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Lamentaçôes de Jeremias 1 (O Livro) 5Os seus inimigos agora dominam-na, porque o

O Livro (OL) Senhor castigou Jerusalém por todos os seus muitos


Copyright © 2000 by International Bible Society pecados, os seus filhos foram capturados e carregados
como escravos, para longe.

6Toda a sua beleza, a sua majestade se foi; os seus


Lamentaçôes de Jeremias 1 nobres são como cervos cheios de fome à procura de
1As ruas de Jerusalém, outrora tão movimentadas e pastagens - como veados desamparados, demasiado
cheias de gente, estão agora desertas, silenciosas. A fracos para poderem fugir do caçador.
cidade, como uma viúva abatida pelo peso do desgosto,
senta-se, desolada, no meio da sua amargura. Ela, que 7E agora no meio da aflição, lembra-se dos dias
já foi antes a rainha das nações, é agora uma escrava. felizes, já passados. Recorda-se daqueles belos
2Soluça a noite inteira; correm-lhe grossas lágrimas momentos de alegria que teve, antes que os inimigos
pelas faces. De entre os seus antigos aliados que a escarnecedores a tivessem ferido - e ninguém houve que
amaram, não há um só que esteja disposto a ajudá-la. lhe desse uma ajuda.
Todos os seus amigos são agora seus inimigos.
8Porque Jerusalém pecou horrivelmente; por isso,
3Judá foi levada em cativeiro no meio de aflições e de agora é posta de lado como um trapo sujo. Todos os que
pesados trabalhos. E agora ali está ela no exílio, lá bem a honraram, agora desprezam-na, pois que a vêem
longe. Não consegue encontrar descanso, porque todos despida, humilhada. E ela lamenta-se e esconde o rosto.
os que a perseguiram apanharam-na no meio dos seus
apertos. 9Cedeu à imoralidade e recusou encarar o facto de
que o castigo não havia de falhar. E agora jaz na valeta,
4Os caminhos que conduzem a Sião estão tristes, sem que haja alguém para lhe estender a mão e a
abandonados; já não se encontram cheios de alegres levantar. Ó Senhor, grita ela, vê a minha aflição. O
multidões que vinham participar nas celebrações inimigo triunfou.
festivas do templo; os portais da cidade estão
silenciosos; os sacerdotes suspiram; as virgens foram 10Os seus adversários saquearam-na
arrastadas à força. Agora chora amargamente. completamente, levando-lhe tudo o que de precioso
tinha. Teve de ver nações estrangeiras violando-lhe o
templo sagrado - estrangeiros que tu tinhas proibido até 16É por isso tudo que choro; lágrimas quentes
de lá entrar. rolam-me nas faces. O meu consolador está bem longe -
só ele poderia ajudar-me. Os meus filhos não têm
11O seu povo geme e clama por pão; venderam tudo futuro; estamos numa terra conquistada.
quanto tinham para obter alimento que lhes desse um
pouco de forças. Vê, Senhor, roga ela, repara como 17Jerusalém roga por socorro, e ninguém lhe acode.
estou abandonada. Porque o Senhor falou assim: Que os seus vizinhos
sejam os seus adversários! Que ela seja atirada fora, por
12Não vos comove isto, vocês que passam perto? eles, como trapos imundos!
Olhem e vejam se há aflição semelhante à minha, por
causa de tudo o que o Senhor tem feito no dia da sua 18O Senhor é justo, pois eu rebelei-me. Por isso, ó
terrível cólera. gentes de toda a parte, vejam a minha angústia e
desespero, porque os meus filhos e filhas foram
13Enviou fogo do céu, que me arde ainda dentro dos transportados para muito longe como escravos.
ossos; estendeu uma rede no meu caminho e fez-me
voltar para trás. Deixou-me doente e desolada, todos os 19Roguei aos meus aliados que me trouxessem
dias da minha vida. auxílio. Esperança vã! Eles não estão de forma alguma
dispostos a dar ajuda. Nem tão pouco o poderiam os
14Ligou-me com cordas aos meus pecados, e pôs-me meus sacerdotes e anciãos - estes estão deitados nas
ao pescoço como que um jugo de escravidão. Abateu a ruas, morrendo de fome, e vasculhando nas lixeiras à
minha força e entregou-me aos inimigos. Estou sem procura de restos de comida.
ajuda nas suas mãos.
20Vê, ó Senhor, a minha angústia; tenho o coração
15O Senhor calcou aos pés todos os meus homens quebrantado e a alma oprimida, porque me rebelei
fortes. Um grande exército veio, ao seu chamamento, terrivelmente. Espera-me nas ruas a espada; e em casa
para esmagar os mais nobres dos jovens. O Senhor a fome e a morte.
pisou a sua cidade querida como cachos de uvas num
lagar. 21Ouvem os meus gemidos, e ninguém acorre para
dar auxílio. Todos os meus inimigos ouviram a minha
angústia e até ficam contentes por verem o que fizeste.
E apesar de tudo, ó Senhor, há-de vir o tempo, com na altura em que o inimigo atacou. Deus ardeu como
toda a certeza -porque foste tu quem o prometeu- em um violento fogo através de todo Israel.
que lhes farás como me fizeste a mim.
4Retesa o arco na direcção do seu povo, como se este
22Olha também para os seus pecados, ó Senhor, e fosse seu adversário. A sua força é usada contra eles,
castiga-os como me castigaste a mim, porque passo a para liquidar a melhor juventude. O seu furor derrama-
vida a suspirar e o meu coração desfalece. se como matéria inflamada sobre eles.

5Sim, o Senhor venceu Israel como se este fosse um


inimigo. Destruiu-lhe as fortificações, os palácios.
Lamentaçôes de Jeremias 2 (O Livro) Tristeza e lágrimas é a sorte que coube a Jerusalém.
O Livro (OL)
Copyright © 2000 by International Bible Society 6Fez abater violentamente o seu templo como se se
tratasse meramente duma cabana feita de ramos e
folhas de árvores. O povo não pode mais celebrar as
santas festividades, os sábados. Reis e sacerdotes,
Lamentaçôes de Jeremias 2 ambos caíram sob a sua indignação.
1Uma nuvem de ira, da parte do Senhor, escureceu
Jerusalém; aquela que era a mais bela cidade de Israel 7O Senhor rejeitou o seu próprio altar pois que
está agora estendida no pó da terra, expulsa das alturas despreza o falso culto do seu povo; deu os palácios deles
do céu, pela ordem de Deus. No dia da sua tremenda aos inimigos, os quais fazem festas e bebedeiras no
cólera não houve misericórdia sequer para com o templo, tal como Israel costumava fazer nos dias de
templo, o estrado dos seus pés. santas celebrações!
2O Senhor destruiu sem piedade cada casa em Israel.
Na sua ira derribou cada fortaleza, cada muralha. Levou 8O Senhor determinou destruir Jerusalém. Cumpriu
o reino todo até ao pó, acompanhado dos governantes. com um programa inalterável de aniquilação. Por isso
as muralhas e as fortalezas caíram na sua frente.
3Todas as energias de Israel se desvaneceram sob o
seu terrível juízo. Retirou-lhes totalmente a protecção 9As portas de Jerusalém já de nada servem. Todas as
fechaduras e cadeados estão violados e partidos; foi ele
mesmo quem os arrombou. Os seus reis e os nobres os teus pecados. Antes calmamente diziam que tudo ia
estão escravizados em terras desconhecidas e afastadas, bem.
sem um templo, sem leis divinas para os governarem,
sem visão profética para os guiar. 15Todos os que por ali passam abanam as cabeças,
riem-se e dizem: Vejam, a 'mais bela das cidades do
10Os anciãos de Israel sentam-se no chão em mundo' e 'a alegria de toda a Terra - o estado em que ela
silêncio, vestidos de serapilheira. Lançam pó sobre as ficou!
cabeças, em sinal de luto e amargura. As jovens de
Jerusalém inclinam as cabeças com vergonha. 16Todos os teus inimigos troçam de ti. Torcem-se a
rir, arreganham os dentes e dizem: Até que enfim que a
11Tenho chorado até me secarem as lágrimas; o meu destruímos! Fartámo-nos de esperar por este momento,
coração está quebrantado, tenho o espírito mas acabou por chegar! Estamos a ver nós próprios a
profundamente deprimido, vendo o que aconteceu ao sua queda.
meu povo; criancinhas e leões desfalecem e morrem no
meio das ruas. 17Mas é que foi o Senhor mesmo quem fez isto, aliás
tal como já tinha dito antes claramente. Cumpriu as
12Mãe, mãe, quero comer!, gritam eles; e ficam-se suas promessas de condenação feitas já há muito
sem vida no colo delas. São vidas que partem como se tempo. Destruiu Jerusalém sem misericórdia, e fez com
fosse numa batalha. que os seus inimigos se alegrassem com isso e se
vangloriassem das suas próprias forças.
13Alguma vez no mundo terá havido tristeza
semelhante? Ó Jerusalém, com que é que poderei 18Então o povo chorou perante o Senhor. Ó gente de
comparar a tua angústia? Como poderei eu confortar- Jerusalém, deixem as lágrimas escorrerem como um
te? Porque o teu mal é profundo, como o fundo do mar. ribeiro; não deixem de chorar, não dêem descanso aos
Quem poderá curar-te? vossos olhos, noite e dia.

14Os teus profetas disseram coisas tão insensatas, 19Levanta-te de noite e clama a Deus; derrama o teu
inteiramente alheados das questões fundamentais! Nem coração, como se fosse água, perante o Senhor; levanta
sequer tentaram salvar-te da escravidão, denunciando para ele as mãos; intercede pelos teus filhos que
morrem de fome nas ruas.
20Ó Senhor, olha para isto: É o teu próprio povo a 4-6A minha pele está envelhecida e a minha carne
quem estás a fazer isto. Serão as mães obrigadas a mirrada; quebrou-me os ossos todos. Construiu torres
comer os seus próprios filhinhos que elas adormeceram fortificadas contra mim; rodeou-me de angústia e de
nos braços? Estarão os sacerdotes e os profetas tormento. Meteu-me dentro de lugares tenebrosos,
destinados a morrer mesmo no templo do Senhor? semelhante aos que dormem há muito o seu último
sono.
21Olha para eles, estendidos no meio das ruas -
velhos e novos, rapazes e raparigas, mortos pelas armas 7-9Emparedou-me; estou impossibilitado de fugir;
inimigas. Mataste-os, Senhor, no teu furor, mataste-os agrilhoou-me com pesadas cadeias. Ainda que grite e
sem piedade. clame, não ouvirá os meus rogos! Encarcerou-me num
sítio rodeado de muros altos e espessos; encheu-me o
22Mandaste vir deliberadamente a destruição sobre caminho de emboscadas.
eles; no tempo da tua ira, ninguém conseguiu escapar,
ninguém ficou vivo. Todos os meus filhinhos jazem 10-12Espia-me como um urso prestes a atacar, e
mortos pelas ruas por onde passou o inimigo. como um leão pronto a saltar sobre a presa. Fez-me
extraviar no meu caminho; fez-me em pedaços e deixou-
me escorrer sangue, abandonado. Retesou o arco e
Lamentaçôes de Jeremias 3 (O Livro) apontou certeiramente contra mim.
O Livro (OL)
Copyright © 2000 by International Bible Society 13-15As suas setas entraram-me profundamente no
coração. O meu próprio povo ri-se de mim. Cantam o
dia inteiro as suas canções dissolutas. Encheu-me de
amargura; deu-me a beber um copo cheio da mais
Lamentaçôes de Jeremias 3 profunda tristeza.
1-2Sou um homem que viu as aflições que a vara do
Senhor fez derramarem-se. Levou-me até às trevas 16-18Fez-me comer cascalho, de tal forma que até os
profundas; tirou-me toda a luz. dentes se me partiram; fez-me rolar no meio da cinza e
3Voltou-se contra mim. Dia e noite a sua mão pesa da sujidade. Ó Senhor, foram-se definitavamente toda a
sobre mim. prosperidade e toda a tranquilidade por tua própria
iniciativa. Até já me esqueci da alegria que essas coisas compaixão, de acordo com a sua grande misericórdia.
provocam. Só sei dizer isto: A minha força foi-se. Não Porque não é do seu agrado o afligir as pessoas, o fazê-
espero nada de Deus! las tristes.

19-20Oh, lembra-te da amargura e do sofrimento que 34-36Mas vocês calcaram os humildes do mundo, e
lançaste sobre mim! Nunca mais esquecerei estes defraudaram gente dos direitos que tinham, dados por
horríveis anos. A minha alma passará a viver numa Deus, recusando fazer-lhes justiça. Não admira que o
completa vergonha. Senhor tenha querido castigar-te.

21-24Mas há ainda um raio de esperança: é que as 37Porque o Senhor ordenou e tudo se fez; ele
misericórdias do Senhor não têm fim. Aliás foram as mandou e tudo apareceu.
misericórdias do Senhor que impediram que fôssemos
consumidos em absoluto. Grande é a sua fidelidade; a 38-39É só o Senhor que socorre uns e fere outros.
sua compaixão é sempre renovada em cada dia. O Porque haveríamos então nós, meros seres humanos
Senhor é aquilo de que preciso para viver; é a minha como somos, de murmurar e de nos lamentarmos
única riqueza. Por isso espero nele. quando somos castigados por causa dos nossos
pecados?
25-26O Senhor é bom para os que esperam nele,
para os que o buscam. É bom ter esperança e aguardar 40Examinemo-nos a nós próprios antes, e
calmamente a salvação do Senhor. arrependamo-nos; voltemos para o Senhor.

27-30É bom para um jovem estar sob disciplina. 41-42Levantemos os corações e as mãos para o céu,
Porque fá-lo sentar-se solitário, em silêncio, sob o porque pecámos; rebelámo-nos contra o Senhor, e ele
controlo do Senhor, inclinar o rosto para o chão, para o não nos perdoou.
pó da terra. Então, no fim, haverá esperança para ele.
Que aprenda a dar a outra face a quem o fere, que saiba 43-45Cobriste-nos com a tua ira, Senhor, mataste-
enfrentar a afronta. nos sem piedade. Cobriste-nos com uma nuvem, de
forma que as nossas orações não te alcançam. Fizeste
31-33O Senhor não o abandonará para sempre. de nós como entulho e como lixo, no meio das nações.
Ainda que Deus o faça sofrer, mostrar-lhe-á a sua
46-47Todos os nossos inimigos falaram mal de nós.
Estamos cheios de terror porque fomos apanhados, 61-63Ouviste os nomes afrontosos que me
desolados, destruídos. chamaram, tudo o que dizem a meu respeito, e os
planos daquilo que conspiram tramar-me. Vê como se
48-51Os meus olhos derramam lágrimas de dia e de riem de mim e como cantam com júbilo, preparando a
noite, em fios que nunca acabam, por causa da minha queda.
destruição do meu povo. Oh, se o Senhor olhasse desde
o céu e respondesse ao meu rogo! O meu coração 64-66Ó Senhor, dá-lhes uma paga total por todo o
confrange-se perante aquilo que aconteceu às gentes de mal que eles têm feito. Que os seus corações se encham
Jerusalém. de desespero perante a tua maldição, Senhor. Vai atrás
deles, perseguindo-os na tua ira e varre-os da terra, de
52-54Os meus inimigos, a quem nunca fiz mal sob os céus do Senhor!
nenhum, enxotaram-me como se eu fosse uma ave de
rapina. Lançaram-me num poço e puseram em cima Lamentaçôes de Jeremias 4 (O Livro)
uma pedra pesada. A água subiu-me até acima da O Livro (OL)
cabeça. Eu já pensava: É o fim! Copyright © 2000 by International Bible Society

55-57Mas fiz apelo ao teu nome, Senhor, desde o


fundo desse poço, e tu ouviste-me! Escutaste o meu
rogo; deste ouvidos ao meu choro! Sim, vieste ao apelo Lamentaçôes de Jeremias 4
dos meus gritos desesperados e disseste-me para não 1Como o ouro perdeu o seu brilho! O ouro fino tornou-
ter receio. se baço! As pedras do santuário estão espalhadas por
terra, no meio da rua.
58-59Ó Senhor, tu és o meu advogado! Defende a 2A fina flor da tua juventude - esse ouro do mais rico
minha causa! Porque redimiste a minha vida. Viste o quilate - é tratada como se fossem meros jarros vulgares
mal que me fizeram; sê o meu juiz, e julga a minha de barro.
causa.
3-4Até os chacais alimentam as crias, mas o meu
60Observaste as conspirações que os meus inimigos povo Israel não pode fazê-lo. São como as cruéis
arquitectaram contra mim. avestruzes do deserto, descuidadas para com as crias
de mama. As línguas das crianças prendem-se ao céu-
da-boca com a sede que têm, pois não conseguem 11Mas agora, enfim a cólera do Senhor está
encontrar uma gota de água. Os bebés choram por satisfeita; a sua ira terrível foi derramada. Ele acendeu
comida e ninguém consegue dar-lhes seja o que for. um fogo em Jerusalém que ardeu até aos fundamentos.

5Aqueles que costumavam comer faustosamente 12Não havia um rei sequer - nem ninguém em todo o
andam agora pelos cantos das ruas estendendo as mãos mundo - que acreditasse que o inimigo poderia entrar
a pedir esmola. Os que sempre viveram em palácios pelas portas de Jerusalém!
estão agora no meio da sujidade, coçando-se e
mendigando. 13E Deus permitiu que isso acontecesse por causa
dos pecados dos profetas e dos sacerdotes que sujaram
6Porque o castigo do meu povo é maior do que o de a cidade, fazendo derramar-se sangue inocente.
Sodoma, a qual foi subvertida totalmente, em poucos
momentos, por uma catástrofe, e sem que interviesse a 14E agora esses mesmos homens andam
mão do homem. cambaleando, cegos, através da ruas, cobertos de
sangue, tornando impuro tudo o que tocam.
7Os nossos nobres eram belos e elegantes, homens
finos. 15Afastam-se, grita-lhes o povo. Vocês são impuros!
E eles fogem para terras distantes e vagueiam por entre
8Mas agora estão com os rostos estragados e sujos, estrangeiros; mas ninguém lhes dá autorização de
como de fuligem. Até ninguém os reconhece. Estão na permanência.
pele e ossos, secos e mirrados.
16Deus mesmo se confrontou com eles; por isso não
9Os que perdem a vida na guerra são considerados os socorrerá mais, visto que perseguiram os sacerdotes
como muito mais ditosos do que os que morrem de e os anciãos que queriam manter-se fiéis ao Senhor.
fome.
17Bem pedimos ajuda aos nossos aliados para que
10Mulheres piedosas e sensíveis chegaram ao ponto venham salvar-nos, mas pedimos em vão. As nações
de cozer e comer os próprios filhos, para conseguirem com quem mais contávamos não mexem um dedo a
assim sobreviver ao cerco da cidade. nosso favor.
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18Não podemos sair às ruas sem risco de perder a
vida. O nosso fim está perto - os nossos dias estão
contados. Estamos condenados.
Lamentaçôes de Jeremias 5
19Os nossos inimigos são mais rápidos do que 1Ó Senhor, lembra-te de tudo o que nos sobreveio; vê
águias; se fugimos para as montanhas, apanham-nos quantas tristezas temos de aguentar!
lá; se nos escondemos no deserto, já lá estão à nossa 2Os nossos lares, a nossa nação estão cheios de
espera. estrangeiros.

20O nosso rei - que nos é tão precioso como o ar que 3Somos órfãos - morreram-nos os pais; as nossas
respiramos, o ungido do Senhor - caiu nas armadilhas. mães são viúvas.
E nós pensávamos que, sob a sua protecção, podíamos
resistir contra uma nação qualquer da Terra! 4Temos de pagar até pela água que bebemos; a nossa
lenha é-nos vendida a preços astronómicos.
21Ficaste feliz, ó povo de Edom, da terra de Uz! No
entanto também tu sentirás o peso da terrível ira do 5Temos de dobrar os pescoços sob os pés dos que
Senhor. nos venceram; o nosso quinhão agora é executar
trabalhos intermináveis.
22O exílio de Israel por causa dos seus pecados
terminará por fim, mas o de Edom não acabará nunca 6Vemo-nos na contingência de ter de pedir pão, e
mais. estender as mãos aos egípcios e também aos assírios.

7Os nossos antepassados pecaram mas morreram


antes que a mão do julgamento caísse sobre eles. E
fomos nós afinal que tivemos de suportar aquilo que
eles também mereciam!

Lamentaçôes de Jeremias 5 (O Livro) 8Os nossos antigos servos tornaram-se agora os


O Livro (OL) nossos senhores; e ninguém ficou para nos salvar.
17Temos os corações oprimidos e amargurados; os
9Fomos para o deserto para caçar, à procura de nossos olhos incham, e vamos perdendo a vista.
alimento, arriscando ser mortos pelos inimigos.
18Jerusalém e o templo do Senhor estão
10A fome faz-nos arder em febre; até a pele se nos abandonados por todos, menos pelos chacais que fazem
abrasa, como num forno. a toca entre as ruínas.

11Violaram as mulheres de Jerusalém e as raparigas 19Ó Senhor, mas tu permaneces eternamente o


das cidades de Judá. mesmo! O teu trono subsiste de geração em geração!

12Os nossos nobres foram pendurados pelas mãos. 20Porque é que haverias tu de nos esquecer para
Até os velhos foram desrespeitados, sem consideração sempre? Será que nos vais desamparar por um tempo
pelos cabelos brancos. sem fim?

13Levaram os moços para os obrigarem a moer o 21Converte-nos Senhor; faz-nos voltar de novo para
trigo, e as criancinhas para as carregarem com fardos ti! É essa a nossa esperança. Faz-nos viver de novo os
pesados, sob os quais cambaleavam sem forças! bons dias antigos!

14Os anciãos já não se sentam mais à entrada da 22Ou será que nos rejeitaste efectivamente para
cidade, junto aos portais, e a juventude já não canta sempre? Será que a tua cólera contra nós não vai ter
nem dança mais. um termo?

15Acabou já tudo o que nos dava tanta alegria aos


corações; os nossos bailados tornaram-se danças de
carpideiras.

16Foi-se a nossa glória. Caiu-nos da cabeça a coroa,


que eram os nossos privilégios, o nosso orgulho. Ai de
nós, porque pecámos!

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