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Constituição do corpus »»»


Organização»»análise e
inferência
Análise de Conteúdo: codificação

 palavra usada para descrever o sentido de uma frase,


parágrafo ou toda uma entrevista.

A codificação

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Análise de Conteúdo: codificação
Fases da Codificação:
 Amostragem e construção do corpus
Identificação de textos a analisar e unidade de análise.
 Identificação de Temas
Indução dos temas a partir dos textos ou aplicação dos
temas derivados da literatura.
 Marcação do texto
Associar códigos a unidades de texto.
 Organização de listas de códigos e suas definições
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Análise de Conteúdo: codificação
Fases da Codificação (cont):

 Construção de modelos
Ligação dos temas, conceitos

Teste dos modelos noutro


conjunto de materiais empíricos
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Codificação: open coding

Processo analítico através do qual os conceitos


são identificados e as suas propriedades e
dimensões descobertas nos dados.

Ajuda a “ouvir” o que os textos dizem.


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Codificação: open coding

Os novos conceitos devem ser comparados com os já


identificados.

O processo termina com a saturação da informação:


não surgem novos códigos

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Codificação: Axial Coding
Categorias e conceitos

Os conceitos devem ser combinados em


categorias.
Categoria: classificações que descrevem
uma ideia, um conceito
É preciso definir os códigos!!
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Codificação: definição de categorias
(influências da Grounded Theory)

Tipo

T Código
E Código
Categoria Circunstâncias
X Código
T
Código
O Condições

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A criação de categorias possibilita:

Agrupar ideias
Desenvolver as categorias em termos
das suas propriedades e dimensões
Criar sub-categorias que expliquem o
quando, onde, porque, como etc...
Codificação: definição de categorias

Exemplo: Percurso Académico


Conceito
Os diferentes categoriais como: vontade, desafio,
trabalho, exigência, resistência, valor) podem ser
agrupados em “percurso académico”, tal como os
entrevistados descrevem e compreendem a obtenção
deste grau e a conclusão da tese. 15
Codificação: relacionando categorias e
códigos
Ideias abstractas Elementos da ideia Facetas de cada
elemento

conceitos Categoriais subcategorias

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Análise de conteúdo: categorias pré-definidas

As categorias podem ser retiradas da


teoria de suporte à investigação;

Os códigos são agrupados em torno


dessas categorias. 17
Exemplo
Percursos Académicos
Pergunta: A sua família influenciou-a na escolha do curso?
Resposta: Confesso que para a minha família era importante,
lembro-me da minha avó chorar quando soube que eu entrei para o
ensino superior porque era a primeira, não havia ninguém na minha
família com um curso superior e a minha avó, para ela aquilo foi a
maior alegria que eu lhe poderia ter dado. Naquela altura, o canudo
ainda era aquela segurança que nós achávamos que era o caminho
para uma vida estável e que não iriamos ter qualquer tipo de
problema. Sei que a realidade atual não é bem essa, mas na altura
ter um canudo era, de facto, um objetivo para a minha entrada no
ensino superior.” (8ªentrevista, Arqueologia, Feminino, 35 anos).
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Percursos Académicos
Confesso [avaliação da crença] que para a minha família era importante, lembro-me da minha avó chorar
quando soube que eu entrei para o ensino superior porque era a primeira [mobilidade social], não havia
ninguém na minha família com um curso superior e a minha avó, para ela aquilo foi a maior
alegria[expectativa] que eu lhe poderia ter dado [valor simbólico do acesso ao ensino superior]. Naquela
altura o canudo[desvalorização] ainda era aquela segurança[estabilidade] que nós achávamos que era o
caminho para uma vida estável e que não iriamos ter qualquer tipo de problema [representação do futuro].
Sei que a realidade atual [frustração no presente] não é bem essa [frustração], mas na altura ter um canudo
era, de facto,[avaliação] um objetivo [convicção] para a minha entrada no ensino

Temas Categorias subcategorias


Importância da
entrada no ensino Convicção
superior
expectativa valor

Representação do
futuro estabilidade

Representação do mobilidade social


presente
Frustração presente 20
Nome
Construção de base de dados (
importância da entrada no ensino superior crença Avaliação da Futuro Futuro
excell e para todos os casos)
Expectativa expectativa valor simbólico avaliação do Frustração
(excerto) crença excerto Elemento de excerto presente
mais
importância

Confesso que para a minha família era Confesso Ingenuidade por “que nós Associação ao não havia ninguém Carateriza o para a minha Naquela altura o Presente+
importante, lembro-me da minha avó chorar acreditar achávamos que ensino superior, na minha família universo família era canudo Elevada+
quando soube que eu entrei para o ensino era o caminho profissão e com um curso simbólico da importante, Sei que a
superior porque era a primeira, não havia Elevada para uma vida emprego estável superior e a minha classe social lembro-me da realidade atual
ninguém na minha família com um curso Acredita-se que estável e que para toda a avó, para ela de origem + minha avó não é bem essa
superior e a minha avó, para ela aquilo foi a o ensino não iriamos ter vida+ aquilo foi a maior chorar quando
maior alegria que eu lhe poderia ter dado. superior era a qualquer tipo de alegria soube que eu
Naquela altura o canudo ainda era aquela única forma de problema” entrei para o
segurança que nós achávamos que era o realizar a ensino superior
caminho para uma vida estável e que não mobilidade porque era a
iriamos ter qualquer tipo de problema. Sei social" primeira
que a realidade atual não é bem essa, mas na
altura ter um canudo era de facto um
objetivo para a minha entrada no ensino
superior.” (8ªentrevista, Arqueologia,
Feminino, 35 anos).

Maria
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Joaquim ..
Apresentação e Discussão (exemplo)
Podemos concluir que o ensino superior foi para a maioria dos entrevistados
uma inevitabilidade, atendendo à “importância” que tinha “ para a família”. 7
dos 12 entrevistados (E1; E4; E9; E11; (E5; E7; E8) ) afirmam que a entrada no
ensino superior não era um objetivo pessoal, mas sobretudo um objetivo da
família. Aliás, 3 entrevistados (E5; E7; E8) referem mesmo que era
exclusivamente uma meta dos seus avós e pais, afirmando que (E7; E8; E9) a
família estava “consciente” que o ensino secundário não era suficiente:
“confesso que para a minha família era importante, lembro-me da minha avó chorar quando soube que eu
entrei para o ensino superior porque era a primeira, não havia ninguém na minha família com um curso
superior e a minha avó, para ela aquilo foi a maior alegria que eu lhe poderia ter dado. Naquela altura o
canudo ainda era aquela segurança que nós achávamos que era o caminho para uma vida estável e que não
iriamos ter qualquer tipo de problema. Sei que a realidade atual não é bem essa, mas na altura ter um canudo
era de facto um objetivo para a minha entrada no ensino superior.” (8ªentrevista, arqueologia, feminino, 35
anos),
Nesta perspetiva, a universidade representava um “orgulho” para a família (E5;
E11) e, em particular, para as avós e as mães que choram e que alimentam23esse
“sonho” de ingressar em cursos que representam possibilidades de mobilidade
Análise de conteúdo: software

VER MXQDA e NVIVO

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