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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Escola de Humanidades
Curso Relações Internacionais
Disciplina Projetos de Cooperação Técnica Internacional

RELATÓRIO DA PRIMEIRA ETAPA DA ATIVIDADE AVALIATIVA

Integrantes do grupo Ágatha Trapp Oschelski; Ícaro Pietro Venzon; Júlia Biasi Janjar; Maria
Eduarda Toscani Leal de Souza; Sabrina Gabrielli Romanini.

Caso selecionado Cooperação Técnica Sul-Sul Trilateral na área de Meio Ambiente,


Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Rural entre Brasil,
Moçambique e Banco Mundial
Atores envolvidos no Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da República Federativa
do Brasil e o Governo da República de Moçambique em conjunto ao
projeto de cooperação Banco Mundial

Objetivos do projeto de Promover oportunidades de cooperação técnica Sul-Sul na área de


desenvolvimento rural, gestão sustentável de recursos naturais, com
cooperação ênfase em florestas, e mitigação de mudanças climáticas entre os dois
países.

Modalidade de Cooperação trilateral realizada entre um país em desenvolvimento


(Brasil) e um desenvolvido ou organismo internacional (Banco
cooperação Mundial), em benefício de um terceiro (Moçambique).

Período em que Em 15 de setembro de 1981 o projeto teve seu início, ocorrendo a


renovação por um memorando em 11 de maio de 2017 na cidade de
desenvolvido o projeto Maputo com duração de 5 anos (2022).

Desafios para o Entre os maiores desafios para o desenvolvimento do projeto estão os


critérios selecionados como compromissos das partes que acabam por
desenvolvimento do ser muito amplos ao passo de não possuírem prazos ou objetivos claros
projeto e contundentes que definitivamente propiciem uma mudança realista.
Com isso, não há um progresso evidente do acordo, tornando a
realização dos objetivos um processo lento e sem metas definidas
relacionadas ao seu status de desenvolvimento.

Resultados obtidos Os resultados esperados não foram alcançados de forma satisfatória.


Contudo, o mercado africano é relevante e os resultados esperados são
os de longo prazo. Além disso, a África pode ajudar muito o Brasil, não
só econômica, mas também política e culturalmente. Além de enfrentar
as assimetrias e desafios produzidos pelas relações com a América do
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Norte e Europa, a cooperação com o Brasil também reduz a dependência


africana dos investimentos chineses e indianos, sendo uma pré-condição
para o desenvolvimento social e econômico do continente. A
cooperação Sul-Sul é uma ferramenta importante para o progresso e
auxílio entre os países localizados no sul do planeta, visa ampliar o
desenvolvimento dessas nações em diversas áreas e incentiva a troca de
experiencias e técnicas entre as partes, algo importante para a
continuidade da cooperação entre Brasil e Moçambique.
Entretanto, ressalta-se que a falta de compromissos concretos por parte
de ambos os países, em relação aos objetivos do acordo, é um empecilho
para seu progresso, bem como para a cooperação entre os envolvidos.
Outros projetos similares Em 1989, foi assinado o Acordo de Cooperação Cultural entre a
República Federativa do Brasil e a República Popular de Moçambique.
ou correlacionados Programa Embrapa- Moçambique que está dividido em 3 projetos de
atuação: projeto Plataforma, projeto ProAlimentos e projeto
ProSavana.

Perspectivas futuras Espera-se que o acordo seja renovado automaticamente por igual
período, ou seja, de 5 anos. E essa renovação deve acontecer no ano de
2022.
Ademais, com as futuras projeções de crescimento do PIB estabelecidas
em 5,75% o investimento estrangeiro deve aumentar consideravelmente.
O Brasil há tempos não tem a maior porcentagem de recursos alocados
no país, entretanto, continua com um papel importante na economia
Moçambicana. Grandes empresas brasileiras têm bases de negócios no
país.
Por fim, com o aumento dos commodities e uma agroindústria
extremamente eficiente o Brasil deve aumentar o investimento não
apenas por cooperação internacional como por parte privada, visto que
pouca parte da indústria agro de Moçambique são de grandes
explorações. Levando assim, a um potencial de expansão gigantesco da
influência econômica no país impulsionado pela alta capacidade de
rendimento da terra.
Observações gerais O acordo acaba possuindo mais de oito objetivos que não são discutidos
claramente antes da implementação, de forma a fazer que essa relação
não seja clara, impedindo uma visão realista de metas, o que dificulta
que critérios de avaliação sejam implementados. Mesmo que o acordo
vise o apoio técnico e troca de experiencias, esses problemas relativos às
obrigações e compromissos das partes prejudica tais aspectos, essenciais
para o andamento da cooperação.
Como o grande ideal do acordo é a cooperação técnica, a falta de fins
lucrativos acaba reprimindo o melhoramento da situação ao passo que
não se tem certeza dos investimentos que serão feitos por Moçambique
e não se tem uma ajuda da organização internacional presente no acordo
(banco Mundial) pois, esse também não implementa fundos no acordo
em questão, apesar de representar um ponto fundamental para a
cooperação.
Além disso, o Brasil fica em no papel de tutor, mas, não possui controle
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sobre os acontecimentos em Moçambique, em especial pelo


monitoramento e avaliação serem pontos deixados sem resolução no
acordo e serem vistos entre as partes em outros momentos. Isso acaba
por afetar a credibilidade e segurança do projeto ao falhar em critérios
base para uma relação consolidada.
Outro fator é a falta de pesquisas mais amplas sobre as relações de
Brasil e Moçambique que afetam diretamente essa ideia de cooperação.
De modo que não se possui um número suficiente de pesquisas que
mostrem os avanços do acordo e as melhorias do mesmo, isso em
conjunto com a falta de divulgação dessa parceria que acaba não sendo
comentada por órgãos governamentais como o Ministério das Relações
Exteriores e o Ministério da Agricultura.
Um elemento que não se pode perder de vista é a assimetria entre
doador e beneficiários. Desnível que pode ser amenizado ou
aprofundado. Amenizado se o Brasil atua no sentido de conferir
autonomia para que os recipiendários, de acordo com uma concepção
endógena e autêntica, alcancem um posicionamento dentro da
economia-mundo que corresponda às demandas de cada país africano
envolvido. Aprofundado no caso de gerar uma dependência maior de
determinado pacote financeiro, tecnológico ou mesmo de apoio político.
Condicionalidades à cooperação também tendem, por meio da
exploração dessas, a escavar um abismo entre os dois lados do Atlântico
sul.
É importante ressaltar que a cooperação técnica brasileira não possui
fins lucrativos e não é assistencialista, visa o fortalecimento institucional
dos parceiros, conforme o citado pela CSS (Cooperação Sul-Sul). Desse
modo, segue os princípios estabelecidos pela Agencia Brasileira de
Cooperação, a qual define a cooperação técnica como um dos pilares da
cooperação global, em que seu foco é o desenvolvimento das
capacidades, como a expansão de conhecimentos e inovações pelo país
parceiro. Assim, busca tornar mais próxima e realista a execução dos
objetivos desejados pela Cooperação Sul-Sul, algo que abrange o acordo
entre Brasil, Moçambique e o Banco Mundial. Apesar disso, a falta de
fins lucrativos pode constituir um empecilho em relação ao progresso
dessa cooperação.
Três componentes principais do acordo: concessões florestais,
monitoramento do desmatamento e da degradação florestal e
fiscalização florestal.

Modalidade de Cooperação:
Cooperação trilateral realizada entre um país em desenvolvimento (Brasil) e um desenvolvido ou organismo
internacional (Banco Mundial), em benefício de um terceiro (Moçambique).

Período em que desenvolvido o projeto:


Em 15 de setembro de 1981 o projeto teve seu início, ocorrendo a renovação por um memorando em 11 de
maio de 2017 na cidade de Maputo com duração de 5 anos (2022).
Desafios para o desenvolvimento do projeto:
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Escola de Humanidades
Curso Relações Internacionais
Disciplina Projetos de Cooperação Técnica Internacional

Entre os maiores desafios para o desenvolvimento do projeto estão os critérios selecionados como
compromissos das partes que acabam por ser muito amplos ao passo de não possuírem prazos ou objetivos
claros e contundentes que definitivamente propiciem uma mudança realista. Com isso, não há um progresso
evidente do acordo, tornando a realização dos objetivos um processo lento e sem metas definidas relacionadas
ao seu status de desenvolvimento.

Resultados obtidos:
Os resultados esperados não foram alcançados de forma satisfatória. Contudo, o mercado africano é relevante
e os resultados esperados são os de longo prazo. Além disso, a África pode ajudar muito o Brasil, não só
econômica, mas também política e culturalmente. Além de enfrentar as assimetrias e desafios produzidos
pelas relações com a América do Norte e Europa, a cooperação com o Brasil também reduz a dependência
africana dos investimentos chineses e indianos, sendo uma pré-condição para o desenvolvimento social e
econômico do continente. A cooperação Sul-Sul é uma ferramenta importante para o progresso e auxílio entre
os países localizados no sul do planeta, visa ampliar o desenvolvimento dessas nações em diversas áreas e
incentiva a troca de experiencias e técnicas entre as partes, algo importante para a continuidade da cooperação
entre Brasil e Moçambique.
Entretanto, ressalta-se que a falta de compromissos concretos por parte de ambos os países, em relação aos
objetivos do acordo, é um empecilho para seu progresso, bem como para a cooperação entre os envolvidos.

Outros projetos similares ou correlacionados: Em 1989, foi assinado o Acordo de Cooperação Cultural
entre a República Federativa do Brasil e a República Popular de Moçambique. Programa Embrapa-
Moçambique que está dividido em 3 projetos de atuação: projeto Plataforma, projeto ProAlimentos e projeto
ProSavana.

Perspectivas futuras:
Espera-se que o acordo seja renovado automaticamente por igual período, ou seja, de 5 anos. E essa renovação
deve acontecer no ano de 2022.
Ademais, com as futuras projeções de crescimento do PIB estabelecidas em 5,75% o investimento estrangeiro
deve aumentar consideravelmente. O Brasil há tempos não tem a maior porcentagem de recursos alocados no
país, entretanto, continua com um papel importante na economia Moçambicana. Grandes empresas brasileiras
têm bases de negócios no país.
Por fim, com o aumento dos commodities e uma agroindústria extremamente eficiente o Brasil deve aumentar
o investimento não apenas por cooperação internacional como por parte privada, visto que pouca parte da
indústria agro de Moçambique são de grandes explorações. Levando assim, a um potencial de expansão
gigantesco da influência econômica no país impulsionado pela alta capacidade de rendimento da terra.

Observações gerais:
O acordo acaba possuindo mais de oito objetivos que não são discutidos claramente antes da implementação,
de forma a fazer que essa relação não seja clara, impedindo uma visão realista de metas, o que dificulta que
critérios de avaliação sejam implementados. Mesmo que o acordo vise o apoio técnico e troca de experiencias,
esses problemas relativos às obrigações e compromissos das partes prejudica tais aspectos, essenciais para o
andamento da cooperação.
Como o grande ideal do acordo é a cooperação técnica, a falta de fins lucrativos acaba reprimindo o
melhoramento da situação ao passo que não se tem certeza dos investimentos que serão feitos por
Moçambique e não se tem uma ajuda da organização internacional presente no acordo (banco Mundial) pois,
esse também não implementa fundos no acordo em questão, apesar de representar um ponto fundamental para
a cooperação.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Escola de Humanidades
Curso Relações Internacionais
Disciplina Projetos de Cooperação Técnica Internacional

Além disso, o Brasil fica em no papel de tutor, mas, não possui controle sobre os acontecimentos em
Moçambique, em especial pelo monitoramento e avaliação serem pontos deixados sem resolução no acordo e
serem vistos entre as partes em outros momentos. Isso acaba por afetar a credibilidade e segurança do projeto
ao falhar em critérios base para uma relação consolidada.
Outro fator é a falta de pesquisas mais amplas sobre as relações de Brasil e Moçambique que afetam
diretamente essa ideia de cooperação. De modo que não se possui um número suficiente de pesquisas que
mostrem os avanços do acordo e as melhorias do mesmo, isso em conjunto com a falta de divulgação dessa
parceria que acaba não sendo comentada por órgãos governamentais como o Ministério das Relações
Exteriores e o Ministério da Agricultura.
Um elemento que não se pode perder de vista é a assimetria entre doador e beneficiários. Desnível que pode
ser amenizado ou aprofundado. Amenizado se o Brasil atua no sentido de conferir autonomia para que os
recipiendários, de acordo com uma concepção endógena e autêntica, alcancem um posicionamento dentro da
economia-mundo que corresponda às demandas de cada país africano envolvido. Aprofundado no caso de
gerar uma dependência maior de determinado pacote financeiro, tecnológico ou mesmo de apoio político.
Condicionalidades à cooperação também tendem, por meio da exploração dessas, a escavar um abismo entre
os dois lados do Atlântico sul.

É importante ressaltar que a cooperação técnica brasileira não possui fins lucrativos e não é assistencialista,
visa o fortalecimento institucional dos parceiros, conforme o citado pela CSS (Cooperação Sul-Sul). Desse
modo, segue os princípios estabelecidos pela Agencia Brasileira de Cooperação, a qual define a cooperação
técnica como um dos pilares da cooperação global, em que seu foco é o desenvolvimento das capacidades,
como a expansão de conhecimentos e inovações pelo país parceiro. Assim, busca tornar mais próxima e
realista a execução dos objetivos desejados pela Cooperação Sul-Sul, algo que abrange o acordo entre Brasil,
Moçambique e o Banco Mundial. Apesar disso, a falta de fins lucrativos pode constituir um empecilho em
relação ao progresso dessa cooperação.

Três componentes principais do acordo: concessões florestais, monitoramento do desmatamento e da


degradação florestal e fiscalização florestal.

Referências

ROSÁRIO, Nelson M. Agronegócio em moçambique: uma breve análise da


Situação de estrangerização do agronegócio. Natal: Sociedade e Território, Vol. 31, N. 1, p. 183–200.
Disponível em: <https://ebrary.ifpri.org/digital/api/collection/p15738coll2/id/129114/
download#:~:text=Presumimos%20um%20desempenho%20forte%20e,partir%20de%20uma%20base
%20baixa.>. Acesso em: 24 ago. 2022.

SAUTE, Rafael. Atualização Económica de Moçambique: Melhorar o Apoio a Agricultura. The World
Bank, Maputo, 11 jul. 2022. Disponível em:
<https://www.worldbank.org/pt/news/press-release/2022/07/11/mozambique-economic-update-getting-
agricultural-support-right>. Acesso em: 24 ago. 2022.

Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Agricultura gov, 2022. Inquérito integrado agrário
2020. Disponível em:
<https://www.agricultura.gov.mz/wp-content/uploads/2021/06/MADER_Inquerito_Agrario_2020.pdf>.
Acesso em: 24 ago. 2022.

NOGUEIRA, Isabela; OLLINAHO, Ossi; BARUCO, Grasiela; SALUDJIAN, Alexis; PINTO, Jóse P.G;
BALANCO, Paulo; PINTO, Eduardo C.; SCHONERWALD, Carlos. Investimentos e cooperação do Brasil
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Curso Relações Internacionais
Disciplina Projetos de Cooperação Técnica Internacional

e o padrão de acumulação em Moçambique: reforçando dependência e porosidade?. RIO DE JANEIRO:


REVISTA NERA, ANO 20, Nº. 38, Dossiê 2017. Disponível em: <file:///C:/Users/toyos/Downloads/5299-
Texto%20do%20Artigo-19382-19352-10-20180102.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2022.

MUCANZE, Nelson Alberto. Investimento direto estrangeiro em Moçambique: aspectos positivos e


negativos. São Paulo: UNESP, 2016. Disponível em:
<https://agendapos.fclar.unesp.br/agenda-pos/economia/4023.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2022.

GEBREGZIABHER, Fiseha H.; MASSARONGO, Fernanda. Moçambique precisa de um novo modelo de


crescimento para um desenvolvimento sustentável e inclusivo. World Bank Blogs, Moçambique, 02 jun.
2022. Disponível em: <https://blogs.worldbank.org/pt/africacan/mocambique-precisa-de-um-novo-modelo-de-
crescimento-para-um-desenvolvimento-sustentavel-e>. Acesso em: 24 ago. 2022.

Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável, 2020.


Programa Sustenta. Disponível em: <https://www.fnds.gov.mz/index.php/pt/nossos-projectos/listagem-de-
projectos/21-desenvolvimento-sustentavel/129-programa-sustenta>. Acesso em: 24 ago. 2022.

Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Agricultura gov, 2022. Páis Registra Avanços na
Mecanização Agrícola. Disponível em: <https://www.agricultura.gov.mz/pais-regista-avancos-na-
mecanizacao-agricola/>. Acesso em: 24 ago. 2022.

Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Agricultura gov, 2022. Sustenta atinge marca histórica
de mil tractores financiados pelo programa. Disponível em: <https://www.agricultura.gov.mz/sustenta-
atinge-marca-historica-de-mil-tractores-financiados-pelo-programa/>. Acesso em: 24 ago. 2022.

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