTENÇAS...........................................................................................................131
ANEXO N - SSW – TESTE DE RECONHECIMENTO DE DISSÍLABOS EM TAREFA
DICÓTICA ............................................................................................................... 133
16

RESUMO

Embora o avanço das ciências médicas tenha feito as pessoas viverem


mais, o tempo ainda traz declínio em algumas habilidades sensoriais, entre elas, a
audição, que acaba diminuindo e sendo prejudicada tanto nos aspectos quantitativos
como qualitativos. O envelhecimento natural é um processo de degradação
progressivo que afeta todos os seres vivos, de uma forma gratuita e natural,
levando, muitas vezes, à diminuição da capacidade de responder com precisão e
velocidade, principalmente em tarefas mais complexas. Alguns sujeitos idosos,
mesmo tendo limiares tonais normais, apresentam queixa de dificuldade de
compreender a fala e, com o intuito de aproximar o momento da avaliação de
situações que simulem a realidade de comunicação diária, são realizados testes
como o Dicótico de Dissílabos Alternados (SSW) que é uma alternativa
interessante visto que analisa a fala com sobreposição de informação, sendo
necessária atenção, capacidade de ordenar a resposta, e aproxima-se bastante das
situações de vida diária, as quais o idoso precisa lidar bem para comunicar-se.
Objetivo: O objetivo geral deste trabalho é analisar os resultados obtidos no teste
SSW, de Dissílabos Alternados, e a relação dos resultados obtidos no protocolo
HHIE-S em sujeitos idosos de ambos os sexos com idade entre 60 a 80 anos; que
tenham audição normal. Métodos: Configura-se este estudo como quantitativo, de
caso controle, transversal e contemporâneo. A amostra constituiu-se de 20 sujeitos
idosos, com idade entre e 60 e 80 anos, de ambos os gêneros, com audição normal
segundo classificação de. Davis & Silverman,(1970). Os sujeitos foram submetidos à
anamnese, Miniexame do Estado Mental, protocolo Hearing Handicap Inventory for
the Elderly Screening Version – HHIE-S, avaliação audiológica convencional, além
da Bateria de testes de processamento auditivo central. Resultados: Os achados
mostraram que não houve relação estatisticamente significante entre o teste SSW e
os resultados apresentados no protocolo HHIE. O que se observou foi que grande
número de idosos (15) apresentou dificuldades nas tarefas dicóticas, e também
queixas importantes em relação à suas desvantagens para ouvir sendo que dos 20
sujeitos, 6 (30%) não demonstraram auto-percepção do handicap auditivo
apresentando escore inferior a 14%, 7 (35%) revelaram uma auto-percepção de leve
a moderada, e 7 (35%) demonstraram uma auto-percepção severa do handicap. No
17

entanto não foi estabelecida correlação positiva e nem negativa entre os resultados.
Na bateria de testes aplicados os sujeitos idosos apresentaram grande número de
resultados alterações em praticamente todos os testes que medem as diversas
habilidades auditivas e não auditivas como atenção e memória. As relações não
significantes estatisticamente podem estar relacionadas ao tamanho insuficiente da
amostra. Conclusão: O estudo apesar de não conclusivo estabelece a percepção
de que as habilidades auditivas avaliadas pelo teste SSW e as respostas obtidas no
questionário HHIE-S, em idosos de 60a 80 anos, apresentaram escores com
prejuízo considerável e mesmo assim não há correlação entre os testes e
questionários aplicados na presente pesquisa. Além disso, a observação de escores
ruins em grande parte dos testes demonstrou que há um comprometimento geral
das habilidades auditivas. Os resultados sugerem que as alterações decorrentes do
envelhecimento parecem contribuir por si só com o declínio prejudicando o efetivo
processamento auditivo do sujeito idoso considerando que amostra tinha limiares
auditivos normais.

Palavras-Chave: Audição, Processamento auditivo, HHIE-S, e Idoso.


18

ABSTRACT

Although the advancement of medical science has made people live longer,
the weather also brings some decline in sensory abilities, including the hearing,
which ends up being hurt and decreasing in both quantitative and qualitative aspects.
Match l aging is a gradual process of degradation that affects all living in a free and
match, often leads to the decreased ability to respond with precision and speed,
especially in more complex tasks. Some older adults, even with normal hearing
thresholds, have complained of difficulty in understanding speech, and in order to
approximate the time of the evaluation of situations that simulate the reality of
everyday communication, as the tests are dichotic (SSW) which is an interesting
alternative since it analyzes the speech with an overlap of information, requiring
attention, ability to sort the response, and comes very close to the situations of daily
life, which the elderly must cope to communicate. Objective: the objective of this
paper is to analyze the results obtained from the SSW Test, alternative dissyllabic
and compared the results obtained in protocol HHIE-S in elderly subjects of both
sexes aged 60 to 80 years who have normal hearing. Methods: sets up this study
and quantitative, case control, cross and contemporary. The sample consisted of 20
elderly subjects, aged between 60 and 80 years and of both genders with normal
hearing the second classification. (Davis & Silverman, 1970). The subjects were
submitted to anamnesis, mini mental state examination, protocol hearing handicap
inventory for the elderly screening version - HHIE-S, conventional audiologic
evaluation, and battery test central auditory processing. Results: the findings showed
that there was no significant relationship between the SSW and the results presented
in the protocol HHIE-S. What we observe is that a large number of elderly (15) have
any difficulties in dichotic tasks, and also major complaints about the downsides to
hear is that of the 20 subjects, 6 (30%) showed no self-perception of auditory
handicap with scores below 14%, 7 (35%) had self-perception of mild to moderate,
and 7 (35%) showed a severe self-perception of handicap. However no correlation
has been established between positive or negative results. Battery of tests applied in
the older subjects showed a great number of changes results in practically all the
various tests that measure skills such as auditory and non auditory attention and
memory. Relationship is not statistically significant may be related to the size of the
19

sample. Conclusion: the study though not conclusively establish that the perception
of auditory skills evaluated by the SSW and the responses obtained in the HHIE-S in
elderly patients 80 years of the 60th, had scores with considerable damage and even
then there is no correlation between tests and questionnaires used in this study.
Furthermore, the observation of poor scores on most tests demonstrated that there is
a general commitment of listening skills. The results suggest that the changes due to
aging alone seem to contribute to the decline impairing the effective auditory
processing in the older alone considering that the sample had normal hearing.

Keywords: Hearing, Auditory Processing, HHIE-S, and Elderly.


20

INTRODUÇÃO
Hoje em dia, mais de 15 milhões de brasileiros têm dificuldades auditivas e,
segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 40% dos comprometidos
sabem que têm perda. Entre os sujeitos com perdas auditivas, os mais acometidos
são os idosos, que aumentaram muito nos últimos anos, provavelmente pela
diminuição da mortalidade decorrente do avanço das ciências médicas.
Embora o avanço das ciências médicas tenha feito as pessoas viverem
mais, o tempo ainda traz declínio em algumas habilidades sensoriais, entre elas, a
audição, que acaba diminuindo e sendo prejudicada tanto nos aspectos quantitativos
como qualitativos.
O envelhecimento natural é um processo de degradação progressivo que
afeta todos os seres vivos, de uma forma gratuita e natural, levando, muitas vezes, à
diminuição da capacidade de responder com precisão e velocidade, principalmente
em tarefas mais complexas.
Conforme o estatuto do idoso, o envelhecimento é um direito extremamente
pessoal e a sua proteção, um direito social. É também obrigação do Estado, garantir
à pessoa idosa a proteção à vida, à saúde, mediante efetivação de políticas públicas
que permitam um envelhecimento saudável e em condições dignas (cap. I, Art. 8º e
9º do Estatuto do Idoso, 2003).
Com a expectativa de vida aumentando, surge, então, a necessidade de
compreendermos melhor os idosos e suas queixas mais constantes. No caso do
trabalho aqui proposto, a compreensão está diretamente relacionada às dificuldades
do idoso em ouvir, lembrando que cada vez mais se queixam de dificuldades para
compreender a fala, principalmente em ambiente ruidoso, com reverberação e de
situações de fala competitiva mesmo quando não apresentam limiares auditivos
alterados.
A comunicação humana é o foco de estudo da Fonoaudiologia, que é
estudada em diferentes áreas. Entre as áreas estudadas, temos a audiologia, que
inclui o estudo do processamento auditivo, que revela aspectos fundamentais para o
desenvolvimento da comunicação do sujeito.
A audição é um dos sentidos mais importantes em nossa vida, pois
possibilita ao ser humano sua integração com o meio e tem como função primordial,
a comunicação verbal. Independentemente da idade, a perda ou a diminuição da
21

audição pode causar manifestações físicas, psicológicas e/ou sociais determinantes


na vida do sujeito. Essas manifestações demonstram a relevância do sentido da
audição e as dificuldades inerentes a sua falta ou funcionamento limitado.
Além da perda auditiva no idoso, que é uma redução auditiva bilateral para
sons de altas frequências (CORSO, 1977), uma desordem do processamento
auditivo central também pode ocorrer e se deve às modificações metabólicas, com o
progresso da idade, que danificam inteiramente o mecanismo cerebral (PARRA et
al., 2004).
Segundo Katz (1962), o processamento auditivo central é a decodificação e
interpretação das ondas sonoras desde a orelha externa até o córtex auditivo, ou
seja, o que fazemos com o que ouvimos. A avaliação do processamento auditivo
apareceu para que as queixas quanto ao uso funcional e hábil da audição fossem
explicadas (PEREIRA, 1997) e tem como alvo a identificação de alterações nas
habilidades auditivas que podem interferir na atuação social, educacional e na
comunicação (SOUZA; SOUZA, 2002).
Sabe-se que a desordem do processamento auditivo central pode ser
decorrente de privações sensoriais, dificuldade neurológica entre outros (PEREIRA,
1996), mas também tem sido relacionada ao envelhecimento natural (HULL, 1988;
BARAN; MUSIEK, 2001), podendo ainda estar associada à perda auditiva periférica,
que chega também nesse período da vida (PARRA et al., 2004). A dificuldade de
compreensão de fala nos idosos, especialmente em ambientes ruidosos, não é
apenas um comprometimento periférico, causado pela presbiacusia, mas também
central (JERGER, 1973; ARNST et al., 1984).
Nesses casos, a perda das informações acústicas enfraquece a
possibilidade de se entender a fala e a interpretação dos sinais complexos
(BATISTA et al., 2006). Quanto à dificuldade em entender a fala, esta se dá
especialmente em espaços ruidosos, e pode proceder das modificações centrais
(ZAMPERLINI; KYRILLOS; SANTOS, 1997).
É muito importante saber como os sistemas auditivos periférico e central de
um idoso recebem, avaliam e estabelecem as informações acústicas do ambiente. O
idoso precisa, pois, ser capaz de prestar atenção, detectar, discriminar e localizar
sons, além de memorizar e unir as experiências auditivas para alcançar o
reconhecimento e compreensão da fala.
22

No entanto, há testes para avaliação do processamento auditivo central que


podem ser usados em sujeitos que apresentam, ou não, prejuízo auditivo periférico.
Um exemplo é o teste de dissílabos alternados (Staggered Spondaic Word-SSW),
que é sensível às modificações centrais na audição com o efeito da idade. O SSW
foi criado por Katz em 1962 e ajustado para a língua portuguesa por Borges (1986).
A importância da realização do exame de processamento auditivo no idoso
tem aumentado nos últimos anos, talvez em função do envelhecimento da
população e das frequentes queixas relatadas por eles de terem problemas para
compreender a fala e esses problemas parecem nem sempre diretamente
relacionados „ com o grau da perda auditiva. Aliás, muitos idosos, sem perdas
auditivas, reclamam de dificuldades para ouvir em situações desvantajosas como
comunicar-se em local ruidoso ou em situações de competição comunicativa.
23

JUSTIFICATIVA

Sabendo-se que no Brasil vem crescendo velozmente a população de


idosos, há cada vez mais a preocupação com sua saúde e aspectos que demandem
melhora da qualidade de vida. Conforme apontam os números do censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2000), os cidadãos brasileiros acima
dos 60 anos somam aproximadamente 14,3 milhões de habitantes, ou seja, para
2050, projeta-se um crescimento da população de idosos que poderá colocar o
Brasil como o sexto país do mundo com o maior número de pessoas na chamada
Terceira Idade entre seus habitantes.
Dib (2006) concorda em sua pesquisa com os dados do IBGE, referindo que
as pessoas estão vivendo cada vez mais, aumentando relativamente à população
com idade superior a 60 anos.
O envelhecimento natural pode vir acompanhado de diminuição de energia
física, com mudanças sensoriais na audição, na visão, além de mudanças na
propriocepção. As atividades da vida diária podem, ou não, ser afetadas por essas
mudanças, de forma mais leve ou até de forma intensa.
O envelhecimento psicofísico e sociocultural intervém diretamente na vida
social do idoso, criando um processo de desvalorização. É fundamental que o sujeito
idoso sinta-se bem socialmente, mantendo a comunicação em boas condições,
permitindo, assim, a conservação de suas relações sociais.
As modificações cognitivas que passam a existir com o avanço da idade
estão relacionadas com o estado final da vida e elas podem ter relação com a
velocidade com que a informação pode ser processada, a memória e as habilidades
sensoriais e de percepção (PARK, 1999, apud SPAR; LA RUE, 2005).
A maioria dos sujeitos idosos sente uma diminuição da intensidade visual e
auditiva, assim como diferentes modificações perceptuais.
A falta da audição tem gerado no idoso um dos mais importantes distúrbios
de comunicação, impedindo-o de exercer inteiramente o seu papel na sociedade. É
comum observarmos a diminuição da audição acompanhada de uma redução
frustrante na compreensão da fala no idoso, danificando sua comunicação com os
familiares, amigos, afinal, todas as pessoas que o rodeiam (RUSSO, 1999).
24

Tendo em vista que a audição pode ser afetada pelo envelhecimento, torna-
se importante a realização de pesquisas que examinem a audição em todos os seus
aspectos, investigando, em especial, a compreensão da fala em situações que os
idosos mais se queixam que são o reconhecimento de fala na presença de ruído, as
dificuldades com as tarefas dicóticas, relacionadas muitas vezes do processamento
temporal.
Para conseguirmos perceber as dificuldades de comunicação desses
sujeitos, é necessário entendermos o que acontece no Sistema Auditivo, permitindo
que o conhecimento auxilie na intervenção de alguma forma. Já, compreender esse
processo é uma necessidade imediata do fonoaudiólogo que pode ajudar o sujeito
idoso a estabelecer uma melhor comunicação. Com isso, pode ser possível criar
formas de prevenção dos efeitos negativos do envelhecimento sobre a audição,
além de possibilitar a reabilitação dos problemas de comunicação que surgem com o
envelhecimento.
Entre as diversas avaliações auditivas, alguns testes de reconhecimento de
fala, com diferentes tipos de estímulos, têm sido utilizados. O emprego, nesta
pesquisa, do teste Dicótico de Dissílabos Alternados (SSW) foi uma alternativa
importante visto que analisou a fala com sobreposição de informação, sendo
necessária atenção, capacidade de ordenar a resposta, e aproxima-se bastante das
situações de vida diária que o idoso precisa lidar bem para comunicar-se.
Para o bom processo da comunicação oral, é necessário o desenvolvimento
e funcionamento correto do sistema auditivo. Segundo Schoeny e Talbott (1999), o
apoio da Audiologia para a localização da lesão já está bem definida, entretanto, a
clínica audiológica no futuro deverá estar mais dirigida à capacidade de fornecer
métodos de reabilitação para com o comprometimento no processamento auditivo,
levando os profissionais a atenderem melhor as necessidades em seus aspectos
diversos, entre eles: aspectos sociais e psicológicos. A terapia para os distúrbios do
processamento auditivo no idoso vem se comprovando como uma ferramenta
importante no sentido de proporcionar uma melhor intervenção e, em decorrência
disto, uma melhor qualidade auditiva do sujeito idoso. O processo terapêutico vem
sendo indicado tanto para idosos com presbiacusia como idosos sem perda e com
queixas auditivas.
25

O objetivo geral desta pesquisa consistiu em analisar os resultados obtidos


no teste SSW, de Dissílabos Alternados, em sujeitos idosos com audição normal e a
relação dos resultados obtidos no protocolo HHIE-S.

Com a finalidade de atingir o objetivo geral e aplicar o mesmo a situações


particulares traçamos como objetivos específicos: verificar os resultados dos testes
de processamento auditivo central na população de idosos sem perda auditiva;
verificar a quantidade de omissões, inversões e substituições observadas no teste
SSW; verificar e analisar os resultados referentes às respostas das orelhas
esquerda e direita, em situação competitiva e não competitiva, no teste SSW;
verificar e analisar os resultados encontrados na avaliação qualitativa no teste SSW
(efeito de ordem, efeito auditivo e padrão tipo A);verificar os resultados apresentados
no protocolo HHIE, comparar os resultados obtidos entre os sujeitos.
Este trabalho foi organizado com sessões diversas compostas pela revisão
de literatura, metodologia, resultados e discussão dos achados analisados e,
conclusão.
26

1 OBJETIVOS

1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os resultados obtidos no teste SSW, de Dissílabos Alternados, em


sujeitos idosos com audição normal em relação aos resultados obtidos no protocolo
HHIE-S.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A partir do objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos


específicos:
1. Verificar os resultados dos testes de processamento auditivo central na
população de idosos sem perda auditiva;
2. Verificar a quantidade de omissões, inversões e substituições observadas no
teste SSW;
3. Verificar e analisar os resultados referentes às respostas das orelhas
esquerda e direita, em situação competitiva e não competitiva no teste SSW;
4. Verificar e analisar os resultados encontrados na avaliação qualitativa no teste
SSW (efeito de ordem, efeito auditivo e padrão tipo A);
27

2 REFERENCIAL TEÓRICO

No presente capítulo será apresentada uma revisão do tema e estudos


relacionados a esta pesquisa. A explanação está divida por assuntos:

 Envelhecimento
 O processo de envelhecimento
 A audição no processo de envelhecimento
 O processo da comunicação e a percepção auditiva no
envelhecimento
 Anatomia e fisiologia da audição
 Vias auditivas aferentes e eferentes
 Vias auditivas aferentes
 Vias auditivas eferentes
 Funções cognitivas
 Funções executivas
 Funções executivas em idosos
 Processamento auditivo e as suas desordens
 Avaliação processamento auditivo central
 Teste de dissílabos alternados (teste staggered spondaic word-ssw)
 Questionário Hearing Handicap Inventory for the Elderly – Screening
version (HHIE-S)

2.1 ENVELHECIMENTO

2.1.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Segundo Carvalho e Andrade (2000), no plano pessoal, o processo do


envelhecimento significa somar o número de anos vividos. No entanto, junto com a
idade cronológica coexistem fenômenos de natureza biopsíquica e de natureza
28

social que são considerados de extrema importância nas questões referentes à


idade e ao envelhecimento.
De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão da
Organização das Nações Unidas (ONU), os sujeitos acima de 60 anos são
considerados idosos, pois passam a apresentar os problemas de saúde
característicos do processo de envelhecimento. Pesquisas mostram o futuro do
Brasil como um país mais velho em 2050, já que se estima que a população
brasileira terá 63 milhões de idosos. Analisando que em 1980 eram 10 idosos para
cada 100 jovens, em 2050 serão 172 idosos para cada 100 jovens. A esperança de
vida, ao nascer, saiu de 43,3 anos, na década de 1950, indo para 72,5 anos, em
2007, e com tendência ao aumento nos próximos anos.
Conforme Portaria 1.395, de 9 de dezembro de 1999, o idoso saudável é
aquele que conserva sua autodeterminação, abstraindo de qualquer ajuda ou
supervisão para realizar as atividades do cotidiano, com competência operacional de
manter habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independente e
autônoma. São capacidades como a autonomia e a independência que tornam o
sujeito capaz de opinar sobre seus interesses e a se organizar e resolver situações
específicas sem necessidade de auxílio. O exercício da autodeterminação induz à
autonomia e o sujeito autônomo mantém o poder da decisão e controle de sua
própria vida.
De acordo com Zimerman (2000), envelhecer provoca alterações não
apenas físico-biológicas como, também, psicológicas e sociais que são diferentes
para cada sujeito, apesar de observarmos similaridade nesse grupo populacional.
Segundo Papáleo Netto e Borgonovi (2002), a velhice marca-se como um processo
ativo e progressivo, no qual as adulterações morfológicas assim como funcionais e
bioquímicas, vão alterando de modo progressivo o organismo, fazendo-o mais apto
aos acometimentos físicos que terminam por levá-lo à morte. A diminuição da
competência ativa de órgãos e tecidos é a principal característica do envelhecimento
e causa um risco aumentado, principalmente, de doenças crônico-degenerativas.
Para Peixoto (2004), todos irão envelhecer, só que uns mais velozmente do
que outros, com aceitações diferentes desse processo. Alguns idosos apresentarão
características comuns mais cedo do que outros. Entre as características
observadas, temos o aparecimento de rugas, cabelos brancos, sintomas
29

psicológicos como o medo da solidão e da doença, além de, muitas vezes, a


dependência física e econômica.
Assim sendo, o processo de amadurecimento é complicado e vivenciado de
maneira diversificada por sujeitos também diferenciados, sejam por sexo ou classe
social e relações familiares.
Portanto, vários fatores influenciam no modo de como o idoso irá enfrentar
as perdas ocorridas com o avançar da idade. E esse processo envolve uma série de
questões diversificadas que se inter-relacionam, sendo necessário discuti-las
profundamente para termos uma compreensão mais expandida sobre o que diz
respeito a essa população.
Um dos problemas que mais acomete o idoso é a dificuldades de
comunicação decorrente da perda auditiva, que abordaremos a seguir.

2.1.2 A AUDIÇÃO NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

O avanço da idade pode afetar a audição de várias formas. Um dos sinais


que apontam para a velhice é a redução da habilidade auditiva, chamada de
presbiacusia. Trata-se de um dos distúrbios de comunicação mais comuns em
adultos, aumentando a sua prevalência à medida que a população vai
envelhecendo.
No Brasil, a presbiacusia vem sendo a causa mais comum da deficiência
auditiva em sujeitos idosos, que vem dificultando a compreensão durante a
comunicação oral.
Segundo Weinstein (1999), a presbiacusia refere-se à perda auditiva
associada ao processo de envelhecimento, segundo Soncini, Costa e Oliveira
(2004), a prevalência é de aproximadamente 46% em sujeitos de 48 a 92 anos,
tornando-se mais comum a partir dos 55 anos de idade, chegando a cerca de 14%
da população entre 60-64 anos, e 50% a 60%, acima dos 80 anos de idade. Esse
termo é avaliado sem caráter científico, sem sintoma, sem bases morfológica ou
etiológica específicas. A doença é multifatorial. Trata-se de um fenômeno biológico e
acredita-se que a fundamental causa seja, entre outros fatores, a exposição a ruídos
30

e ototóxicos durante a vida, e que a alteração do sistema auditivo seja


geneticamente programada.
Para Corso (1977), a presbiacusia tem como característica, a perda auditiva
bilateral, que inicia em tons de alta frequência, devido às mutações degenerativa e
fisiológica que tendem a ocorrer com o aumento da idade.
Fatores como doenças infecciosas e metabólicas, uso de medicamentos,
exposição a ruídos e hábitos dietéticos têm também relação com a degradação da
acuidade auditiva (PEDALINI et al., 1997).
De acordo com Portmann e Portmann (1993), a presbiacusia é um fenômeno
biológico a que ninguém irá escapar. As modificações da audição podem iniciar a
partir dos 20 e 30 anos de idade, capaz de tornar-se socialmente prejudicial a partir
dos 40 e 50 anos de idade.
Os efeitos degenerativos podem abranger tanto a orelha interna quanto o
Sistema Nervoso Central (SNC) (FONSECA; IÓRIO, 2006), estando relacionados
especialmente aos efeitos cumulativos da exposição ao ruído, do envelhecimento da
cóclea e de doenças vasculares.
Portando, a presbiacusia cogita uma vasta gama de adulterações
degenerativas e fisiológicas que acontecem em varias combinações no sistema
auditivo periférico e central. No entanto, Leithauser (1999) não concorda e não
acredita que a presbiacusia seja fisiológica. Segundo o autor, os fatores típicos de
risco, como Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus apresentam um papel
mínimo e o ruído ambiental crescente e o estilo de vida dos dias atuais teriam papel
fundamental.
O fenômeno da presbiacusia, em seus aspectos fisiopatológicos, continua
ainda não totalmente compreendido tendo em vista as diversas discussões a
respeito da participação da cóclea e das estruturas nervosas que compõem as vias
auditivas em sua gênese (FREITAS; OLIVEIRA, 2001).
Zwaardemaker (1899), Bunch (1929) e Hinchcliffe (1962) (apud PEDALINI et
al., 1997) foram os primeiros a descobrir a perda progressiva da sensibilidade
auditiva no idoso.
Schultz-Coulon, em 1985, por meio de estudos autônomos de diferentes
autores apontou que a audição na população idosa padecia de muitas modificações,
31

partindo da audição normal até a deficiência auditiva severa nos sujeitos entre 60 e
70 anos de idade sem doença sistêmica ou otológica grave.
Um estudo comparativo, feito por Signorini, Azevedo e Ebel (1993), em
sujeitos entre 65-95 anos de idade, comprovou diferenças estatisticamente
significantes entre os limiares de audibilidade dos homens e das mulheres, onde a
curva audiométrica obtida nos homens mostrou perda auditiva mais íngreme nas
frequências altas. No que diz respeito ao fator idade, ainda foi conseguida diferença
estatisticamente significante entre os sujeitos de 65 a 79 anos de idade, e de 80 a 95
anos de idade, mostrando um grau de perda mais alto no grupo mais idoso.
Divenyi e Haupt (1997) verificaram que grupos de idosos com idade entre
60-81 anos de idade apresentam um índice maior de sujeitos com perda auditiva
moderada simétrica.
Uma das implicações da presbiacusia é o problema que o sujeito possui na
qualidade da fala. Essa dificuldade pode ser por parte infligida à perda auditiva
progressiva de alta freqüência, associada com discriminação vocal pior do que se
esperaria com base nos limiares da audiometria tonal, mas também pode ser
determinada por degeneração dos fatores cognitivos, como memória e poder
dedutivo (FREITAS; OLIVEIRA, 2001).
A redução na qualidade da recepção da fala, especialmente em lugares
ruidosos, é consequência das alterações centrais que, na maioria das vezes,
iniciam-se aos 60 anos de idade (ZAMPERLINI; KYRILLOS; SANTOS, 1997).
De acordo com Bess, Hedley-Williams e Lichtenstein (2001), o sistema
auditivo em envelhecimento, na maioria das vezes, depara com uma perda na
sensibilidade do limiar e uma diminuição na habilidade de entender a fala em
intensidade adequada.
Baran e Musiek (2001) descreveram que no idoso a função auditiva central
pode estar deprimida por uma perda geral de neurônios em todo o Sistema Nervoso
Auditivo Central (SNAC). O fluxo sanguíneo pode estar diminuído por depósito de
gordura nas artérias que regam o cérebro, e podem existir, ainda, modificações no
metabolismo cerebral que não comprometem a audição periférica.
Desse modo, as várias mudanças que acontecem nas vias auditivas
periféricas e centrais e provavelmente intervêm na sua capacidade de processar
com eficiência a fala que recebe, determinando, com freqüência, seu problema de
32

qualidade de fala, independentemente do grau da perda auditiva (QUINTERO;


MAROTTA; MARONE, 2002a).
É importante ressaltar que, muitas vezes, os pacientes idosos, que procuram
a clínica de fonoaudiologia da Feevale para realização de exames, referem
dificuldades para ouvir e, ao realizar os testes de audiometria tonal liminar,
encontramos limiares dentro da normalidade, demonstrando que suas dificuldades
parecem estar relacionadas não às perdas periféricas, mas a dificuldades de lidar
com as informações que chegam aos níveis centrais do processamento da
informação, demonstrando a necessidade de avaliar a audição dos idosos em seus
mais diversos aspectos. Entre os aspectos aqui estudados, é importante
compreendermos o processo de comunicação no idoso e a percepção auditiva
dessa população, assunto sobre o qual falaremos a seguir.

2.1.3 O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO E A PERCEPÇÃO AUDITIVA NO


ENVELHECIMENTO

É muito comum sujeitos idosos mencionarem que estão aptos a ouvir, mas
que não compreendem a fala. Essa queixa, segundo Pedalini et al. (1997), deve-se
à configuração audiométrica da perda auditiva, por esta atingir as frequências altas,
tornando complicada a percepção dos sons mais agudos, especialmente na
presença de ruído e de fala acelerada. No entanto, hoje sabe-se que as dificuldade
podem descrever aspectos mais complexos.
Observando os sons do português brasileiro no gráfico do audiograma
(Figura 1), pode-se visualizar de como esses sons se dispõem, auditivamente, em
relação à frequência e à intensidade, antecipando prováveis dificuldades das
diversas configurações da perda auditiva (RUSSO; BEHLAU, 1993).
33

Figura 1 - Valores acústicos médios de frequência e intensidade dos sons da fala do português
brasileiro, aprontado no gráfico do audiograma
Fonte: Russo e Behlau (1993).

Para Bess, Hedley-Williams e Lichtenstein (2001), o problema na qualidade


de fala entre os idosos parece ser definido, mesmo entre sujeitos com audição dita
normal, quando a tarefa de escuta torna-se mais complicado por meio da
deterioração do sinal de fala.
Segundo Hull (1988), com o envelhecimento, existe um declínio no
Processamento Auditivo Central (PAC), que consiste na redução das difusões
intrínsecas integrantes essenciais ao SNC. Isso acontece devido à filtragem e a
decodificação do sistema auditivo periférico estarem diminuídas.
A fisiopatologia da presbiacusia contém tanto o sistema auditivo periférico
quanto o central. Dessa forma, ainda que os testes centrais possam oferecer
resultados alterados no idoso, pode ser complicado originar os efeitos da perda
auditiva periférica (MUSIEK; LAMB, 1999). Muitos idosos, acima de 65 anos de
idade, apresentam problemas em processar a informação verbal e a não-verbal
(PARRA et al., 2004). Soncini, Costa e Oliveira (2003) destacam, ainda, a
34

dificuldade dos mesmos na compreensão da fala em ocasiões de escuta não-ideais,


como na presença de ruído competitivo, ou quando há decomposição do sinal de
fala.
A atuação alterada nos testes de PAC, em idosos, pode derivar,
possivelmente, da presença de perda auditiva periférica e déficits cognitivos que são
comuns nessa população e não essencialmente devido ao comprometimento do
SNAC (BARAN; MUSIEK, 2001).
É possível notar com muita frequência em idosos um comprometimento
desproporcional da compreensão da fala, apontando que nem sempre todas as
dificuldades podem ser esclarecidos unicamente pela perda auditiva, podendo estar
relacionando também modificações do SNC (PEDALINI et al., 1997) e, segundo
Zamperlini, Kyrillos e Santos (1997), a diminuição na qualidade da fala,
principalmente em lugares ruidosos, é consequente das modificações centrais que,
na maioria das vezes, inicia aos 60 anos de idade.
De acordo com Bumm, Kruger e Lang (1980), o teste de discriminação
apresenta uma grande conexão com o fator idade, originada especialmente por
alterações na via central essencial aos idosos.
Jerger et al. (1989) descreveram que a Desordem do Processamento
Auditivo (DPA) passa a existir involuntariamente da perda de sensibilidade periférica.
A redução na velocidade do processamento da informação, bem frequente no idoso,
pode danificar expressivamente o papel da percepção da fala. As várias alterações,
que acontecem nas vias auditivas periféricas e centrais, provavelmente interferem
na capacidade de processar com eficiência a fala e podem determinar problemas de
compreensão, independentemente do grau da perda auditiva (QUINTERO;
MAROTTA; MARONE, 2002a).
Hull, em 1995, já observava diferentes aspectos entre os idosos com perda
auditiva, sendo esses: modificações cognitivas, dificuldades de atenção seletiva e no
processamento da informação linguística com o tempo, o que ele nomeia de
ativação semântica e distúrbios no fechamento. Esses problemas, seguramente
comprometem a percepção de fala nos momentos de comunicação, especialmente
em presença de ruído de fundo.
Jerger et al. (1989) ainda indicaram que o mau resultado nas tarefas de fala
dicótica pode ser decorrente de danos cognitivos.
35

Cooper e Gates (1991) asseguraram que o envelhecimento corresponde a


apenas 15% das mudanças que exercem influência à presença de Desordem do
Processamento Auditivo Central (DPAC) e essa descoberta pode indicar a idade
como um fator para avanço do risco de aumento da desordem, ao contrário de
causá-la.
Na prática, o que pode ocorrer é que a falha constante para entender a fala
pode resultar em desencorajamento para comunicar-se (PEDALINI et al., 1997). A
informação sobre o local da perda e o grau do dano auditivo central nos idosos
podem ser importantes no projeto e na orientação das tentativas de reabilitação
(MUSIEK; LAMB, 1999).
Portanto, nem sempre a percepção da fala poderá ser medida, pura e
simplesmente, na análise dos aspectos auditivos da comunicação, havendo uma
série de fatores cognitivos que poderão influenciar esse processo. Deve-se dizer que
o idoso também tem uma percepção de suas próprias dificuldades, que irá variar,
sensivelmente, não tendo sempre relação direta com a perda auditiva, conforme já
destacamos anteriormente. Um dos protocolos utilizados para essa análise é o
Hearing Handicap Inventory for the Elderly Screening Version – HHIE-S, que será
utilizado nesta pesquisa na coleta dos dados.
Diante do que foi destacado aqui, discorreremos, a seguir, sobre a anatomia
e a fisiologia da audição para entendermos melhor todo o processo auditivo, desde a
captação do som pela orelha externa até os processos de nível central.

2.2 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO

A audição é um sentido valioso à vida, formando a base da comunicação


oral do ser humano. Zorzetto (1994) refere-se à orelha como órgão vestibulococlear,
responsável, então, pela sensibilidade ao som sensível, aos efeitos da gravidade e
dos movimentos.
Morata e Santos (1994) explicam que a orelha está totalmente dentro do
osso temporal e tem como papéis principais, o equilíbrio e a audição. O osso
temporal é um dos ossos do crânio e está localizado na face lateral da caixa
36

craniana, é um dos ossos mais complexos, tanto como anatômico como no funcional
(MUNHOZ et al., 2000). Didaticamente, pode-se dividir a orelha em três partes:
orelha externa, orelha média e orelha interna
De acordo com Hansen e Koeppen (2000) a orelha, órgão responsável pela
audição está dividido em três partes: orelha externa, média e interna, como
especifica a Figura 2:

Figura 2 - Anatomia do ouvido


Fonte: Hansen e Koeppen (2000).

A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo e pelo canal auditivo


externo ou meato auditivo. Todo o pavilhão auricular, com exceção do lobo ou
lóbulo, é fundado por tecido cartilaginoso recoberto por pele, localizado na face
lateral do crânio, tendo como função captar e canalizar os sons para a orelha média.
O pavilhão auricular apresenta algumas pregas e sulcos:
a) Hélix – a prega mais externa;
b) Anti-hélix – a prega mais externa;
c) Tragus - saliência localizada anteriormente ao meato acústico externo;
d) Anti-tragus – saliência que se encontra no final da anti-hélix;
37

e) Concha – região mais profunda que fica entre a anti-hélix e a abertura do


meato acústico externo;
f) Lóbulo – apêndice do tecido adiposo que fica na região inferior do pavilhão
auricular.
O canal auditivo externo permite a comunicação entre a orelha média e o
meio externo, tem cerca de três centímetros de comprimento e está escavado em
nosso osso temporal. Na parte interna, é revestido por pêlos e glândulas que
produzem uma substância gordurosa e amarelada, chamada de cerume ou cera.
Tanto os pêlos como o cerume armazenam poeira e micróbios que, normalmente,
existem no ar e eventualmente entram nas orelhas. O canal auditivo externo termina
numa delicada membrana chamada de tímpano, ou membrana timpânica, que é
firmemente fixada ao conduto auditivo externo por um anel de tecido fibroso,
chamado anel timpânico (MOMENSONHN-SANTOS; RUSSO, 2005).
A orelha média começa na membrana timpânica e consiste, em sua
totalidade, de um espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro
dela, estão três ossículos, articulados entre si, denominados martelo, bigorna e
estribo. Esses ossículos, considerados os menores ossos do corpo humano,
encontram-se suspensos e mantidos em posição dentro da cavidade timpânica por
uma série de ligamentos por músculos, funcionando como uma ponte que liga a
membrana timpânica à orelha interna. O cabo do martelo está encostado no tímpano
e o estribo apoia-se na janela oval, um dos orifícios dotados de membrana da orelha
interna que estabelecem comunicação com a orelha média, que também se
comunica com a nasofaringe, através de um canal osteo-cartilaginoso denominado
tuba auditiva. Esse canal permite que o ar penetre na orelha média, mantendo a
pressão adequada da OM se estiver com seu funcionamento adequado. Dessa
forma, de um lado e de outro do tímpano a pressão do ar atmosférico é igual.
Quando essas pressões ficam diferentes, não ouvimos bem, até que o equilíbrio seja
restabelecido (MOMENSONHN-SANTOS; RUSSO, 2005).
Carvalho (1996) demonstrou que a orelha média, além da função de
amplificação do sinal acústico que alcança a cóclea, cumpre uma função protetora,
na medida em que sob estimulação de sons de alto nível de pressão sonora, é
capaz de diminuir sua admitância acústica por contração reflexa de seus músculos.
Caracteriza-se, ainda, por permitir menor amplificação dos sons graves, diminuindo
38

o efeito do mascaramento desses sons sobre os estímulos mais agudos, os quais


compõem, primordialmente, a cadeia de fala.
Segundo Momensonhn-Santos e Russo (2005), a orelha interna, também
denominada de labirinto, localiza-se na porção petrosa do osso temporal; constitui-
se por uma série de cavidades e passagens dentro do osso que é chamada de
labirinto ósseo. O labirinto ósseo compreende anteriormente a cóclea que possui
função auditiva. A cóclea é composta por células ciliadas, responsáveis pela “leitura
frequencial” dos sons. Cada porção da cóclea pode ser responsável por identificar
os sons recebidas pela estimulação das células localizadas na base ou no ápice da
cóclea. Após passar pela orelha interna, os estímulos auditivos são enviados por
impulso elétrico para as via auditivas ditas centrais.
O Sistema Auditivo Central (SAC) abrange as grandes vias auditivas
subcorticais que, através de impulsos eletro-nervosos, fazem a comunicação para os
centros corticais auditivos no lobo temporal. Bonaldi et al. (1998) afirmaram que a
cóclea é inervada por fibras do VIII par craniano, compondo o sistema aferente e
eferente. Cerca de 90% a 95% das fibras aferentes realizam sinapse com células
ciliadas internas, enquanto que 5% a 10% apenas com externas. Dessa forma, as
células ciliadas internas são responsáveis pela ação de codificação do estimulo
auditivo.
É importante conhecer os aspectos do sistema auditivo central para que haja
uma compreensão do processamento auditivo. O som é detectado pela orelha
externa e enviado ao sistema nervoso auditivo central por meio das vias aferentes,
sofre processos fisiológicos até ser decodificado e compreendido, regressando pelas
vias eferentes.
Sanchez e Alvarez (2006) fazem a comparação da via auditiva com uma
sequência de estações por onde um trem precisa passar para chegar a seu destino,
isto é, os sons entram na via auditiva e andam por seis estações: orelha externa,
orelha média, orelha interna, nervo auditivo, tronco cerebral e cérebro. A chegada do
som ao cérebro permite a identificação dos sons e a compreensão.
O SAC é formado de vias aferentes, associativas e eferentes, as quais serão
abordadas a seguir.
39

2.2.1 VIAS AUDITIVAS AFERENTES E EFERENTES

2.2.1.1 Vias Auditivas Aferentes

Vias auditivas aferentes (Figura 3) transmitem informações das células


ciliadas (órgão de Corti) ao córtex cerebral. A representação dessa via auditiva é
bilateral, predominantemente contralateral. A propagação da informação auditiva
acontece via núcleos cocleares, complexo olivar superior, lemnisco lateral, colículo
inferior e corpo geniculado medial até a área auditiva do lobo temporal no córtex
cerebral (RAMOS; ALVAREZ; SANCHEZ, 2007).
Sabe-se que a audição binaural é importante para a localização da fonte
sonora. O núcleo acessório da oliva superior é a sede mais importante de análise
dos processos neurais dos impulsos gerados nas duas orelhas e determina a
orientação espacial (OLIVEIRA, 2006).
De acordo com Aquino (2002), o núcleo coclear é o primeiro núcleo auditivo
localizado na via central e ele tem os neurônios auditivos secundários que recebem
informações vindas da cóclea e transportadas via Gânglio de Corti.
As fibras nervosas vão do núcleo coclear ventral para o complexo olivar
ipsilateralmente e contralateralmente, por meio de um feixe de fibras que
atravessam a ponte. O complexo olivar está envolvido no mecanismo de localização
sonora de baixas e altas frequências, podendo comparar características sonoras
entre as duas orelhas (SCHOCHAT, 1997).
40

Figura 3 - Desenho esquemático apresentando a formação da via auditiva aferente, em corte


transversal
Fonte: Bonaldi et al. apud Pereira e Schochat (1997).

2.2.1.2 Vias Auditivas Eferentes

Inicialmente, considerava-se somente que existissem fibras nervosas que se


conduziam de níveis baixos para altos na via auditiva, porém, o sistema auditivo
apresenta um grande número de fibras nervosas no sentido contrário, conduzindo-se
de níveis altos, córtex, para níveis baixos, cóclea (SCHOCHAT, 1997).
A via auditiva eferente ( Figura 4) é uma via reguladora, que troca
informações por meio de um controle de feedback atingido em quase todos os seus
41

níveis, há importância das estruturas cortico-talâmicas, tálamo-coliculares, colículo-


olivares e olivo-cocleares (AQUINO, 2002).
A função dessas vias ainda é incerta, entretanto, estas podem estar
relacionadas ao controle da situação mecânica da cóclea, proteção de danos
causados por ruídos, envolvimento no mecanismo de retroalimentação auditiva e
sensibilização da função auditiva de figura-fundo, dentre outras (BONALDI;
ANGELIS; SMITH, 1997).

Figura 4 - Desenho esquemático apresentando a formação da via auditiva eferente, em corte


transversal
Fonte: Bonaldi et al. Apud Pereira e Schochat (1997).
42

Sendo assim, é imprescindível que ambas as vias auditivas, ascendentes e


descendentes, juntamente com as conexões inter-hemisféricas, estejam funcionando
de maneira harmoniosa e eficaz para que, dessa forma, haja um perfeito
Processamento Auditivo (PA).
Considerando a necessidade de ouvir bem como resultado de ações
complexas do SNC, não podemos deixar de falar nas funções cognitivas,
responsáveis, conjuntamente com a recepção auditiva do estímulo, pela
compreensão de suas particularidades e significados. Abordaremos a seguir as
funções cognitivas alteradas comumente pelo envelhecimento.

2.3 FUNÇÕES COGNITIVAS

O processo de envelhecimento compreende alterações também do sistema


cognitivo que atualmente tem sido foco de estudo em pesquisas.
Entre as funções cognitivas, estão as habilidades motoras, informações
autobiográficas, conhecimento semântico, como: vocabulário, compreensão
linguística e leitura, habilidade de lembrar aspectos fundamentais de certas
informações, e habilidade de recordar aspectos por pré-ativação. A disposição para
o aprendizado de material novo, não familiar, e a nomeação, apresentam declínio no
processo de envelhecimento (KIRSHNER, 2002).
Todos os trabalhos que realizamos dia a dia precisam da atividade cerebral,
sejam as mais simples até atividades mais complicadas. Entre as funções cognitivas,
podemos citar: percepção, atenção, memória, linguagem e funções executivas, as
quais são responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas (ANDRADE, 2004;
MELLO, 2005).
Parente e Wagner (2006) destacam que algumas funções cognitivas caem
com a idade, entretanto, outras podem ser conservadas ou aprimoradas. As autoras
destacam que estudos que ressaltam os ganhos cognitivos podem ajudar nos
processos de interferência e adaptação cognitiva dos idosos às ações externas.
43

Entre as funções cognitivas, vamos destacar na próxima sessão as funções


executivas que têm mostrado extrema importância para lidar com as situações
auditivas mais complexas.

2.4 FUNÇÕES EXECUTIVAS

As funções executivas, segundo Lezak (1995), são como uma série de


capacidades cognitivas e princípios com preparo indispensável para lidar com
momentos ambíguos do relacionamento social e para um comportamento adequado,
responsável e eficaz.
No entendimento de Royall et. al. (2002), “funções executivas” são
atividades cognitivas elevadas que ajudam no alcance de objetivos posteriores.
Função executiva faz referência às habilidades cognitivas envolvidas no
planejamento, introdução, seguimento e monitoramento de comportamentos
complexos dirigidos a um fim.
Salthouse et al. (2003) esclarece e reduz a compreensão do nome “função
executiva” baseado na relação de um executivo de negócios, que não é um
conhecedor em um único campo em especial, no entanto é responsável por
supervisionar e gerenciar comandos diferentes.
O termo “funções executivas” indica os processos cognitivos de integração
de diversos subcomponentes como atenção, programação e planejamento de
sequências, inibição de processos e informações concorrentes e monitoramento. O
lobo frontal, particularmente a região pré-frontal, tem sido relacionado com essas
funções (KRISTENSEN, 2006).
O progresso das funções executivas pode ser visto como uma curva em U
invertida, isto é, as capacidades executivas avançam no início da idade adulta e
pioram no envelhecimento (ZELAZO; CRAIK; BOOTH, 2004). Esse evento está
relacionado com o desenvolvimento das regiões frontais que, para Craik e Bialystok
(2006), é a área do córtex que amadurece por último nas crianças, sendo a primeira
a sofrer prejuízos no processo do envelhecimento.
44

Muitos autores concordam que a função executiva inclui: memória de


trabalho, atenção seletiva, planejamento, flexibilidade cognitiva e controle inibitório
(ANDERSON, 2002; CAPOVILLA, 2006; CAPOVILLA; ASSEF; COZZA, 2007;
DIAMOND; BARNETT; THOMAS; MUNRO, 2008; GAZZANIGA; IVRY; MANGUN,
2006).
De acordo com Izquierdo (2004), a memória de trabalho trabalha como um
gerenciador central. Quando a memória de trabalho recebe o input, ela acessa
informações armazenadas antes e forma a relação reguladora do processo,
definindo a necessidade de “armazenamento” do novo conteúdo, ou de
categorização do input junto a memórias já conhecidas. Esse procedimento
acontece em segundos e pode incluir desde reações básicas ao perigo até o
aprendizado de assuntos mais complexos. É aí que se inicia a formação do
conteúdo de aprendizagem e das diferentes memórias.
Para Anderson (2005) e Izquierdo (2002), existem as memórias declarativas
e procedurais, sendo que as memórias procedurais estão relacionadas aos hábitos,
como, por exemplo, as memórias de habilidades motoras ou sensoriais que nos
fazem desempenhar ações como nadar, andar de bicicleta, dirigir um automóvel. Já
as memórias declarativas estão relacionadas à lembrança de fatos, situações,
acontecimentos. As memórias declarativas estão relacionadas à construção de
conhecimentos gerais, necessitando de adequada memória de trabalho.
De acordo com Gazzaniga, Ivry e Mangun (2006), memória de trabalho é um
aspecto rápido de informações ressaltantes a uma tarefa. Essa tarefa é guardada ou
adaptada a um comportamento atual. A memória de trabalho permite um “tempo” de
análise da nova informação, havendo um mecanismo para acessar a informação
anteriormente registrada e um modo de conservar a informação ativa, ambas as
tarefas desempenhadas pelo córtex pré-frontal. Nesse rápido “tempo”, o sujeito pode
“selecionar” e decidir o que fazer com a nova informação. A memória de trabalho
consiste numa função primordial para o aprendizado do que é novo, sendo que,
regra geral, declina no sujeito idoso.
A memória de trabalho, que alguns autores acreditam ser parte da memória
de curto prazo, atua no momento em que a informação está sendo adquirida, retém
essa informação por alguns segundos e a destina para ser guardada por períodos
mais longos ou a descarta. Quando alguém nos diz um número de telefone para ser
45

discado, essa informação pode ser guardada se for um número que nos interessará
no futuro ou ser prontamente descartada após o uso. A memória de trabalho pode,
ainda, armazenar dados por via inconsciente.
Já memória de curto prazo trabalha com dados por algumas horas até que
sejam gravados de forma definitiva. Esse tipo de memória é particularmente
importante nos de cunho declarativo. Em caso de algum tipo de agressão ao cérebro
enquanto as informações estão armazenadas nesse estágio da memória, ocorrerá
sua perda irreparável (GAZZANIGA; IVRY; MANGUN, 2006).
É importante e imprescindível para um bom processo de aprendizagem um
bom nível de atenção. Schmidt (1995) destaca a atenção como sendo limitada,
seletiva e parcialmente sujeita ao controle natural.
Dalgalarrondo (2000) refere que a atenção seletiva é a capacidade de
seleção de estímulos e objetos característicos, causando uma orientação atencional
focal, um estado de agrupamento das funções mentais, assim como a afirmação de
preferências da atividade consciente do sujeito diante de um conjunto extenso de
estímulos ambientais.
Conforme Bear et al. (2002), a atenção seletiva relaciona-se com a opção do
sujeito em selecionar um estímulo-alvo a ser enfatizado pelo seu processo
atencional, de modo que o sistema sensorial referente àquele alvo seja ativado.
Esse tipo de atenção é responsável pelo direcionamento a uma determinada
informação que será enfatizada pelo processamento cerebral. Isso ocorre porque o
sujeito não é capaz de “prestar atenção” a todos os estímulos ao mesmo tempo,
poderia haver sobrecarga do sistema, visto que, muitas vezes, há grande riqueza de
informações e estímulos no ambiente.
A atenção seletiva é a habilidade de optar por informações ressaltantes do
ambiente e a inibição de outros dados irrelevantes para certas tarefas (CAPOVILLA;
ASSEF; COZZA, 2007). A inibição das tarefas não relevantes também constitui uma
tarefa importante e que declina no idoso.
Lezak, Howieson e Loring (2004) determinaram que, para obter o objetivo
traçado, faz-se indispensável também realizar um planejamento. Para os autores, é
certo que a habilidade de planejamento está ligada a outras habilidades como
memória de trabalho, atenção seletiva, flexibilidade, experiência temporal, entre
outras. Entretanto, uma vez que todas essas habilidades estejam conservadas, o
46

sujeito deve ser apto para entender as prováveis alternativas que fazem parte do
cumprimento do planejamento e, dessa forma, avaliar, ter preferências e unir ideias
sequenciais e hierárquicas que são fundamentais para o desenvolvimento do plano
de ação.
O planejamento é a ação que abrange o delineamento mental de tática para
se chegar a certos fins, isto é, sair de um início e alcançar um fim. Para isso, é
indispensável à formação de metas e finalidade, seleção de estratégias de ação –
indispensáveis para o conseguimento do objetivo como a antecipação de
acontecimentos e de suas implicações –, seleção das habilidades necessárias para
as ações programadas, coordenação dessas capacidades em uma ordem certa,
avaliação do efeito do processo (GOLDBERG, 2006; SOUZA; IGNÁCIO; CUNHA;
OLIVEIRA; MOLI, 2001).
Gazzaniga, Ivry e Mangun (2006) argumentam que três item são
fundamentais para a efetivação de um plano: reconhecer o objetivo, desenvolvendo
subobjetivos, adiantar acontecimentos e seus resultados e formar tática para
alcançar os subobjetivos. O bom funcionamento da habilidade de controle inibitório
pode colaborar na filtragem de informações irrelevantes, e falhas na evocação do
objetivo podem intervir no planejamento.
Outra função importante é a flexibilidade cognitiva que, segundo Gil (2002),
é uma capacidade de alternância de respostas que tende a adequar as escolhas às
contingências. Ao ter claro o objetivo, é necessário que haja adequações frequentes
das estratégias, para atingí-las. As ações para atingir determinado objetivo,
principalmente os objetivos mais complexos, determinam mudança de um
subobjetivo para outro de um modo coordenado (GAZZANIGA; IVRY; MANGUN,
2006).
O córtex pré-frontal como mostra na Figura 5, é a área responsável por essa
atividade e danos podem gerar o comprometimento de funções executivas,
procedendo numa constante conservação de comportamentos impróprios e pouco
eficazes (GIL, 2002). Desse modo, a incapacidade de flexibilização cognitiva pode
comprometer severamente a capacidade de desempenhar tarefas e resolver
problemas (ARAÚJO, 2004).
47

Figura 5 - Desenho esquemático da localização do córtex pré-frontal


Fonte: Gil (2002).

Segundo Capovilla, Assef e Cozza (2007), a flexibilidade cognitiva é uma


capacidade alternativa com objetivos e estratégias de ordem de problemas,
essencial para quando o plano inicial não tem sucesso ou quando há dois ou mais
objetivos a serem atingidos.
Barkley (1997) refere-se ao controle inibitório que pode ser contextualizado
em processos diversos e que seriam responsáveis pelo controle de interferências. O
controle inibitório parte de uma inibição de respostas automáticas a certos eventos,
observação de certo procedimento, enquanto ele está ocorrendo, a fim de avaliar a
situação (BLAIR; RAZZA, 2007).
Fica claro, mediante as explicitações acima, que as funções executivas
estão altamente relacionadas a todo comportamento complexo, permitindo que o
mesmo se traduza de forma adaptativa e bem sucedida. Tais comportamentos são
indispensáveis para o bom desenvolvimento das tarefas diárias e de tarefas mais
elaboradas, soluções de problemas e de tarefas de maior complexidade. Conforme
já citamos, muitas dessas funções podem estar prejudicadas no sujeito idoso e, a
seguir, detalharemos o que alguns pesquisadores vêm explicando sobre as funções
executivas nessa população.
48

2.4.1 FUNÇÕES EXECUTIVAS EM IDOSOS

No processo do envelhecimento, tanto natural quanto patológico, a


tendência das funções executivas é serem danificadas. Na velhice natural, as
modificações das funções executivas acontecem de modo lento até os 60 anos de
idade, tornando-se mais rápidos a partir dos 70 anos de idade. Uma provável
explicação para esse declínio é o deterioração fisiológica natural do lobo frontal
(WOODRUFF-PAK, 1997). Já, no comprometimento cognitivo patológico e nas
demências, as modificações de natureza executiva também estarão presentes, mas
de modo precoce e em quantidade mais significativa.
De acordo com Souza et al. (2001), a avaliação das funções executivas na
população idosa é um fator importante para a compreensão da evolução
neuropsicológica desses sujeitos. A observação e medição do comportamento
executivo podem ser feitas por meio de testes e observações clínicas, sendo de
grande auxílio na construção de proposta terapêutica dos idosos.
Brucki (2002) garante que os achados neuropsicológicos vêm comprovando
um processo de envelhecimento mais acelerado nas regiões frontais do cérebro,
região esta responsável prioritariamente pelas funções executivas.
Para Salthouse e Ferrer-Caja (2003), muitos estudos que vêm sendo criados
com a intenção de pesquisar a atuação executiva ao longo da vida têm provado uma
queda no comportamento com o aumento da idade. Entretanto, Wecker, Hallom e
Delis (2005) dizem que certos estudos mostram o declínio das funções executivas
em idade avançada, enquanto outros não acharam modificações expressivas nessa
relação.
Um grande número de idosos com modificações cognitivas e de funções
executivas têm sido observados, desde grupos com modificações leves e benignas,
até grupos de demências graves, que afeta de forma intensa a condição de vida do
idoso e de sua família. Considerando que a audição é um processo cognitivo que
depende também das funções cerebrais, vamos dedicar a próxima sessão a
compreender o processamento auditivo central, considerando seus aspectos
auditivos e não auditivos.
49

2.5 O PROCESSAMENTO AUDITIVO E AS SUAS DESORDENS

Há alguns anos, a audiologia tem buscado respostas para as manifestações


auditivas que não são contempladas nos resultados audiométricos. Só
recentemente, estudos sobre PA têm atraído pesquisadores da área
fonoaudiológica. O ponto de vista dado a esses estudos mostra a abrangência do
PA sobre a aquisição, desenvolvimento e reabilitação da comunicação oral e seus
distúrbios (SCHOCHAT, 1997).
Em 1996, o PA foi proposto pela American Speech-Language Association
(ASHA), como mecanismos e processos do sistema auditivo responsáveis pelos
seguintes fenômenos comportamentais: localização e lateralização sonora;
discriminação auditiva; reconhecimento dos padrões auditivos; aspectos temporais
da audição; desempenho auditivo na presença de sinais competitivos e desempenho
auditivo com sinais degradados.
O PA é um conjunto de habilidades específicas das quais o sujeito depende
para compreender o que ouve. É uma atividade mental, ou seja, uma função
cerebral e que não pode ser estudada como um fenômeno unitário, mas, sim, como
uma resposta multidimensional aos estímulos recebidos por meio da audição
(RAMOS; ALVAREZ; SANCHEZ, 2007).
Os componentes neurobiológicos da audição têm uma complexidade de
acontecimentos e uma enorme inter-relação no sistema nervoso central. Os
processos e mecanismos do sistema auditivo relacionam-se com a percepção dos
sinais verbais e não verbais da linguagem, influenciando as funções mais superiores
do aprendizado. Ao longo das vias auditivas, abrangem a participação de redes
neuronais complexas e das funções mentais superiores (MUNIZ et al., 2007).
A priori, o termo processamento auditivo central (PAC) era usado para
determinar o que fazemos com o que ouvimos, envolvendo desde a sensação da
presença do sinal acústico até a apreciação linguística da informação (LASKY;
KATZ, 1983). No ano de 2000, por ser um termo muito extenso e pelo caso do
sistema auditivo abranger muito mais que as vias auditivas centrais, começam a ser
apontado apenas à denominação de processamento auditivo (PA) (JERGER;
MUSIEK, 2000). Porém, em 2005, os membros da ASHA passaram a empregar o
50

termo (Central) tanto no sentido do processamento auditivo quanto para a


desordem, e os termos PA e PAC, assim como desordem do processamento
auditivo central (DPAC) e desordem processamento auditivo (DPA), passaram a ser
atendidos sinônimos.
Utiliza-se o termo PAC para fazer referência à eficiência e à potência do
SNC em usar as informações auditivas, e DPAC como problema do processamento
da informação auditiva no SNC demonstrada pelo desempenho diminuído nas
capacidades do PA (ASHA, 2005).
O Processamento auditivo é a decodificação e interpretação das ondas
sonoras, começando na orelha externa até o córtex auditivo. É o que fazemos com o
que ouvimos (KATZ et al., 1992).
Para Pereira (1997), o PAC é visto como uma série de processos que
acontecem nas estruturas do sistema nervoso central: vias auditivas e córtex.
Azevedo (1997) acrescenta que a organização das informações acústicas pelo
sistema auditivo central está ligada à capacidade biológica e à habilidade auditiva do
sujeito, ainda que as estruturas envolvidas estejam a partir do Tronco Cerebral.
O processamento auditivo é apontado por Katz e Wilde (1999) como uma
cadeia de intervenções que o sistema auditivo chega para decodificar vibrações
sonoras por ele detectadas, ou seja, é aquilo que fazemos com o que escutamos.
Sendo assim, o processamento auditivo está relacionado ao certo funcionamento
das vias auditiva periférica e central e de outras áreas centrais não necessariamente
responsáveis de forma específica pela recepção da informação auditiva (Figura 6)
como é o caso do lobo frontal.
51

Figura 6 - Desenho das regiões cerebrais envolvidas na audição


Fonte: www.sistemanervoso.com.

Segundo Machado (2003), processar uma informação estabelece que os


sinais que chegam aos órgãos sensórios foram identificados, reconhecidos e
memorizados.
De acordo com Pereira e Cavadas (2003), a identificação, o reconhecimento
e o armazenamento da informação, isto é, o processamento de uma informação,
envolve fases ou subfases que são: atenção seletiva, detecção do som, sensação
sonora, discriminação, localização sonora, reconhecimento, compreensão e
memória.
Quando há uma disfunção em um dos acontecimentos que envolvem o
processamento auditivo, acontece o que chamamos de DPAC. A American Speech-
Language Hearing Association (ASHA), em 1996, desenvolveu conselhos para
definir a DPAC e concluiu que não é uma entidade de doença singular e, sim, a
definição de déficits funcionais, sendo que esses déficits podem-se revelar na
percepção da fala, na presença de sons ambientais ou musicais e na falta de perda
auditiva (GRIFFITHS, 2002).
Assim, a DPAC é uma desordem da audição onde há um impedimento da
habilidade de analisar e/ou decodificar modelos sonoros e pode ser determinada
52

como uma deficiência de uma ou mais áreas responsáveis pela localização sonora,
discriminação sonora, reconhecimento auditivo, aspectos temporais da audição,
desempenho auditivo com sinais acústicos em competição e desempenho auditivo
em situações acústicas desfavoráveis (ASHA, 1996).
Alguns casos de sujeitos com perda auditiva e DPAC têm uma cobrança
maior do que o normal sobre os empregos centrais do sujeito, visto que a
informação auditiva já chega a desvantagem quantitativa, o que, em muitos casos,
não permite que os sujeitos possam resolver completamente a ambigüidade da
mensagem auditiva, gerando, também, uma desordem do processamento auditivo.
Nesses casos, a associação entre fatores periféricos e centrais faz crescer o desafio
para o sujeito (KATZ; TILLERY; MECCA, 1997).
É importante lembrar que uma DPAC não depende da idade ou inteligência
do sujeito e que a apresentação de retardo mental ou de outros comprometimentos
cognitivos não evita essa impossibilidade (KATZ; WILDE, 1999).
Pereira (1997) mencionou como sendo fatores de risco para a DPAC: perdas
auditivas nos primeiros anos de vida, consequentes de dano cocleares ou
retrococleares ou de modificação do elemento condutivo do sistema auditivo
(mesmo as de grau leve na primeira infância), modificações neurológicas e
genéticas, além de carência sensorial.
Assim como, diversos fatores podem estar também envolvidos com sua
etiologia como é o caso das causas genéticas, otites frequentes durante os primeiros
anos de vida, permanência em UTI-neonatal por mais de 48 horas (AZEVEDO,
1997). No caso do idoso, as causas de desordens seguem outra dimensão
relacionada a processos degenerativos.
Conforme Yellin (2004), a etiologia da DPAC não está sempre relacionada a
uma neuropatologia, mas pode ocorrer em casos de desordens neurológicas,
Alzheimer, traumatismo cerebral, tumor, epilepsia ou esclerose múltipla.
Em 1996, Pereira descreve determinadas manifestações da DPAC,
classificando-as em manifestações comportamentais e clínicas.
Em relação às manifestações comportamentais referidas por Pereira (1997),
podemos citar:
a) comportamento social: os sujeitos apresentam-se desatentos, agitados ou
extremamente quietos e com disposição ao isolamento;
53

b) comportamento auditivo: apresentam atenção ao som prejudicado e


problema em escutar em lugares ruidosos.
No que diz respeito às manifestações clínicas, podemos citar dificuldades
com:
a) localização sonora;
b) memória auditiva;
c) reconhecimento de palavras decompostas acusticamente;
d) identificação de sílabas/palavras e/ou frases na presença de mensagem
competitiva em tarefas monóticas e dicóticas;
e) dano de um canal auditivo em relação ao outro.
Já, Yellin (2004), mencionou que sujeitos com DPAC podem indicar um ou
mais dos seguintes sintomas: percepção auditiva prejudicada, mesmo que o sujeito
tenha audição normal; falar com frequência “o que?” “hã?” e pedir sempre pra
repetir; problema em ouvir na presença de ruído; responder inadequadamente para
uma informação auditiva. Pode também demorar demasiadamente para responder a
ordens ou instruções, confundir informações verbais, problemas para conservar e
dividir a atenção e declínio, inclusive, nas habilidades de leitura, de ortografia e de
música.
De acordo com Alvarez et al. (2000), as disfunções centrais podem ocorrer
por disfunção neuromorfológica, atraso de maturação do sistema nervoso auditivo
central e distúrbios como: doenças ou lesões neurológicas e otológicas.
A classificação da desordem foi sugerida por Katz (1992), que selecionou
três subperfis. Em outra organização, Bellis e Ferre (1996) expandiram a
classificação feita por Katz, com base na relação da informação anatômica e
eletrofuncional com dados educacionais, comunicativos e comportamentais. Eles
propuseram um modelo de quatro subperfis: déficit de integração, déficit de
decodificação, déficit de organização de saída, déficit de associação. Alvarez e
Zaidan (2000) referem, além destes, o déficit relacionado à disfunção não-verbal ou
déficit de prosódia.
Bellis (2003) classifica os subperfis de alteração do processamento auditivo
em primários e secundários como estão sintetizados no Quadro 1. Os primários são
os de decodificação, integração e função não-verbal, sendo que a decodificação
auditiva é o subperfil mais específico à modalidade auditiva. Este pode ser
54

identificado por alterações nas habilidades auditivas de fechamento, discriminação


auditiva, processamento temporal, separação e integração binaural e, ainda,
localização sonora. Sujeitos com alteração nesse subperfil podem apresentar fadiga
auditiva e quebra da informação no nível fonêmico. Os achados típicos na avaliação
comportamental do processamento auditivo são: déficit bilateral ou na orelha direita
nos testes de escuta dicótica, desempenho rebaixado em testes monoaurais de
baixa redundância e de localização sonora e as disfunções em prosódia ou função
não-verbal caracterizam-se por inabilidade em compreender e/ou identificar
intenções de um enunciado, dificuldade em entender piadas e mensagens com
duplo sentido e dificuldades em expressar o pensamento; já os subperfis
denominados, associação e organização de saída, são considerados subperfis
secundários ao processamento auditivo por envolver outras habilidades como
atenção, memória e funções executivas.

SUBPERFIL LOCALIZAÇÃO ACHADOS ALTERAÇÕES


PRIMÁRIO DA DISFUNÇÃO ESPECÍFICOS COMPORTAMENTAIS

Decodificação Tronco Inabilidade de fechamento auditivo; Dificuldade em


encefálico capacidade pobre em representação compreensão de fala no ruído
e córtex fonêmica, discriminação e retenção competitivo;
auditivo de fonemas; problemas em leitura freqüentemente solicitam
primário , escrita, soletração, vocabulário, repetição de assuntos através de
sintaxe e semântica. perguntas.
Integração Corpo Caloso Dificuldades em tarefas que requerem Dificuldade na interpretação
comunicação inter hemisférica e em da fala monótona e inabilidade
integrar funções auditivas e visuais. em perceber
Dificuldade em leitura, escrita e soletração prosódia e ritmo de fala.

Disfunção Córtex auditivo habilidade musicais Déficit na identificação e


nãoverbal não-primário e/ou habilidades utilização dos aspectos
ou déficit de direito e áreas auditivas não-verbais. prosódicos de enunciados
prosódia associativas Inabilidade em relacionados ou não a pistas não-
reconhecer padrões verbais,e
gestálticos sarcasmos e expressões faciais,
frases ambíguas. corporais e gestos

SUBPERFIL LOCALIZAÇÃO ACHADOS ALTERAÇÕES


SECUNDÁRIO DA DISFUNÇÃO ESPECÍFICOS COMPORTAMENTAIS
Associação Córtex associativo Dificuldade em aplicar Déficit na linguagem
esquerdo rótulos de linguagem para informações receptiva, quanto a
acústicas incomuns, dificuldades vocabulário, sintaxe e
de sentenças lingüísticas semântica. Comunicação
na voz passiva. social e pragmática prejudicada.
Organização de Vias eferentes Déficit na habilidade em Baixa performance na
Saída auditivas seqüenciar, planificar e execução de mais de duas
organizar respostas ordens; dificuldade em
orientação espacial, em
repetição de palavras;
erros na fala expressiva;
dificuldade em
planificação motora
Quadro 1 - Subperfis do distúrbio do processamento: localização na via auditiva central e
alterações comportamentais
Fonte: Bellis (2003)
55

As informações apresentadas no Quadro 1 oferecem dados para identificar


os achados relativos aos subperfis. De acordo com Bellis (1996), busca-se, de forma
mais evidente, a presença ou a ausência da desordem, imbuindo-se de um
entendimento maior das características mais específicas do funcionamento auditivo
de cada sujeito.
Partindo dos resultados achados nos testes de PAC é que se pode
categorizar a DPAC quanto ao grau e ao tipo. Ao avaliar as habilidades
prejudicadas, teremos como base, informações que nos permitam atuar na
reabilitação auditiva dos sujeitos com DPAC. Desse modo, cada teste tem uma
finalidade e avalia uma ou mais habilidades auditivas. Boothroyd (1986) e Philips
(1995) citam, entre as habilidades auditivas: a localização; a habilidade de
selecionar um estímulo sonoro significativo em meio a vários estímulos (figura
fundo); a habilidade de reconhecer estímulos apresentados simultânea ou
alternadamente em ambas às orelhas (síntese ou integração binaural); a habilidade
de atender e integrar informações auditivas diferentes oferecidas em ambas as
orelhas simultaneamente (separação binaural); a habilidade para reconhecer o sinal
acústico quando parte dele é omitido (fechamento); a habilidade de detectar
diferenças e semelhanças nos sons, observando diferenças entre fonemas e entre
palavras tão sutis como é o caso dos traços distintivos das diversas línguas
(discriminação); a capacidade de manter o foco em determinada informação por
determinado tempo (atenção); a habilidade para formar relações diferenciadas entre
diferentes fontes sonoras (associação); a capacidade de constituir relações entre o
estímulo e seu significado, com adequada interpretação dos estímulos
(compreensão ou cognição) e a habilidade de armazenar dados acústicos para
recuperá-los sempre que necessário (memória).
Diante da complexidade de ações realizadas pelos sistemas central e
periférico da audição, incluídos os aspectos cognitivos diversos envolvidos na
comunicação humana, alguns testes podem ser sensíveis a uma ou mais das
habilidades esperadas para o bom processamento da informação auditiva. A seguir,
na próxima sessão, citaremos aspectos relacionados à avaliação das desordens do
processamento auditivo.
56

2.5.1 AVALIAÇÃO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Sanchez (2003 apud BOCCA, 1954) explica que a Avaliação do


Processamento Auditivo iniciou quando pacientes com danos temporais
apresentavam queixas de problemas auditivos sem alteração das vias auditivas
periféricas. A partir disso, várias investigações acerca da integridade do SNAC têm
tentado esclarecer a razão pela qual alguns sujeitos, frequentemente, não
compreendem o que outras pessoas falam, mesmo apresentando limiares auditivos
tonais dentro dos padrões da normalidade (ALVAREZ et al., 2000).
Os testes comportamentais e eletrofisiológicos empregados para
identificação de possíveis distúrbios do SNAC estão fundamentados na teoria das
redundâncias intrínsecas e extrínsecas.
A transmissão intrínseca do SNAC é dada pela representação bilateral de
cada orelha, em cada hemisfério cerebral, pelos centros nucleares, pelas vias
cruzadas, pelas conexões inter e intra-hemisféricas e pelas projeções em áreas
corticais primárias e secundárias. A difusão extrínseca é produzida pelo sinal
acústico, que faz parte do sistema linguístico de comunicação, devido às
consideráveis pistas existentes que auxiliam o sujeito a identificar sinais de fala
(RINTELMANN; LYNN, 1983). De modo que, um sujeito com um sistema auditivo
íntegro (redundância intrínseca), tanto sob condições de escuta ideal como não
ideal, não apresentaria dificuldade de compreensão do input auditivo. Já, se houver
redução intrínseca, combinada com a diminuição das pistas auditivas extrínsecas, a
compreensão estaria prejudicada.
A avaliação das habilidades auditivas é possível quando o bom emprego de
um teste consegue diminuir a difusão extrínseca do sinal de fala. Os testes de
reconhecimento de fala na presença de escuta difícil permitem analisar as
habilidades perceptuais auditivas e reconhecer uma disfunção central (JACOB;
ALVARENGA; ZEIGELBOIM, 2000).
No entanto, o fundamento para os testes que analisam o PAC é suavizar a
redundância extrínseca, tendo a finalidade de analisar a integridade do sistema
auditivo e sua redundância intrínseca (ROSA, 2007).
57

Para a avaliação do processamento auditivo central, é indispensável o uso


de um conjunto de testes, e um deles é a triagem do processamento auditivo central.
No Brasil, Pereira (1993) mencionou a triagem do processamento auditivo central
que faz parte das provas de memória sequencial verbal e não verbal e localização
sonora.
A bateria de testes centrais é classificada em cinco categorias: monoaurais
de baixa redundância, de escuta dicótica, de interação binaural e de processamento
temporal. Porém, pode ser necessário realizar testes complementares do sistema
nervoso auditivo, tais como: potencial evocado auditivo de tronco encefálico (avalia a
amplitude e a latência das ondas elétricas do nervo coclear e dos núcleos auditivos
do tronco cerebral), e emissões otoacústicas (avalia o sistema auditivo periférico,
particularmente as células ciliadas externas da cóclea) (ALVAREZ; SANCHEZ;
2006).
Os testes monoaurais de baixa redundância avaliam a habilidade de
fechamento auditivo, figura-fundo e a discriminação do ouvinte quando o sinal
auditivo está ininteligível. Esses testes tomam como fundamento a capacidade do
ouvinte normal entender a fala, mesmo quando incompleta ou distorcida. São
sensíveis a disfunções/lesões de tronco encefálico e córtex auditivo primário
(BRANCO BARREIRO, 2010). Os testes de fala monoaurais de baixa redundância
que têm sido utilizados: teste de fala filtrada (low-pass filtered speech test), teste de
fala com ruído (speech in noise test), teste de identificação de sentenças sintéticas
com mensagem competitiva ipsilateral (SSI – synthethic sentence identification),
teste pediátrico de inteligibilidade de fala com (PSI- Pediatric Speech Inteligibility)
Momenshon-Santos e Branco-Barreiro (2004) referem às tarefas de interação
binaural como sendo responsáveis por avaliar as informações auditivas não
simultâneas, mas complementares, apresentadas às duas orelhas. Ou seja, as
informações recebidas em cada orelha, quando juntas, a mensagem se completa,
precisando da integração das duas orelhas para que a mensagem seja percebida.
Alvarez, Sanchez e Ramos (2007) sobrepõem, ainda, que as tarefas de integração
binaural avaliam a habilidade auditiva de interação binaural, a qual depende da
localização e a lateralização de estímulos auditivos, das modificações de limiar
determinadas por meio de mascaramento, da detecção de sinais acústicos na
presença de ruído e a fusão binaural. São sensíveis a disfunções/lesões de tronco
58

encefálico. Os testes disponíveis são: teste de fusão binaural (binaural fusion test),
limiar diferencial de mascaramento (MLD - masking level difference).
As habilidades de ordenação, discriminação, resolução e integração
temporal fazem parte da avaliação do processamento auditivo temporal. Não há
testes exclusivos para a avaliação da integração e do mascaramento temporal, por
isso, Shinn (2007) indica a inclusão de ao menos dois testes de processamento
temporal na bateria de avaliação de PAC, sendo um de ordenação e outro de
resolução. Atualmente, estão disponíveis os testes: teste de padrão de frequência
(PPS – pitch pattern sequence test), teste de padrão de duração (DPS – duration
pattern sequence test), teste de fusão auditiva (AFT-R – auditory fusion test revised),
teste de detecção de intervalo de ruído (GIN – gap in noise test) e teste de resolução
temporal (RGDT – random gap detection test).
As tarefas de escuta dicóticas referem-se à apresentação de sinais sonoros
distintos em ambas as orelhas, ao mesmo tempo. O objetivo dessa categoria é
avaliar as habilidades auditivas de separação e integração binaural, fundamentadas
nos princípios de que ouvintes normais são capazes de compreender dois estímulos
ao mesmo tempo (integração binaural) e de ignorar um das mensagens e dirigir a
atenção para a outra (separação binaural). São tarefas que necessitam de atenção e
são usadas para estudar o nível de funcionamento e integridade dos lobos temporais
e do corpo caloso. São sensíveis a disfunções/lesões de conexões inter-
hemisféricas e intra-hemisféricas de hemisférios direito e esquerdo. Os testes
dicóticos mais utilizados são: escuta dicótica (DD, dichotic digits), dissílabos
alternados e sobrepostos (SSW, staggered spondaic words) que será utilizado nesse
estudo e será explicado no capítulo a seguir.

2.6 TESTE DE DISSÍLABOS ALTERNADOS (TESTE STAGGERED SPONDAIC


WORD-SSW)

O teste de dissílabos alternados (Staggered Spondaic Word–SSW) em


inglês foi concebido em 1960 nos Estados Unidos, por Jack Katz e utilizado pela
primeira vez em 1962 e, sua versão em português foi proposta por Alda Borges,
59

Ruth Rejtman e Isa Schneider e supervisionada pelo próprio autor do teste em 1986
(Borges, 1986). O teste foi criado com a finalidade de analisar a audição central em
sujeitos com lesões neurológicas. Começou ainda a ser usado com sucesso, a partir
dos anos 70, para analisar a função auditiva central em crianças com distúrbios do
desenvolvimento, seja da fala, da linguagem ou das habilidades escolares. O teste
foi adequado para o português por Borges, em 1986, e por Machado, em 2003,
utilizado vocábulos dissílabos. Foi um dos primeiros métodos usado nos Estados
Unidos e continua sendo um dos testes mais importante para analisar a audição
central, permitindo examinar a percepção auditiva como um processo do sistema
funcional auditivo.
Quando Borges (1986) adaptou o teste SSW para o português brasileiro, sob
supervisão de Katz, o autor do teste, obrigou-se a substituir as palavras espondaicas
raras em nossa língua. O primeiro processo para a adaptação para o português da
versão de Borges (1986) foi selecionar vocábulos que permitissem tornar o teste o
mais próximo do original em inglês. Assim, foi utilizada a montagem de palavras
dissílabas, sendo esta versão denominada teste de dissílabos alternados. A escolha
dessas palavras correspondeu ao princípio do teste de que as duas primeiras
palavras, assim como as duas últimas, mantêm relação do significado, sendo essa
relação também mantida entre a primeira e a quarta palavra (BORGES, 1997).
O teste SSW possui 40 itens, cada qual com dois pares de dissílabos, isto é,
quatro palavras em cada item, e um total de 160 palavras, apresentadas ao sujeito
avaliado por gravação, enviada através do audiômetro de dois canais. Vinte itens (os
de números ímpares) são apresentados começando pela orelha direita, enquanto
vinte itens (os números pares) são apresentados começando pela orelha esquerda.
O exemplo do primeiro item, no Quadro 2, a seguir, explica o teste na versão em
português.
A seguir, a sequência do teste, adaptado para o português por Borges
(1986):
60

A B C D E F G H

Item DNC DC EC ENC Item ENC EC DC DNC

1 Bota Fora Pega Fogo 2 Noite Negra Sala Clara


3 Cara Vela Roupa Suja 4 Minha Nora Nossa Filha
5 Água Limpa Tarde Fresca 6 Vaga Lume Mori Bundo
7 Joga Fora Chuta Bola 8 Cerca Viva Milho Verde
9 Ponto Morto Vento Fraco 10 Bola Grande Rosa Murcha
11 Porta Lápis Bela Jóia 12 Ovo Mole Peixe Fresco
13 Rapa Tudo Cara Dura 14 Caixa Alta Braço Forte
15 Malha Grossa Caldo Quente 16 Queijo Podre Figo Ceco
17 Boa Pinta Muito Prosa 18 Grande Venda Outra Coisa
19 Faixa Branca Pele Preta 20 Porta Mala Uma Luva
21 Vila Rica Ama Velha 22 Lua Nova Taça Cheia
23 Gente Grande Vida Boa 24 Entre Logo Bela Vista
25 Contra Bando Homem Baixo 26 Auto Móvel Não me Peça
27 Poço Raso Prato Fundo 28 Sono Calmo Pena Leve
29 Pêra Dura Coco Doce 30 Folha Verde Mosca Morta
31 Padre Nosso Dia Santo 32 Meio A meio Lindo Dia
33 Leite Branco Sopa Quente 34 Cala Frio Bate Boca
35 Quinze Dias Oito Anos 36 Sobre Tudo Nosso Nome
37 Queda Livre Copo D‟água 38 Desde Quando Hoje Cedo
39 Lava Louça Guarda Roupa 40 Vira Volta Meia Lata
Quadro 2 - Teste SSW na adaptação em português
Fonte: Borges (1986).

Ao propor o teste SSW, Katz (1962), conforme pudemos observar usou


como estímulo, material dicótico, com sinais diferentes, que são apresentados a
cada orelha ao mesmo tempo.
Segundo Borges (1997), o teste SSW é um método que foi sugerido como
uma forma de analisar a qualidade central, isto é, verificar a aspecto de alguma
dificuldade na função auditiva central. E tem como características:
a) execução rápida, simples e fácil aplicação, o que permite usar em sujeitos
com idades variadas e portadores de diversas patologias;
b) padronização de resultados lógicos, entre 5 a 70 anos de idade;
c) teste autêntico e válido;
d) não sofre influência de perdas periféricas.
Segundo Meneguello et. al (2001), se forem estudados os testes,
observando as categorias de forma isolada, a desabilidade da decodificação seria
mais comum no grupo avaliado em outros tipos de estudos, habilidade esta também
observada no SSW.
Testes como o SSW auxiliam, na prática, clínicas de diversas áreas como a
Fonoaudiologia, Psicologia e Psicopedagogia, que podem recomendar o nível de
maturação das vias auditivas, até mesmo em avaliações habituais no seguimento
das fibras longitudinais da criança; podem achar doenças neurológicas progressivas;
podem analisar uma melhora das capacidades auditivas quando acontecem
61

introduções de medicamentos; podem auxiliar na definição dos distúrbios auditivos e


podem esclarecer o significado da dominância cerebral para a linguagem
(KOZLOWSKI et al., 2004).
A aplicação do teste determina alguns cuidados, entre eles: supervisão do
teste de forma padronizada; realização de avaliação audiométrica anterior para
garantir que a falha auditiva não atrapalhe nos resultados; linguagem expandida do
sujeito; teste na língua-mãe do sujeito; profissional fonoaudiólogo bem preparado e
treinado (MACHADO, 2003).
A execução do teste SSW é feito com o auxílio de um CD player, junto a um
audiômetro de dois canais. É feito em intensidade de 50 dB acima da média do
limiar de audibilidade, considerando a média tritonal em 500, 1000 e 2000 Hz. O
sujeito é orientado a repetir as quatro palavras que ouviu ao término da
apresentação de cada grupo de palavras, obedecendo à ordem de apresentação,
em uma ou em ambas as orelhas, dada pelo terapeuta do CD player (BORGES,
1997).
O teste é, portanto, realizado por meio de apresentações de estímulo
dicótico, que contém uma série com quatro palavras, cada uma é apresentada a
uma orelha, havendo uma superposição parcial (a 2ª sílaba da primeira palavra e a
1ª sílaba da final, são mandadas ao mesmo tempo às orelhas opostas), conforme se
observa na Figura 6. Totalizando, são apresentados 160 vocábulos dividindo em
uma série de 4 palavras diferentes esclarecidas 40 vezes (BORGES, 1997).

Figura 7 - Desenho esquematico do estimulo dicotico no teste SSW.

Fonte: Elaborado pela autora com base em Borges (1997)


62

A marcação de certos pontos dos resultados é realizada por meio da


contagem dos erros, que são: omissão, inversão e substituição, ao final das colunas
A, B, C, D, E, F, G e H. Os valores são somados e convertidos em grandes totais.
Os resultados são constituídos de alguns somatórios que verificam o funcionamento
na orelha direita não competitiva (DNC), apresentados pela soma das colunas A e H,
orelha direita competitiva (DC), nas colunas B e G, esquerda competitiva (9EC)
colunas C e F e, por fim, esquerda não competitiva, designadas pelo somatório das
colunas D e E; a seguir, os resultados são multiplicados por 2,5, chegando à
porcentagem de erros para cada orelha que podem totalizar até 100% (BORGES,
1997).
É realizada, também, a análise qualitativa que avalia a intenção das
respostas, constituindo as classificações seguintes: inversões, efeito ordem, efeito
auditivo e padrão de resposta tipo A.
Já em 1962, Katz indicava que o teste SSW tinha a capacidade de ser
sensível às alterações centrais na audição, consequentes do processo de
envelhecimento, ao achar valores rebaixados em sujeitos acima de 60 anos que
apresentavam sensibilidade para tom puro e discriminação normal bilateralmente.
Marota, Quintero e Marone (2002) usaram o teste SSW para a afirmação
dos limites de corte de normalidade para idosos brasileiros nas classes investigadas
e compararam com o determinado para a população americana de mesma faixa
etária. Analisaram 100 sujeitos, com idade entre 60 anos a 79 anos, sendo que 50
apresentavam perda auditiva neurossensorial característica de presbiacusia (grupo
estudo) e 50, com audição tonal dentro dos padrões da normalidade (grupo
controle). Nessa estimativa, observaram diferenças marcantes entre os padrões de
normalidade determinados para a população americana e o encontrado para a
população brasileira de mesma faixa etária. Além disso, examinaram o evento de
60% de casos alterados no grupo controle e 66% de casos alterados no grupo
estudo. Desse modo, esses autores chegaram à conclusão que não é viável o uso
do padrão de normalidade determinado para a população americana na nossa
população de idosos, já que esta comprovou ser muito rígida.
Em 2001, Hallgren et al., ao analisarem os efeitos cognitivos em testes
dicóticos – dígitos, sentenças e consoante-vogal de baixa redundância –,
encontraram uma forte correspondência entre o processo da idade e o declínio
63

cognitivo em idosos, assim como problemas na percepção de estímulos achados na


orelha esquerda desses sujeitos.
Azevedo e Ribas (2004) avaliaram oito sujeitos com a finalidade de verificar
o comportamento de sujeitos da terceira idade, portadores ou não da doença de
Alzheimer, frente ao teste SSW. Pode-se notar que todos os sujeitos conseguiram
resultado do SSW alterados e concluíram que a velhice, associada ou não a uma
doença degenerativa, é um elemento causal de desordens da percepção auditiva.
Marotta, Quintero e Marone (2002) usaram o teste SSW em um estudo em
100 sujeitos com idades de 19 anos a 59 anos, de ambos os sexos, distribuídos do
mesmo modo nos grupos controle e estudo, e encontraram diferenças significantes
nas condições de direito e esquerdo competitivos e disposição de respostas de
efeito auditivo, efeito de ordem e tipo A. Na checagem por número de erros, houve
diferenças significativas no estado de direito e esquerdo competitivos. No reflexo
acústico, os grupos acharam diferenças significantes com relação à ausência do
contralateral e ipsilateral em todas as frequências testadas bilateralmente. Os efeitos
desse estudo reforçam o grande valor da função das estruturas responsáveis pelo
reflexo acústico no PAC, recomendando que os sujeitos com audição periférica
normal e alterações do reflexo acústico sejam submetidos à avaliação do PAC.
Sanchez et al. (2003) avaliaram a ocorrência de adultos destros com queixa
de compreensão de fala e/ou déficits de memória, verificaram em um dos casos,
benefícios auditivos da orelha direita para processar estímulos dicóticos verbais,
indicando possível déficit na passagem da informação via corpo caloso e intenção
de respostas de padrão tipo A no teste SSW. Mesmo que a OD tenha se mostrado
25% mais competente que a esquerda, ainda assim não foi competente como
esperado, mostrando resultados não harmônicos com os padrões da normalidade
para a faixa etária, o que dá a entender que áreas associativas devem estar
prejudicadas.
Explicado o teste SSW, que será o mais analisado nesta pesquisa.
64

2.7 QUESTIONÁRIO HEARING HANDICAP INVENTORY FOR THE ELDERLY –


SCREENING VERSION (HHIE-S)

Estudos vêm mostrando a relação entre perda auditiva e o comprometimento


da qualidade de vida na população idosa. Existe diminuição da habilidade de
comunicação verbal, levando ao afastamento progressivo e aumentando o
aparecimento de quadros depressivos. Da mesma maneira, acontece queda de
rendimento profissional contra a vontade do declínio da capacidade física ou mental,
com repercussões econômicas que podem ser definidos, considerando a alta
prevalência de famílias que hoje são ajudadas pelos seus membros mais idosos.
Esta importância atual do conceito de qualidade de vida reflete-se na propagação de
questionários que te em vista demonstrar objetivamente o desconforto ou choque
causado pelas perdas auditivas, além de analisar a efetividade de medidas de
preservação ou terapêuticas.

Sugerido por VENTRY e WEINSTEIN em 1982 o questionário HHIE (Hearing


Handicap Inventory for Elderly) tem sido largamente usado como procedimento de
aferição do choque da perda auditiva em idosos.

É uma versão reduzida do Hearing Handicap Inventory for the Elderly –


HHIE, de aplicação mais rápida e de fácil compreensão, o que favorece seu uso em
sujeitos idosos, sendo por isso recomendado pela American Speech-Language-
Hearing Association (ASHA) para triagem auditiva.

Originalmente o do Hearing Handicap Inventory for the Elderly – HHIE é


formado por 25 questões que consideram aspectos particulares, sociais e familiares,
sendo que sua versão resumida (Shortened, originando a sigla HHIE-S) é composta
por 10 questões.
Inventory for the Elderly Screening Version – HHIE-S, composto por dez
perguntas, que divide- se em duas escalas (escala social/situacional e escala
emocional, cada uma com cinco itens). Para responder ao questionário, o terapeuta
lerá oralmente as perguntas ao sujeito idoso, que precisara escolher por apenas
uma resposta para cada item: sim (4 pontos), algumas vezes (2 pontos) ou não (0
ponto). O escore total vara de 0 a 40, dividido em três categorias: 0-8 pontos (sem
65

percepção do handicap); 10-23 pontos (percepção leve a moderada) e 24-40


(percepção significativa do handicap).

Dedicaremos o capítulo a seguir a explicar a metodologia utilizada que


consiste, entre outros itens, na identificação da amostra, do tipo de pesquisa e dos
instrumentos utilizados.
66

3 METODOLOGIA

3.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Este estudo foi efetivado somente após apreciação e aprovação do Comitê


de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Feevale (processo nº
4.07.03.11.2066).

Os sujeitos participantes da pesquisa foram informados a respeito dos


procedimentos necessários para a execução do estudo e convidados a assinarem e
rubricarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A).

3.2 DELINEAMENTO

O estudo em questão é o estudo quantitativo, de corte transversal que


comparou os achados audiológicos e o teste de processamento auditivo central
SSW em sujeitos idosos e HHIE-S.

3.3 LOCAL E DATA DAS AVALIAÇÕES

O trabalho foi realizado na Clínica Escola de Fonoaudiologia da


Universidade Feevale e as avaliações foram efetuadas no período compreendido
entre setembro de 2011 e novembro de 2011.
67

3.4 PARTICIPANTES DO ESTUDO

Para a formação dos grupos, foi efetuada divulgação por meio eletrônico à
comunidade acadêmica, funcionários e professores desta instituição e através de
anuncio no jornal da cidade do Vale dos Sinos para a população externa.
Para compor a amostra, os sujeitos foram selecionados de acordo com os
seguintes critérios de elegibilidade:

a) ter assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;


b) ter idade mínima de 60 anos e máxima de 80 anos;
c) não apresentar alterações na meatoscopia;
d) apresentar o limiar auditivo com médias tritonais em 500, 1000 e 2000 Hz,
menor ou igual a 25 dB (Silman e Silverman,1997);
e) apresentar timpanograma Tipo A, e derivados de A de acordo com a
classificação de Jerger (1970 e 1972);
f) ter resultados, no Miniexame do Estado Mental, de 24 pontos ou mais;
g) não apresentar doenças de orelha média ou procedimentos cirúrgicos
otológico;
h) sem histórico de problemas neurológicos, como acidentes vasculares
cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos ou quadros neurológicos
degenerativos;
i) sem presença de doença psiquiátrica;
j) não usar medicamentos que possam interferir nos resultados;
k) ser alfabetizado.

Qualquer sujeito que, por algum motivo, não aceitasse participar da


pesquisa, não cumprisse os critérios de seleção supracitados, ou apresentasse
algum fator que pudesse interferir nos testes aplicados, foi excluído do grupo de
controle.
68

3.5 ENTREVISTA E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

1ª Etapa: Os sujeitos estudados foram submetidos a uma anamnese


(Apêndice B) por meio de um questionário composto por questões fechadas, as
quais forneceram informações relativas a dados pessoais, queixas auditivas e
hábitos de vida diária.

Com o objetivo de se controlar alterações cognitivas aplicou-se o teste Mini-

Exame do Estado Mental (Anexo A), que é uma avaliação simplificada da


cognição, capaz de triar os seguintes aspectos: orientação temporal e espacial;
memória imediata; atenção e cálculo; evocação; e linguagem. Para cada resposta
correta do sujeito, há uma pontuação específica, podendo alcançar no máximo 30
pontos (Folstein et al., 1975). Todos os idosos participantes deste estudo obtiveram,
no mínimo, 24 pontos no teste.

Logo, após, foi, então, aplicado o questionário Hearing Handicap Inventory


for the Elderly Screening Version – HHIE-S (Anexo B), composto por dez perguntas,
dividido em duas escalas (escala social/situacional e escala emocional, cada uma
com cinco itens). Para responder ao questionário, foram lidas oralmente as
perguntas ao participante, que deveria optar por apenas uma resposta para cada
item: sim (4 pontos), algumas vezes (2 pontos) ou não (0 ponto). O escore total
variou de 0 a 40, dividido em três categorias: 0-8 pontos (sem percepção do
handicap); 10-23 pontos (percepção leve a moderada) e 24-40 (percepção
significativa do handicap). Quanto maior o número de pontos, maior é a percepção
do sujeito em relação a sua condição auditiva;

Após a entrevista, foi realizada a inspeção visual do meato acústico externo,


com a finalidade de descartar a existência de cerúmen ou corpo estranho no meato.
Os pacientes que apresentaram alterações foram excluídos do grupo e orientados a
procurar avaliação médica. Para tal inspeção, foi utilizado um otoscópio da marca
Welch Allyn.

Dando andamento às avaliações, o sujeito foi encaminhado à cabine


acústica para realização da Audiometria Tonal Liminar Convencional a fim de
estabelecer o limiar auditivo dos sujeitos. O exame, realizado por via aérea em
69

técnica descendente ascendente, obteve limiares nas frequências de 250 a 8.000


Hz.

A seguir avaliamos a habilidade do sujeito para detectar e reconhecer a fala


por meio da Logoaudiometria. Para tal, foi utilizada a classificação de (Jerger,
Speaks e Trammell, 1968) tendo sido pesquisado o Limiar de Reconhecimento da
Fala (LRF), utilizando palavras trissilábicas e polissilábicas, e o Índice percentual
Porcentual de Reconhecimento de Fala (IPRF), utilizando palavras monossilábicas e
dissilábicas.

O grau da perda auditiva foi classificado segundo Silman e Silverman (1997)


- adaptada de Carhart (1945) e Lloyd e Kaplan (1978), que levam em consideração
os limiares tonais médios obtidos nas freqüências sonoras de 500, 1000 e 2000 Hz,
sendo que os limiares de audibilidade considerados dentro do critério de inclusão
(sensibilidade auditiva normal).

Para a realização dos testes tonais e de fala e de processamento auditivo foi


utilizado um audiômetro da marca Interacoustics, modelo AC40. Na audiometria
convencional foram utilizados fones da marca Telephonics, modelo TDH 39P, para
realização do exame por via aérea, e vibrador B7 para testar a via óssea. Os
resultados das avaliações audiológicas foram registrados no protocolo de avaliação
da audição (Apêndice C).

Foi aplicado a seguir a bateria de testes da imitância acústica, que engloba:


timpanometria e medida do reflexo acústico.Para a realização da timpanometria, foi
utilizado o aparelho AZ7 ou AZ26 e com um fone onde é acoplada, à sua haste, uma
sonda. A classificação das curvas timpanométrica utilizada foi a de Jerger (1970 e
1972), indicada no
Quadro 3:

Tipo de curva Características


Tipo A Mobilidade normal do sistema tímpano-ossicular.
Tipo Ad Hiper-mobilidade do sistema tímpano-ossicular.
Tipo Ar Baixa-mobilidade do sistema tímpano-ossicular.
Tipo B Ausência de mobilidade do sistema tímpano-ossicular.
Tipo C Pressão de ar da orelha média desviada para pressão negativa.
Quadro 3 - Classificação do timpanograma.
Fonte: Jerger (1970/1972).
70

Os sujeitos que apresentaram alguma alteração nesta primeira avaliação


foram encaminhados ao otorrinolaringologista, e os demais deram continuidade à
pesquisa com os testes de processamento auditivo.

2ª etapa: Para realizar a avaliação comportamental do processamento


auditivo foram utilizados os seguintes testes:

a) Testes Masking Level Difference – MLD (AUDITEC, 1997);


b) Pitch Pattern Sequence – PPS;
c) Duration Pattern Sequence - DPS serão utilizados na sua versão da
AUDITEC St Louis;
d) Sentenças Sintéticas – SSI;
e) Pediatric Speech Intelligibility Test - PSI (JERGER, 1980).
f) Randon Gap Detection Test (RGDT);
g) Teste Dicótico de Dígitos-DD (SANTOS; PEREIRA, 1997);
h) Teste de Dissílabos Alternados – SSW (BORGES, 1997).
Os protocolos de anotações dos testes citados estão disponíveis nos anexos
4 a 10 respectivamente

Teste MLD (Anexo G): consistiu na determinação do limiar auditivo por um


tom puro pulsátil de 500 Hz na presença de um ruído mascarante em duas
condições: ruído e tom puro na mesma fase; e na outra, tom puro em fase nas duas
orelhas, e ruído em fase invertida em uma das orelhas 28. O sujeito foi orientado a
avisar quando ouvir o tom pulsátil. O limiar obtido na condição antifásica é subtraído
do limiar obtido na condição homofásica para determina o MLD em dB, tendo sido
consideradas normais diferenças maiores que 6dB. Esse teste teve a capacidade de
analisar a habilidade do sistema nervoso auditivo central para verificar informação
diferente, mas complementar, apresentada às duas orelhas;

Testes PPS (Anexo H): Este teste constitui-se na apresentação de três


sons de variabilidade de freqüência ( grave ou agudo) de cada vez consistindo em
20 sequências de 3 sons, (ex.: grave/grave/agudo, agudo/grave/agudo em cada
orelha totalizando 20 sequências por teste para nomeação e mais 20 sequências
71

que o sujeito deverá imitar (murmurar) os 3 sons ouvidos. O sujeito foi orientado a
repetir a seqüência, após ouvir os três sons, murmurando e/ou nomeando. Através
desse teste foi possível avaliar processamento temporal, atenção, discriminação e
memória imediata seqüencial. Foram testadas duas condições: a de imitação, no
hemisfério direito, e nomeação, no hemisfério esquerdo; o padrão de normalidade
considerado foii de 88% de acerto para cada orelha (Taborga-Lizarro, 1999);

Teste DPS (Anexo I): Este teste é similar ao teste PPS estando em
observação os padrões de duração e portanto, o sujeito recebe sons com durações
diferentes (ex.: curto/curto/longo, longo/curto/longo...), sendo o total de vinte
seqüências em cada orelha. O sujeito foi orientado a repetir a seqüência, após ouvir
os três sons, murmurando e/ou nomeando. O critério de normalidade foi de 67% de
acerto para cada orelha (Taborga-Lizarro, 1999). O Teste teve como objetivo avaliar
a habilidade de diferenciar e reproduzir sequências de tons, em diferentes
combinações de graves/agudos e curtos/longos;

Teste SSI (Anexo J): O sujeito recebeu uma cartela contendo 10 frases,
escritas em português brasileiro, com construção sintática incomum. O participante
foi norteado para que não prestasse atenção no estímulo competitivo (história), mas
que mantivesse atenção nas frases ouvidas e que estavam escritas em uma folha
que ficava sobre seus cuidados. O SSI foi apresentado na modalidade de
mensagem competitiva contralateral ( MCC) e ipsilateral (MCI), na intensidade de 40
dB acima do LRF do participante nas relações estímulo/competição de 0 dB, -40dB
(MCC) e 0dB, -10dB, -15dB (MCI). Esse teste permitiu analisar a habilidade de
fechamento auditivo, figura fundo associado à identificação visual e discriminação,
quando uma parte do sinal auditivo está distorcida ou ausente e/ou em presença de
estímulos auditivos competitivos dados em história;

Teste PSI: ( Anexo M) O teste PSI foi utilizado em substituição ao SSI em


pacientes com dificuldades visuais importantes. A diferença é que ao invés de
receber frases escritas, o sujeito recebia gravuras de maior tamanho identificando as
frases e apontando para as figuras correspondentes. As condições de intensidade,
de relação sinal ruído e os critérios de normalidade são os mesmas do SSI;

Teste RGDT (Anexo K): Para realização do RGDT foram apresentados


pares de tons puros a 50 dBNA nas freqüências de 500, 1000, 2000 e 4000Hz com
72

intervalo entre os tons variando aleatoriamente de 0 a 40ms, ao que o sujeito


deveria responder verbalmente se ouviu um ou dois tons. O resultado do teste foi
expresso pela média do limiar de detecção do gap a cada freqüência sendo que no
Brasil a normalidade para este teste em adultos é de 10 ms ou menos.

Teste Dicótico de dígitos (Anexo L): Para realização do teste foi usada
lista de 20 pares de dígitos, sendo que quatro dígitos são apresentados
dicoticamente ao sujeito. Ele precisou repetir os 4 algarismos oralmente. Os
resultados obtidos foram registrados num protocolo padrão. Os resultados foram
analisados segundo critério de Pereira e Schochat (1997), sendo padrão de
normalidade 10% de erros.

E, por fim, foi aplicado o teste SSW (Anexo N). Para sua realização foi
utilizado o volume 2, faixa 6, do CD pertencente ao Manual de Avaliação do
Processamento Auditivo Central. A intensidade de apresentação dos estímulos foi
50 dB NS. O teste SSW é composto de 40 sequências de 4 palavras dissílabas,
apresentadas de forma competitiva e não competitiva. Os pacientes foram instruídos
a repetir a sequência de palavras ouvidas. As palavras foram apresentadas na
orelha direita e esquerda alternadamente com sobreposição parcial dos
estímulos/testes. O sujeito deveria ouvir as quatro palavras e repeti-las na ordem
ouvida. O teste avalia a habilidade de integração auditiva ou síntese binaural
(Borges, 1997). Esse teste consistiu junto como HHIE os testes principais deste
estudo e foi explicado mais detalhadamente no referencial bibliográfico.

Antes da aplicação de todos os testes, foi realizado um treino demonstrativo


para que o sujeito idoso compreendesse bem a tarefa a ser realizada. Os testes só
foram iniciados após garantia de compreensão da tarefa. As avaliações realizadas
duraram aproximadamente 60 minutos casa sessão com número de encontros
variando entre 2, 3 ou 4 encontros. Sempre que necessário os tempos de testagem
foram reduzidos para evitar que o cansaço interferisse nos resultados finais.
Após todos os testes aferidos, todos os participantes da pesquisa ganharam
uma cópia dos resultados, e esclarecimentos a respeito de seus exames. Aqueles
que apresentaram algum comprometimento auditivo formam devidamente
encaminhados aos profissionais indicados.
73

3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Após a coleta dos dados, os resultados obtidos neste estudo foram


submetidos à análise estatística utilizando o SPSS (Statistical Package for Social
Sciences) versão 18.0. O critério de determinação de significância adotado foi < 0,05
(5%). Os testes utilizados foram o de correlação, estatística descritiva, estatísticas
de amostras pareadas.

3.7 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Neste trabalho foram analisados os resultados dos testes de 20 sujeitos


idosos com audição normal. Dos 20 sujeitos avaliados, 12 eram do sexo feminino
(60%) e 08 do sexo masculino (40%) conforme demonstrado abaixo (Gráfico 1)

Gráfico 2. Número de participantes da pesquisa.

Todos os participantes selecionados deveriam ter teste MINIMEEM dentro


dos padrões de normalidade considerada a escolaridade. A média de resposta dos
20 participantes foi de 27,35 acertos dos 30 acertos possíveis sendo que . a média
mais alta foi atingida pelos participantes que referiram ter escolaridade superior
incompleta e completa chegando à média de 29 acertos, ficando os participantes
74

que tinham fundamental completo e médio incompleto, com média de 26,2 acertos e
os participantes com ensino fundamental incompleto com média de 26,7 acertos
conforme demonstrado no gráfico abaixo. (Gráfico 2).

Gráfico 2. Média de acertos dos participantes da pesquisa no teste MEEM em


relação ao diferentes níveis de escolaridade

A idade dos participantes variou entre 60 e 79 anos, sendo que a média da


idade entre os sujeitos da pesquisa foi de 64,95 anos, com variabilidade em torno
da média de 5,59 anos. (Gráfico 3). Assim como proposto na metodologia da
pesquisa, todos os participantes tinham audição normal segundo classificação de
Silman e Silverman (1997), além de LRF igual ou menor do que 25 dB.

Gráfico 3: Idade dos participantes da pesquisa, idade mínima, máxima e


desvio padrão.
75

Dos sujeitos selecionados dois deles eram canhotos e os demais destros.


Os canhotos constituíam somente 10% da amostra e não houve relação significativa
entre este fator e os resultados encontrados e, portanto não será feita referência
especial a esta característica da amostra.

Já quanto à escolaridade, não houve participantes não escolarizados e


observou-se que 40% dos sujeitos da pesquisa (8 participantes) tinham nível de
escolaridade fundamental incompleto, constituindo a maior parte da amostra. O
restante (60%) distribuiu-se entre participantes com ensino fundamental completo,
ensino médio incompleto, ensino superior completo e ensino superior incompleto
(Gráfico 4).

Gráfico 4: Escolaridade dos participantes da pesquisa.

4.0 ANÁLISE DE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No presente capítulo apresentaremos os resultados organizados segundo


os objetivos da pesquisa. Faremos a descrição dos resultados observados, dos
testes estatísticos realizados e a discussão de cada um dos pontos em relação aos
dados referentes ao assunto na literatura atual.
Esta sessão foi didaticamente dividida em 6 partes, sendo que 5 delas tratam
de responder aos objetivos específicos que trarão subsídios para a sessão 6 que
76

responderá ao objetivo geral:

4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO ESPECÍFICO


1
O objetivo específico 1 consistiu em verificar os resultados dos testes de
processamento auditivo central na população de idosos sem perda auditiva;
Os testes aplicados, conforme explicitados na metodologia foram: SSW,
MLD, PSI ou SSI, RGDT, DPS e PPS e dicótico de dígitos. Para verificar se existia
ou não uma associação entre todos os testes aplicados nessa pesquisa, analisamos
além dos valores em percentuais os resultados observados na aplicação do
tratamento estatístico. Não foi observada nenhuma relação estatisticamente
significante. Resultados de significância (p> 0,05) indicariam associação e/ou
dependência estatística entre as variáveis.

Dos 20 sujeitos que responderam ao testes MLD, 7 deles apresentaram


resultados alterados sendo que a média dos resultados foi de 10,6 dB, o menor
resultado foi de total falta de percepção do mascaramento (0dB) e o melhor
resultado de 20 dB.

No teste de processamento RGDT, devemos destacar a dificuldade de


responder ao teste sendo necessário repetir a ordem e explicação muitas vezes,
para a maioria dos idosos. Os resultados encontrados foram 11 participantes com
alteração no testes de processamento temporal o que constituiu mais do que 50%
da amostra. É importante ressaltar que foram considerados alterados 4 dos testes
em que o participante sequer conseguiu responder demonstrando não haver padrão
nas respostas. A média em milissegundos dos demais 16 testes foi de 8,53 e entre
os testes alterados a média ficou em 12,29 ms.

No teste SSW, sobre o qual falaremos também na discussão de resultados


em outros dos objetivos específicos, 25% dos participantes apresentaram resultados
normais e, portanto, 75% dos participantes apresentaram resultados alterados nas
tarefas de direita competitiva e ou esquerda competitiva. Nos aspectos qualitativos
do teste destacam-se omissões e substituições com raras reversões. Apesar de não
termos observado diferenças estatisticamente significantes entre as orelhas EC e
77

DC de todos os sujeitos, a EC apresentou médias percentuais piores do que a DC


que foram de 85,7% para EC e 85,3% para DC.

No teste dicótico de dígitos 80 % dos 20 idosos apresentaram resultados


alterados em condições binaural. Sendo que 45% dos sujeitos idosos apresentaram
resultados rebaixados na orelha direita e 50% na orelha esquerda. Observou-se
também que a orelha esquerda apresentou piora na porcentagem de acertos, com
relação à orelha direita o que tem sido observado em alguns estudos como o de
Bellis, Wilber, 2001 que correlacionaram achados nos testes com mudanças
estruturais do corpo caloso que acontecem com o envelhecimento. Esta mudança
estrutural dificultaria o trabalho com a informação que necessitaria ser transmitida ao
hemisfério esquerdo através do corpo caloso.

Neste estudo compartilha-se observação de resultados similares aos de


outros estudos com escuta dicótica, no entanto há que se destacar que nesta
pequena amostra diferenças estatisticamente significantes não foram encontradas
exceto em um dos objetivos específicos que discutiremos a seguir.

Já nos testes PPS e DPS encontramos grande número de resultados


alterados. No teste de padrão de freqüência na versão nomeando encontramos 11
participantes com resultados alterados e na versão murmurando foram 12
constituindo em ambas 55% e 60% de alterações respectivamente. O teste do
padrão de duração teve resultados ainda piores havendo 1 participante com
resultados normais no DPS versão murmurando e 3 participantes com resultados
normais na versão nomeando demonstrando grande dificuldade de lidar com
padrões de duração. As amostras alteradas nas versões murmurando e nomeando
totalizaram, portanto, 95% e 85%respectivamente.

Em uma pesquisa de processamento temporal auditivo em idosos realizada


por Medeiros, Russo, Silva, Medeiros, 2009 os resultados encontrados nos testes
foram: PPS-47,21%; DPS-56,45%; e comparados com os resultados esperados para
sujeitos adultos, o desempenho dos idosos nos testes foi, assim como neste
trabalho, inferior aos padrões estabelecidos como normais.

No teste PSI ou SSI, observamos maior dificuldade dos idosos em lidar com
as informações quando a mensagem a ser ouvida e a ser ignorada encontravam-se
78

nas condições Ipsilaterais (MCI) Nesta condição 14 dos participantes falharam em


uma ou mais provas com diferentes relações sinal ruído (0dB, -10dB ou -15 dB). Nas
condições onde a mensagem a ser ouvida e a ser ignorada encontraram-se em
condição contralateral (MCC) os participantes apresentaram melhores resultados
apesar de ainda assim 4 deles terem apresentados alterações.

Em um estudo em 40 sujeitos idosos que relataram audição normal, ao


aplicar os testes PSI/SSI, observou-se resultados rebaixados demonstrando
ineficiência das funções auditivas centrais (SANCHES ET AL., 2008). Esta pesquisa
corrobora com a pesquisa de Sanches et al (2008)

O que se pode observar regra geral é que todos os participantes falharam


em um ou mais testes, não havendo nenhum dos participantes com resultados
normais em todas as habilidades avaliadas. Isto pode nos permitir inferir que a idade
por si só, independente de alterações auditivas quantitativas, é capaz de provocar
dificuldades em lidar com as diversas habilidades auditivas responsáveis por bons
padrões de compreensão da informação auditiva.

Abaixo demonstraremos um gráfico (Gráfico 5) com os resultados


observados nos diversos testes.

Gráfico 5: Número de sujeitos com resultados alterados nos diversos testes de


processamento auditivo aplicados.

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO ESPECÍFICO 2


79

O objetivo específico 2 consistiu em verificar a quantidade de omissões,


inversões e substituições observadas no teste SSW. Podemos observar na
análise dos dados que o grupo de idosos teve número considerável de omissões
e substituições sendo que as reversões foram raras aparecendo em pequena
quantidade (19) distribuída entre 7 sujeitos. Quando realizadas as omissões e
substituições elas foram distribuídas de forma “regular” sendo que houve mais
omissões e substituições na EC em ambas as condições e não foi observada
diferença estatisticamente significante entre do que em DC.
Foram observadas 179 omissões e 122 substituições distribuídas por 20
pacientes. „
Segundo KATZ as omissões e substituições são observadas quando há ausência
de resposta da palavra ouvida ou troca da palavra por outra.

4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO ESPECÍFICO


3
O objetivo específico 3 consistiu em verificar e analisar os resultados
referentes às respostas das orelhas esquerda e direita, em situação competitiva e
não competitiva, no teste SSW. O que pudemos observar foi que o maior número de
erros, se considerarmos números absolutos, ficaram por conta do estímulo
apresentado na orelha esquerda em situação competitiva. É importante destacar que
não houve diferença estatisticamente significante quando comparadas as
quantidades de erros na DC com EC. Talvez o achado estatisticamente não
significante tenha sido pelo tamanho reduzido da amostra.

Já quando usamos as médias e consideramos o valor de referência que é


de 90% de acertos em todas as condições de teste, observou-se que houve
diferença estatisticamente significativa entre as variáveis (p = 0,006)
Alguns estudos, propostos por Kimura (1961), referem que a informação
apresentada no ouvido direito segue diretamente para o hemisfério esquerdo. E
durante a estimulação dicótica, as vias auditivas ipsilaterais são restabelecidas
favorecendo as vias contralaterais, que apresentam maior número de fibras. A
desvantagem da orelha esquerda estaria relacionada ao fato de ser necessário
maior tempo para transmissão da informação verbal além da necessidade de um
80

bom trabalho do corpo caloso para enviar a informação do hemisfério direito ao


esquerdo. O funcionamento lento da transmissão pelo corpo caloso poderia explicar
as dificuldades e as diferenças entre EC e DC. Os idosos, em virtude do
envelhecimento, com a deterioração natural da idade teriam seu desempenho
prejudicado gerando a assimetria das orelhas observada também nesta pesquisa.

Marota, Quintero e Marone (2002) usaram o teste SSW para analisar 100
sujeitos com idades de 19 anos a 59 anos, de ambos os sexos, distribuídos do
mesmo modo nos grupos controle e estudo, e encontraram diferenças significantes
nas condições de direito e esquerdo competitivos e disposição de respostas de
efeito auditivo, efeito de ordem e tipo A. Na checagem por número de erros, houve
diferenças significativas no estado de direito e esquerdo competitivos. Apesar da
diferença entre a idade de esta pesquisa e a citada acima, observa-se que o prejuízo
maior parece se manter nas situações onde a esquerda competitiva é acionada.
No gráfico abaixo, demonstra-se a diferença significativa encontrada no
comparativo entre EC e DC corroborando com as pesquisas citadas.

Gráfico 6: quando comparados com o valor médio de referência 90%. EC: (t = -3,123, p
= 0,006) Ou (t = -3,123, p < 0,05).

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO


ESPECÍFICO
81

O objetivo específico 4 consistiu em verificar e analisar os resultados


encontrados na avaliação qualitativa no teste SSW (efeito de ordem, efeito auditivo e
padrão tipo A). Observamos que as maiores alterações observadas foram no efeito
de ordem e efeito auditivo.

Conforme já explicitado no referencial teórico, segundo Katz et.al,1999, o


efeito auditivo quando apresenta mais erros se o teste é iniciado na orelha direita,
denominado de efeito auditivo alto-baixo verificando um possível envolvimento na
região temporal posterior/córtex auditivo; ou quando é iniciado na orelha esquerda, é
chamado de efeito auditivo baixo-alto, pode-se verificar um possível envolvimento na
região frontotemporal. Dos sujeitos avaliados 5 sujeitos apresentaram efeito auditivo
significantes alto/baixo e 8 sujeitos apresentaram efeito auditivo significante baixo
alto.

Observando a tendência de resposta (TR) Efeito de Ordem que consiste no


sujeito tender ao erro ou nas primeiras duas respostas (efeito baixo/ alto) ou nas
terceira e quarta respostas (efeito alto/baixo) o que, pode-se verificar é que 4
sujeitos apresentaram TR efeito de ordem significativo alto baixo e 4 baixo/alto. O
efeito alto baixo pode ser indicativo de possível acometimento na região temporal
posterior/córtex auditivo. Já a tendência de resposta Efeito de ordem baixo/alto pode
nos fazer pressupor acometimento da região frontotemporal O padrão Tipo A
somente 5 participantes mostraram resultados alterados. Katz et.al,1999, diz que o
Padrão tipo A acontece quando um grande número de erros, mas o maior ocorre na
coluna ou da direita competitiva, iniciada pela orelha direita, ou da esquerda
competitiva, iniciada pela orelha esquerda, quando comparada à outra coluna que
também apresenta grande número de erros.

4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DO OBJETIVO


ESPECÍFICO 5

O objetivo específico 5 consistiu em verificar e analisar os resultados da


aplicação do protocolo HHIE
82

Dos 20 sujeitos deste estudo, 6 (30%) não demonstraram auto-percepção do


handicap auditivo apresentando escore inferior a 14%, 7 (35%) revelaram uma auto-
percepção de leve a moderada correspondente a um intervalo de 18 a 42%, e 7
(35%) demonstraram uma auto-percepção severa do handicap imposto pela
deficiência e/ou incapacidade auditiva (Gráfico7). Não houve diferenças
estatisticamente significantes para as escalas social/situacional, emocional e total
entre os sujeitos, quando comparados os índices de percepção do handicap
auditivo.

Gráfico 7: Distribuição por graus de percepção do handicap auditivo.

Apesar dos sujeitos não apresentarem perdas nos limiares tonais,


apresentaram número considerável de queixas e percepção de suas dificuldades.
Este achado nos faz refletir sobre a necessidade de considerar as queixas auditivas
dos pacientes mesmo na ausência de perda.

Os achados podem então, nos sugerir a utilização do HHIE como rotina


clínica para pacientes idosos visto que pareceu mostrar-se sensível para as queixas
desta população. É importante ressaltar que estes instrumentos são utilizados
83

comumente nas clínicas para observação de melhoras nas queixas após adaptação
de prótese ou procedimento terapêutico.

Partindo dos achados nos objetivos específicos discutiremos a seguir o


objetivo geral.

4.6 ANÁLISE E RESPOSTA AO OBJETIVO GERAL

Esta última sessão dará conta de discutir o objetivo geral lançando mão dos
dados já apresentados nos objetivos específicos anteriormente. O objetivo geral
consta de relacionar os resultados obtidos no teste SSW, de Dissílabos Alternados,
em sujeitos idosos com audição normal em relação aos resultados obtidos no
protocolo HHIE-S.
O que pudemos observar foi que os testes estatísticos não mostraram
correlação entre os resultados do SSW e os achados na aplicação do protocolo
HHIE.
Não conseguimos também estabelecer uma relação direta entre as queixas
e os resultados gerais dos testes de processamento auditivo. Diante disto,
poderíamos supor que as pessoas com testes de processamento auditivo, em
especial o SSW, alterados não teriam queixas auditivas importantes por utilizar
outras estratégias cognitivas para proceder ao entendimento da fala. Sabemos que
“ouvir” é uma tarefa cognitiva complexa e comunicar-se demanda não só ouvir. O
sujeito pode ouvir parcialmente e trabalhar, por exemplo, com pistas semânticas,
“leitura orofacial”, conhecimento prévio do contexto da conversa etc.
Talvez o fato de alguns sujeitos com poucas dificuldades observadas
apresentarem muitas queixas e alta percepção de sua dificuldade, esteja
relacionada à exigência pessoal de melhor desempenho, considerando aspectos
familiares e/ou sociais. Não é possível estabelecer afirmações categóricas sobre
isso, mas pesquisas devem ser feitas no sentido de compreender melhor as
questões relacionadas à como o sujeito lida coma comunicação independente das
dificuldades auditivas existirem ou não.
84

CONCLUSÃO

O desenvolvimento desta pesquisa surgiu da observação da freqüente


queixa de dificuldade de compreensão de fala por parte dos sujeitos idosos em
condições normais de escuta, ficando a dúvida se essa dificuldade esta relacionada
à perda auditiva freqüentemente apresentada pelos idosos ou às desordens de
processamento auditivo relacionada à idade.
A idade nos mostrou que houve uma piora no desempenho dos idosos nos
testes de Fala com Ruído e Dicótico de Dissílabos Alternados (SSW),
independentemente da presença de queixa auditiva. Além disso, não houve uma
correlação direta entre os resultados do SSW e os achados no Questionário HHIE-S.
A variabilidade dos resultados pode ter relação com fatores não considerados por
esta pesquisa como, por exemplo, fatores emocionais, onde o idoso estabelece
maior ou menor peso às suas queixas e atribui maior ou menos dificuldade às
dificuldades comuns apresentadas por eles.
Apesar de estudos mostrarem um pior desempenho da orelha esquerda
quando comparada à orelha direita, em testes dicóticos, o que pode estar
relacionado à deterioração das vias auditivas centrais e funções cognitivas
decorrentes do envelhecimento. Nesse estudo não houve diferença significativas
entre as orelhas, ambas obtiveram uma piora simétrica entre elas.
A introdução de teste dicótico na bateria de avaliação audiológica de idosos
sem perda auditiva periférica pode colaborar para a identificação de processo
degenerativo e, assim, para a elaboração de estratégias de intervenção antes que
haja influência nas necessidades comunicativas destes sujeitos.
Há associação positiva entre o grau de perda auditiva e o grau de handicap
referido pelos pacientes, em idosos que procuram a clínica audiológica.
O questionário HHIE-S não é um instrumento eficiente (baixa sensibilidade)
na triagem auditiva de idosos que tenham acometimentos audiológicos, no entanto,
as queixas parecem determinar a procura pelo auxílio.
Não há significância entre a percepção auditiva e os testes de
processamento auditivo.
As alterações decorrentes do envelhecimento por si só já estabelecem uma
dificuldade do efetivo processamento auditivo dos idosos.
85

Sendo assim, os idosos apresentaram dificuldades para realizar as tarefas


de localização sonora, discriminação de sons verbais e não-verbais, fechamento
auditivo, atenção seletiva, integração auditivo-visual, síntese binaural e realização do
mecanismo fisiológico de ordenação temporal.
Ainda há muito que pesquisar e aprender, pois a avaliação do
processamento auditivo central constitui uma área extremamente importante e
desafiadora da Audiologia. Novas descobertas acontecem dia a dia, graças ao
comprometimento de pesquisadores da área, o que permite maior exatidão e
precocidade na detecção das disfunções auditivas centrais.
86

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100

APÊNDICES
101

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


102

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esta pesquisa tem como título “Analisar os resultados obtidos no teste SSW, de Dissílabos Alternados, em
sujeitos idosos com audição normal e a relação dos resultados obtidos no protocolo HHIE-S.” e será realizada pela
acadêmica Rita Sabrina Sulzbach, estagiária do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Feevale, com orientação da
professora Mestre Fonoaudióloga Ana Lúcia P. A da Costa

Este estudo é de natureza básica, fundamentada na abordagem quantitativa e faz parte de um projeto de
conclusão do curso de Graduação em Fonoaudiologia da Feevale. Tem como objetivo verificar e analisar os resultados obtidos
no teste ssw, staggered spondaic word- teste de dissílabos alternados do testes, em sujeitos idosos com audição normal.

A participação neste estudo é voluntária, com liberdade de retirar o consentimento e deixar de participar do estudo
a qualquer momento, sem que isso traga prejuízos ao participante. O voluntário não terá nenhum tipo de despesa, bem como
nada será pago pela sua participação.

Para a realização do estudo será efetuada, primeiramente, uma entrevista com questionamentos referentes à
audição e histórico pessoal Em seguida será aplicado um teste rápido com perguntas e ordens simples para verificar
orientação, memória, atenção, linguagem e capacidade construtiva visual. Caso seja detectada alguma alteração será
encaminhado ao geriatra. Após, será realizada uma inspeção visual do canal do ouvido. Caso seja detectada alguma alteração
será encaminhado ao otorrinolaringologista. Posteriormente, o sujeito será conduzido até uma cabine audiológica onde serão
executados os exames de audiometria e testes de reconhecimento de fala seguindo de testes de processamento auditivo. As
avaliações serão realizadas na Clínica Escola de Fonoaudiologia da Universidade Feevale. Todas as avaliações são de fácil
aplicação e não causam dor, desconforto ou risco ao participante.
Após a conclusão dos exames, o voluntário receberá esclarecimentos a respeito dos resultados e cópia dos
exames. Caso apresente algum comprometimento, serão orientados a procurar avaliação médica.

O voluntário da pesquisa terá os esclarecimentos desejados e a assistência adequada a qualquer momento da


pesquisa, bastando para isso, fazer contato com o(s) pesquisador(es).

Ao assinar este documento, o voluntário permitirá que a pesquisadora divulgue os resultados obtidos em seu
trabalho de conclusão de curso e, posteriormente, em eventos e artigos científicos, sempre preservando a identidade do
participante. Após o encerramento do estudo, os dados da pesquisa, protocolos e relatórios correspondentes serão arquivados
sob a guarda da pesquisadora por cinco anos após este prazo de cinco anos os dados serão destruídos.

Este termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Feevale.

Eu, Rita Sabrina Sulzbach e minha orientadora, Profª. Me. Fga. Ana Lúcia P. A da Costa estamos à disposição
para maiores esclarecimentos pelos telefones ((53) 32258467e (51) 96109914

Após estes esclarecimentos, solicitamos seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Portanto,
preencha, por favor, os itens que se seguem em duas vias: permanecendo uma delas com o participante e a outra com a
pesquisadora responsável.

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, ___________________________de forma livre e esclarecida,
manifesto meu consentimento para participar desta pesquisa.

___________________________________ Novo Hamburgo, ______de _________________ de 2011.


Voluntário

____________________________ ___________________________
Rita Sabrina Sulzbach Profª. Me. Fga. Ana Lúcia P. A da Costa
Acadêmica Pesquisadora Orientador, pesquisador responsável
103

APENDICE B - ANAMNESE
104

ANAMNESE

Data:___________
Nome:______________________________________________________________
Idade:________D/N:__/__/____ Nível de escolaridade:______________________

1. ACREDITA QUE ESCUTA BEM ? SIM ( ) NÃO ( )

2. INÍCIO DA ALTERAÇÃO:

____________________________________________________________

3. OUVIDO MELHOR: OD ( ) OE ( )

4. JÁ USOU OU USA PRÓTESE AUDITIVA? UNI OU BILATERAL

QUANTAS HORAS POR DIA? _________________________________________

HÁ QUANTO TEMPO?

4. PROGRESSÃO DAS DIFICULDADES: LENTA ( ) RÁPIDA ( ) SÚBITA ( )

7.ALTERAÇÕES OTOLÓGICAS:

PARENTES COM ALTERAÇÕES AUDITIVAS: SIM ( ) NÃO ( ) - QUEM?____________________

PRESENÇA DE ZUMBIDO: SIM ( ) NÃO ( )

PRESENÇA DE VERTIGEM: SIM ( ) NÃO ( )

HISTÓRIA DE OTITES: SIM ( ) NÃO ( ) - NO PRESENTE ( ) NO PASSADO ( )

8. CIRURGIAS OTOLÓGICAS: SIM ( ) NÃO ( )

9. FAZ USO DE ALGUM TIPO DE MEDICAMENTO: SIM ( ) NÃO ( ) – QUAL: ________________


________________________________________________________________________________

10. DOENÇAS ATUAIS E PREGRESSAS E TRATAMENTOS:


_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

OBS:
_________________________________________________________________________________

MEATOSCOTOSCOPIA OD OE
105

ANEXOS
106

ANEXO A - MINIEXAME DE ESTADO MENTAL


107

MINIEXAME DE ESTADO MENTAL


NOME:___________________________________________________________
Escolaridade (anos/escola):________

DATA (escore)
Mini-Mental de Folstein (1975), adaptado por Brucki et al(2003)

Ano

Orientação Temporal Mês


(05 pontos) Dia do mês
Dê um ponto para cada item
Dia da semana
Hora aproximada
Estado

Orientação Espacial Cidade


(05 pontos) Bairro ou nome de rua próxima
Dê um ponto para cada item

Registro (03 pontos)


Atenção e Cálculo Subtrair 100 – 7 = 93 – 7 = 86 -7 = 79-7 = 72-7 = 65
(05 pontos)
Dê um ponto para cada
acerto. Soletrar inversamente a palavra MUNDO=ODNUM
Considere a tarefa com melhor
Memória de Evocação (03
Quais os três objetos perguntados anteriormente?
pontos)
Nomear dois objetos (02
Relógio e Caneta
pontos)
Repetir (01 ponto) “NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”

Comando de estágios “Apanhe esta folha de papel com a mão


(03 pontos) direita,dobre-a ao
Dê um ponto para cada ação meio e coloque-a no chão”

Escrever uma frase completa “Escreva alguma frase que tenha começo, meio e
(01 ponto) fim”
Ler e executar ( 01 ponto) FECHE SEUS OLHOS
Copiar diagrama (01 ponto) Copiar dois pentágonos com interseção
PONTUAÇÃO FINAL (escore = 0 a 30 pontos)
108

ANEXO B – HEARING HANDICAP INVENTORY FOR THE ELDERLY (HHIE) (VENTRY,


WEINSTEIN ,1982 - VERSÃO ADAPTADA POR WIESELBERG, 1997)
109

HEARING HANDICAP INVENTORY FOR THE ELDERLY (HHIE)


(Ventry, Weinstein ,1982 - Versão adaptada por Wieselberg, 1997)

Nome:……….......................... Data do exame:…………………...


Sexo: ( )M ( )F Idade:...................................DN:........................
Sim ÀsVezes Não
E-1 A dificuldade em ouvir faz você se sentir constrangido
ou sem jeito quando é apresentado a pessoas desconhecidas?
E-2 A dificuldade em ouvir faz você se sentir frustrado ou
insatisfeito quando conversa com pessoas de sua família?
S-3 Você sente dificuldade em ouvir quando alguém fala cochichando?
E-4 Você sente prejudicado em função de seu problema auditivo?
S-5 A diminuição da audição lhe causa dificuldades quando
visita amigos, parentes ou vizinhos?
S-6 A dificuldade em ouvir faz com que você vá a serviços
religiosos menos vezes do que gostaria?
E-7 A dificuldade em ouvir faz você ter discussões ou brigas
com sua família?
S-8 A diminuição da audição lhe causa dificuldades para assistir
TV ou ouvir rádio?
E-9 Você acha que a dificuldade em ouvir limita, de alguma
forma, sua vida pessoal ou social?
S-10 A diminuição da audição lhe causa dificuldades quando
você está num restaurante com familiares ou amigos?
110

ANEXO C - PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO


111

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO

Nome:____________________________________________ Gênero: ( )M ( )F
Data de Nascimento:____/____/_______ Idade:_____ Profissão:___________________
Data da Avaliação: ____/____/_______

Orelha Direita
dB 250 500 1000 2000 3000 4000 6000 8000
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110

LRF= ______ dB IRF: ______dB= ______%

Orelha Esquerda
dB 250 500 1000 2000 3000 4000 6000 8000
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110

LRF= ______ dB IRF: ______dB= ______%


Conclusão:__________________________________________________________
___________________________________________________________________
112

ANEXO D - LISTA DE TRISSÍLABOS E POLISSÍLABOS


113

LISTA DE TRISSÍLABOS E POLISSÍLABOS

PÁCOTE MELADO JANELA ELEFANTE


PAREDE NOVELA LÂMPADA ASPIRADOR
PALETÓ NAMORO CABELO BATEDEIRA
BONECA NÚMERO MALETA JABUTICABA
TAPETE CANHOTO LETRADO CARRUAGEM
TAMANHO MONTANHA TOALHA PAPAGAIO
TRAVESSA FAVELA MOLHADO HIPOPÓTAMO
CANETA FAROFA CORAÇÃO MARAVILHA
CADERNO SAPATO GIRAFA AVIADOR
COZINHA CENOURA BARULHO APARELHO
CAMISA SOLDADO RELÓGIO ALFAIATE
BANANA CHINELO TORRADA PLANTAÇÃO
BONDADE CHVEIRO TERRAÇO ABACATE
AZEITE XÍCARA FÓSFORO ABACAXI
DONZELA VARANDA BICICLETA TANGERINA
DINHEIRO VONTADE TELEVISÃO PADARIA
DÚVIDA VALETA CAMPAINHA AÇUCAREIRO
GALINHA CASACO TELEFONE COZINHEIRO
GULOSO ASILO EMPREGADA APARELHO
GOSTOSO BRINQUEDO FARMÁCIA DENTADURA
MACACO GEMADA ENCERADEIRA AERONAVE

MORDIDA GELADA GELADEIRA


114

ANEXO E -LISTA DE PALAVRAS DO IRF


115

LISTA DE PALAVRAS DO IRF

Monossílabos Dissílabos % Monossílabos Dissílabos

PÁ POSTE 96 PÉ PATO
TEM TOCA 92 TEM TELA
COR COLA 88 CAL CAMA
BOM BOTA 84 BAR BOLA
DAR CLASSE 80 DOM DATA
GÁS GOLA 76 GÁS GOTA
FIO CHUVA 72 FIZ FONTE
CHÁ CENTO 68 CHÁ CHEIO
SIM VENTO 64 SOL SANTO
VÃO ZONA 60 VOZ VALSA
ZÁS GELO 56 ZÁS ZEBRA
JÁ MATA 52 GIZ GEMA
MAL NINHO 48 NÃO MALA
NÃO MINHA 44 NÓ NARIZ
NHO MALHA 40 NHÁ MANHÃ
LER FAROL 36 LAR LAGO
LHE PRETO 32 LHA CALHA
RÉU GRAMA 28 RIR CARO
TRÊS BLOCO 24 BRIM CRAVO
GRAU CLASSE 20 GRÃO GRITO
TIA DRAMA 16 POR PLACA
CLA PLANO 12 PÃO VIDRO
DIA TRAVA 8 BEM BRANCO
PAU FITA 4 DOR BLUSA
TAL NUVEM 0 CÃO FLAUTA
116

ANEXO F - IMITANCIOMETRIA
117

IMITANCIOMETRIA
Nome:_________________________________________________________________
Data da Avaliação: ____/_____/________
Complacência Estática

2,5
Orelha
Direita
2 Pressão em
mm H2O
Volume
1,5
Equivalente
Ml Orelha
1 Esquerda
Pressão em
0,5
mm H2O
Volume
Equivalente
0
-400 -300 -200 -100 0 100 200

daPa

TIMPANOMETRIA
Pesquisa do Reflexo Estapédico
OD OE

FREQ LIM CON DIF IPSI FREQ LIM CON DIF IPSI
500 500
1000 1000
2000 2000
4000 4000

Conclusão:_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Observação:
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Estagiária de Fonoaudiologia Professor Supervisor
118

ANEXO G – PROTOCOLO DO TESTE RGDT - RANDON GAP DETECTION TEST


119

PROTOCOLO DO TESTE RGDT


RANDON GAP DETECTION TEST

Nome: Idade: Sexo: Data:


SRT - OD: OE:
TONS SCREENING
0 2 5 10 15 20 25 30 40
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

TESTE
0 2 5 10 15 20 25 30 40
500Hz ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

0 2 5 10 15 20 25 30 40
1000Hz ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

0 2 5 10 15 20 25 30 40
2000Hz ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

0 2 5 10 15 20 25 30 40
4000Hz ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Freqüência Limiar de RGDT


500 hz
1000 hz
2000 hz
4000 hz
Média das freqüências avaliadas
5-6 anos = até 15 ms
Resultados esperados
+ de 6 anos = até 10 ms

Observação
120

ANEXO H - PROTOCOLO DO DICÓTICO DE DÍGITOS


121

PROTOCOLO DO DICÓTICO DE DÍGITOS


Nome:__________________________________________________________
Data da Avaliação: ____/_____/________
 Atenção Direcionada à Atenção Direcionada à
Integração Biaural
Direita Esquerda
D E D E D E
5 4 8 7 5,4 8,7 5,4 8,7

4 8 9 7 4,8 9,7 4,8 9,7

5 9 8 4 5,9 8,4 5,9 8,4

7 4 5 9 7,4 5,9 7,4 5,9

9 8 7 5 9,8 7,5 9,8 7,5

5 7 9 5 5,7 9,5 5,7 9,5

5 8 9 4 5,8 9,4 5,8 9,4

4 5 8 9 4,5 8,9 4,5 8,9

4 9 7 8 4,9 7,8 4,9 7,8

9 5 4 8 9,5 4,8 9,5 4,8

4 7 8 5 4,7 8,5 4,7 8,5

8 5 4 7 8,5 4,7 8,5 4,7

8 9 7 4 8,9 7,4 8,9 7,4

7 9 5 8 7,9 5,8 7,9 5,8

9 7 4 5 9,7 4,5 9,7 4,5

7 8 5 4 7,8 5,4 7,8 5,4

7 5 9 8 7,5 9,8 7,5 9,8

8 7 4 9 8,7 4,9 8,7 4,9

9 4 5 7 9,4 5,7 9,4 5,7

8 4 7 9 8,4 7,9 8,4 7,9

Integração Biaural: OD - ___________ OE - ____________ Erros: _____________


Atenção direcionada para a direita:__________
Atenção direcionada para a esquerda:__________
122

ANEXO I - PROTOCOLO DO TESTE MLD - LIMIAR DIFERENCIAL DE MASCARAMENTO


123

PROTOCOLO DO TESTE MLD


LIMIAR DIFERENCIAL DE MASCARAMENTO
Nome:__________________________________________________________
Data da Avaliação: ____/_____/________
Item S/R CONDITION SCORING
No Tone SoNo
1 1 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
2 -7 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
3 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
4 -9 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
5 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
6 -1 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
7 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
8 -3 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
9 -11 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
10 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
11 -13 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
12 -5 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
13 -15 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
14 - 7 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
15 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
16 - 9 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
17 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
18 - 17 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
19 -11 dB S/R No No ░░░░░░░ ░░░░░░░
20 - 19 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
21 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
22 - 21 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
23 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
24 -13 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
25 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
26 - 15 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
27 - 23 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
28 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
29 - 25 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
30 - 17 dB S/R SoNo ░░░░░░░ ░░░░░░░
31 - 27 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░
32 No Tone ░░░░░░░ ░░░░░░░
33 - 29 dB S/R ░░░░░░░ ░░░░░░░

Valores de
SoNo MLD Observações
Referência
= ou > que 9 dB s/r

ANEXO J - PPS – TESTE DE PADRÃO DE FREQUÊNCIA


124
125

PPS – TESTE DE PADRÃO DE FREQUÊNCIA


Nome:__________________________________________________________
Data da Avaliação: ____/_____/________

Bin
aural
1. FFG GGF FFG FGG
2. FGG GGF FGF GGF
3. GFG FFG GGF FFG
4. GFF GFG FGG GFG
5. GFF GFF GGF GGF
6. GGF FGF FGG FGG
7. GGF FGF GFG FFG
8. FGF FGG FFG FFG
9. FFG FFG FGG GGF
10. GFF GFF GFF FFG
11. FGG GGF FGF GFG
12 GFG FGG GFG GFG
13. FFG FGG GFF FGF
14. FFG GFG FFG GFF
15. FGF FGF FGF GFG
16. GFG GFF GGF GFG
17. GFF GGF FGF FGF
18. GGF FGG GFF FGG
19.FGF FGG GGF GFF
20. GGF GFG FGF FGF
21. FGF FFG GGF FGG
22. GGF FGG FGF GGF
23. FFG GGF GFG FGG
24. FGF GFG FGG GFF
25. FFG GFG FFG FGF
26. FGF FGG GFF FFG
27. FGF FGG FGG GFF
28. GFG GFF GFF GGF
29. GFF GFF FFG GFF
30. FFG GFG GFG GFG
Condição Murmurando- Binaural OD -_______% OE ______%
Condição Nomeando- Binaural OD -_______% OE_______%
INVERSÔES – OD - _______% OE - ________%
126

ANEXO K - DPS – TESTE DE RECONHECIMENTO DO PADRÃO DE DURAÇÃO


127

ANEXO
DPS – TESTE DE RECONHECIMENTO DO PADRÃO DE DURAÇÃO
Nome:______________________________________________________________
Data da Avaliação: ____/_____/_______

1. CCL 16. LCL 31. LLC 46. LCC


2. CLL 17. LCC 32. LLC 47. LLC
3. LCL 18. LLC 33. CCL 48. CLL
4. LCC 19. CLC 34. LCC 49. CLL
5. LCC 20. LLC 35. LCC 50. LCL
6. LLC 21. CLC 36. CLC 51. CCL
7. LLC 22. LLC 37. CLC 52. CLC
8. CLC 23. CCL 38. CLL 53. LCC
9. CCL 24. CLC 39. CLL 54. LCL
10. LCC 25. CCL 40. LCC 55. CLL
11. CLL 26. CLC 41. LLC 56. CLL
12. LCL 27. CLC 42. CLL 57. CLL
13. CCL 28. LCL 43. CLL 58. LCC
14. CCL 29. LCC 44. LCL 59. LCC
15. CLC 30. CCL 45. CLC 60. LCL

Condição Murmurando- Binaural OD -_______% OE ______%


Condição Nomeando- Binaural OD -_______% OE_______%
Inversões – OD - _______% OE - ________%
128

ANEXO L - SSI - TESTE DE SENTENÇAS SINTÉTICAS


129

SSI - TESTE DE SENTENÇAS SINTÉTICAS

Nome:__________________________________________________________
Data da Avaliação: ____/_____/________

PRONTUÁRIO DE MARCAÇÃO DE RESPOSTAS

MC
Orelha M dB Dif. SINAL Porcentagemual
Série dB 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Testada SPL MC RUÍDO de Acerto
SPL
1 OD MCC 0 1 2 5 3 4 7 8 9 10 6
2 OD MCC -40 3 7 9 6 5 8 10 1 2 4
3 OE MCC 0 2 10 3 6 7 5 1 8 9 4
4 OE MCC -40 2 1 6 10 3 9 8 5 7 4
5 OD MCI 0 7 4 1 10 6 5 8 2 9 3
6 OD MCI -10 10 2 3 8 7 1 9 6 4 5
7 OD MCI -15 7 4 3 9 1 8 10 6 2 5
8 OE MCI 0 1 2 9 4 8 10 6 5 3 7
9 OE MCI -10 3 5 4 8 1 6 9 7 10 2
10 OE MCI -15 3 7 9 6 5 8 10 1 2 4

PSI\SSI em MCC = 90% PSI\SSI em MCI = 80%, 70%, 60%


130

ANEXO M - PSI - TESTE DE ESCUTA MONOCÓTICA E DICÓTICA COM SENTENÇAS


131

PSI - TESTE DE ESCUTA MONOCÓTICA E DICÓTICA COM SENTENÇAS

PRONTUÁRIO DE MARCAÇÃO DE RESPOSTAS

Nome:_______________________________________________________
Data da Avaliação: ____/_____/________

O M T
Sorelha . C.M R otal de
1
1 2 3 4 5 6 7 8 9
série Testada dB NA dB Relação 0 acertos
NA NA (%)
O M
1 0 N
D CC
O M -
2
D CC 40
O M V
3 0
E CC IRA
O M -
4
E CC 40
O M O
5 0
D CI D
O M -
6
D CI 10
O M -
7
D CI 15
O M O
8 0
E CI E
O M -
9
E CI 10
1 O M -
0 E CI 15
132

ANEXO N - SSW – TESTE DE RECONHECIMENTO DE DISSÍLABOS EM TAREFA DICÓTICA


133

SSW – Teste de Reconhecimento de Dissílabos em Tarefa Dicótica


Nome:__________________________________________________________
Data da Avaliação: ____/_____/________
A B C D E F G H

DNC DC EC ENC ERRO ENC EC DC DNC ERRO

1 Bota Fora Pega Fogo 2 Noite Negra Sala Clara


3 Cara Vela Roupa Suja 4 Minha Nora Nossa Filha
5 Água Limpa Tarde Fresca 6 Vaga Lume Mori Bundo
7 Joga Fora Chuta Bola 8 Cerca Viva Milho Verde
9 Ponto Morto Vento Fraco 10 Bola Grande Rosa Murcha
11 Porta Lápis Bela Jóia 12 Ovo Mole Peixe Fresco
13 Rapa Tudo Cara Dura 14 Caixa Alta Braço Forte
15 Malha Grossa Caldo Quente 16 Queijo Podre Figo Ceco
17 Boa Pinta Muito Prosa 18 Grande Venda Outra Coisa
19 Faixa Branca Pele Preta 20 Porta Mala Uma Luva
21 Vila Rica Ama Velha 22 Lua Nova Taça Cheia
23 Gente Grande Vida Boa 24 Entre Logo Bela Vista
25 Contra Bando Homem Baixo 26 Auto Móvel Não me Peça
27 Poço Raso Prato Fundo 28 Sono Calmo Pena Leve
29 Pêra Dura Coco Doce 30 Folha Verde Mosca Morta
31 Padre Nosso Dia Santo 32 Meio A meio Lindo Dia
33 Leite Branco Sopa Quente 34 Cala Frio Bate Boca
35 Quinze Dias Oito Anos 36 Sobre Tudo Nosso Nome
37 Queda Livre Copo D‟água 38 Desde Quando Hoje Cedo
39 Lava Louça Guarda Roupa 40 Vira Volta Meia Lata

Total de
DNC DC EC ENC
erros
1º OD A B C D
1º OE H G F E
Totais combinados
% De acertos nas
competitivas

As porcentagens de acertos nas condições competitivas estão:


_________________________________.

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