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1. Leia s seguir os versos de um poema de Fernando Pessoa.

Quadras ao gosto popular

(...)

Saudades, só portugueses.

Conseguem senti-las bem.

Porque têm essa palavra

Para dizer que as têm

a) Observe a razão apontada pelo poema para alguém sentir bem as “saudades”.
Se ela fosse tomada como valida, os portugueses seria os únicos a poder sentir
saudades? Explique.
b) Você concorda que apenas ao nomear um sentimento conseguimos senti-lo
bem? Justifique.
c) Escreva um período que expresse o que sente alguém que vive a saudade, sem
empregar o substantivo que nomeia esse sentimento.
d) Explique a importância de haver uma palavra que nomeia um sentimento.

2. Leia o trecho a seguir.


A incerteza é diferente da ignorância porque, na incerteza, descobrimos que somos
ignorantes, que nossas crenças e opiniões parecem não dar conta da realidade, que há
falhas naquilo em que acreditamos e que, durante muito tempo, nos serviu como
referencia para pensar e agir. Na incerteza não sabemos o que pensar o que dizer ou o
que fazer em certas situações ou diante de certas coisas, pessoas, fatos, etc. Temos
dúvidas, ficamos cheios de perplexidade e somos tomados pela insegurança.

a) “A incerteza é indiferente da ignorância”. O que poderia levar as pessoas a


considerar a incerteza e a ignorância equivalentes?
b) Considerando que a filosofia pode ser um exercício de pensar para além do
senso comum, qual das duas condições seria mais propicia ao pensamento
filosófico: a incerteza ou a ignorância? Explique.
c) Do ponto de vista semântico, que classificação recebe os substantivos que
você transcreveu na questão anterior? Apresente uma hipótese para explicar a
predominância desse tipo de substantivo no trecho.

3. Examine os provérbios a seguir.

Á noite, todos os gatos são pardos.


Em terra de cego, quem tem um olho é rei.
a) Provérbios são frases curtas, de origem popular, que sintetizam conceitos a respeitos
da realidade ou das regras sociais ou morais. Com base nos exemplos acima, procure
explicar por que os substantivos concretos predominam nesses textos.
b) Explique os prováveis ensinamentos presentes nos provérbios acima. Ultilize, para
isso, substantivos abstratos.
4. Leia esta famosa passagem de um romance de Guimarães Rosa.
Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de
opiniães...
a) Essa frase apresenta um ponto de vista e o ilustra com um exemplo. Explique-
b) Confronte a frase com a versão que segue: pão ou pães, é questão de
opiniões.
I. Em que nível da língua o narrador realizou uma ruptura para criar um
efeito expressivo?
II. De que maneira essa ruptura reforça o ponto de vista defendido na
frase?
5. Leia o trecho de uma noticia sobre o lançamento de uma coletânea.

Coleção redescobre a beleza da poesia irreverente de Hilda Hilst


Irreverente Hilda Hilst (1930-2004) sempre foi, mas foi através da poesia que a paulista
transitou pelos segredos da alma feminina.
(A colação) “Exercícios” apresenta oito anos (de 1959 a 1967) da produção poética da
autora (...)
A poeta viveu seus últimos anos em uma chácara chamada de casa do sol. Recusava o
feminino “poetisa”, por associar o termo a uma fragilidade oposta ao que ela buscou
se tronar.
a) Morfologicamente, o que poderia justificar o fato de o substantivo poeta não
soar estranho para fazer a referencia a mulheres?
b) Há razões morfológicas para rejeição da escritora ao termo poetisa?
c) Que hipótese se apresenta para associação feita entre o substantivo poetisa e
a ideia de fragilidade?

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