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Foto: Reprodução
e a centralidade política na colônia. No
período da ditadura militar brasileira, a
violência foi também utilizada como
mecanismo de repressão política e social.
Somados à brutalidade do governo
ditatorial ao longo da década de 1970, os
atos violentos, como assaltos, homicídios e
chacinas – praticados por policiais,
bandidos ou sujeitos comuns –
multiplicaram-se consideravelmente.
Mesmo após a democratização do país, os
índices de violência continuam alarmantes
e sinalizam uma realidade social cujo
debate é imprescindível.
VOCÊ SABIA?
No Brasil, a morte violenta integra as principais causas de óbito de pessoas jovens, entre 18 e 24
anos, do sexo masculino. Isso significa uma redução da força produtiva do país, uma vez que a
referida faixa etária forma a População Economicamente Ativa (PEA). Essa parcela da sociedade é
aquela com maior taxa de inserção no mercado de trabalho, responsável majoritariamente pelas
atividades laborais que estruturam a sociedade. Portanto, os altos índices de violência urbana
refletem substancialmente a economia do país.
ANOTA AÍ
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MOMENTO SOCIOLÓGICO
Considerando a discussão em torno da violência urbana e suas consequências para o meio social,
podemos fazer uma relação direta ao que ÉMILE DURKHEIM, psicólogo e sociólogo francês,
estabelece em seus estudos. Para ele, a integração social é marcada pela presença dos fatos sociais,
que são exteriores aos sujeitos e existem de forma independente, ou seja, quando o sujeito nasce,
a sociedade já detém aquele fato de forma terminada. A educação, por exemplo, é vista como um
fato social, pois está presente na vida do indivíduo desde a infância e o afetará durante toda a sua
vida, moldando o seu comportamento. Assim, podemos entender a violência urbana como um
FATO SOCIAL inerente à sociedade urbanizada, uma vez que, mesmo nos países desenvolvidos e
com baixos índices de violência, nota-se a sua existência. No entanto, assim como define Durkheim,
a fragmentação dessa sociedade, que ocorre pela formação de uma comunidade sem valores e sem
regulamentação, ocasiona sua debilidade. O desrespeito às regras comuns e às tradições, analisado
pelo autor, é o resultado da desunião dos indivíduos, ocasionando o estado de ANOMIA. Na
elaboração do conceito de anomia, entende-se que os fatos sociais podem ser vistos como normais
ou patológicos. O fenômeno patológico é aquele desviante, em relação aos padrões de dada
sociedade, àqueles que dificultam a integração harmônica da sociedade. O aumento desenfreado
da violência urbana brasileira pode ser observado, a partir da perspectiva durkheimiana, como um
fato social patológico, pois, à medida que influencia a dissimetria social, deixa de ser considerado
inerente à sociedade urbana e passa a caracterizar uma anomia.
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